segunda-feira, 30 de abril de 2012

APÓS DÉCADAS DE IMPUNIDADE...

COMISSÃO DE JURISTAS APROVA CRIMINALIZAÇÃO DO ENRIQUECIMENTO ILÍCITO


Alpino.

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Exemplo radical de discriminação: o modo como são tratados os recursos privados e os do erário: se alguém surrupia dinheiro de particular, a reação é enérgica e indignada. Se meliante(s) se apropria(m) de dinheiro público (fraude em licitação, propina etc), o tratamento é condescendente, com uma particularidade: quanto mais rico(s) tenha(m) ficado o(s) mão(s) leve(s), mais suave a 'punição' - quase sempre seguida de impressões do tipo "ah, uma coisa é preciso reconhecer: o cara é esperto!", ou "besteira, dinheiro público é assim mesmo, não tem dono". Valendo acrescer que o escroque continuará prestigiado: larápio é preservado como banqueiro e bicheiro se mantém empresário enquanto o assunto se segurar na mídia.

Dinheiro público, a maior vítima de bullying do Brasil.

PÍLULAS ANTICORRUPÇÃO


"Vejo (...) uma estratégia nesses vazamentos: eles têm acontecido em etapas estruturadas. Primeiro se atiça o alvo com pequenas pílulas. O alvo reage e responde e logo em seguida surgem as comprovações desmoralizantes. Foi assim com Demóstenes e com o Perillo. Não foi com o Agnelo porque as denúncias contra ele partiram principalmente da mídia.
Agora vazou todo o inquérito da Monte Carlo, que força a Veja a sair para o ataque sem saber exatamente o que existe no outro inquérito, ainda em segredo de justiça, onde estão as gravações (dos telefonemas) do Policarpo.
Logo pilulas do outro inquérito vazam, mais uma vez Veja surta e parte para o ataque, e finalmente será tudo vazado com as provas. É a desmoralização total. (...)"


(Comentário pinçado de um dos blogs que tratam da enxurrada de informações sobre práticas corruptas levadas a efeito pelo bicheiro Carlos Cachoeira e asseclas).

FUTURO EXTERMINADOR


Junião.

VIRTUOSISMO RELATIVO


Crimes, temos por aqui. Falta um país

Luis Fernando Veríssimo

Quando o grampo telefônico e a minicâmera escondida ainda não eram instrumentos de denúncia e moralização, o político corrupto podia contar com uma certa tolerância tácita dos seus pares e do público.

Mesmo quando não havia dúvidas quanto a sua corrupção, havia a disposição de perdoá-lo, até de folclorizá-lo — e o político que roubava mas fazia tinha o privilégio do artista, de ser um canalha em particular se sua obra o redimisse.
 
Uma única gravura do Picasso absolve uma vida de mau-caráter. A obra do Marquês de Sade é estudada com a mesma isenção moral dedicada à obra de Santo Agostinho — que nem sempre foi santo — e ninguém quer saber se o escritor engana o fisco ou bate na mãe se seus livros são bons.
 
Ou querer saber, queremos, mas só pelo valor de fuxico.
 
A absolvição custa um pouco mais quando o pecado do artista é o da ideologia errada. Pois se se admitia no político a perversão privada do artista, a única inconveniência intolerável no artista era a incorreção política.
 
Assim um Louis Ferdinad Céline e um Wilson Simonal tiveram que esperar a remissão que o tempo acabou dando a Kipling, Claudel, Nelson Rodrigues, Jean Genet, etc. Mas a receberam.
 
O político que declaradamente roubava mas se redimia fazendo tinha um pouco desta imunidade de artista. Sua obra justificava seus pecados, quando não era uma decorrência deles.
 
Todo o sistema de conveniências e deixa-pra-laísmo que domina o Congresso brasileiro e que está sendo testado agora presume a mesma desconexão entre moral privada e moral aparente. A cultura do clientelismo, onde o suposto proveito político substitui a ética, está baseada nela.
 
O que causou a atual revolta contra a roubalheira e a tolerância com a corrupção no Brasil, além das modernas técnicas de averiguação, é a constatação crescente de que aqui não se tem nem a ética nem o proveito, rouba-se para poucos e não se faz para a maioria.
 
Em cleptocracias mais avançadas a obra dos artistas do desenvolvimento, todos bandidos, redimiu-os. Empresários corruptores e políticos corruptos fizeram dos Estados Unidos, por exemplo, o que eles são hoje.
 
O capitalismo selvagem americano domou a si mesmo depois de construir um país, ou controlou-se razoavelmente, mas nos seus tempos desinibidos escandalizaria até o Cachoeira. Aqui se tem o crime mas ainda não se tem o país.

domingo, 29 de abril de 2012

HAICAI ÁRABE


AS REDES SOCIAIS
DESNUDAM
NOSSOS AIS

A 'AMNÉSIA' DE VEJA


Veja passou anos a servir-se de suculentas matérias arrumadas por Carlinhos Cachoeira. Pilhada, apoia-se num argumento: com suas denúncias, teria evitado rombo de milhões e milhões de Reais aos cofres públicos.

Sobre os ganhos (não só financeiros) obtidos por Cachoeira, seus parlamentares, empreiteiros e demais parceiros ao longo desses anos, nenhuma palavra.

Veja finge ter esquecido a lição nº l da cartilha neoliberal por ela tão louvada: não existe almoço grátis! 

JOGO DO BICHO


Nani.

JOGO DO BICHO

A deliciosa história sobre a invenção do jogo do bicho

Luiz Antonio Simas (historiador)

O jogo do bicho surgiu no Rio de Janeiro em 1893. A criação da loteria popular mais famosa do Brasil se deve ao complicado contexto político daqueles tempos. A República, recentemente proclamada, tentava sepultar os resquícios da Monarquia derrubada — e desse quiproquó entre os adeptos dos regimes surgiu o jogo. Explico.

Nos tempos da Monarquia, o Barão de Drummond, eminência política do Império e amigo da família real, era fundador e proprietário do Jardim Zoológico do Rio de Janeiro — que então funcionava em Vila Isabel.

