terça-feira, 31 de março de 2020

ELES DISSERAM - EM VÍDEO(S) - (31.03.20)


.Marco Menelau:
A suplementação é uma grande
aliada da imunidade ................................. Aqui.
Boas notícias sobre a crise ........................ Aqui.
Resumo das cautelas para evitar o contágio  Aqui.
.Dayan Siebra:
Suplemento para ter em casa 
em época de virose ................................. Aqui.
...............

.Aline Piva - Giramundo:
Autoritarismo em tempos de coronavírus .... Aqui.

.Reinaldo Azevedo:
O É da Coisa ........................................... Aqui.

.Paulo A Castro:
Moro, Mandetta e Guedes isolam Bolsonaro . Aqui.
Carlos Bolsonaro ataca o 
general Santos Cruz ................................. Aqui.

.Alex Solnik / PML:
Boa Noite 247 - A fala de Bolsonaro ........... Aqui.

.Luis Nassif:
O novo pronunciamento de Bolsonaro
e o choque das instituições ....................... Aqui.

COVID19: ANTÍDOTOS DA HORA


Lute.

XADREZ DO CAOS

.
"Bolsonaro se espelha totalmente em Donald Trump."
Por que, então, não acompanhou Trump relativamente ao isolamento social?


Xadrez da aposta de Bolsonaro no caos social que já está a caminho 

Por Luis Nassif 

Peça 1 – Bolsonaro não governa mais
Nele mostrava que Bolsonaro perdeu o controle sobre o governo.
  • A Saúde não mais obedece a ele, inclusive questiona suas atitudes.
  • As Forças Armadas, através de seus comandantes, vieram a público reforçar as ordens de confinamento para enfrentar a doença.
  • Não tem nenhuma ascendências sobre a economia.
  • Perdeu completamente e ascendência sobre o meio empresarial, com seu apoio ficando restrito a figuras desmoralizadas.
  • A tentativa de uma campanha a favor da flexibilização da quarentena foi derrubada pela Justiça.
  • Suas declarações a favor da flexibilização foram publicamente questionadas pelos presidentes da Câmara e do Senado e por Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
  • A frente dos governadores se impôs nos Estados, inclusive com a adesão até de recalcitrantes, como os governadores de Santa Catarina e de Minas Gerais.
Hoje em dia, há certeza de que nenhuma loucura a mais será tolerada pelas instituições. A ameaça de Bolsonaro, de uma Medida Provisória liberando os trabalhadores da quarentena, nem chegou a ser levada a sério.

Peça 2 – a estratégia derrotada

Bolsonaro se espelha totalmente em Donald Trump. Quando começou a peste, Trump fez duas apostas:
  1. Levantou a bandeira anti-quarentena recorrendo a dois argumentos: seria uma gripezinha qualquer, sem consequências maiores; e a economia não podia parar.
  2. Quando aumentou a incidência de afetados, levantou a tese de que haveria vacinas prontas para debelar a peste.
Bolsonaro repetiu a tática em tempo real.
Só que Trump perdeu as duas apostas. O coronavirus invadiu os Estados Unidos de forma avassaladora, como ocorreu na Itália e Espanha, dois outros países que minimizaram os riscos. E, mesmo depois de descobertas as vacinas corretas. É um maratonista enfrentando um sprinter, em uma corrida de 100 metros.
Quando percebeu o tamanho do tsunami, Trump recuou, deixando Bolsonaro com a broxa na mão. Já isolado dentro do próprio governo, e tendo feito apostas excessivamente altas, não soube como recuar.

Peça 3 – a derrota nas redes

Perdendo o controle sobre o governo, Bolsonaro manteve a bandeira da anti-quarentena recorrendo aos dois únicos instrumentos de que dispõe:
  1. A palavra do Presidente, inclusive o poder de convocar redes nacionais.
  2. A estrutura de mobilização montada pelos filhos e praticada pelo chamado Gabinete do Ódio.
Mas está perdendo a batalha. De um lado, pelo trabalho exemplar de algumas redes de TV – especialmente a Globo, através do Jornal Nacional e do Fantástico. O jornalismo apresentou não apenas estatísticas e informações sobre o caos em outros países, como os dramas individuais de pessoas afetadas. Os depoimentos de vítimas ou familiares de vítimas tiraram a discussão do campo das versões e levaram para dentro das casas dos telespectadores o mundo real.
Nas redes sociais, o bolsonarismo refluiu. No Pará, um tracking encomendado pelo governo do Estado – que agiu prontamente contra as carreatas – mostrou 60% de desaprovação às atitudes de Bolsonaro.
A direita desembarcou do bolsonarismo. Os empresários que se apresentaram contra a quarentena foram publicamente desmoralizados pelos fatos, e se recolheram.
Perdendo em todas as frentes, Bolsonaro aumentou a aposta.
Está sob suspeita forte de ter contraído o vírus de forma assintomática – isto é, sem apresentar os sintomas. Prova disso é a contaminação de quase 30 pessoas no seu entorno e o fato do hospital de Brasília, onde foram feitos os testes, ter liberado todos os resultados, menos dois. Mesmo assim, saiu a campo, visitou a periferia de Brasília, provocou aglomerações, provavelmente contaminou dezenas de pessoas que estiveram com ele.

