segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A EXPOSIÇÃO


Alexander Dubovsky. (Ucrânia).

SOBRE O ESCÂNDALO DO METRÔ-SP

Berzé.

Consultoria simulada levou R$ 52 milhões de cartel, diz PF

Empresas acusadas de fraude em licitações de trens no Estado de São Paulo pagaram R$ 52 milhões a firmas de consultoria investigadas pela Polícia Federal sob a suspeita de repassar propina a políticos e funcionários públicos desde o fim da década de 1990.

Algumas dessas consultorias foram identificadas pela primeira vez em inquérito aberto pela PF em 2008 para investigar negócios da multinacional francesa Alstom com empresas do setor elétrico e de transporte, controladas pelo governo estadual.

Neste ano, a PF ampliou o foco das investigações para empresas denunciadas pela alemã Siemens ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) como participantes de um cartel que combinou o resultado de várias concorrências do Metrô e da CPTM entre 1998 e 2008.

De acordo com a PF, que examinou a movimentação financeira de quatro consultorias sob suspeita, elas receberam repasses da Alstom e de duas outras empresas acusadas de participar do cartel, a canadense Bombardier e a brasileira Tejofran.

PROPINA
A polícia trabalha com a hipótese de que essas consultorias simulavam a prestação de serviços e eram usadas para distribuir propina a políticos e funcionários ligados ao PSDB, que governa o Estado de São Paulo desde 1995.

A Siemens também é alvo de investigações da polícia. Em 2008, um executivo da empresa apresentou anonimamente uma denúncia à direção da companhia na Alemanha e afirmou que ela também usou consultorias brasileiras para repassar propina a políticos e funcionários.

Segundo a PF, a Alstom pagou R$ 45,7 milhões à consultoria MCA, do empresário Romeu Pinto Jr. na época dos repasses.

O dinheiro foi depositado em contas controladas por ele no Brasil e na Suíça.

Em depoimentos à PF e ao Ministério Público, em 2009 e 2012, o consultor disse que não prestou os serviços indicados nos recibos entregues à Alstom e que foi usado para distribuir propina. Pinto Júnior afirmou que entregava o dinheiro a motoboys de doleiros e não sabe a quem ele foi repassado depois. (...).

(Para continuar, clique AQUI).

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Pelo visto, a ação levada a efeito pelo CADE Conselho Administrativo de Defesa Econômica permitiu a retomada das investigações acerca do assunto, valendo notar que o Ministério Público, em face do CADE, foi compelido a retomar cerca de vinte inquéritos - arquivados em passado não tão recente por deliberação dele próprio (o MP). O CADE é subordinado ao Ministério da Justiça, e agiu fortemente (ou seja, cumpriu sua obrigação), levando a alemã Siemens, outra envolvida no escândalo, a pleitear delação premiada, o que desencadeou a adoção de medidas mais amplas por outras instâncias.

IMORTALIDADE SEGUNDO STEPHEN HAWKING


Copiar cérebro para computador permitiria vida após a morte, diz Hawking

O desejo de perpetuar a vida para além da morte faz parte do imaginário do físico inglês Stephen Hawking, uma das mentes mais respeitadas da ciência. Segundo ele, tudo o que nossos cérebros armazenaram durante a vida poderia ser copiado para o disco-rígido de um computador, de forma a garantir que nossos pensamentos e ideias pudessem ser acessados por outros mesmo após a nossa morte.

"Eu acredito que o cérebro é um programa dentro da mente, que funciona da mesma forma que um computador. Portanto, teoricamente seria possível fazer uma cópia do cérebro para um computador e permitir vida mesmo depois da morte", disse Hawking à imprensa durante visita a um festival de cinema inglês.

Ele adicionou que tal façanha ainda está "além de nossas capacidades", mas que a ideia convencional de vida após a morte nada mais é do que um "conto de fadas para quem tem medo de escuro". As informações são do jornal inglês The Telegraph.

Google investe na ideia
O conceito de perpetuar a vida humana através das máquinas não povoa apenas o imaginário do físico: o bilionário russo Dmitry Itskov fundou em 2011 uma ONG com o objetivo de estudar a robótica para estender a vida humana, e um grupo de cientistas intitulado Brain Preservation Foundation trabalha no desenvolvimento de uma técnica que permita a conservação do cérebro e de suas memórias, emoções e consciência.

Já o gigante da internet Google lançou recentemente um braço de pesquisas chamado Calico, cujo objetivo também é estender a vida por meio do emprego da tecnologia —a empreitada do CEO do Google, Larry Page, é inclusive tema de reportagem de capa da revista Time nesta semana nos Estados Unidos. (Fonte: aqui).

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Revelação transcendental em 2135:  "A cópia funcionou. O problema é que a imortalidade só vale para o passado."

domingo, 29 de setembro de 2013

BRASIL: DESEMPREGO: 1992 A 2012


O PNAD/IBGE disponibilizou gráfico mostrando as taxas de desemprego dos últimos 20 anos no Brasil, e a realidade é implacável: no governo FHC, o desemprego partiu de 6,2%, no início de 1995, para 9,6% no final de 2002.

A taxa de desemprego do mês passado foi de 5,3%.

Pérsio Arida, presidente do BNDES no governo Fernando Henrique, em recente palestra defendeu, AQUI, entre outras medidas contracionistas, que "o desemprego deveria chegar a 6,5 a 7 por cento para permitir uma inflação estável, enquanto o avanço anual do PIB não poderia passar de 2 por cento."

