(Fonte: Jornal Valor Econômico).
52% querem novas eleições, 20% preferem Dilma e 16% apoiam Temer
Pesquisa realizada pelo instituto Ipsos nos primeiros 12 dias de julho, em todo o país, mostra um resultado bastante diferente do cenário criado pela Folha de S. Paulo na semana passada, quando o Instituto Datafolha perguntou se era melhor Michel Temer ficar até 2018 ou Dilma Rousseff voltar e concluir o mandato.
Naquele caso, 50% responderam que queriam Temer, e 3% se atreveram a rejeitar as duas opções e escolheram novas eleições. Outros 32% assinalaram Dilma e 4%, nenhuma das opções. Na pesquisa Ipsos, a pergunta foi: você prefere que Temer continue, Dilma volte ou novas eleições? Aqui, 52% dos entrevistados responderam que apoiam uma nova eleição.
Para chegar a esse número, o Ipsos fez a seguinte pergunta: o que é melhor para o Brasil, que “o presidente interino Michel Temer fique no cargo até o final do mandato”, “que a presidente afastada Dilma Rousseff volte e cumpra o mandato”, “que Temer convoque novas eleições” ou que “Dilma volte e convoque novas eleições para outubro deste ano”. Os 52% são a soma dos que optaram pelas duas últimas alternativas.
Nesse cenário, outro dado revelado por Ipsos é que o “Volta Dilma” tem mais apelo popular do que o “Fica Temer”. No primeiro caso, 20% disseram que preferem o retorno da presidente reeleita em 2014, afastada do cargo no início de maio, após o Senado acolher o processo de impeachment. O “Fica Temer” teve apoio de 16%.
No Datafolha, quando confrontados sobre a possibilidade de Dilma e Temer renunciarem e convocarem novas eleições ainda neste ano, 62% disseram que concordavam com a ideia, e outros 30% não. Nessa parcela estão inseridos aqueles que preferem que Dilma volte e conclua o mandato. A economista e colunista da Folha Laura Carvalho fez as contas e estimou que o "Fora Temer" teve apoio de quase 74% dos entrevistados (veja aqui).
Cai o apoio ao impeachment
Desde março de 2015, quando houve um grande protesto pelo impeachment de Dilma Rousseff, o instituto Ipsos afere o apoio da população ao afastamento da presidente. Naquele mês, 48% concordaram com a medida. Nas oito pesquisas seguintes, a taxa sempre foi superior a 50%. Em março de 2016, quando o impeachment estava em vias de ser votado pela Câmara, o apoio bateu 61%. Agora, 48% apoiam. Aqueles que não concordam com o impeachment passaram de 24% para 34%.
O GGN mostrou, na semana passada, que o Datafolha também sondou o apoio popular ao impeachment de Dilma. Mas nunca citou o verdadeiro motivo do processo chegar ao Congresso – as pedaladas e decretos enquadrados como crime de responsabilidade fiscal. O que o Datafolha usou contra Dilma foram os casos de corrupção revelados pela Laja Jato (leia aqui).
Taxas de aprovação
Ainda de acordo com a pesquisa Ipsos, a gestão Temer é desaprovada (ruim ou péssima) por 48%, ante 7% de ótimo e bom e 29% que acham que é regular. O próprio Temer tem 68% de rejeição e 19% de aprovação. Dilma hoje é desaprovada por 71% e aprovada por 25%. Outros 89% acham que o Brasil está no rumo errado ante 11% que pensa o contrário.
A pesquisa Ipsos é feita mensalmente pela empresa francesa, como parte da série Pulso Brasil, e foi publicada pelo jornal Valor Econômico nesta terça (26). Foram ouvidas 1,2 mil pessoas. A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos. (Jornal GGN - aqui).
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O jornal Valor Econômico é fruto de parceria entre os grupos Folha e Globo. A Folha dá destaque às pesquisas realizadas por seu instituto particular, o Datafolha, ao passo que a Globo prioriza sua parceria com o Ibope. Mas ambos os grupos (o jornal Folha e a TV Globo), mesmo se livres das 'amarras' citadas, muito dificilmente dariam destaque aos números exibidos pelo Instituto Ipsos - que é por eles prestigiado quando se trata de pesquisa sobre realidades e tendências do mercado. Por sua vez, colunistas amestrados, a exemplo do notório Cláudio Humberto, correm léguas para não ter de mostrar resultados tão colidentes com seus dados propagandeados.
Quanto a este blog, a prioridade é uma só: a prevalência do Direito, a supremacia da Constituição Federal relativamente ao processo de impeachment da presidente legitimamente eleita.
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