terça-feira, 20 de agosto de 2019

COMO O IMPLACÁVEL MORO LIVROU A CARA DO FUTURO ALIADO GUEDES

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Permitimo-nos registrar desde logo o comentário do leitor Carlos Elísio a propósito dos fatos referidos por Luis Nassif ...
"A verdade é uma só: todos ali envolvidos (incluí juízes, procuradores, advogados, setores da imprensa) sabiam desta maracutaia, que foi gerida no bacanal do golpe.
Não existe inocente neste conluio que transformou o país numa republiqueta que atualmente serve apenas como objeto de escárnio do mundo.
... para dizer que particularidade merecedora de ênfase em todo esse universo já tão pisado e repisado de inconstitucionalidades, em que brilham o engenho e a arte do intrépido ex-juiz de base, só o fato de que a palavra BACANAL é FEMININA, segundo Dad Squarisi (aqui), editora de Opinião do Correio Braziliense e comentarista da TV Brasília. 


Como o implacável Sérgio Moro livrou a cara do futuro aliado Paulo Guedes 

Por Luis Nassif (No GGN)

Dia desses, conversava com um alto membro do Judiciário que havia participado de um seminário na Universidade de Lisboa tempos atrás. Chegando lá, surpreendeu-se com a retórica dos velhos juristas portugueses, que eram taxativos: Sérgio Moro é corrupto. Isso porque é a maneira como o mundo civilizado se refere a um juiz que interfere em resultado eleitoral e, em seguida, é convidado para Ministro da parte vencedora.
A cada dia que passa, vão ficando mais delineados os contornos dessa corrupção.
A reportagem de hoje, da Folha, sobre a maneira como a Lava Jato poupou de denúncia o atual Ministro da Economia Paulo Guedes, é significativa da corrupção que tomou conta da operação.
O juiz que autorizou escutas em escritórios de advocacia que defendiam Lula descobre uma brecha jurídica improvável: os procuradores não advertiram o advogado de que ele tinha prerrogativas de advogado.
A peça de acusação dedicou uma mero rodapé de página ao envolvimento de Paulo Guedes com a operação.
Segundo a reportagem,
Hélio Ogama, ex-presidente da Econorte, firmou acordo de delação premiada e declarou em julho do ano passado que a prestação de serviços da Power Marketing à Tibagi era fictícia.
O próprio Nasser afirmou, em depoimento prestado durante buscas da Polícia Federal em sua casa, que sua empresa não funcionava e que recursos nela aportados foram usados em campanhas políticas.
Mas o depoimento foi anulado por Moro em junho de 2018, acolhendo pedido da defesa do assessor.
O então juiz declarou o interrogatório ilícito, pois o MPF não advertiu Nasser, que era advogado, de que tinha o direito de permanecer em silêncio.
No início de novembro de 2018, o vice-presidente Hamilton Mourão admitiu que o convite a Moro, para ser Ministro da Justiça, foi feito no início da campanha. E o mensageiro foi o próprio Paulo Guedes.
O anúncio oficial foi feito no próprio dia 1º de novembro.

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