A manutenção da bicharada era feita, evidentemente, com uma generosa subvenção mensal do governo, suficiente, diziam as línguas ferinas dos inimigos do Barão, para alimentar toda a fauna amazônica por pelo menos dez anos.

Quando a República foi proclamada, o velho Barão perdeu o prestígio que tinha. Perdeu, também, a mamata que lhe permitia, segundo o peculiar humor carioca, alimentar o elefante com caviar, dar champanhe francesa ao macaco e contratar manicure para o pavão.

Sem o auxílio do governo, o nosso Barão cogitou, em protesto, soltar os bichos na Rua do Ouvidor — o que, admitamos, seria espetacular — e fechar em definitivo o zoológico do Rio.

Foi aí que um mexicano, Manuel Ismael Zevada, que morava no Rio e era fã do zoológico, sugeriu a criação de uma loteria que permitisse a manutenção do estabelecimento. O Barão ficou entusiasmado com a ideia.

O frequentador que comprasse um ingresso de mil réis para o Zoo ganharia vinte mil réis se o animal desenhado no bilhete de entrada fosse o mesmo que seria exibido em um quadro horas depois. O Barão mandou pintar vinte e cinco animais e, a cada dia, um quadro subia com a imagem do bicho vitorioso.

Caríssimos, se bobear essa foi a ideia mais bem-sucedida da história do Brasil. Multidões iam ao zoológico com a única finalidade de comprar os ingressos e aguardar o sorteio do fim de tarde.

Em pouco tempo, o jogo do bicho tornou-se um hábito da cidade, como os passeios na Rua do Ouvidor, a parada no botequim, as regatas na Lagoa e o fim de semana em Paquetá. Coisa séria.

A República, que detestava o Barão, proibiu, depois de algum tempo, o jogo no zoológico. Era tarde demais.

Popularizado, o jogo espalhou-se pelas ruas, com centenas de apontadores vendendo ao povo os bilhetes com animais dadivosos. Daí para tornar-se uma mania nacional, foi um pulo. O jogo do bicho deu samba — com trocadilho.

Contei rapidamente a história da criação do jogo para constatar o seguinte: a situação atual do zoológico do Rio de Janeiro não parece ser muito diferente daqueles tempos bicudos do velho Barão de Drummond.

Dia destes, o próprio O Globo veio com uma reportagem chamando atenção para o desleixo a que o jardim está entregue em tempos recentes. Enquanto a loteria popular prosperou e virou uma espécie de instituição nacional, o zoológico não teve a mesma sorte.

O jogo, que a rigor foi criado apenas para tirar o zoológico da situação de abandono e com uma inocência digna das histórias de Polyana, a moça, chegou longe demais. Vejam, por exemplo, as atuais peripécias republicanas do bicheiro Carlinhos Cachoeira (curiosamente chamado por alguns da mídia de “empresário da contravenção”).

A inocente loteria popular ganhou asas e se transformou em uma complexa organização criminosa, com tentáculos inimagináveis que envolvem até mesmo cândidas vestais de ternos e togas do moralismo tupiniquim.

Deixo aqui a minha sugestão: já que o poder público aparentemente não dá pelota para a bicharada, confisquem as fortunas que o crime organizado amealhou em aparente conluio com os bacanas e poderosos da República.

Separem um pouquinho da grana tungada e, por justiça histórica, destinem o tutu ao carente Jardim Zoológico do Rio de Janeiro.

Uma parte do dinheiro do mafioso Cachoeira deve servir ao nobre destino de alimentar cobras, leões, passarinhos e macacos que, afinal de contas, fazem a alegria da criançada carioca em fins de semana.

A César o que é de César. Ou alguém aí sugere a criação de uma loteriazinha inocente que pode salvar o zoológico carioca desse abandono? Não recomendo.

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Acatada a sugestão do historiador - confisco das fortunas amealhadas pelo crime organizado e destinação de parte da grana ao carente Jardim Zoológico do Rio de Janeiro -, teríamos que com a parte remanescente da bolada (uma senhora bolada!) seria tranquilamente factível a manutenção de todos os zoológicos, jardins botânicos e abrigos de animais deste País ao longo de décadas! 

sábado, 28 de abril de 2012

ILUSTRAÇÃO


Paul Lachine.

SÃO MUITAS EMOÇÕES


Zope.

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Faz sentido: ao que consta, a vida de Cachoeira é pródiga em emoções. Segundo os noticiosos, a última delas ocorreu ao conhecer a relação dos parlamentares integrantes da CPMI: emocionado, caiu na gargalhada.

(O Barão de Itararé dizia que "de onde menos se espera, daí mesmo é que não sai nada", mas há quem faça pequena variação: "de onde nada se espera, muita coisa pode sair, bicho!"). 

FLAGRANTES DO FERIADÃO


Frank.

HEROÍNA EM APUROS


Berzé.

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"Carlos Cachoeira não forneceu uma ou duas informações à Veja. Teve, sim, uma longa convivência que, em termos biológicos, teria o nome de mutualismo: uma interação entre duas espécies que se beneficiam reciprocamente." (Fernando Brito, aqui).

Entreouvido no bar da esquina: "Mutualismo... taí, gostei. Dizem que bom mesmo é o mutualismo radical, que vai às últimas consequências: os dois se esborracham abraçados."

sexta-feira, 27 de abril de 2012

A CARTILHA DA DESINFORMAÇÃO

Falácias, chicanas e rasteiras são presenças contumazes nesse mundo, sabemos. No momento presente, bastidores dos mais variados formatos e matizes se mobilizam no sentido de tirar proveito da situação ou dela desvencilhar-se. Da discussão nasce a luz - mas certos experts sabem para onde apontar os holofotes, ou mesmo desligá-los. O texto a seguir dá uma geral sobre o tema, e a fonte dele está aqui.


