sábado, 31 de agosto de 2019

DA AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA NO PAÍS DO DESMONTE


J Bosco.

OLHO NOS VÍDEOS (31.08.19)


Olho nos Vídeos


.Click Política - João Antonio:
Descoberta manobra do ex-presidente
do TRF4 contra Lula ................................... AQUI.
Eleitores de Bolsonaro e Moro
admitem: Lula foi o melhor ......................... AQUI.

.Blog da Cidadania - Eduardo Guimarães:
Esquerda está voltando ............................... AQUI.

.TV GGN - Luis Nassif:
Xadrez de como o Departamento de Estado
está desistindo de Bolsonaro ........................ AQUI.

.Paulo A Castro:
Não se combate crime cometendo crime ........ AQUI.


.................


VÍDEOS DA NOITE


.Click Política: Toffoli sugere que STF
não será submisso à Globo ........................... Aqui.

.Boa Noite 247: Bolsonaro quer 
indultar policiais .......................................... Aqui.

.Paulo A Castro:
Cesar Peluso, ministro aposentado do STF, 
fala sobre Bolsonaro, Moro, Doria... ............... Aqui

GUINADA ANTILAVAJATISTA (?)

.
Os doutos praticam 'excessos' em série, até que um dia o Supremo os pega de jeito, deixando-os com as calças na mão, o que acaba por compelir certos analistas a fazer acrobacias... No caso presente, um novo enfoque pede passagem, a "guinada antilavajatista", dando a entender que a Suprema Corte vinha - ao silenciar a respeito dos abusos - coonestando os atos praticados, esquecendo que, pelo princípio da inércia, ela, em princípio, somente pode se manifestar quando acionada por alguma das partes. Dito o quê, destacamos trecho da análise do senhor Schwartsman, consistente em que "se é verdade que o pessoal da Lava Jato cometeu abusos que cobram correção, também é fato que a operação representou um avanço, ao romper a tradição de impunidade que acobertava empresários e políticos poderosos", fazendo nossas as palavras do ministro Gilmar Mendes: "Não se combate crime cometendo crime. O agente não pode cometer crime, todos estão submetidos à lei. Quando algum agente se coloca acima da lei, o sistema rui e nós temos que nos preocupar. Ou ele é trazido de volta ou temos um autêntico soberano" (Aqui). 
Mas a leitura não deixa de ser válida.

Aroeira.

Guinada antilavajatista
Por Hélio Schwartsman
É estranha a decisão da segunda turma do STF que anulou a sentença do então juiz Sergio Moro que condenara Aldemir Bendine, ex-presidente da Petrobras. Devemos aguardar novos julgamentos para entender melhor o alcance da guinada antilavajatista, mas já está claro que o ímpeto condenatório da Justiça arrefeceu.
Um ano atrás, a chance de o Supremo anular uma sentença de Moro com base num argumento técnico plausível, mas não irrefutável, teria sido mínima.
O ingrediente principal da reviravolta é político. A divulgação de diálogos de Moro com procuradores da Lava Jato feriu seriamente a imagem das autoridades envolvidas na operação. Como se isso fosse pouco, Moro, agora no Ministério da Justiça, vem sofrendo sabotagens sistemáticas do presidente Bolsonaro.
No mérito, o argumento da defesa de Bendine, que pode valer para vários outros condenados na Lava Jato, faz sentido: uma vez que réus que optam pela delação premiada se tornam na prática assistentes da acusação, o princípio da ampla defesa exigiria que as razões finais dos acusados que não colaboraram fossem apresentadas depois das dos que ajudaram o MP.
O fato de Moro e outros juízes não terem seguido essa trilha basta para anular suas sentenças? É aqui que a porca torce o rabo. Eu não teria dúvidas em afirmar que uma nova ordem para as alegações finais deveria ser definida como regra daqui em diante. Os magistrados de primeira instância, porém, têm suas razões quando afirmam que só aplicaram os prazos previstos na lei vigente.
O STF precisa modular com sabedoria os efeitos de suas decisões, pois, se é verdade que o pessoal da Lava Jato cometeu abusos que cobram correção, também é fato que a operação representou um avanço, ao romper a tradição de impunidade que acobertava empresários e políticos poderosos. Será muito ruim se a Lava Jato terminar num festival de anulações e prescrições, como já ocorreu no passado.
................
O artigo acima foi publicado ontem, 30, na Folha, e este Blog colheu-o Aqui.

SERIOUS CARTOON


Luscar.

DIA DO FOGO: AMAZÔNIA EM CHAMAS

.
Parte das queimadas pode
pode ter sido provocada

Tacho.