De um coisa podemos ter certeza: os formuladores da política econômica neoliberal são de uma coerência comovente.

EUA: DISTORÇÕES DE RENDA


Desigualdade de renda nos EUA é a maior desde 1928

Por Paul Wiseman

Os americanos muito ricos ganharam mais de 19% da renda familiar no país no ano passado - sua maior participação desde 1928, um ano antes do colapso da bolsa. E os 10% mais ricos capturaram um recorde de 48,2% da renda total no ano passado.

A desigualdade de renda nos EUA vem crescendo há quase três décadas. E voltou a subir em 2012, segundo análise de dados da receita federal americana desde 1913 feita por economistas da Universidade da Califórnia (Berkeley), da Escola de Economia de Paris e da Universidade de Oxford.

Um deles, Emmanuel Saez, de Berkeley, disse que a renda dos americanos mais ricos cresceu no ano passado em parte porque eles venderam suas carteiras de ações para evitar os impostos mais elevados sobre ganhos de capital que entraram em vigor em janeiro.

Em 2012, a renda do 1% mais rico subiu quase 20%, ante uma alta de só 1% para os restantes 99%.

Os americanos mais ricos foram duramente atingidos pela crise financeira. Sua renda caiu mais de 36% na Grande Recessão de 2007-09, depois que os preços das ações despencaram. A renda dos 99% restantes encolheu apenas 11,6%, de acordo com a análise.

Mas, desde que a recessão terminou oficialmente, em junho de 2009, o 1% mais rico aproveitou os benefícios do aumento dos lucros empresariais e dos preços das ações: 95% do aumento na renda registrado desde 2009 foram para o 1% mais rico. Isso se compara com uma fatia de 45% para o 1% mais rico durante a expansão econômica na década de 1990 e uma participação de 65% da expansão ocorrida após a recessão de 2001.

O 1% dos domicílios americanos mais ricos teve uma renda bruta acima de US$ 394 mil no ano passado. Os 10% mais ricos tiveram uma renda superior a US$ 114 mil.

Os dados de renda incluem salários, aposentadorias, dividendos e ganhos de capital provenientes da venda de ações e de outros ativos. As estatísticas não incluem os chamados "pagamentos de transferência" oriundos de programas governamentais, como auxílio-desemprego e seguridade social.

O fosso entre ricos e pobres diminuiu após a Segunda Guerra Mundial, quando os sindicatos negociaram melhores salários e benefícios, e depois que o governo aprovou um salário mínimo e outras políticas para ajudar os pobres e a classe média.

A participação do 1% de mais ricos na renda parou de cair ao chegar a 7,7%, em 1973, e vem crescendo desde o início de 1980, de acordo com a análise.

Economistas apontam várias razões para o aumento da desigualdade de renda. Em alguns setores, os trabalhadores americanos agora competem com mão de obra barata chinesa e de outros países em desenvolvimento. Funções burocráticas e de call centers foram terceirizadas para países como Índia e Filipinas.

Cada vez mais, a tecnologia está substituindo trabalhadores na realização de tarefas rotineiras. E o poder dos sindicatos se dissipou. O percentual de trabalhadores americanos representados por sindicatos caiu de 23,3% em 1983 para 12,5% no ano passado, segundo o Departamento do Trabalho.

As mudanças reduziram os custos para muitos empregadores. Essa é uma razão pela qual os lucros das empresas atingiram um recorde neste ano como parte da produção econômica americana, apesar de o crescimento estar lento e a taxa de desemprego permanecer em elevados 7,2%.


As pessoas mais bem remuneradas nos EUA tendem a ser executivos ou empresários - os "trabalhadores ricos", e não as elites que desfrutam uma vida de lazer dependente de riqueza herdada, escreveu Saez num relatório que acompanha a nova análise.

Mesmo assim, acrescentou ele, "precisamos decidir, como sociedade, se esse aumento na desigualdade de renda é eficiente e aceitável". (Fonte: aqui).

BUMERANGUE CÓSMICO


Amarildo.

OLD PHOTO

Zuzu Angel com os filhos Hildegard, Ana Cristina e Stuart. Foto: Instituto Zuzu Angel. Anos 50.

Esta é a matriarca Zuzu Angel com os filhos Hildegard, Ana Cristina, e Stuart. Em 1971, durante os anos de chumbo, a polícia prendeu e assassinou Stuart Angel, que era militante do grupo de extrema esquerda MR-8, desaparecendo com o seu corpo. A partir daí, Zuzu Angel começou uma busca incansável ao corpo do filho, conseguindo chamar a atenção de diversas personalidades pelo mundo. No Brasil, essa corajosa mãe passou a incomodar setores do exército. Em 14 de abril de 1976, Zuzu morreu num suspeitíssimo acidente de carro. Meses antes, Zuzu escrevera um bilhete que dizia: “Se algo vier a acontecer comigo, se eu aparecer morta por acidente, assalto ou qualquer outro meio, terá sido obra dos mesmos assassinos do meu amado filho”. (Fonte: aqui).

sábado, 28 de setembro de 2013

BRASIL COLHE OS FRUTOS DA AÇÃO SOCIAL (II)


...mas EUA e Canadá questionam programas sociais brasileiros 

O governo dos Estados Unidos questiona os programas sociais e de ajuda alimentar a famílias pobres no Brasil, sob a suspeita de que sejam estratégias e mecanismos de subsidiar de forma indireta a agricultura e produtores rurais, violando regras internacionais.