Vinte e cinco maneiras de suprimir a verdade

Construído em cima das “Treze Técnicas para Suprimir a Verdade”, de David Martin, a lista que se segue pode ser útil para o iniciado no mundo de verdades veladas e meias verdades, mentiras e supressão da verdade, que acontecem quando crimes graves são discutidos publicamente. Isto, infelizmente, inclui todos os meios de comunicação de hoje em dia, que são as maiores fontes de desinformação.

Sempre que o crime envolver uma conspiração, ou uma conspiração para encobrir um crime, haverá invariavelmente uma campanha de desinformação lançada contra aqueles que procuram descobrir e expor a verdade e/ou conspiração. Existem táticas específicas que artistas da desinformação tendem a aplicar, as quais apresentarei em seguida.

Os artistas da desinformação e aqueles que os controlam (aqueles que irão sofrer se o crime for resolvido) devem procurar evitar um exame completo e racional de qualquer cadeia de provas que fosse incriminá-los. Uma vez que fatos e verdades raramente caem por conta própria, eles devem ser superados com mentiras e enganos. Aqueles que são profissionais na arte da mentira e do engano, como a comunidade de inteligência, as autoridades governamentais e obviamente a mídia corporativa, tendem a aplicar neste processo ferramentas razoavelmente bem definidas e observadas. No entanto, o público em geral não é bem armado contra essas armas, e é muitas vezes facilmente enganado por essas táticas.

Surpreendentemente, nem os meios de comunicação nem as autoridades legais foram treinados para lidar com estas questões. Na maior parte do tempo, apenas os desinformantes compreendem as regras do jogo.

Espero que seja de grande valia para aqueles que estão começando a ver como as coisas realmente funcionam, bem como para aqueles que instintivamente já perceberam como estas táticas são utilizadas, conhecer exatamente cada uma das táticas e subterfúgios daqueles que pretendem esconder a verdade:

1. Não ouça o mal, não veja o mal, não fale do mal. Independentemente do que você sabe, não discuta, especialmente se você é uma figura pública, âncora de TV, etc. Se você não for informado é porque não aconteceu, e você nunca terá que lidar com os problemas.

2. Torne-se incrédulo e indignado. Evite discutir os principais problemas e ao invés foque em questões laterais que podem ser utilizadas para mostrar o tema como sendo crítico de algum grupo ou tema intocável. Este método é também conhecido como “Como você se atreve?!“. Um bom exemplo é quando alguém questiona a versão oficial do 11 de setembro e a mídia diz isto é uma afronta às famílias das vítimas.

3. Crie boateiros. Evite discutir os problemas, descrevendo todas as acusações, independentemente das provas, como meros rumores e acusações selvagens. Outros termos depreciativos mutuamente exclusivos da verdade podem funcionar muito bem. Este método funciona especialmente bem com a silenciosa imprensa, porque a única maneira que o público poderá conhecer os fatos é através destes “boatos incertos”. Se você puder associar o material com a Internet, use isto para certificar a acusação como uma “fofoca” que não pode ter base na realidade. Isto foi muito usado pela rede globo durante a falsa pandemia da gripe suína.

4. Use um “espantalho”. Ache ou crie um elemento do argumento de seu oponente que você possa facilmente derrubar para você se sair bem e o seu adversário ficar em uma posição desfavorável. Ou então crie um problema que você possa implicar com segurança que exista com base na sua interpretação do adversário, nos argumentos do adversário ou da situação, ou então selecione o aspecto mais fraco das acusações mais fracas. Amplifique o seu significado e as destrua de uma forma que pareça desmentir todas as acusações, as reais e as fabricadas, enquanto na verdade evita a discussão das questões reais.

5. Desvie os adversários através de xingamentos e ridicularização. Isso também é conhecido como o estratagema do “ataque ao mensageiro”, embora outros métodos qualifiquem como variantes dessa abordagem. Associe adversários com títulos impopulares, como “malucos”, “de direita”, “liberal”, “esquerda”, “terroristas”, “teóricos da conspiração”, “radicais”, “milícias”, “racistas”, “religiosos fanáticos”, “drogados”, “desviados sexuais”, e assim por diante. Isso faz com que outros removam o seu apoio com medo de receber o mesmo rótulo, e assim você evita lidar com os problemas. Esta tática foi muito utilizada quando Charlie Sheen veio a público questionando a versão oficial do 11 de setembro.

6. Bata e Corra. Em qualquer fórum público, faça um breve ataque ao seu oponente ou a posição de adversário e em seguida pule fora antes que uma resposta possa ser dada, ou simplesmente ignore qualquer resposta. Isso funciona muito bem em ambientes de internet e em cartas ao editor, onde um fluxo constante de novas identidades pode ser utilizado sem ter que explicar o raciocínio crítico – simplesmente faça uma acusação ou outro ataque, nunca discutindo as questões, e nunca respondendo a qualquer resposta posterior, por que isto dignificaria o ponto de vista do oponente.

7. Questione os motivos. Distorça ou amplifique qualquer fato que possa insinuar que o adversário opera a partir de uma agenda oculta pessoal ou esteja sendo tendencioso de qualquer outra forma. Isso evita discutir as questões e força o acusador a ficar na defensiva.

8. Invoque autoridade. Reivindique para si mesmo autoridade ou se associe com autoridade e apresente seu argumento com o “jargão” ou “minúcias” o suficiente para ilustrar que você é “quem sabe”, e simplesmente diga que não é assim, sem discutir as questões ou demonstrar concretamente o porquê ou citar fontes.

9. Banque o idiota. Não importa o argumento de que a evidência ou lógica é oferecido, evite discutir questões negando que elas têm qualquer credibilidade, fazem qualquer sentido, fornecem qualquer prova, contêm ou esclarecem uma questão, têm lógica, ou dão apoio a uma conclusão. Misture bem para ter o máximo efeito.