J Bosco.
....
.Bom dia 247 (31.08.19) - A profecia de Dilma
e a destruição de Guedes .............................................. Aqui.

SOBRE O ONIPRESENTE IMPERIALISMO


Retomando o debate sobre o conceito de imperialismo

Por Bruno Lima Rocha

Preciso começar esta nova série (creio eu) em função de algumas razões óbvias. A primeira e a mais sensível das razões porque os conceitos são reais, ou ao menos intentam interpelar, interpretar o real vivido como experiência concreta e não apenas o universo imaginário (que também forma o real vivido). Ou seja, isso existe, existe imperialismo e existem potências – no plural sim – imperialistas.
Algumas potências são também herdeiras do colonialismo, e talvez por isso o general Villas Bôas, no seu arroubo nacionalista circunstancial, tenha citado Ho Chi Mihn para atingir a imagem do presidente francês, o banqueiro Emmanuel Macron. Também existem impérios tardios que se alastram na esteira do Império matriz, tal é o caso dos EUA, o alvo da acusação de imperialismo de nove entre dez militantes das esquerdas (onde me incluo). Óbvio que do Império dos Gringos o mesmo general nada fala. Porque será?!
Outra razão prática do debate sobre o imperialismo é reconhecer as formas contemporâneas e sair da vala comum da caricatura. Imperialismo não é apenas uma invasão de fuzileiros navais gringos, mas também é isso, até hoje. O imperialismo é a forma superior do capitalismo, e nisso até o Lênin está correto – ao menos na análise – mas não só. A União Soviética foi imperialista no Afeganistão, seguindo a trajetória da disputa imperial anglo-russa nesta mesma região. A relação da China com o Vietnã recém-unificado e liberto da invasão dos EUA, isso após combater franceses e japoneses, foi horrorosa. Neste caso, Deng Xiao Ping disse a que veio em todas as áreas.
Mas, infelizmente, no século XXI, as capacidades de projeção imperialistas, ao menos no campo da economia, reproduzem formas de capitalismo. Hoje, EUA, China, Rússia e União Europeia (empatadas as últimas duas), Índia, Irã e Turquia em segundo plano, podem exercer pressões em alguma escala, gerando excedentes de poder de modo a violar soberanias e internalizar interesses externos para além de suas fronteiras e áreas de influência direta. Por seu peso relativo, podemos  incluir sem dúvida alguma a Israel e Arábia Saudita nesta lista também.
São sistemas políticos, formas de governo e regimes distintos, mas em termos de Economia Política Internacional, a soma da concertação estratégica de frações de classe dominante com elite dirigente reproduz uma dimensão imperialista. Observemos a corrida ao “eldorado africano”, uma das bases do renascimento de nosso continente co-irmão: China, França, Turquia e até o Brasil (em um belo exercício de cooperação, mas nunca sem críticas) disputam ou disputaram espaços importantes, além dos EUA de sempre.
Igualmente é válido debater o tema, pois quase sempre o modelo do século XIX, onde há um conjunto de alianças locais que se beneficia da pressão externa – ou da desnacionalização das riquezas e da perda de soberania popular – ainda existe e se reproduz. E, pasmem, os interesses são muitas vezes de motivação original ideológica – sentido de pertencimento – e caminham lado a lado com a mesquinharia típica de quem muito tem, quer mais ainda, e se julga com um mérito bem superior ao da maioria.
Cabe também observar que a complexidade do tema pede um debate à altura de sua ameaça, incluindo versões muito atuais, como os efeitos quase sempre nefastos da Cooperação Jurídica Internacional; da interpenetração de redes sociais e grupos de desinformação (o Brasil e a relação com neopentecostais e ultraliberais da escória do Partido Republicano exemplificam o problema) e também da loucura mal intencionada como da transloucada e perigosa tese da “conspiração globalista”.
Por fim, conspiração e presença externa assim como espionagem e guerras híbridas são assuntos tão evidentes e sérios que não podemos ser irresponsáveis ao confundir esta seriedade com absurdas e delirantes “teorias conspiratórias totalizantes sem evidências nem conceitos”. O debate urge e os prazos correm (no meu caso, literalmente). Este perfil e adjacências aceita (aceitam) sugestões e críticas.