Peça 4 – a estratégia final

Qual seria a estratégia final de Bolsonaro? Ele criou uma situação sem retorno: se for apeado do poder, será julgado e condenado criminalmente, com toda a família, pela morte de milhares de pessoas.
Não se trata mais de mera disputa política entre Bolsonaro e os governadores. Há uma intenção deliberada de espalhar o caos e atribui-lo à quarentena.
Ontem mesmo, Flávio Bolsonaro divulgou fake News, com cenas antigas de saques apresentadas como recentes, E atribuiu à quarentena. Ao mesmo tempo, o bolsonarismo convocou carreatas em diversos estados, de pessoas convenientemente protegidas dentro dos carros ou por máscaras seguras.
A estratégia de espalhar o caos está nítida em uma mistura de intenção e/ou incompetência.

As medidas antidesemprego de Paulo Guedes

Paulo Guedes sumiu das aparições em público, assustado com o coronavirus. As medidas que anunciou, visando minorar o desemprego, terão efeito mínimo na economia.
As PMEs (Pequenas e Microempresas) não tomarão financiamento para garantir dois meses de trabalhadores em casa, sem serem dispensados. É uma tolice criminosa supor que uma empresa, em dificuldades para manter sua folha, vai se endividar sem saber o que ocorrerá com a economia daqui a dois meses.

As liberações de recursos para os bancos

Do mesmo modo, o dinheiro do compulsório liberado para os bancos não reverterão em crédito para as empresas. O principal fator de travamento é o risco de crédito. A liberação não resolve em nada esse risco, principalmente porque persistem as incertezas sobre a retomada da economia.
Nem seria preciso recorrer às iniciativas dos países centrais, bancando o custo do desempregado e definindo estratégias de liberação de crédito – disponibilizando recursos para os bancos emprestarem, assumindo 85% do risco. Bastaria um mero exercício de lógica.
No caso brasileiro, simplesmente de jogaram os recursos nos bancos, sem nenhuma exigência de contrapartida e sem nenhuma redução de riscos.
Ninguém vai emprestar.

Os recursos para informais e vulneráveis

Até hoje não começou a ser operacionalizada a remessa da merreca de 600 reais para os desassistidos. O dinheiro mínimo, abaixo do salário mínimo, não está chegando nas favelas, nas periferias, para informais, favelados, população de rua. Some-se a extrema insensibilidade até de governos estaduais com a população carcerária.
É evidente que nos próximos dias começarão os saques.

PMs e seguranças

Considere-se que a base das Policiais Militares de todo o país é constituída de classe baixa, moradora de periferia. Eles são os aliados preferenciais de Bolsonaro e estão sendo bombardeados pela propaganda bolsonarista, de que a fome e os saques são decorrência do confinamento. Eles têm seu soldo garantido. Mas em breve estarão atingidos pelo coronavírus sem acesso aos hospitais. O que será disso?
É questão de dias para explodir o caos social.
Guedes tornou-se figura patética. Em pleno tiroteio sumiu por uns dias no Rio de Janeiro e só aparece em seminários virtuais para instituições do sistema financeiro.
Não se soube de nenhuma reunião dele com a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), de nenhuma conversa com técnicos do Banco Central, para discutir formas do crédito chegar na ponta, nenhuma reunião com técnicos do Bolsa Família e IPEA, para saber como chegar nos desassistidos.
É uma galinha morta.