10. Associe as acusações do adversário com notícias antigas. Normalmente um derivado da estratégia do “espantalho”, em qualquer assunto de grande escala e alta visibilidade, alguém irá fazer acusações no início que podem ser ou já foram resolvidos facilmente. Se futuras acusações forem previsíveis, faça o seu lado levantar uma questão “espantalho” e a trate no início, como parte dos planos de contingência. As acusações subsequentes, independentemente da validade ou mesmo que cubram novas descobertas, elas geralmente podem ser associadas com a acusação inicial e refutadas como sendo uma simples repetição que pode ser refutada sem a necessidade de abordar as questões atuais – ainda melhor quando o adversário está ou esteve envolvido com a fonte original.

11. Estabeleça posições onde você possa retroceder. Usando uma questão ou elemento menos importante dos fatos, aja com classe, “confesse” com franqueza que algum erro inocente, em retrospecto, foi feito, mas que os adversários aproveitaram a oportunidade para colocar tudo fora de proporção e implicam criminalidades maiores, que simplesmente “não é assim.” Outros podem reforçar isto em seu nome mais tarde. Feito corretamente, isso pode angariar a simpatia e o respeito de “jogar limpo” e “reconhecer” os seus erros, sem abordar as questões mais graves. Esta tática foi muito utilizada pelo IPCC quando veio a público que grande parte de suas estimativas de derretimento de geleiras, perda da floresta amazônica, entre outros, eram exageradas e não eram baseadas em estudos científicos.

12. Enigmas não têm solução. Inspirando-se na cadeia de eventos em torno do crime e da multiplicidade de participantes e eventos, pinte todo o assunto como muito complexo para ser resolvido. Isso faz com que aqueles que acompanhem o assunto comecem a perder o interesse mais rapidamente sem ter que resolver os problemas reais.

13. Lógica da “Alice no País das Maravilhas”. Evite o debate das questões raciocinando de trás para a frente com uma aparente lógica dedutiva de uma forma que deixe de fora qualquer fato material real.

14. Exija soluções completas. Evite as questões exigindo de seus opositores a resolução do crime atual completamente, um truque que funciona melhor para itens que qualifiquem-se para a regra 10 (Associe as acusações do adversário com notícias antigas).

15. Encaixe os fatos em conclusões alternativas. Isto requer um pensamento criativo, a menos que o crime tenha sido planejado com conclusões de contingência.

16. Desapareça com provas e testemunhas. Se elas não existirem, não existe fato, e você não terá de resolver o problema.

17. Mude de assunto. Normalmente utilizado em conexão com um dos outros estratagemas listados aqui, encontre uma maneira de desviar a discussão com os comentários abrasivos ou controversos, na esperança de chamar a atenção para um tema novo, mais fácil de lidar. Isto funciona especialmente bem quando os oponentes podem “discutir” com você sobre o tópico novo, e polarize a arena de discussões, a fim de evitar discutir questões mais fundamentais.

18. Emotive, antagonize, e incite os oponentes. Se você não poder fazer mais nada, repreenda e insulte os seus adversários e os leve a respostas emocionais que possam fazê-los parecer tolos e emotivos, o que geralmente tornam o seu material um pouco menos coerente. Não só você vai evitar discutir os problemas em primeiro lugar, mas mesmo que a sua resposta emocional foque na questão em discussão, você pode ainda evitar as questões ao se concentrar em como eles “são sensíveis a críticas”.

19. Ignore a prova apresentada, e exija provas impossíveis. Esta é talvez uma variante da regra do “banque o tolo”. Independentemente do material que possa ser apresentado por um adversário em fóruns públicos, alegue que a prova material seja irrelevante e exija uma que seja impossível para o adversário mostrar (ela pode existir, mas não pode estar à sua disposição, ou pode ser algo que seja sabido que possa ser facilmente destruído ou retido, tal como a arma de um crime). Para evitar completamente discutir questões, desminta categoricamente e seja crítico da mídia ou livros como fontes válidas, negue que as testemunhas sejam aceitáveis, ou mesmo negue que as declarações feitas por autoridades governamentais ou outras têm qualquer significado ou relevância.

20. Falsas provas. Sempre que possível, introduza novos fatos ou pistas projetados e fabricados para entrar em conflito com as apresentações do adversário para neutralizar questões sensíveis ou dificultar a resolução. Isso funciona melhor quando o crime foi planejado com contingências para este propósito, e os fatos não podem ser facilmente separados das invenções.

21. Chame um Grande Júri, Promotoria Especial, ou outro organismo habilitado para investigações. Subverta o processo para seu próprio benefício e efetivamente neutralize todas as questões sensíveis, sem uma discussão aberta. Uma vez convocado, as evidências e testemunhos devem ser secretos. Por exemplo, se o advogado de acusação estiver do seu lado, ele pode garantir que o Grande Júri não ouça nenhuma evidência útil e que as provas sejam vedadas e indisponíveis para investigações posteriores. Depois de um veredicto favorável (geralmente, esta técnica é aplicada para inocentar o culpado, mas também pode ser utilizada para obter acusações quando se procura enquadrar uma vítima) for alcançado, o assunto pode ser considerado oficialmente encerrado.

22. Fabrique uma nova verdade. Crie o seu próprio perito(s), grupo(s), autor(es), líder(es) ou influencie os existentes para forjar novos caminhos através de pesquisa científica, investigativa ou social, ou testemunho que conclua favoravelmente. Desta forma, se você realmente precisar lidar com as questões relevantes, você pode fazê-lo com autoridade.

23. Crie distrações maiores. Se as estratégias acima não funcionarem para desviar questões sensíveis, ou para impedir a indesejável cobertura da mídia de eventos que não se possa impedir, tais como julgamentos, crie notícias mais importantes (ou as trate como tal) para distrair as multidões.

24. Silencie os críticos. Se os métodos acima não funcionarem, considere remover os oponentes de circulação através de uma solução definitiva, para que a necessidade de abordar as questões seja totalmente removida. Isso pode ser através de sua morte, prisão e detenção, chantagem ou destruição do seu caráter pela liberação de informações de chantagem, ou simplesmente pela intimidação adequada usando chantagem ou outras ameaças.