A primeira etapa pós Guerra Fria até o auge posterior ao 11 de setembro de 2001
O mais evidente deste conceito é a presença militar, especificamente dos EUA, operando nove comandos combatentes permanentes. A projeção de excedentes de poder pela via da força não é exclusividade do Império Gringo, mas a dimensão e o volume em que isso ocorre sim. No período pós-Guerra Fria e pré 11 de setembro, o Pentágono inaugura uma etapa que vai atender pelo Guerra Total ao  Terror (GWOT da sigla em inglês). Há controvérsias se esta inicia após o primeiro atentado contra as Torres Gêmeas (em 26 de fevereiro de 1993) ou derivados da explosão simultânea das embaixadas estadunidenses em Nairóbi, capital do Quênia e também em Dar es Salaam, na Tanzânia (em 07 de agosto de 1998). A escala ganha por estas operações após o 11 de setembro é enorme, mas a doutrina já estava estabelecida antes. Ou seja, começa com o governo Bill Clinton (Partido Democrata) e segue no governo eleito através de fraude, com Bush Jr (Partido Republicano) derrotando a Al Gore.
A concepção de um inimigo multipresente, e de fato, antagônico aos “impérios infiéis” como Estados Unidos, Rússia (no Cáucaso) e China (no Turquestão Leste), indica a enorme capacidade da Superpotência (através também de seus aliados na Europa, através da OTAN) e das potências em ascensão, de projetar seus interesses militares além fronteiras. A agressividade das forças especiais dos EUA e da “Guerra ao Terror” –  com sequestros ilegais em países estrangeiros, cárcere não processado em Guantánamo e campos de concentração como em Abu Ghraib (Iraque) e Bagram (Afeganistão) – é a marca dos primeiros dez anos pós-11 de setembro.
Outra marca está nas chamadas revoluções coloridas dos antigos Estados soviéticos, como a Rosa na Geórgia (2003-2004), Laranja na Ucrânia (2004) e Tulipa no Quirguistão (2005).É importante ressaltar que ao mesmo tempo  que há  incidência através da manipulação cidadã via internet e meios de comunicação, também existe, sempre existe, maior ou menor demanda social legítima e processos reivindicativos realmente existentes. Como dizem os uruguaios “só se organiza o que existe”, mesmo que seja com a pior das intenções. O tema da Primavera Árabe como “revolução colorida”, afora o emprego da internet, não vejo como uma aplicação válida. No “movimento verde do Irã”, ou “revolução verde iraniana”, após a eleição de Mahmoud Ahmadinejad e derrota dos “moderados” Mir-Houssein Moussavi e Mehdi Karroubi, é evidente que houve tratativa de apoio ocidental, mas a disputa cultural entre a interpretação da Pérsia e a sofisticação das camadas urbanas iranianas é tema muito antigo.
Dei estes exemplos para verificarmos um esforço que modestamente faço para retirar os rótulos e o “debate de lacração” os quais as parcelas politizadas e mal formadas de nossa gente estão expostas e irmos além das denominações por conveniência.
Se a Guerra ao Terror e as “revoluções coloridas” inauguram o imperialismo estadunidense no pós-11 de setembro, a avalanche das redes sociais é a marca globalizada de manipulação da esfera pública de países inteiros. As evidências são escancaradas com o caso Edward Snowden em 2013, já passados cinco anos do estouro da “Farsa com nome de Crise OU da Fraude com nome de Bolha” imobiliária e seus derivativos mundo afora. A interconexão das consciências, o ataque da esfera pública, a criação de fantoches na sociedade civil que podem vir a se massificarem é a marca deste período, radicalizando o processo na subjunção das novas direitas às pautas marcadas pelas direitas ainda mais à  direita dos EUA. O processo que leva à eleição de Trump e sua repercussão globalizada refletem esta nossa afirmação.  -  (Fonte: Aqui).
(Bruno Lima Rocha [blimarocha@gmail.com / t.me/estrategiaeanalise] é pós-doutorando em economia política, doutor e mestre em ciência política e professor nos cursos de relações internacionais, comunicação social e direito. É membro do Grupo de Pesquisa Capital e Estado). 