Na quinta-feira, 26/09, a Casa Branca foi à Organização Mundial do Comércio (OMC) cobrar transparência do Brasil sobre quanto o governo tem de fato usado em esquemas de distribuição de alimentos que foram expandidos nos últimos anos. O governo americano questiona até mesmo o Programa Nacional de Alimentação Escolar, que estabelece fundos para a merenda.

Não se trata, por enquanto, de uma disputa comercial nos tribunais da OMC. Tanto o governo dos EUA quanto o do Canadá levantaram o debate durante reuniões regulares do Comitê de Agricultura da OMC. Ottawa e Washington já haviam questionado outros aspectos dos incentivos fiscais que o Brasil dá a seus produtores.

A cobrança de Washington é direcionada ao programa expandido no Brasil em 2009, quando a merenda escolar passa a utilizar um volume maior da agricultura familiar. Por lei, governos municipais e estaduais são obrigados a usar no mínimo 30% dos recursos repassados pelo governo federal para alimentação escolar para comprar produtos da agricultura familiar.

Na época, o Ministério do Desenvolvimento Agrário disse que a lei da merenda escolar abriu mercado a produtos com dificuldades de comercialização. Cerca de R$ 3 bilhões já foram usados para atender a 44 milhões de crianças na rede pública. A suspeita, porém, é de que essa seria uma forma indireta de apoio ao produtor agrícola.

Dados
Na quinta-feira, 26, o governo americano pediu que o Brasil forneça dados completos sobre quanto foi usado para comprar a produção local e o detalhamento dos setores beneficiados. Os EUA pediram explicações do Brasil sobre o fato de que o volume de dinheiro público no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) tenha crescido de forma substancial em 2010 e solicitou que o país reapresente seus cálculos de quanto gasta à OMC.

O Itamaraty justificou que não havia por que reapresentar os dados e disse que o aumento era apenas resultado de uma contabilidade que passou a incluir os gastos do Ministério do Desenvolvimento Social. Comunicados do governo indicam que, em dez anos, o PAA recebeu R$ 5 bilhões em investimentos. A presidente Dilma já indicou que seu governo comprou 830 mil toneladas de alimentos, com investimentos de R$ 1,75 bilhão. Para 2013, a previsão de investimento é de R$ 1,4 bilhão. 

O governo do Canadá também insistiu em obter detalhes de como funciona o Plano Brasil Maior e o fato de que produtores estariam sendo beneficiados por isenções fiscais. Ottawa pediu uma explicação do Brasil sobre o impacto financeiro dessa ajuda governamental. (Fonte: aqui).

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O Brasil está incomodando...
E ficamos assm: enquanto o Itamaraty oferece as informações solicitadas - ou reafirma as já prestadas -, Tio Sam manda dizer que não prestará esclarecimentos quanto à espionagem levada a efeito no Brasil.

BRASIL COLHE OS FRUTOS DA AÇÃO SOCIAL


Ações do Brasil nos últimos 10 anos reduziram as desigualdades sociais, destaca relatório da ONU

Lançado em Nova York nesta segunda (23) durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o estudo Investimentos para o Fim da Pobreza aponta que as ações do governo brasileiro nos últimos 10 anos diminuíram as desigualdades sociais no País e permitiram uma forte redução da pobreza e da miséria, sendo um importante exemplo para o resto do mundo.

O Brasil é um dos destaques do relatório da organização internacional Iniciativas para o Desenvolvimento (Development Initiatives, no original, em inglês). Ele reconhece o Programa Bolsa Família como um dos importantes instrumentos utilizados pelo Brasil para diminuir a pobreza em 40%, ampliar o acesso à alimentação a 52% dos domicílios e reduzir a mortalidade infantil. Isto com um baixo custo, de acordo com o estudo.

“O orçamento de R$ 24 bilhões [do Bolsa Família] representa menos de 1% do orçamento federal de 2013, enquanto o investimento era 0,46% da renda nacional em 2012.”

Brasil e China são reconhecidos no relatório por sua estratégia de investimento social para promover o desenvolvimento sustentável. De acordo com o documento, os recursos governamentais cresceram rapidamente nos dois países, chegando a US$ 4 mil (cerca de R$ 9,2 mil) por pessoa no Brasil e a US$ 1,76 mil (pouco mais de R$ 4 mil) por pessoa na China.

O Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal foi citado como uma iniciativa importante para o sucesso na decisão de investimentos sociais pelo grande volume de informações armazenadas, que permitem uma boa focalização dos programas.

(Para continuar, clique AQUI).

MERCADO PARTIDÁRIO EM EBULIÇÃO


Kayser.

DA SÉRIE EXPLICANDO EXPRESSÕES

Adão.

O chato de galochas

Por Paulo Gurgel da Silva

A expressão é da época das galochas.

Estas eram uma espécie de capa de borracha que as pessoas colocavam sobre os sapatos quando saíam na chuva.

O chato de galochas era aquele que entrava na casa da gente sem o cuidado de retirá-las. Molhando tudo.

Tornou-se necessário explicar a origem desta expressão porque, não sei por que cargas d'água, ninguém usa mais galochas. (Fonte; aqui).