Peça 5 – os recursos não utilizados

O Estado brasileiro possui todas as condições para uma guerra eficaz contra o coronavirus. Tem quadros de primeira nas áreas da saúde, planejamento, Banco Central, BNDES e demais bancos públicos. Tem know-how para essas transferências, através do Bolsa Família, do Cadastro Geral. O IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) desenvolveu estudos sobre como chegar nos demais vulneráveis. Na área de crédito, tem toda o sistema bancário familiarizado com as operações de repasses do BNDES.
Nada é feito.
Como demonstraram os casos italiano, espanhol e norte-americano, cada dia de atraso na implementação dos programas significa dezenas de milhares de infectados.
O Brasil está pronto para o grande pacto de sobrevivência. Há boa vontade da parte das empresas, sociedade civil, movimentos populares, governadores. Falta só governo.
Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF) tem a obrigação de atuar rapidamente, tirar os Bolsonaro do poder e assumir um papel de coordenação do grande pacto nacional.

Peça 6 – os sociopatas

Repito o óbvio: não estamos tratando com pessoas normais. Não há nenhuma forma de paralelismo com todos os governos pós-Constituinte. Aos demais, se podia atribuir erros, omissões, defeitos e virtudes. Agora, o país está nas mãos de uma família de sociopatas. DSM-5 (Manual de diagnóstico e estatístico de transtornos mentais – 5ª edição), elaborado pela Associação Americana de Psiquiatria e que se tornou padrão para a identificação de transtornos mentais.
Os sociopatas são socialmente irresponsáveis, apresentam desrespeito pelos outros, falsidade e manipulação para obter ganhos e vantagens pessoais.
O DSM-5 diz que a característica principal dos indivíduos que apresentam transtorno de personalidade antissocial é a sua disposição em desconsiderar ou violar os direitos dos outros. Isso é, o sociopata busca dominar e manipular o outro para obter vantagens para si próprio, como bens materiais, dinheiro, parceria para negócios, sexo, reputação, e assim por diante. Mas os sociopatas podem também querer dominar o outro apenas pela sensação de poder e controle.
Os sociopatas não têm consciência de que estão fazendo algo negativo, seus impulsos os levam a praticar atos que a maioria das pessoas nunca fariam. 
Muitas vezes, os sociopatas podem apresentar comportamento agressivo e se irritam facilmente. Em geral, os antissociais não sentem empatia pelo outro e nem mesmo remorso das suas ações e conduta.
Quem apresenta transtorno de personalidade antissocial tende a ser muito autoconfiante, arrogante e teimoso. Por isso, podem ser charmosos, desenrolados verbalmente e espontâneos, exercendo fascínio e encanto nas suas vítimas. Apresentam também distinta capacidade de argumentação e articulação para conseguirem o que querem. 
(Fonte: Jornal GGN - Aqui).

SERIOUS CARTOON

Vasqs.
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.Bom Dia 247 (31.03.20) - Attuch / Auler / Mariana Mollica:
Forma-se o consenso pelo Fora ................................................. Aqui.
.Giro das Onze - Mauro Lopes / Tamires Sampaio:
Mandetta, Aras e Moro confrontam Bolsonaro ........................ Aqui.

ECOS DO COVID19: A DITADURA CHEGA À HUNGRIA

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"Orbán, por sua vez, acusou a oposição de 'estar do lado do vírus'. A Hungria já é alvo de investigações na União Europeia por causa das recorrentes violações dos direitos de migrantes e refugiados e dos ataques do governo à imprensa e ao poder Judiciário."
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Viktor Orbán é ardoroso adepto das ideias de Steve Bannon, ex-assessor especial de Donald Trump e 'papa' da 'nova' extrema-direita mundial, e consta que mantém relações cordiais com o clã detentor do poder tupiniquim. Há, pois, quem busque o caos como pano de fundo para a apropriação do poder absoluto... 


Hungria: Premiê Viktor Orbán usa coronavírus para obter poderes absolutos e governar por decreto