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

OLHO NOS VÍDEOS (30.08.19)


Olho nos Vídeos


.Blog da Cidadania - Eduardo Guimarães:
PF terá que explicar por que 
não achou Queiroz ................................... AQUI.

.Click Política - João Antonio:
Processos LJ: ministros do STF afirmam
que relator Fachin não sabe perder ............ AQUI
Moro diz que fica e irrita Globo .................. AQUI.

.JFT - Nocaute - Com Alberto Villas:
Que Brasil você quer para o futuro? ........... AQUI.

.Paulo A Castro:
Gleen: Sobre a maior parceira da Lava JatoAQUI


................


VÍDEOS DA NOITE


.Rádio BandNews FM - Reinaldo Azevedo:
O É da Coisa ............................................ Aqui.

.Click Política: General Villas Bôas e o óbvio Aqui.
Toffoli decidirá futuro de Lula ...................... Aqui.

.Paulo A Castro: Política com vocês ........... Aqui.

TRUMP PODE ESTAR CHEGANDO

Schot. (Holanda).
....
A possibilidade é real: "Xadrez da Amazônia
e a soberania nacional", por Luis Nassif  -  Aqui.

BRASIL: TERRAS INDÍGENAS LIDERAM PRESERVAÇÃO E REFLORESTAMENTO

.
“O primeiro ponto e desafio é essa questão da natureza. A gente sempre fala que os indígenas são os guardiões da natureza. Em torno de 12% do território nacional é terra indígena. Se fosse 30%, com certeza o nosso território estaria muito mais protegido e resguardado”.
Ora, o governo federal - que considera um 'exagero' a dimensão da terra indígena - acaba de anunciar a pretensão de realizar uma operação pente fino para, inicialmente, tirar a limpo a exatidão dos dados e, supomos, anunciar iniciativas visando à inserção da terra indígena em nichos do chamado mundo civilizado. 
Sem contar que Trump pode estar chegando. A conferir.


Na contramão do agronegócio, terras indígenas lideram preservação e reflorestamento
Por Emilly Dulce (No Brasil de Fato)
Cerca de 60% da população indígena brasileira vive em suas aldeias em uma relação de dependência e proteção dos recursos ambientais. Como guardiões da floresta, os nativos garantem a preservação da biodiversidade por meio de reflorestamentos e agroecologia, por exemplo. No Brasil, existem em torno de 305 etnias indígenas, segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010.
Alvos de constantes violências, os povos originários batalham pela demarcação de suas terras, pela garantia de direitos básicos e pela preservação de tradições que têm na terra uma dimensão sagrada.
“Tudo o que acontecer à terra acontecerá aos filhos da terra”, disse o cacique Seattle na “Carta da Terra”. O texto, que chegou a ser distribuído pela Organização das Nações Unidas (ONU), é considerado um dos pronunciamentos mais comoventes na defesa do meio ambiente.
Escrita no século 19, a carta permanece atual, na avaliação do antropólogo Benedito Prezia, um dos autores do livro “Povos Indígenas – terra, culturas e lutas”, publicado este mês pela Editora Expressão Popular. Há 10 anos, Prezia coordena o Pindorama (terra das palmeiras, em tupi-guarani), programa de inclusão de indígenas no ensino superior da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Além de contribuir no estudo da temática indígena, a obra tem a finalidade de formar aliados da causa, especialmente após os retrocessos na política indigenista promovidos pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL), salienta Prezia. Para a Amazônia, por exemplo, a solução defendida pelo presidente é a exploração do território em “parceria” com os Estados Unidos, colocando ainda mais em risco a sobrevivência de comunidades tradicionais.
“O primeiro ponto e desafio é essa questão da natureza. A gente sempre fala que os indígenas são os guardiões da natureza. Em torno de 12% do território nacional é terra indígena. Se fosse 30%, com certeza o nosso território estaria muito mais protegido e resguardado”.
Ao contrário, os territórios estão cada vez mais ameaçados pela pressão e invasão de madeireiros, garimpeiros, posseiros e latifundiários.