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Ao que RodB comentou: "(...). Explicando rápido, cargas d'água era como eram chamadas pelos portugueses as fortes correntes formadas no Atlântico (então para eles Mar Oceano), que deixavam barcos à deriva e os levavam a locais inesperados, por vezes desconhecidos. (...)".

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

PAPA FRANCISCO: PELA RENOVAÇÃO DA IGREJA


Adam Zyglis. (EUA).

DA SÉRIE CONTORCIONISMO MIDIÁTICO



A economia e a perdição da mídia

Por Fernando Brito

Ontem, escrevi aqui sobre a desmoralização do jornalismo econômico brasileiro e dos jornais em geral, transformados em pasquins de propaganda oposicionista.

Não foram necessárias nem 24 horas para essa triste confirmação.

O IBGE divulgou há pouco a taxa de desemprego: 5,3%, igual à menor taxa já registrada (em 2012) neste mês em todos os tempos, desde que foi iniciada a pesquisa.

Está aberta, como você vê no gráfico, a possibilidade de chegarmos ao final do ano com um recorde em matéria de baixo desemprego.

E isso num mundo notoriamente em crise de emprego.

Mas a Folha, com seu jornalismo de campanha, o máximo que faz é dizer que a taxa de desemprego desacelera. Quase conseguiu escrever que “o desemprego sobe para baixo”.

E ainda comete a desonestidade de comparar com dezembro, quando tão certo quanto chuva molha, sempre registra uma forte queda na taxa.

E o mais importante nem é só isso.

O IBGE registrou uma forte elevação no rendimento médio real das pessoas ocupadas. Isso é sinal de intensificação da atividade econômica, porque reflete horas-extras, comissões e elevação dos ganhos da atividade informal e vai repercutir na elevação dos níveis de consumo, o que vem sendo o calcanhar-de-aquiles da economia, medida pelo PIB.

Esse indicador vinha em queda contínua praticamente desde o início do ano, excluído o mês de janeiro, que reflete o reajuste do salário mínimo e, por isso, registra sempre elevação.

O que a imprensa brasileira faz já passou de “torcida”. Passou a ser uma mistura de sabotagem, burrice e incapacidade de análise.

Inútil, porém, contra os fatos reais. (Fonte: aqui).

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Já a britânica The Economist indaga, na capa da nova edição, se o Brasil teria "estragado tudo", como se o país estivesse à beira do caos. Desconheço o teor da matéria, mas li sobre de que cuida...

(Capas da The Economist: 2009 e 2013)

...razão por que aponto os seguintes links para quem eventualmente se interessar: Resposta ao ataque da Economist ao Brasil, AQUI,  e Só os brasileiros levam a sério a Economist, AQUI.

O SOM AO REDOR E O OSCAR

Miguel.

Longa pernambucano é escolhido para disputar indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro

O longa-metragem "O Som ao Redor", de Kleber Mendonça Filho, foi o filme brasileiro escolhido para concorrer a uma indicação ao Oscar 2014 de melhor filme estrangeiro. O anúncio foi feito hoje (20) pelo Ministério da Cultura, depois de seleção com 14 filmes nacionais.

"O Som ao Redor" é o primeiro longa-metragem do cineasta e crítico pernambucano Kleber Mendonça Filho, que dirigiu vários curtas. O filme foi incluído na lista dos dez melhores de 2012 do crítico A. O. Scott, do jornal americano The New York Times e recebeu prêmios em festivais de cinema de mais de 70 países.

“A Comissão Especial de Seleção escolheu aquele que entendeu ser o mais representativo em termos de originalidade e expressão cinematográfica”, disse o secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura, Leopoldo Nunes, integrante da comissão.

“Acho muito simbólico pela regionalidade. É um filme pernambucano, de um ator pernambucano de altíssima qualidade, com uma reputação cinematográfica [internacional] que poucos filmes na história no Brasil tiveram", destacou Nunes, lembrando que a obra recebeu críticas positivas em diversos 70 países. "O filme tem muitos predicados e muitas qualidades. Esses foram os critérios de  desempate e para chegarmos no consenso”, acrescentou Nunes.

Entre os filmes incluídos na seleção para a indicação à Academia Norte-americana de Artes e Ciências Cinematográfica estavam "Cine Holliúdy", "Colegas", "Cores", "Elena", "Faroeste Caboclo", "Gonzaga de Pai para Filho" e "Meu Pé de Laranja Lima".

Agora, o filme brasileiro será apresentado à academia norte-americana, que o analisará junto com os indicados por  mais de 70 países. Os cinco finalistas serão conhecidos no dia 16 de janeiro. (Fonte: aqui).

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'O Som ao Redor' foi abordado neste blog em janeiro passado: 'O Som ao Redor: ecos da era Lula' - aqui.