25. Desapareça. Se você é um portador de segredos importantes relacionados a algum crime ou conspiração e você acha que o calor está ficando muito quente, para evitar os problemas, desapareça.

NOVO CÓDIGO FLORESTAL


Ed Carlos.


Dum.

STF: COTAS SÃO CONSTITUCIONAIS

Foto: Nelson Jr.

STF 10 X O elites nacionais.

"A partir dessa decisão, o Brasil tem mais um motivo para olhar no espelho da história e não se corar de vergonha."

Palavras do ministro-presidente Ayres Britto.

(A alusão às elites nacionais tem o propósito de homenagear o antropólogo Darcy Ribeiro, que diagnostificava um dos males de que padecem: o de jamais terem aceito o fim da escravidão no Brasil).

PICASSO E O ESPELHO


Elvis C. Rodriguez.

OLD PHOTO


Menina afegã. 1990. Foto de Steve McCurry, da National Geographic. Em lugar de "menina afegã", eu deveria ter escrito "outra menina afegã", visto que McCurry se notabilizou por revelar ao mundo o rosto de uma outra menina, foto que recebeu o título de Menina Afegã. Seja como for, fica patente uma habilidade do fotógrafo: saber captar a privação e o sofrimento, permeados de determinação. 

quinta-feira, 26 de abril de 2012

ISRAEL RECONHECE: IRÃ NÃO PREPARA BOMBA NUCLEAR

Ilustração: emad Hajjaj.
Uma notícia especial

Janio de Freitas, da Folha de S. Paulo

A conclusão de Israel de que o Irã não está trabalhando na bomba brinda o Brasil e a Turquia

O MUNDO mudou em poucos minutos ontem.

Foi o tempo para que se difundissem as conclusões no governo de Israel -por aqui, divulgadas com atraso- de que o Irã não está trabalhando na produção de bomba nuclear. Por seus tantos significados e pelo inesperado, uma notícia que se integra àquelas de natureza especial no jornalismo, pelo poderoso efeito imediato em cada ser de bom senso, mundo afora.

Foi também o dia das diplomacias do Brasil e da Turquia, e em particular do ex-presidente Lula e do recém-eleito presidente Tayyp Erdogan, da Turquia.

À época presidente brasileiro e primeiro-ministro turco, os dois estiveram na iminência de antecipar o fim do clima de pré-guerra contra o Irã. O êxito de sua intermediação no problema, a pedido de Barack Obama, trouxe grande probabilidade de negociações esclarecedoras dos iranianos e de distensão dos temores de Israel e do Ocidente.

Visto o êxito, Barack Obama deu as costas aos dois e à oportunidade sem precedente.

Hoje, a conclusão emitida por altas figuras israelenses brinda o Brasil e a Turquia. E vale como denúncia das responsabilidades de Barack Obama, e em parte também da ONU, pelos últimos dois anos de tensão, de castigos econômicos impostos ao povo iraniano e da difícil contenção de um ataque israelense ao Irã. A título preventivo do que, está dito em Israel, não havia a prevenir.

Dentre os pronunciamentos israelenses de ontem, a meu ver o realce cabe ao de Ehud Barak, general e ministro da Defesa, segundo o qual "o Irã ainda não decidiu fazer a bomba nuclear".

Nem ao menos decidiu.

Quando primeiro-ministro, por período a que o radicalismo de direita negou maior duração, Ehud Barak mostrou empenho sincero no alcance de convivência pacífica com os palestinos e os demais árabes. Atual integrante do governo ultradireitista de Netanyahu, no arranjo político para compor um gabinete, Ehud Barak falou duro sobre e contra o Irã, mas jamais engrossando as ansiedades belicistas do primeiro-ministro.

É verdade que já vivemos muitos momentos promissores, logo frustrados, na questão do Oriente Médio. Ainda que não pareça, o de agora pode repetir os anteriores. Mas o que ficará das afirmações feitas influirá daqui para a frente.

Outra hipótese, política e menos provável, é a de que Ehud Barak e outros tenham se exposto, com informações ainda insuficientes, para dificultar a aceleração sigilosa de ações desejadas por Netanyahu. Estas e outras hipóteses exigem a mesma coisa: esperar para ver se alguma prevalece.

Até lá, por breve que seja, um novo clima no mundo é benfazejo.

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Excelente notícia. Porém, convém seguir a recomendação do articulista: aguardemos, para ver no que vai dar.
Aguardemos também a divulgação do assunto nos (demais) grandes veículos de comunicação. Ou será que silenciarão a respeito?

CAINDO NA REAL


Kayser.

O ONIPRESENTE


Pelicano.

COTAS: ECOS DE DEMÓSTENES


Hoje o STF julgará as cotas

Elio Gaspari

O Supremo Tribunal Federal julgará hoje a constitucionalidade das cotas para afrodescendentes e índios nas universidades públicas brasileiras. No palpite de quem conhece a Corte, o resultado será de, pelo menos, sete votos a favor e quatro contra. Terminará assim um debate que durou mais de uma década e, como outros, do século 19, expôs a retórica de um pedaço do andar de cima que via na iniciativa o prelúdio do fim do mundo.

Em 1871, quando o Parlamento discutia a Lei do Ventre Livre, argumentou-se que libertando-se os filhos de escravos condenava-se as crianças ao desamparo e à mendicância. "Lei de Herodes", segundo o romancista José de Alencar.

Quatorze anos depois, tratava-se de libertar os sexagenários. Outro absurdo, pois significaria abandonar os idosos. Em 1888, veio a Abolição (a última de país americano independente), mas o medo a essa altura era menor, temendo-se apenas que os libertos caíssem na capoeira e na cachaça.

Como dizia o Visconde de Sinimbu: "A escravidão é conveniente, mesmo em bem ao escravo". A votação do projeto foi acelerada pelo clamor provocado pelo linchamento de um promotor que protegia negros fugidos no interior de São Paulo. Entre os assassinos, estava James Warne, vulgo "Boi", um fazendeiro americano que emigrara depois da derrota do Sul na Guerra da Secessão.