“A gente lamenta que o Brasil esteja vivendo este momento trágico. Em torno de 15 a 20 mil garimpeiros ilegais atuam na Terra Indígena Yanomami. Isto é uma tragédia com tudo o que acarreta de envenenamento dos rios, poluição e desmatamento”, enfatiza Prezia, ativista da causa indígena desde 1983.
A Terra Yanomami é uma das maiores reservas indígenas do Brasil, localizada nos estados de Roraima e Amazonas, perto da fronteira com a Venezuela. O território foi homologado em 1992 e cobre mais de 96 mil quilômetros quadrados de floresta tropical.
A terra indígena em um país capitalista
O livro da Expressão Popular percorre diferentes contextos sociais e históricos não apenas dos povos indígenas em florestas, mas também em áreas de seca ou nas cidades. Em qualquer um desses ambientes, os indígenas enfrentam variados tipos de violência, afirma Prezia, que integrou o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) por oito anos.
A edição também é assinada pela professora, bióloga e antropóloga Luciana Galante, que participou de projetos na área ambiental junto aos povos Kulina e Kanamari, pela Operação Amazônia Nativa (Opan). A historiadora e antropóloga Beatriz Catarina Maestri igualmente contribuiu na elaboração do livro, mas faleceu em 2014, após vasta experiência como catequista franciscana ao lado de povos de Santa Catarina e São Paulo.
Além de uma homenagem a Maestri, a obra também é dedicada a dois professores Guarani-Nhandeva, Genivaldo e Rolindo Vera. Originários da aldeia Tekohá Ypo’i, no Mato Grosso do Sul, os irmãos foram assassinados na região de Dourados (MS), em 2009, sendo que o corpo de um deles ainda não foi encontrado. A região é considerada emblemática na luta pela terra, com mais da metade dos casos de assassinatos de indígenas do país, de acordo com o Cimi.
Diante desse contexto, Prezia ressalta a importância de mobilizações pela valorização das culturas indígenas. Ele defende a criação de grandes frentes de luta pautadas na informação e no trabalho de base. “A mídia alternativa precisa ter ainda mais força, porque a mídia hegemônica é um desastre. Nós estamos em uma fase de recuo, onde a mídia alternativa é muito cerceada”, enfatiza.
“Quando a gente vê [o slogan] “agro é tech, agro é pop, agro é tudo”, da Globo, eles usam de uma roupagem bonita para mostrar os vários segmentos da agricultura. Então, muita gente se empolga e acha que é por aí mesmo, que os índios são preguiçosos e que é preciso abrir frentes de expansão para o agronegócio”, completa.
O agronegócio, modelo de produção agrícola baseado no monocultivo, no grande latifúndio e no uso ostensivo de agrotóxicos, consome cerca de 70% dos recursos de terra e água do planeta.
Sustentabilidade
“Nós sabemos que o homem branco não entende nosso modo de ser. Para ele, um pedaço de terra não se distingue de outro, pois é um estranho que vem de noite e rouba da terra tudo de que precisa. Trata sua mãe, a terra, e seu irmão, o céu, como coisas a serem compradas ou roubadas, como se fossem peles de carneiro ou brilhantes contas sem valor. Seu apetite vai exaurir a terra, deixando atrás de si só desertos”, escreveu o cacique Seattle em 1855.
Para viver nas florestas, os povos indígenas desenvolveram técnicas de sustentabilidade e domesticação de espécies vegetais comestíveis. A flora amazônica, por exemplo, é, em parte, uma herança viva de antigos habitantes indígenas, como mostra um estudo publicado pela revista Science em março de 2017.
Além de informar sobre as contribuições dos povos indígenas na preservação do patrimônio natural brasileiro, o livro da Expressão Popular também dá pistas de alguns dos costumes tradicionais que, segundo Prezia, podem inspirar a sociedade não-indígena, como o respeito e a valorização da mulher, da criança e do idoso, além da cultura de partilha e luta. O objetivo é que a obra chegue às escolas.  -  (Brasil de Fato - Aqui).