IRÃ: PROGRAMAS


Petar Pismestrovic.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

MENSALÃO: ECOS DA PRESSÃO


"HÁ ALGUNS QUE AINDA INSISTEM EM DIZER , cinicamente, QUE NÃO FUI EXPOSTO A UMA BRUTAL PRESSÃO MIDIÁTICA ..... BASTA LER, NO ENTANTO, OS ARTIGOS E EDITORIAIS PUBLICADOS EM DIVERSOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL (os "mass media") PARA SE CONCLUIR DIVERSAMENTE! ALGUNS DOS QUE FORAM (E SÃO) CONTRÁRIOS À ADMISSIBILIDADE DOS EMBARGOS INFRINGENTES ESQUECEM-SE DE QUE ESSA DECISÃO DO STF, consolidada e viabilizada pelo meu voto de desempate, REPRESENTA, pelo que nela se contém e pela autoridade do Tribunal de que emana , A REAFIRMAÇÃO DE PRINCÍPIOS UNIVERSAIS E ETERNOS CONCEBIDOS , de um lado, PARA PROTEGER AS PRESENTES E FUTURAS GERAÇÕES CONTRA A OPRESSÃO DO ESTADO E O ABUSO DE PODER E DESTINADOS, de outro, A GARANTIR, em favor de qualquer pessoa, independentemente da acusação criminal contra ela formulada (e qualquer que seja a sua condição social , profissional, financeira ou política) , A POSSE DE DIREITOS FUNDAMENTAIS E O GOZO DAS LIBERDADES CONSTITUCIONAIS! ESSE FOI O CLARO SENTIDO DO VOTO DE DESEMPATE QUE PROFERI !!!!! E QUE SEJA ASSIM PARA SEMPRE, para que tempos sombrios , que tanto estigmatizaram gerações passadas e conspurcaram a pureza do regime democrático, JAMAIS voltem a obscurecer e a asfixiar os direitos básicos do ser humano!!!! JAMAIS."


(Ministro Celso de Mello, decano do STF, autor do voto que determinou a validação dos embargos infringentes para condenados detentores de ao menos 4 votos favoráveis à absolvição. Os termos acima, contidos em email, espelham por inteiro a declaração, inclusive palavras em caixa alta e pontos de exclamação em série. A mensagem foi endereçada ao jornal Integração, de Tatuí-SP, terra natal do ministro. Fonte: aqui).

PARTIDOS POLÍTICOS: HAJA IMAGINAÇÃO CRIADORA


Amorim.

PROFISSÃO: VAQUEIRO

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Em janeiro de 2010, publicamos:

"Celular (II)

Diógenes da Silva, o 'Guaxinim', 42 anos, é vaqueiro especializado em resgate de bois fugitivos. Mora e trabalha no interior de Barras (a 127 km de Teresina), e utiliza o celular para acertar serviços, bem como para comunicar-se em casos emergenciais.

Aiô, 'Guaxinim', avante!"  (Aqui).

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Agora, em setembro de 2013:


O Senado aprovou projeto de lei que reconhece oficialmente a profissão de vaqueiro.

O texto define o vaqueiro como profissional responsável pelo trato, manejo e condução de animais como bois, búfalos, cavalos, mulas, cabras e ovelhas. Além disso, estão entre as atribuições do vaqueiro: alimentar os animais, fazer a ordenha, treinar e preparar animais para eventos culturais e socioesportivos com a garantia de que não sejam submetidos a atos de violência; e, sob a orientação de veterinários e técnicos qualificados, auxiliar com os cuidados necessários à reprodução das espécies.

Com a aprovação do projeto, os vaqueiros também terão direitos previstos em todas as profissões, mas que atualmente não são respeitados pela maioria dos patrões, como horas extras, adicional de insalubridade ou de periculosidade e adicional noturno. (Fonte: aqui).

Parabéns, Guaxinim e parceiros!

A DEMORA DA REDE


  1. "A largada para a legalização da Rede foi dada muito tarde. Para terem sucesso deveriam ter mandado para os cartórios o dobro de fichas que mandaram. Não se pode acusar de morosidade o TSE e os cartórios eleitorais se as fichas são mandadas às centenas de milhares às vésperas do prazo final legal. A conferência é feita manualmente, e deve ser acurada. O Solidariedade e o PROS estão há mais de 3 anos coletando adesões. O fato é que a Rede teve dificuldades para conseguir as filiações necessárias, o que coloca em dúvida a alegada representatividade do partido. E as leis têm que ser cumpridas. Ou vamos criar uma nova espécie de Teoria do Domínio de Fato para legalizar partidos que não conseguem preencher os requisitos da legislação? (...)."


    (De um eleitor brasileiro, acerca da real possibilidade de a Rede Sustentabilidade ver negado o seu pedido de registro junto ao Tribunal Superior Eleitoral, em face do não atendimento de requisito essencial, número mínimo de 492.000 adesões formalmente reconhecidas. O comentário está relacionado ao post "Registro da Rede é direito democrático de milhões de eleitores de Marina", de Mário Magalhães - aqui -. O trabalho de coleta de assinaturas foi iniciado em fevereiro deste ano. Se de fato o PROS e o Solidariedade desenvolveram seus esforços ao longo de 3 anos cada um, é lícito dizer que Marina Silva e parceiros assumiram um risco de grandes proporções, o qual, observadas as normas do Estado Democrático de Direito, não pode ser suprido pela quantidade de eleitores potenciais, sejam eles milhares ou milhões). 

SOBRE O DISCURSO DE DILMA NA ONU

Dilma na home do NYT.

A reação do público norte-americano ao discurso de Dilma

Por Rogério Maestri (leitor do blog Luis Nassif Online)

Muitas vezes saem determinadas notícias sobre repercussões de fatos ocorridos no Brasil no exterior, a imprensa tradicional cita um ou outro texto em um jornal on-line de alguns países, nada de relevante.
 