O Parlamento da Hungria aprovou nesta segunda-feira (30/03) um projeto que dá poderes absolutos por tempo ilimitado ao primeiro-ministro de extrema-direita Viktor Orbán, que vem promovendo uma deriva autoritária em um dos Estados-membros da União Europeia.
Com base na nova lei, Orbán poderá governar à base de decretos para combater a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), que contaminou cerca de 450 pessoas e deixou ao menos 15 mortos no país.
A lei ainda pune quem disseminar "notícias falsas" com penas de um a cinco anos de prisão. O projeto foi aprovado com 138 votos a favor e 53 contrários - o Fidesz, partido de extrema direita de Orbán, tem ampla maioria no Parlamento.
A partir de agora, o primeiro-ministro terá poderes para alterar ou suspender leis já existentes sem precisar do aval do Parlamento. Além disso, caberá a Orbán determinar o fim do estado de emergência declarado há duas semanas devido à pandemia.
A oposição ainda tentou inserir um limite de 90 dias para os plenos poderes do primeiro-ministro, mas acabou derrotada. Durante o estado de emergência, que agora pode durar indefinidamente, não é possível realizar eleições ou referendos.
"Hoje começa a ditadura sem disfarces de Orbán", disse o líder dos socialistas húngaros, Bertalan Tóth. Já o partido nacionalista Jobbik falou em "golpe de Estado", alegando que a situação atual no país não justifica um estado de emergência tão amplo.
Orbán, por sua vez, acusou a oposição de "estar do lado do vírus". A Hungria já é alvo de investigações na União Europeia por causa das recorrentes violações dos direitos de migrantes e refugiados e dos ataques do governo à imprensa e ao poder Judiciário.
"Sonho há anos com os Estados Unidos da Europa. Mas, justamente por isso, tenho o direito e o dever de dizer que, após aquilo que Orbán fez hoje, a União Europeia deve forçá-lo a mudar de ideia ou, simplesmente, expulsar a Hungria", disse o ex-primeiro-ministro e senador italiano Matteo Renzi.
Orbán, 56 anos, é premiê desde maio de 2010, mas também liderou o país entre 1998 e 2002.  -  (Fonte: Opera Mundi - Aqui).

segunda-feira, 30 de março de 2020

ELES DISSERAM - EM VÍDEO - (30.03.20)


.Dayan Siebra;
Notícias para os grupos de risco do covid19 .. Aqui.
.Marco Menelau:
Cuidados para quem é do grupo de risco ...... Aqui.
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.Alberto Villas:
JFT - O isolamento de Bolsonaro ................. Aqui.

.Reinaldo Azevedo:
O É da Coisa ............................................. Aqui.

.Paulo A Castro:
O mundo assustado com Bolsonaro .............. Aqui.
O retorno do general golpista ...................... Aqui.

.Luis Nassif:
Os técnicos do governo assumem o comando  Aqui.

HUMOR NA CRISE...

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KIT PARA MANTER DISTÂNCIA


Arcadio Esquivel. (Costa Rica).
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(...A DESPEITO DE TUDO...).

FIQUE EM CASA


Dario Castillejos. (México).

COMBATE AO COVID19: STF RESOLVE IMPEDIR PRETEXTOS DO GOVERNO PARA SEGURAR RECURSOS


O governo de Jair Bolsonaro estava usando pretextos jurídicos para não liberar os recursos necessários a aliviar a crise social no período da pandemia do coronavírus.


A liminar concedida ontem pelo ministro Alexandre de Moraes,  autorizando o governo a gastar em tempos de coronavírus, foi lida por analistas e políticos como um recado a Paulo Guedes de que agora está com ele a responsabilidade de liberar os recursos. 
A avaliação é a de que a liminar do STF, somada às decisões da Câmara da semana passada, desmontam qualquer desculpa para a inércia e, pior, a possível responsabilização dos demais poderes pela letargia do governo Bolsonaro e sua equipe, informa o Painel da Folha de S.Paulo.​ (Vi no Brasil 247 - Aqui).
...............

Mas, diante dos antecedentes, é certo que outros pretextos poderão ser invocados pelo governo visando a postergar o cumprimento de suas obrigações. Uma possibilidade concreta: a operacionalização da distribuição da (parca) ajuda aos trabalhadores informais, notadamente dos que estão fora do Cadastro Único (cerca de 80%), e a chegada efetiva do dinheiro ao bolso de todos, muito provavelmente em lotéricas.

Ou seja, o risco (quero dizer, a ampla possibilidade) é o de acontecer o que se está a ver relativamente ao pagamento de benefícios diversos do INSS - encalhados há meses - e ao cadastramento de 1,5 milhão de novas famílias no programa Bolsa Família (Aqui). Um descaso monumental. (Tudo para atender - também - aos choramingos do secretário do tesouro, sr. Mansueto, um rematado cabeça de planilha).

SERIOUS CARTOON

Gilmar.
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.Bom Dia 247 (30.03.20) - Attuch / Altman:
Twitter já parou Bolsonaro. E o Brasil? .................................... Aqui.
.Giro das Onz - Mauro Lopes / Marcos Coimbra:
Bolsonaro vai para o tudo ou nada ............................................ Aqui.