As cotas seriam coisa para inglês ver, "lumpenescas propostas de reserva de mercado". Estimulariam o ódio racial e baixariam a qualidade dos currículos da universidades. Como dissera o barão de Cotegipe, "brincam com fogo os tais negrófilos". Os cotistas seriam incapazes de acompanhar as aulas.

Passaram-se dez anos, pelo menos 40 universidades instituíram cotas para afrodescendentes e hoje há milhares de negros exercendo suas profissões graças à iniciativa.

O fim do mundo ficou para a próxima. Para quem acha que existe uma coisa como ditadura dos meios de comunicação, no século 21, como no 19, todos os grandes órgãos de imprensa posicionaram-se contra as cotas. Ressalve-se a liberdade assegurada aos articulistas que as defendiam.

Julgando a constitucionalidade das iniciativas das universidades públicas que instituíram as cotas, o Supremo tirará o último caroço da questão. No memorial que encaminharam na defesa do sistema, os advogados Márcio Thomaz Bastos, Luiz Armando Badin e Flávia Annenberg começaram pelos números:

"Em 2008, os negros e pardos correspondiam a 50,6% da população e a 73,7% daqueles que são considerados pobres. (...) Em 1997, 9,6% dos brancos e 2,2% dos pretos e pardos de 25 ou mais idade tinham nível superior".

E concluíram: "A igualdade nunca foi dada em nossa história. Sempre foi uma conquista que exigiu imaginação, risco e, sobretudo, coragem. Hoje não é diferente".

O senador Demóstenes Torres, campeão do combate às cotas, chegou a lembrar que a escravidão era uma instituição africana, o que é verdade, mas não foram os africanos que impuseram as escravatura ao Brasil.
 
Nas suas palavras: "Não deveriam ter chegado aqui na condição de escravos, mas chegaram...."

Hoje o Supremo virará a última página da questão. Ninguém se lembra de James Warne, mas Demóstenes será lembrado por outras coisas. (Fonte: aqui).

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O artigo de Gaspari é pró-cotas, como vemos. Acompanho a posição manifestada. Mas há quem assuma entendimento divergente, como Carlos Orsi, cujos argumentos podem ser conhecidos AQUI.
No mais, coerência é com Demóstenes (como ele declarou na semana passada, ao ser instado sobre o porquê de não haver assinado a petição da CPMI): campeão de araque da moralidade, campeão demista do combate às cotas.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

FUTEBOL ARTE


Elias.

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Agregações recentíssimas: Cristiano Ronaldo, Sérgio Ramos, Kaká...

(Chelsea/Barcelona, Real/Bayern: dois jogaços. O futebol é mesmo uma arte!).

QUEREM AFOGAR A CPI DO CACHOEIRA


Elvis.


Newton Silva.

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Os chargistas sugerem a ineficácia da CPMI do Cachoeira, certamente em razão do verificado em CPIs passadas. Mas Kakay e Márcio Thomaz Bastos, advogados de Demóstenes Torres e Carlinhos Cachoeira, respectivamente, radicalizam: apostam no afogamento, na extinção da CPMI por inexistência de objeto (a não observância de foro privilegiado para Demóstenes implicaria, segundo eles, a anulação das provas colhidas - e consequentemnte a extinção do feito).
A ideia defendida por Kakay e Bastos não deverá prosperar, uma vez que a investigação tinha foco no bicheiro, sendo que Demóstenes entrou 'acidentalmente' no lamaçal. (Esse é o entendimento da Procuradoria-geral da República, mas o martelo, claro, está com o STF).
Quanto à pizza antevista pelos chargistas, o futuro a Deus pertence. (Epa!)

DICIONÁRIO DA LÍNGUA MORTA


Lançado há poucos dias:

Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Morta; Alberto Villas; Editora Globo Livros.

"Por verbetes à maneira de um dicionário convencional, o autor fez um inventário de palavras em desuso no Brasil, como abreugrafia (raio-x de tórax), curé (vergonha, vexame), cutuba (eficiente, esperto) e mafuá (bagunça).

Entre termos de fato esquecidos, há, porém, inúmeros que ainda são fartamente usados no país, como abafar (no sentido de fazer sucesso), meleca (sujeira de nariz), fuleiro (simplório, vagabundo), emburrado (chateado), pé de chinelo (pobre) etc." (Fonte: aqui).

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Entreouvido no bar da esquina: "Tem aquela do otimista convicto, que espera um dia desses encontrar certos verbetes, como 'impunidade', 'assassinato de reputação', 'grampo sem áudio' etc, etc, etc".

terça-feira, 24 de abril de 2012

HAICAI PRO MESSI

Pelé - por Fraga.

sem fim do mundo, menino
não há que falar em réquiem
só em tango argentino

ÁLBUM DE FAMÍLIA


Árvore e seu guri.

Crist.

DIÁLOGO TRANSCENDENTAL


- A CPMI do Cachoeira vai finalmene começar a funcionar. Vamos ver, agora, onde é que a coruja dorme. Melhor ainda: o que é que a coruja .

- Ué, por que esse em negrito?

- Veja bem: fui sutil.

- Bom mesmo é que vamos ver toda a bandalheira da Delta, que o governo acobertou, e...

- Peraí, todos os contratos firmados pelo governo com a Delta estão disponíveis na web. Basta clicar aqui!

- Ih, cara, é mesmo! Pô, mas a mídia não divulgou essa notícia de maneira nenhuma!

- Pra você ver.

BANQUEIROS INCONFORMADOS


Son Salvador.

CORRUPÇÃO PRÉVIA


Samuca.

SOBRE IDEIAS E AMIZADE

Cineasta Paulo Cezar Saraceni (montagem; ao lado, estatueta do prêmio Kikito de Ouro, do Festival de Gramado), um dos pais do Cinema Novo. Foi Paulo quem cunhou a frase - repassando-a para Glauber Rocha - que resumia a 'nova escola': "uma ideia na cabeça e uma câmera na mão".
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Amigo é assim

Ruy Castro

Paulo Cezar Saraceni, que morreu (recentemente) aos 78 anos, foi o cineasta mais pobre que já existiu. Não ligava para dinheiro, não acreditava em dinheiro e, não se sabe como, conseguia fazer filmes sem dinheiro.