Agora o discurso da Presidente Dilma teve uma forte repercussão, principalmente no público norte-americano. Se olharmos os comentários dos sites de grandes órgãos de imprensa norte-americanos, vemos muito mais apoio à posição da Presidente Dilma do que repúdio (a não ser de brasileiros que tentam puxar o assunto para problemas internos e desqualificar o protesto).
 
O que mais se vê nas respostas dos leitores é a concordância de que a violação da internet é uma violação das liberdades individuais.
 
Grandes comentaristas dão ênfase ao fato de que é a primeira vez que um governo norte-americano é atacado com força por um governo amigo e bom parceiro comercial.
 
Não vi nenhuma recriminação, em mais de 100 entradas que efetuei na imprensa norte-americana, à atitude da nossa presidente, ou seja, a repercussão está sendo mais forte no interior do próprio Estados Unidos, que já estão cheios das bisbilhotices do NSA, do que no exterior.
 
A linguagem dura de Dilma tocou forte e favoravelmente no povo norte-americano, que identifica o Brasil como uma nação amiga e não como alguém a ser espionado.
 
Logo, falar que não houve repercussão do discurso da Dilma é não saber ler a internet. (Fonte: aqui).

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

EUA: BIOMBO FURADO


NSA diz que programas de espionagem foram "dramatizados" pela imprensa

O diretor da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos disse hoje (25) que as revelações sobre os programas de vigilância de comunicações foram "dramatizadas e exacerbadas" pela imprensa.

"O que foi destacado, na maior parte das mídias, foi que nós ouvimos conversas e lemos e-mails. Não é verdade. O nosso trabalho é defender o país, é uma missão nobre", disse o general Keith Alexander, na Billington Cybersecurity Summit, uma conferência em Washington sobre segurança na informática.

"O futuro deste país depende da capacidade de nos defendermos de ataques informáticos e ataques terroristas e precisamos de instrumentos para o fazer", explicou.

O general enfatizou que houve poucos ataques terroristas desde o 11 de setembro de 2001, apesar do aumento das ameaças no mundo, e que isso não foi por acaso, mas o resultado de muito trabalho.

Os programas norte-americanos de vigilância de comunicações, telefônicas e eletrônicas foram revelados em junho pelo ex-funcionário da NSA Edward Snowden e criticados por governos como o do Brasil e da Alemanha, alvo de escutas da NSA. (...). (Fone: aqui).

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Missão penosa, essa do diretor da NSA. Insistir em debitar a invasão dos dados da Petrobras e das mensagens do Palácio do Planalto (entre outros ilícitos) ao combate ao terrorismo é pura apelação. Mas certos vira-latas tupiniquins se associam ao general: parte deles alinha nos jornalões/sites gracejos e pilhérias sobre a correta indignação brasileira.  

EUA: TODO OUVIDOS


Amorim.

O BRASIL NA ONU


Dilma Rousseff pronunciou-se na ONU batendo duro nos EUA: classificou "espionagem" como "invasão de privacidade", ataque à soberania nacional e aos direitos humanos. "Tecnologias de informação não podem ser o novo campo de luta entre os Estados", disse; "A ONU deve desempenhar uma ação de segurança para regular o papel dos Estados frente à internet". A presidente pediu reforma em governança global: "É preocupante a limitação do Conselho de Segurança".

Obama, sintomaticamente, atrasou sua chegada ao evento (mas estava acompanhando tudo - risos). Em sua fala, admitiu, en passant, mandar reexaminar critérios adotados pelos EUA em suas "ações de monitoramento" junto a aliados. Não citou a palavra Brasil, gesto igualmente sintomático.

Em geral, foi positiva a avaliação sobre o soberano discurso de Dilma Rousseff, mas (o famoso 'mas'!)  os 'de sempre' torceram o nariz. Nêumane Pinto, por exemplo, debochou: Isso - espionagem - era lá assunto pra Dilma falar!?! Tudo jogada eleitoral! (Nêumane, vai ver, está furibundo com Obama, não pela espionagem, mas por haver dado o mote para a fala da presidente; é hilário, esse poeta). Jarbas Vasconcelos - aqui - seguiu a mesma trilha: "Foi um expediente totalmente eleitoreiro, medíocre, que envergonha a história da política externa brasileira" (leitura: o discurso surpreendeu e deixou arrasado o senador, que não esperava tanta autoridade e contundência).

O Brasil comportou-se muito bem na ONU.

30º SALÃO INTERNACIONAL DE HUMOR DO PIAUÍ


.De 13 a 17 de novembro de 2013, em Parnaíba-PI.

.Modalidade: cartum (até três) sobre qualquer tema.

.Data-limite de envio do(s) trabalho(s): 31 de outubro.

.Mais informações aqui e aqui.

SOBRE O PARTIDO DE MARINA SILVA


Marina, no limite entre ficar para 2018 ou se queimar em 2014

A ex-senadora Marina Silva deixou o Partido Verde (PV) em julho de 2011, já estudando formar um novo partido. O tempo foi passando sem que nenhuma iniciativa concreta fosse tomada e políticos simpatizantes interessados em acompanhá-la a cobraram antes das eleições municipais de 2012, quando faltava pouco mais de um ano para o prazo limite da criação de uma legenda a tempo de disputar a eleição de 2014. Ela disse a interlocutores parlamentares que deixaria a questão para 2013, esperando as eleições municipais passarem, para avaliar melhor a conjuntura.