SERIOUS CARTOON

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TARDE DEMAIS?


Arcadio Esquivel. (Costa Rica).

DE COMO BOLSONARO CULMINOU EM NÃO MAIS GOVERNAR, POR LUIS NASSIF

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"Outra derrota foi para os governadores, em sua tentativa de quebrar o isolamento para enfrentar o coronavírus. A maioria dos governos relevantes manteve sua posição de não quebrar o isolamento. E as capitais mostraram que a maioria da população acatou a ordem de não se juntar em grandes aglomerados. Completou o ciclo a fala de Mandetta, fortalecendo a posição dos governadores, recomendando que não alterem sua estratégia."

Xadrez do novo período, em que Bolsonaro não mais governa 

Por Luis Nassif 

Os sinais de que Jair Bolsonaro não mais governa estão nítidos. É um fato que muda totalmente o jogo político.

Peça 1 – o poder militar

No dia seguinte ao pronunciamento de Bolsonaro, conclamando o fim da quarentena, o comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, falou para a tropa, recomendando a quarentena e enfatizando que respondia ao Ministro da Defesa e às autoridades da Saúde.
Ecos de Brasília, através de alguns jornalistas com fontes militares, mostraram a indignação dentro do Palácio, sustentando que não iriam participar de semelhante massacre.
Há muito chute no ar, de jornalistas que exercitam probabilidades como se fossem informações objetivas. De objetivo tem-se o descontentamento do Alto Comando com Bolsonaro.

Peça 2 – o grupo da saúde

A reação do Ministério da Saúde foi nítida. Antes de ontem, o grupo de técnicos que toca a guerra contra o coronavírus divulgou um manifesto reiterando a ordem para manter a quarentena.
Veja bem: o presidente da República decreta o fim da quarentena; e os técnicos da saúde reiteram a ordem de mantê-la.  Não foi nem a título de recomendação. Foi ordem mesmo. Foi o sinal mais nítido do fim do comando de Bolsonaro sobre o governo.
Ontem, o Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta fez longa apresentação pela Internet, onde reiterou todas as recomendações iniciais, de manter a quarentena para permitir o movimento das pessoas trabalhando em atividades essenciais.
Desqualificou as declarações sobre gripezinhas e mortes de poucos mil, mostrando o efeito sobre a rede do SUS e as consequências posteriores. Condenou as carreatas visando acabar com a quarentena.
Em suma, desdisse ponto por ponto as tolices do presidente da República. No final, em um jogo claro de “engana-o-bobo”, fez um ataque desnecessário à imprensa, mas necessário para manter o louco sob controle.
Há informações fidedignas de que qualquer movimento de Bolsonaro, visando inibir os trabalhos de prevenção, será respondido com renúncia coletiva de toda a turma da saúde.

Peça 3 – o grupo da economia

A economia nunca foi a praia de Bolsonaro e, agora, menos ainda. É curioso que Paulo Guedes, sem dimensão pública, sem noção das estratégias necessárias de combate à depressão, tem compensado a falta de ousadia com discursos de solidariedade e de apoio aos mais fracos. É um mero recurso retórico, para compensar a falta de medidas mais substantivas. Mas é curioso que seja utilizado pelo tecnocrata, enquanto o presidente se limita a gracejos, tipo o brasileiro entra em esgoto e não fica doente.
Aliás, Guedes é o mais assustado com o coronavírus, a ponto de se ausentar de todos os eventos do governo.
No meio empresarial, acabou definitivamente qualquer veleidade em relação a Bolsonaro. Sabe-se que, ficando ou saindo, não terá mais a menor influência sobre reformas, nenhuma interlocução com o Congresso, nenhum respeito do Supremo, nenhuma ascendência sobre a área econômica.

Peça 4 – a direita virtual

A aposta na minimização do coronavírus minou amplamente sua ascendência sobre grupos de direita. É um fenômeno similar ao que está ocorrendo nos Estados Unidos.
No âmbito da grande mídia, cessou a época dos influenciadores negacionistas. Esta semana, foi demitida uma das principais âncoras da Fox News – a empresa que descobriu o público de direita e explorou até o limite os fake News políticos -, devido ao fato de ter minimizado a epidemia e atribuído as estatísticas a uma conspiração para derrubar Donald Trump. Esse mesmo processo vai se dar na mídia tradicional brasileira.
Pesquisas feitas logo após os últimos pronunciamentos de Bolsonaro mostraram uma ampla queda entre eleitores de direita. Hoje em dia, o bolsonarismo está restrito a um grupo minoritário de terraplanistas, sem massa crítica para grandes manifestações. Tanto que as carreatas deste final de semana se tornaram um rotundo fracasso.