Aliás, sabe-se, sim. Os amigos acreditavam em seus filmes, cachê era o de menos. Esses amigos eram Leila Diniz, Raul Cortez, Marília Pêra, Ney Latorraca, Hugo Carvana, muitos mais -e Antonio Carlos Jobim.

Em 1962, antes da explosão de "Garota de Ipanema", os americanos já viam em Jobim o homem de "Desafinado" e "Samba de Uma Nota Só". Para construir sua carreira nos EUA, bastava que ele fosse para lá.

Pois, justo naquele ano em que estava pronto para conquistar o mundo, Tom, num papo casual com Saraceni, provavelmente no Veloso, em Ipanema, ofereceu-se para fazer uma canção para o filme que o amigo estava rodando, chamado "Porto das Caixas". Ofereceu porque ofereceu -porque gostava de Saraceni. Dali nasceu "Valsa de 'Porto das Caixas'", uma das peças mais bonitas e delicadas da obra de Tom.

Em 1963, com "The Girl from Ipanema" nas paradas e Tom já em Nova York, Hollywood começou a jogar milhões sobre ele para que musicasse seus filmes. Tom os recusou, um a um -entre estes, "A Pantera Cor de Rosa", naquele ano, e "Um Caminho para Dois", em 1967. Os dois foram para Henry Mancini, que não se importava de fazer o que Tom não faria. "O galã toma o carro e ouve-se uma musiquinha de dez segundos. O galã chega e ouve-se outra musiquinha de dez segundos. Mas isso não é música", Tom dizia.

Veloso, 1970, Tom e Saraceni à mesa. Saraceni fala de seu novo filme, "A Casa Assassinada". E Tom oferece-lhe outra canção -que seria "Crônica da Casa Assassinada", lançada no filme e depois, ampliada e incluída por Tom no disco "Matita Perê". Amigo é assim.

VIVE LA FRANCE!

François Hollande (gauche) X Nicolas Sarkozy (droite)...


Delucq.


Philippe Morelle.
(Le Pen, da direitista radical Frente Nacional, não quer papo com Sarka. Mas ele torce pra que ela esteja só fazendo charminho).

segunda-feira, 23 de abril de 2012

ESFORÇO HERCÚLEO


Entreouvido na sala de recepção: "Não li - mas imagino o quanto o jornalismo investigativo deve ter-se empenhado para dar corpo (alto? baixo? mediano? gordo?) a matéria tão pungente!"

CARTUM


Joruju Piroshiki.

DIA NACIONAL DO CHORO


Hoje é o DIA NACIONAL DO CHORO, patrimônio e tradição da Música Popular Brasileira.

Dia Nacional do Choro é sinônimo de Jacob do Bandolim - particularidade que a pesquisadora Laura Macedo levou em conta ao oferecer bela homenagem, que pode ser lida/ouvida AQUI.

A ANTERIORIDADE DO DESCOBRIMENTO DO BRASIL


Portugal planejou a conquista do Brasil

Em 22 de abril de 1500, a esquadra portuguesa, composta por dez naus e três caravelas, sob as ordens do fidalgo Pedro Álvares Cabral, chegou ao litoral baiano - o local exato do desembarque ainda é motivo de discussão entre moradores de Porto Seguro e de Baía Cabrália. Alguns continuam insistindo em usar a expressão "descobrimento do Brasil", quando o correto é "conquista do Brasil", gostem ou não os simpatizantes do colonialismo lusitano.

O termo deturpado passou a ser comum depois do decreto de Felipe II, da Espanha, em 1556, proibindo o uso da expressão "conquista da América" nos documentos oficiais, porque preservava na memória a existência de guerra, invasão, massacre, luta entre o conquistador europeu e os povos americanos ou pré-colombianos. Tal decreto alcançou o Brasil quando este passou a pertencer à coroa espanhola durante a crise sucessória, de 1580 a 1640. E para camuflar ações violentas dos colonizadores portugueses, tornou-se comum ouvir que "Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil".

Afirmar a descoberta do Brasil pelos portugueses pressupõe a crença de que estes desconheciam a existência destas terras. Sendo assim, não haveria sentido em o rei dom João II lutar pela assinatura de um tratado com a Espanha que favorecesse seu país, assegurando-lhe boa porção de terras no novo continente, cerca de seis anos antes da chegada de Cabral.

Inter Coetera

Com o retorno de Colombo à Europa, em 1492, após a primeira viagem à América, os reis católicos da Espanha, Isabel de Castela e Fernando de Aragão, trataram de garantir as terras conquistadas solicitando ao papa Alexandre VI - Rodrigo Borgia -, que era espanhol, um documento concedendo-lhes os direitos de posse. Assim, a Bula Inter Coetera (Entre Outras Coisas) delegava todas as terras do Ocidente ao reino espanhol. Trabalhando rápido, os espiões palacianos alertaram dom João II, de Portugal, que protestou e ameaçou iniciar um conflito na Península Ibérica.

No ano seguinte, 1493, pressionado pela ala católica portuguesa, o papa Alexandre VI assinou a segunda Bula Inter Coetera, estabelecendo a divisão das terras americanas entre Espanha e Portugal. Nela, ele determinava que todas as "terras" até cem léguas das ilhas de Cabo Verde seriam de Portugal, além disto, a oeste, seriam da Espanha. Sentindo-se enganado, pois só restava a Portugal o Oceano Atlântico, o rei ameaçou novamente iniciar uma guerra contra a Espanha.