Àquela altura o deputado federal Alfredo Sirkis (PV-RJ) disse que "ainda não estava clara a disposição de Marina Silva em criar o novo partido".

Só no final de fevereiro deste ano foi  iniciada a coleta de assinaturas para criar a chamada Rede Sustentabilidade. Praticamente sete meses para coletar 492 mil assinaturas, validá-las nos cartórios eleitorais e registrar a documentação necessária até o próximo dia 5 de outubro. O prazo era sabidamente curto.
Marina alega que colheu assinaturas suficientes e procura jogar a culpa na Justiça Eleitoral por eventual dificuldade em reunir quase 500 mil assinaturas válidas em um tempo muito pequeno. O Tribunal Superior Eleitoral recusa dar um "jeitinho", pois além do absurdo que seria um tribunal descumprir a lei, viraria uma farra a criação de qualquer partido no Brasil, ao dispensar o cumprimento das exigências legais mínimas.

Marina ameaça até recorrer ao Supremo Tribunal Federal caso o TSE não conceda o registro a tempo.
Mas ora, a lei é igual para todos e para o partido de Marina não pode ser diferente. Há vários partidos no Brasil que demoraram anos para serem criados. Alguns passaram duas eleições sem poder disputar porque ainda não tinham cumprido as exigências.

Caso não consiga, em um último esforço concentrado, cumprir as exigências, Marina Silva tem a opção de ingressar em outro partido até o dia 5 de outubro para se candidatar em 2014, ou terá de levar adiante o projeto de criar sua Rede independentemente do calendário eleitoral, possivelmente viabilizando-o para as eleições seguintes.

Mas aí ela terá de enfrentar outro problema: ingressar em outra legenda para disputar a presidência da República é a desconstrução da própria imagem política que Marina tenta emplacar. Primeiro porque parecerá que ela estaria usando uma legenda de "aluguel", contrariando todo o discurso contra as formas de fazer política que chama de convencionais – e frisemos que não está claro em que a Rede Sustentabilidade seria diferente dos demais partidos neste quesito.

Segundo, porque deixará politicamente órfãos quem se mobilizou na criação da Rede Sustentabilidade, desiludindo sua própria militância. Terceiro, porque iria para a campanha passando a imagem de que fracassou em seu projeto, afinal se não conseguiu mobilizar eleitores suficientes para endossarem a criação da legenda que ela própria diz considerar necessária, o cidadão eleitor questionará se um eventual governo Marina Silva também não desandaria.

Ficou complicada a situação da candidata a candidata, sem dúvida. E não adianta culpar o TSE. (Fonte: aqui).

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Semana passada, um político (não guardei o nome) que integrou a equipe encarregada da criação de seu partido declarou que, antevendo os atropelos burocráticos (na coleta de assinaturas, na conferência de dados pelos cartórios eleitorais), resolveu antecipar fortemente os trabalhos atinentes à criação da agremiação partidária. E arrematou: a ex-ministra Marina poderia muito bem ter feito o mesmo.
Caso a Rede não venha a ser criada, restará dizer a Marina Silva o velho ditado: A lei não socorre aos que dormem.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

EUA: A ARTE DE ESPIONAR


Aroeira. (D'apres Norman Rockwell).

O ASTEROIDE DE ARAGUAINHA

Cratera Araguainha, estado do Mato Grosso: 40 km de diâmetro. Foto: satélite Landsat, Nasa.

Asteroide matador é do Brasil-sil-sil!

Por Salvador Nogueira

Olha só: nunca antes na história deste país se teve notícia de uma tragédia parecida. A maior extinção em massa de todos os tempos pode ter começado a partir de um impacto de asteroide no Mato Grosso, cerca de 254 milhões de anos atrás.

A hipótese foi levantada por um grupo internacional de pesquisadores liderado por Eric Tohver, da University of Western Australia, e rendeu a capa da revista Pesquisa Fapesp deste mês, em competente reportagem (de) Marcos Pivetta.

O trabalho, feito em colaboração com geólogos da USP, investiga a cratera de Araguainha, a maior das cicatrizes deixadas por asteroide no nosso Brasilzão. Eles estimam que um objeto de cerca de 4 km se chocou contra o nosso planeta naquela região e iniciou a cadeia de eventos que levaria à mais severa extinção em massa da história da Terra, com perda de 96% das espécies marinhas e 70% das espécies vertebradas terrestres.

Esse episódio de matança indiscriminada, conhecido também como a Grande Matança, ou evento de extinção do Permiano-Triássico, deixou a que aconteceria mais tarde — e acabaria com os dinossauros — no chinelo.

O que é curioso é que a morte dos gigantes lagartos (ou avós das galinhas, como queiram), ocorrida 65 milhões de anos atrás, foi ocasionada por um asteroide bem maior, com pelo menos 10 km  de diâmetro. E, por incrível que pareça, foi menos severa do que a ocasionada pelo impacto de Araguainha, com um objeto menor.

Por quê? Ao que parece, a grande tragédia do impacto brasileiro foi ter acontecido num terreno com muito carbono orgânico armazenado. A pancada (que gerou a cratera que vemos hoje, com respeitáveis 40 km de diâmetro) liberou uma quantidade brutal de metano na atmosfera, causando um aquecimento global violento e quase instantâneo. Sem tempo para se adaptar, muitas espécies morreram, causando o colapso da cadeia alimentar.