Peça 5 – o Judiciário

Até agora, majoritariamente o Judiciário e o Ministério Púbico se alinhavam com o bolsonarismo. Aparentemente, o noivado foi rompido. Houve sentenças em vários estados proibindo as carreatas. E uma sentença da Justiça Federal em Brasília proibindo a veiculação da campanha da Secom estimulando a quebra da quarentena.
Comprovando o enfraquecimento final de Bolsonaro, a Secom voltou atrás a ponto de negar que tivesse planejado a campanha.

Peça 6 – a queda de braço com os governadores

Outra derrota foi para os governadores, em sua tentativa de quebrar o isolamento para enfrentar o coronavírus. A maioria dos governos relevantes manteve sua posição de não quebrar o isolamento. E as capitais mostraram que a maioria da população acatou a ordem de não se juntar em grandes aglomerados.
Completou o ciclo a fala de Mandetta, fortalecendo a posição dos governadores, recomendando que não alterem sua estratégia.
A frente dos governadores, de enfrentamento do coronavírus, não é unânime apenas devido a alguns personagens extremamente medíocres, como Romeu Zema, governador de Minas.

Peça 7 – o papel de Rodrigo Maia

Nesse vácuo de poder, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, se fortalece definitivamente como o grande interlocutor do mundo político, das empresas e dos partidos políticos em geral.

Peça 8 – próximos passos

Stricto sensu, Jair Bolsonaro tem os seguintes instrumentos de exercício do poder de Presidente:
  1. O acesso à rede nacional para pronunciamentos.
  2. A rede de fake News do gabinete do ódio.
  3. Os resmungos do general Alberto Heleno, provavelmente o mais inepto militar que já passou pela área pública.
Haverá mais dois movimentos previsíveis.
Do lado dos Bolsonaro, o inconformismo resultando em novos crimes virtuais. Do lado dos órgãos de investigação, a aceleração dos inquéritos sobre seus filhos.
Fosse um grupo minimamente racional, os Bolsonaros recolheriam as armas e tentariam se recompor para um novo confronto mais adiante. Mas são toscos demais. Acuados, tenderão a dobrar a aposta.
Haverá inevitavelmente o choque final, no qual os Bolsonaro tentarão envolver bases das Polícias Militares, os caminhoneiros ligados a ele (que não são maioria na classe) e mais grupos aliados, já esvaziados. Tem-se, agora, uma hiena desdentada.
Quanto menos poder institucional, maior gritaria.
O que irá acontecer daqui para diante tem uma certeza e uma incógnita. A certeza é do fim de seu poder como presidente. A incógnita é a maneira como será tirado do poder.
Saindo, é questão de tempo para que ele e a família sejam julgados por tribunais nacionais e cortes internacionais e se faça Justiça com algumas décadas de atraso: ele deveria ter sido preso no momento em que foi expulso do Exército.  -  (Fonte: Jornal GGN - Aqui).

domingo, 29 de março de 2020

ELES DISSERAM - EM VÍDEO(S) - (29.03.20)


.Marco Bezzi / Helder Maldonado:
Galãs Feios - A demissão de Gabriela Prioli ...... Aqui.

.Paulo A Castro:
Bolsonaro divide o país, mesmo 
que isso matará milhares .............................. Aqui.
A estratégia de Bolsonaro para
espalhar o caos pelo país .............................. Aqui.

.Luis Nassif:
TV GGN - Bolsonaro não tem alternativa:
ou vence ou terminará deposto e preso .......... Aqui.

.Aquias Santarem:
Critica Brasil: Bolsonaro prega linha
contrária à de Trump .................................... Aqui.


................
.Consuelo de Paula - Luis Nassif:
Sarau Virtual ............................................... Aqui.

.Dayan Siebra:
Decisão do Ministério da Saúde 
pode salvar muita gente ............................... Aqui.

.Marco Menelau:
Oração e meditação, duas ferramentas
fantásticas para a quarentena ....................... Aqui.

TODAS AS GENTES "FALANDO DE LADO E OLHANDO PRO CHÃO"

Angel Boligan. (México).
....
.Lembrando "Apesar de Você", de Chico Buarque - num contexto absolutamente inusitado.