SERIOUS CARTOON


Leon. (Colômbia).

INTERCEPT: LAVA JATO, SELETIVA, 'LIBEROU' SS

Aroeira.
....
.Bom dia 247 (30.08.19) - Lula defende Gleisi,
Bolsonaro ataca Dória .................................................. Aqui.

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

AS CONSEQUÊNCIAS ECONÔMICAS DA LAVA JATO

.
Para entender o desmonte da indústria nacional: operação preservou fortunas pessoais de empresários e mirou Petrobras e empreiteiras. Milhares foram demitidos, receitas minguaram e setores estratégicos caem em mãos estrangeiras.
(Ou: De como ser louvado pelo establishment por haver solapado as bases do Executivo mediante o flagrante desrespeito à Constituição Federal e aos superiores interesses da nacionalidade).

(Ilustração: Ique)

As consequências econômicas da Lava Jato
A Operação Lava Jato, sob o disfarce de combate à corrupção, moveu guerra de extermínio contra as empresas brasileiras dos setores de construção civil pesada, petróleo & gás e de construção naval, atingindo também a área metal-mecânica e de máquinas & equipamentos, além de toda a rede produtiva a montante e a jusante dessas cadeias longas.
Ao invés de punir com rigor acionistas majoritários e altos executivos, corruptos e corruptores, negociou com eles sentenças leves com preservação do grosso dos patrimônios pessoais, obteve “delações” e concentrou todo o seu aparato bélico no destroçamento de companhias e empregos e na interferência no processo democrático nacional, particularmente nas eleições de 2018.
Lord Keynes ganhou destaque mundial ao publicar, em 1919, uma brilhante previsão analítica do que resultaria do Tratado de Versalhes, que desmontava, vingativa e interesseiramente, a capacidade produtiva da Alemanha vencida: As Consequências Econômicas da Paz.
Em artigo publicado na edição de ontem (28) do Valor, Luiz Fernando de Paula e Rafael Moura tratam das consequências da “guerra contra o Brasil” e buscam quantificar o alcance do desastre. Seus dados demonstram que interesses políticos e econômicos antinacionais e anti-desenvolvimento valeram-se de uma momentaneamente vitoriosa Lava Jato para depredar um país derrotado, buscando ocupar territórios estratégicos graças aos serviços mercenários prestados pelos condottieri de Curitiba.
Abaixo, excertos do texto, cuja íntegra que merece leitura atenta.
“Os principais efeitos da crise se concentraram na indústria de construção civil, sofrendo com a paralisia resultante da retração aguda dos investimentos estatais pelos efeitos da Lava-Jato. Os indicadores são impressionantes: entre 2014 e 2017, o setor registrou saldo negativo entre contratações e demissões de 991.734 vagas formais (com preponderância na região Sudeste); entre 2014 e 2016, representou 1.115.223 dos 5.110.284 (ou 21,8%) da perda total de postos da população ocupada no período.
“Quando analisamos as maiores empreiteiras, seu desmonte e descapitalização também são notórios. Os dados levantados pelo jornal ‘O Empreiteiro’ mostram que somente entre 2015 e 2016, por exemplo, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa tiveram queda em suas receitas brutas de, respectivamente, 37%, 31% e 39%. A Odebrecht é o caso mais emblemático: a maior construtora nacional tinha, em 2014, um faturamento bruto de R$ 107 bilhões, com 168 mil funcionários e operações em 27 países. Já em 2017 – quase quatro anos após a eclosão do escândalo e seu presidente/herdeiro preso – seu faturamento era de R$ 82 bilhões, com 58 mil funcionários e atividades apenas em 14 países.
Outros gigantes do setor – Queiroz Galvão, OAS, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa – também tiveram um derretimento de seus ativos financeiros consolidados de uma ordem de R$ 25,77 bilhões em 2014 para aproximadamente R$ 8,041 bilhões em 2017 (perda de 68,6%).
Muitas empreiteiras, obrigadas a executarem planos de desinvestimentos para adequar-se ao novo cenário de menos projetos e obras, além de arcar com pesados acordos de leniência junto às autoridades, também se desfizeram de muitos ativos para grupos estrangeiros: Odebrecht inicia processo de venda da subsidiária Braskem, até então a maior firma petroquímica da América Latina produtora de biopolímeros com participação expressiva da Petrobras, ao grupo holandês LyondellBasell; Andrade Gutierrez vende seu controle sobre a Oi para acionistas holandeses e portugueses; Camargo Corrêa vende a CPFL para a chinesa State Grid. 
(...)
As inversões da estatal [Petrobrás] caem de 1,97% do PIB em 2013 para 0,73% do PIB em 2017 e de 9,44% do volume total de investimentos para 4,69% no mesmo recorte. Dentro do próprio conjunto de investimentos públicos, o volume responsável pela Petrobras também caiu de 49,3% em 2013 para 36,5% em 2017. Essa retração aguda da atuação da empresa contribuiu para uma redução dos trabalhadores empregados formalmente no Sistema Petrobras de 86.108 para 68.829 entre 2013 e 2016, e de 360.180 para 117.555 entre os terceirizados no período equivalente. Ou seja, num intervalo de quatro anos a cadeia produtiva direta da empresa teve perda de quase 260 mil postos de trabalho formais e informais.
(…)
Em síntese, o segmento de petróleo e gás foi a ponta de lança do processo de desestruturação econômica e desmonte da engenharia e infraestrutura do Brasil, acentuando inclusive uma tendência grave de desnacionalização das atividades produtivas do país em curso desde o pós-Plano Real. A desestruturação desses dois setores – construção civil e petróleo e gás – contribuiu sobremaneira, por um lado, para o aprofundamento da crise econômica a partir de 2015, ao qual não nos recuperamos até momento; de outro, para a desestruturação de alguns dos poucos setores em que o capital nacional era forte e competitivo a nível internacional. Não é pouca coisa.”  -  (Aqui).