Apavorados, os espanhóis recorreram ao chefe da Igreja que, em 1494, emitiu a terceira Bula Inter Coetera, traçando nova linha imaginária a 370 léguas das ilhas de Cabo Verde. As condições foram aceitas e o acordo assinado em 7 de junho na cidade espanhola de Tordesilhas, dando nome ao tratado divisório. O jornalista e historiador Eduardo Bueno, em Capitães do Brasil, corrobora com esse fato. "Em 1494, castelhanos e portugueses tinham dividido o mundo entre si. Alijados daquela partilha, os franceses não aceitavam a validade jurídica dos acordos firmados na pequena cidade de Tordesilhas", pois contra este se levantou o rei francês Francisco I, perguntando onde estava "o testamento de Adão dividindo o mundo entre Portugal e Espanha".

Para continuar, clique AQUI.

domingo, 22 de abril de 2012

CARTUM


João Montanaro.

POSSO PERGUNTAR?


A Veja conviveu por anos com Cachoeira, suprindo-se de grampos e retribuindo com matérias de interesse do bicheiro, além de um obsequioso e fundamental silêncio sobre as falcatruas perpetradas pela quadrilha. Surpreendida pelos fatos - graças à louvável ineficácia dos Nextel -, inicialmente emudeceu, depois ensaiou ataque enviesado e agora passou a ministrar aulas sobre ética!

Mas Veja certamente não admitiria ter suas aulas aparteadas por indagações do tipo: "O que teria sido de Cachoeira sem a parceria de Veja?"

Os tentáculos de Cachoeira foram impunemente ampliados a partir da ética de Veja. Que conta com a solidariedade comovente de coirmãos Brasil afora.

CACHOEIRA DAS ÁGUAS TURVAS


S. Salvador.

ILUSTRADORES DA SERRA DA CAPIVARA

Clique na ilustração para ver mais.

Da consagrada ilustradora Mariana Massarani:

A primeira vez em que fui para a Serra da Capivara foi em 1999. Fiquei pasma e muito emocionada! Para um ilustrador as pinturas rupestres são a glória máxima da nossa profissão. No tempo em que nem existia o alfabeto a história chegou até nós por causa dos desenhos.
Estas pinturas são livros ao ar livre. Os primeiros registros do Brasil.
Fico curiosa imaginando como esta região hoje pouco povoada era animadísssima.
No nosso país inteiro encontramos os desenhos pré-históricos.
Desde esta visita queria bolar um livro sobre nossos antepassados desenhistas. Que bom que a inspirada Denise apareceu!

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Os livros ao ar livre estão no Piauí. E o blog Muitos Desenhos, da Mariana, AQUI.

sábado, 21 de abril de 2012

DEFESA PRÉVIA


"Se a publicação do produto do crime tiver relevância para evitar crimes piores, e mesmo que isso ajude a vender revistas, não se incorre em falha ética. Se um jornalista furtar da pasta de uma pessoa, por exemplo, um plano para explodir a represa de Itaipu e se com a publicação do plano ele evitar o ataque terrorista - e ainda vender mais revistas –, a implicação ética lhe será altamente favorável".


(Eurípedes Alcântara, diretor de redação da revista Veja, tentando explicar a longa e produtiva relação de seu jornalista Policarpo Jr. com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, matéria que certamente será objeto de apuração pela CPMI recentemente criada. Observações do comentarista Foo, no blog do jornalista Luis Nassif:

O problema é quando o repórter mantém uma relação durante anos com o "terrorista", usando o resultado de seus crimes para atacar os adversários da revista... e nunca entrega o criminoso à polícia!!!

Pois é exatamente esse o caso da relação de Policarpo com Cachoeira: ele usou as informações oferecidas pelo criminoso, nunca moveu uma palha para denunciá-lo, e em alguns casos chegou a defender seus interesses.

A sequência de capas das últimas semanas mostra que a Veja primeiro tentou omitir o fato; depois passou ao ataque, dizendo que a CPI era uma cortina de fumaça; e agora mesmo tenta transformá-la em "CPI da Delta", tirando o foco de Cachoeira e colocando-o sobre uma empreiteira que faz negócios com governos de todo o Brasil -- inclusive do PT.

Este último movimento é útil para Cachoeira, sendo o resultado esperado a diminuição do ímpeto da investigação. Em última instância, o que a Veja quer é enterrar a CPI.

Mas nao vai conseguir).

DUPLA FALTA


Aroeira.

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Peluso O x O Barbosa.
Como diria o outro, nada é para sempre, nem mesmo o lugar-comum. Por exemplo, "comportar-se como um magistrado". Rio Grande do Norte, São Paulo, Rio de Janeiro, em 'n' localidades do País tal lugar-comum passa a ter acepção 'desconforme'... Até mesmo em pleno Wembley!

CPI DO CACHOEIRA


Pelicano.


Nani.

O BEIJA-FLOR DO EFRÉM


"Quando minha mãe, Isabel Ribeiro, de 97 anos, estava gemendo muito e os medicamentos não conseguiam conter a dor, lá em casa apareceu, durante a madrugada, um beija-flor. A gente mora em uma chácara. O beija-flor entrou quando uma janela foi aberta. Ele foi dentro de casa perto da parede e da geladeira. Pela manhã, ele tinha ido embora."


(Efrém Ribeiro, jornalista titular da coluna Informe, do jornal Meio Norte, Teresina, a propósito das horas que antecederam a morte de sua mãe, dona Isabel, conforme nota publicada na edição de ontem, 20, do citado jornal, coluna Opinião. Efrém é profissional atuante, garimpeiro da notícia. A ele e a seus familiares, o nosso abraço).

QUESTÃO DE LÓGICA


Duke.

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Continuando a Charge: Ao que o investigador questiona: "Ligou pro Cachoeira só pra oferecer assinatura de revista? Como assim, se Cachoeira é sócio da revista?!!"

sexta-feira, 20 de abril de 2012

CARICATURA


Josy Brito, diretora da Casa da Cultura de Teresina.
E diretora, também, do coração de Dino Alves, autor do desenho

SINTOMA


Entreouvido no boteco da esquina: "A grande imprensa não está conseguindo disfarçar a apreensão. Por que será?"