DE COMO O PAÍS DESPERDIÇOU A CHANCE DE SER PODEROSO FORNECEDOR DE BENS A INDÚSTRIAS DE BEM ESTAR NO EXTERIOR

.
Em mais um de seus oportunos e instigantes textos, Luis Nassif aborda tema de importância ímpar, razão pela qual nos permitimos trazê-lo à consideração deste Blog. (Efetivamente, trata-se da apresentação - espécie de 'lead' - de entrevista concedida por Carlos Gadelha, da Fiocruz, ao GGN).
....
"O país poderia ter se convertido no maior fornecedor das chamadas indústrias de bem estar para os demais países baleia e, ao mesmo tempo, atender à sua população. O programa esbarrou em órgãos de controle despreparados e na criminalização de qualquer iniciativa visando a produção interna. Chegou-se ao cúmulo de denunciar membros do programa pela compra de vacinas do Instituto Butantã, pelo menor preço de mercado da época, apegando-se a meras burocracias."

       Carlos Gadelha, da Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz

Como a saúde pode ser o grande motor da recuperação econômica do país 

Por Luis Nassif 

Ao lado de José Gomes Temporão, ambos da Fiocruz, Carlos Gadelha ajudou a montar o mais completo programa de política industrial do país.
Com visão de economia, mercado e saúde, ambos desenvolveram as ideias centrais do Programa de Desenvolvimento Produtivo (PDP) destinado a desenvolver uma capacidade nacional de produção para a saúde, criando uma vocação industrial para o país e atendendo às demandas da população.
O país poderia ter se convertido no maior fornecedor das chamadas indústrias de bem estar para os demais países baleia e, ao mesmo tempo, atender à sua população.
O programa esbarrou em órgãos de controle despreparados e na criminalização de qualquer iniciativa visando a produção interna. Chegou-se ao cúmulo de denunciar membros do programa pela compra de vacinas do Instituto Butantã, pelo menor preço de mercado da época, apegando-se a meras burocracias. Não fosse a coragem dos funcionários públicos, de enfrentar até ameaça de prisão, o Brasil não teria condições de produzir as 75 milhões de vacinas contra a gripe, essenciais para separar a gripe do coronavírus.
Quando o programa entrou na fase de produção de equipamentos, fornecedores internacionais recorreram à indústria da anticorrupção para destruí-lo. O programa abriu espaço para a fabricação interna de equipamentos, incluindo os respiradores. Senadores resolveram denunciar o programa para o TCU, pelo fato de privilegiar empresas nacionais. O programa acabou suspenso.
Na entrevista ao GGN, Gadelha conta como foi montado o programa de articulação de todas as áreas do governo em torno do complexo da saúde. E fala da importância de ressuscitar o conceito da saúde universal e da possibilidade do complexo da saúde se transformar na grande alavanca para a próxima etapa do desenvolvimento nacional.  -  (Fonte: Jornal GGN - Aqui).

[Para conferir a íntegra da entrevista, clique Aqui].

DE VOLTA AOS PRIMÓRDIOS

Osama Hajjaj. (Jordânia).
....
.Bom Dia 247 - (29.03.20) - Attuch / Jessé / Florestan:
De como Bolsonaro virou 'pato manco' .............................. Aqui.

PARTIU AZULAY


Ed Carlos.

sábado, 28 de março de 2020

ELES DISSERAM - EM VÍDEO(S) - (28.03.20)


.João Antonio / Attuch:
Click Política: Sobre Bolsonaro .................... Aqui.

.Ronny Teles:
Bolsonaro isolado por ministros e Justiça ..... Aqui.

.Leo Stoppa:
Californication: sábado de conspirações ....... Aqui.

.Luis Nassif:
Balanço de um sábado agitado e da
vitória do isolamento ................................. Aqui.

.Paulo A Castro:
O isolamento do grupo de Bolsonaro ............ Aqui.
Bolsonaro já não governa mais 
e Mandetta começa a atrapalhar ................. Aqui.

...............
.Marco Menelau:
A importância da vitamina 'C' ..................... Aqui.
Duas (boas) notícias sobre a crise covid ....... Aqui.

................
."Trump considera decretar quarentena
em Nova York" - Uol ................ AQUI.

FICA EM CASA


Miguel.

A BUSCA DA CURA


Peter Kuper. (EUA).