COMEÇA A AFLORAR A 'PARCERIA' LAVAJATEIROS IMPRENSA

.
Em princípio, novidade não é. Afinal, antes mesmo da deflagração da Operação Lava Jato (março 2014) o próprio juiz de base fazia questão de mencionar a Operação Mãos Limpas e sua parceria com a imprensa, fundamental para o sucesso da empreitada - que resultou em Berlusconi - e sua 'boa imagem' junto à sociedade italiana. No Brasil, como se viu no passado e se observa presentemente, é plena a projeção (hoje proteção) midiática de que goza a Lava Jato, especialmente contra os mísseis lançados pelo Intercept Brasil. Como diria o outro, é tão afinada a parceria LJ / Mídia, que nem mesmo emissoras rivais radicais (tipo Globo / Record) levariam a público alguma denúncia contra a oponente, noticiada pelo Intercept, que de alguma forma expusesse a Grande, Virtuosa Operação Maior de Todos de Todos os Tempos Que Faria Jus a Uma Bolada de 2,5 Bilhões de Reais, Caso o Supremo não Tivesse Posto Fim à Farra.


Intercept: lavajateiros admitem vazamentos para a imprensa
Novo capítulo da Vaza Jato do Intercept (que, segundo o Glenn Greenwald, está mais perto do início do que do fim!) mostra que os procuradores da força-tarefa de Curitiba vazaram intencionalmente informações para o PiG.
O objetivo era manipular os acusados: intimidá-los para que eles fizessem as delações que eles, os lavajateiros, queriam.
Segundo a reportagem de Glenn Greenwald e Rafael Neves:
• Os lavajateiros conversaram abertamente no Telegram sobre o procedimento. "Qual foi a estratégia de revelar os próximos passos na Eletrobrás, etc.?", perguntou o procurador Orlando Martello em 21/VI/2015. Ao que responde o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima: "meus vazamentos objetivam sempre fazer com que pensem que as investigações são inevitáveis e incentivar a colaboração".
• O procurador Deltan Dallagnol, o Dallanhinho, ofereceu a um jornalista informações a respeito da atuação de órgãos do governo dos EUA junto à Lava Jato, na 14a fase da operação. "Já até fizemos um pedido de cooperação pros EUA (...) Isso é novidade. Você tem interesse de publicar isso hoje ou amanhã, (...) mantendo meu nome em off?", perguntou Deltan no mesmo dia 21/VI/2015.
• "Putz, sensacional!!! Publico hoje!!!", afirmou o jornalista.
• "Vamos controlar a mídia de perto", disse Santos Lima.
• "Vazamento seletivo... 🙈", disse outro procurador, Athayde Ribeiro Costa, em 12/XII/2016 (o emoji de macaquinho consta do original...).
• Portanto, o Dallanhinho mentiu ao "negar categoricamente" que agentes públicos repassassem à imprensa informações sobre a Lava Jato.
Leia a reportagem completa no Intercept Brasil
.....
(Fonte: Conversa Afiada - Aqui).

OLHO NOS VÍDEOS (29.08.19)


Olho nos Vídeos


.Blog da Cidadania - Eduardo Guimarães:
Vaza Jato chega na mídia. Que surpresa! .... AQUI.

.Click Política - João Antonio:
Carlos Fernando admite derrota da LJ ......... AQUI.
Sobre a absolvição de Jaques Wagner ......... AQUI.
Hacker de Araraquara abre 
o jogo sobre a Lava Jato ........................... AQUI.

.Caixa-Preta - Ana Roxo / Alberto Villa:
Moratória argentina e outros temas ............ AQUI.

.Paulo A Castro:
Vaza Jato mostra Lava Jato fora
da lei desde o início .................................. AQUI.


................


VÍDEOS DA NOITE


.Rádio BandNews FM - Reinaldo Azevedo:
O É da Coisa ............................................. Aqui.

.DCM TV: A maior desmoralização da LJ
é Dallagnol continuar solto .......................... Aqui.

.Paulo A Castro
Vaccari pode ser solto ................................. Aqui.
Fachin arma mais uma contra Lula ............... Aqui.

OS ENTRAVES À PUNIÇÃO DE CRIMES AMBIENTAIS NO BRASIL


Os entraves à punição de crimes ambientais no Brasil
Do DW Brasil

A matemática das multas ilustra bem os entraves enfrentados no Brasil para a punição de crimes ambientais. Em 2017, por exemplo, o valor total das multas aplicadas pelo Ibama foi de R$ 3,2 bilhões.No entanto, a média histórica aponta que apenas 5% do valor cobrado acaba sendo pago. E da soma arrecadada, 80% são destinados ao Tesouro Nacional, e apenas 20% ao Fundo Nacional do Meio Ambiente – destinado à implementação da Política Nacional do Meio Ambiente.
O principal motivo por trás dessa inadimplência vultosa é o trâmite lento dos processos. Primeiramente, na estrutura interna do Ibama. Uma auditoria da Controladoria Geral da União concluída em abril deste ano encontrou 96,4 mil processos parados no principal órgão de fiscalização ambiental do país à espera de digitalização. As multas não cobradas somam R$ 20,8 bilhões.
Quando os processos chegam à Justiça, ficam em banho-maria devido às restrições operacionais dos tribunais e aos recursos infindáveis movidos por infratores que apostam na lentidão do trâmite visando à prescrição dos crimes. (...).  
-  (Para continuar, clique Aqui).
....
A seguir, o Jornal GGN - aqui - destaca outros pontos da matéria acima:
(GGN)
Lentidão na Justiça, falta de pessoal e verbas travam punição de crimes ambientais no Brasil
“O estado do Pará, que historicamente lidera o índice de desmatamento no Brasil e também o de mortes por violência no campo, está desde o início do ano sem um superintendente nomeado no Ibama. O recado do governo é uma convocação à depredação da floresta”, criticou o procurador Camões Boaventura, em entrevista ao DW Brasil.
A reportagem aponta que a falta de pessoal e verbas para o principal órgão de fiscalização do país, somados à lentidão na Justiça resulta em entraves à punição de crimes ambientais.
Um exemplo é o processo contra a Samarco, mineradora controlada por Vale e BHP Billiton e que responde pelo maior desastre ambiental do país, por conta do rompimento da barragem de Mariana (MG), em 2015. A empresa foi multada em R$ 350 milhões pelo Ibama. Mas até hoje nenhum dos 25 autos de infração lavrados, que correspondem a esse montante total, foi pago, porque a Samarco recorre na Justiça de todos eles.
Ainda segundo a reportagem do DW Brasil, no balanço financeiro mais recente, divulgado em setembro de 2018, a Vale prevê um orçamento de R$ 13 milhões de perdas judiciais no curto prazo – valor que corresponde apenas a 0,16% do que a empresa terá que pagar caso seja condenada pelos processos ambientais que responde hoje e que totalizam R$ 7,93 bilhões.
Em abril, uma auditoria da Controladoria Geral da União apontou que existem hoje 96,4 mil processos parados no Ibama à espera de digitalização. Todos eles somam R$ 20,8 bilhões em multas não cobradas.
O Ibama sofre atualmente com um déficit de 47% no quadro de servidores. Desde o ano passado o órgão pleiteia a abertura de um concurso, mas sem resposta do governo federal.
O quadro sempre foi pouco favorável à proteção do Meio Ambiente no Brasil, bem antes do governo Bolsonaro. Entretanto, a atual gestão promove um discurso abertamente hostil ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.
“Após desautorizar uma operação do Ibama contra roubo de madeira dentro da Floresta Nacional do Jamari, em Rondônia, em um vídeo postado no Facebook, em abril, Jair Bolsonaro manifestou a intenção de mudar as regras sobre infrações ao meio ambiente estabelecidas no decreto 6.514 de 2008”, lembra João Soares que assina a matéria.
O decreto 6.514, assinado na gestão Lula, passou a autorizar o Ibama e órgãos conveniados a apreender equipamentos, cabeças de gado, produtos e até subprodutos agrícolas gerados de atividades criminosas em casos de infração. Essa foi uma alternativa na época, para driblar a lentidão da Justiça, apontada como responsável por ajudar na queda de 80% do desmatamento observada entre 2005 e 2012.
“Após esse intervalo, observou-se um aumento de 71% do indicador na Amazônia Legal entre 2012 e 2018. O ponto de virada é justamente o ano de aprovação do novo Código Florestal, 2012, que anistiou o desmatamento ilegal de 41 milhões de hectares, cujo reflorestamento foi abandonado”, pontua Soares.
“Essa anistia [decorrente do novo Código Florestal] passou uma sensação de impunidade imensa”, disse ao DW o pesquisador do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) Paulo Barreto. Ele ainda criticou os governos petistas que, antes do Código Florestal, usaram medidas provisórias para viabilizar projetos de hidrelétricas na região Norte.
“O agronegócio pensou: se o governo fez isso para o setor hidrelétrico, fará para nós também. Em resposta ao endurecimento da fiscalização ambiental, esse setor se organizou no lobby ruralista, e foi bem-sucedido no objetivo de anistiar o desmatamento ilegal”, ponderou Barreto.
O total de multas aplicadas pelo Ibama em 2017 foi de R$ 3,2 bilhões. Entretanto, a média arrecadada historicamente das multa aplicadas no ano é de apenas 5%. Além disso, cerca de 80% dos recursos obtidos pelo pagamento de multas são destinados ao Tesouro Nacional. O restante (20%), é encaminhado ao Fundo Nacional do Meio Ambiente, criado para implementar a Política Nacional do Meio Ambiente.