O CAMINHO ÚNICO PARA VENCER A PESTE

.
"...a capacidade da rede hospitalar dependerá da rapidez da economia em produzir produtos estratégicos – respiradouros e máscaras – e dos governos estaduais e municipais em improvisar centros de atendimento em estádios de futebol e hotéis. Quanto mais rápido atuarem, menor será o tempo de duração da quarentena. Quanto maior o tempo da quarentena, maiores os estragos na economia."

Só existe uma estratégia segura para vencer a peste 

Por Luis Nassif 

A lógica da economia segue a lógica da saúde. O ponto central de instabilidade é o avanço de uma doença, trazendo um conjunto amplo de incertezas:
  1. Os graus de letalidade.
  2. A capacidade dos governos em enfrentá-la.
  3. O tempo necessário para sua erradicação.
  4. A capacidade do governo em apoiar as empresas e as populações vulneráveis.
O ponto-chave é a rede hospitalar e a capacidade de oferecer leitos de UTI e de tratamento semi-intensivo. Essa é a linha central, em torno da qual há duas estratégias de enfrentamento, ambas trazendo mais incertezas.
A estratégia da quarentena horizontal estica o prazo de vigência da doença, para evitar picos que colocassem a demanda muito acima da capacidade de atendimento dos hospitais.
Por outro lado, a capacidade da rede hospitalar dependerá da rapidez da economia em produzir produtos estratégicos – respiradouros e máscaras – e dos governos estaduais e municipais em improvisar centros de atendimento em estádios de futebol e hotéis.
Quanto mais rápido atuarem, menor será o tempo de duração da quarentena. Quanto maior o tempo da quarentena, maiores os estragos na economia.
Aí se entra em outra variável, que é a capacidade dos governos em trabalhar os problemas sociais e econômicos decorrentes da quarenta.
Ele teria que agir nas seguintes frentes:
  1. Vulneráveis: definir uma renda mínima e operacionalizar a chegada do dinheiro até eles.
  2. Pequenas e médias empresas: montar sistemas de crédito que permitam atravessar o período de tormenta.
  3. Grandes empresas: garantir a recompra de debêntures, recebíveis ou crédito de longo prazo para preservar seu capital de giro.
  4. Sistema bancário: prover de liquidez, inclusive para dar liquidez ao mercado de capitais.
É o único caminho para combater a peste, conter os estragos econômicos e preparar para a retomada, assim que a doença for vencida.
O segundo caminho – estimulado por Jair Bolsonaro – consiste em deixar tudo solto e acelerar o pico da doença. Com isso, também se reduzirá o tempo de quarentena, mas da pior forma possível: expondo milhares de pessoas à morte.  Os infectados, assintomáticos ou curados, tornam-se imunes à doença, deixando de transmiti-la. E os mortos ficam pelo caminho.
Por essa visão, sacrificam-se algumas milhares de pessoas pelo coronavirus, para salvar a maioria pela retomada da economia. No fundo, é uma maneira do governo admitir sua incompetência para conduzir a economia de guerra e deixar que cada qual se vire.
Trata-se de uma visão equivocada, inclusive do lado econômico, pois não leva em consideração o chamado fator pânico.
O governo tem demonstrado uma má vontade expressa em erguer logo programas de assistência social para as populações vulneráveis. Deixou ao Deus-dará a população carcerária. E, com o estímulo de Bolsonaro à quarentena vertical, haverá uma enorme rachadura nos planos de defesa dos governos estaduais e  uma explosão de novas doenças, especialmente nas capitais, lideradas por São Paulo e Rio.
Até agora, a população experimentou uma primeira onda de temor, que a fez acatar as determinações de quarentena. Bolsonaro está implodindo essas recomendações. Pode-se esperar, então, uma onda de rebelião contra as medidas restritivas. Essa onda produzirá um aumento grande do número de infectados.
A extensão da epidemia, as notícias de filas nas portas dos hospitais, as grandes tragédias sociais, e as familiares, produzirão uma segunda onda de temor. E aí poderá ser trágico, pois o pânico desorganizará da pior forma toda a atividade produtiva.
A Itália experimentou a flexibilização da quarentena logo que identificou o coronavirus. A consequência foi uma tragédia social, que não apenas deixou milhares de mortos, como afetou – da forma mais desorganizada possível – todo o ambiente econômico.
Mas o país está nas mãos de uma pessoa totalmente sem escrúpulos e sem discernimento. Enquanto Bolsonaro estiver no comando, a morte continuará rondando ele e o país.  -  (Aqui).