Vale lembrar que a hipótese de que a extinção do Permiano-Triássico teria acontecido pelo impacto brasuca ainda é controversa. Até agora, o único episódio de morte maciça de espécies indubitavelmente ligado ao impacto de um pedregulho espacial, dos sete conhecidos, é mesmo o que acabou com a festa dos dinossauros.

De toda forma, o estudo é um lembrete de que, quando um asteroide de grande porte cai por aqui, as coisas não costumam caminhar bem. Ignorar os assuntos espaciais é pedir para que algo assim aconteça de novo. Como dizia Arthur C. Clarke, “os dinossauros morreram porque não tinham um programa espacial”. (Fonte: aqui).

MERKEL PARTE PARA O TERCEIRO


Luojie,

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Que desalento, que nada! A Alemanha está por cima da carne seca, e o poder, ah, o poder...

Como diria Merkel, "A Alemanha não é a endividada e desesperançada União Europeia. Vou mais é mandar arrochar a austeridade em Grécia, Portugal, Espanha, França! Eles que subam a montanha!".

MERKEL PARTE PARA O TERCEIRO


Tiago Silva.

PROGRAMA MAIS MÉDICOS: BOICOTE TAMBÉM NO PIAUÍ


Tem médico, mas esta mãe vai voltar com a filha doente, porque o CRM quer

Por Fernando Brito

Os médicos estrangeiros estão chegando aos seus locais de trabalho.

Mas não podem trabalhar.

Os pacientes estão lá, nas filas, muitos com o filho doente no colo.

Mas não podem ser atendidos.

O Conselho Federal de Medicina finge que cumpre a ordem judicial que obriga à concessão de registro aos “estrangeiros” – boa parte deles, brasileiros, formados no exterior – e os Conselhos Regionais nem fingir, fingem.

Ah, estes médicos não são bons, não têm qualidade.

Quem tem qualidade são as moscas, as lombrigas, as purulências?

Na paupérrima Barras, no Piauí, os doutores cubanos Omar Diaz Barrios e Olivia Rodriguez González estão prontos para trabalhar, mas o CRM piauiense nao lhes deu o registro.

O CRM do Piauí é muito criterioso, tanto que não cassou o registro do médico Marcelo Martins de Moura, que matou cinco pessoas - uma delas uma criança de três anos – dirigindo embriagado sua Hilux e fugiu sem prestar socorro.

Os doutores decidiram que, como ele estava dirigindo, não estava trabalhando, não poderia ser punido.

Quem sabe o CRM do Piauí não topa deixar que Omar e Olivia cuidem das pessoas “de folga”, apenas por solidariedade humana?

Talvez daqui a três dias ou uma semana os senhores concedam o registro determinado pela Justiça. Sabem que terão de fazê-lo e procrastinam para sabotar o programa.

Enquanto isso,  Anatacha Sousa Oliveira, que levou sua filha Kaukane de Sousa Oliveira, de sete meses, ao Centro de Saúde de Barras e voltou sem atendimento para casa, com um bebê tossindo e febril, fica esperando.

Infelizmente, ela não pode fazer mais que exibir sua angústia e abandono. Porque ela é quase uma criança, tão frágil, impotente e desvalida que nem mesmo pode fazer o que uma mãe faria com quem impede seu filho de ser atendido na doença. (Fone: aqui).

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Simplesmente revoltante.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

SOBRE O PAPA FRANCISCO (III)

"Eu estou gostando do novo tom!"

Steve Sack.

SOBRE O PAPA FRANCISCO (II)


"Igreja cresceu obcecada pregando contra aborto e casamento gay", condena papa

Da CartaCapital:

Na primeira longa entrevista em seis meses de papado, o papa Francisco declarou que a Igreja Católica Romana cresceu “obcecada” pregando contra o aborto, casamento gay e contracepção, e que ele escolheu não falar desses assuntos apesar das críticas.

Falando em uma linguagem direta, Francisco mostrou estabelecer um novo tom para a Igreja, ao dizer que esta deveria ser uma “casa para todos” e não uma “capela pequena” focada na doutrina, na ortodoxia e em uma agenda de ensinamentos morais.

“Não é preciso falar sobre esses temas o tempo todo”, disse Jorge Mario Bergoglio ao reverendo Antonio Spadaro, jesuíta e editor chefe de La Civiltà Cattolica, publicação jesuíta cujo conteúdo é rotineiramente aprovado pelo Vaticano. “Os ensinamentos dogmáticos e morais da Igreja não são todos equivalentes. O ministério pastoral da Igreja não pode ser obcecado com a transmissão de uma multidão incoerente de doutrinas a serem impostas insistentemente.”

“Temos de encontrar um novo equilíbrio ou até mesmo o edifício moral da Igreja poderá cair como um castelo de cartas, perdendo o frescor e a fragrância do Evangelho.”

De acordo com o jornal americano The New York Times, a entrevista foi conduzida em italiano ao longo de três encontros no mês de agosto na Casa Santa Marta, alojamento em que ficam os cardeais durante os conclaves.

Foi a primeira vez em que Francisco explicou os comentários que fez sobre homossexualidade em julho, a bordo de um avião, quando voltava para Roma do Rio de Janeiro, onde esteve para a Jornada Mundial da Juventude. “Se um gay procura Deus, quem sou eu para julgar?”, questionou. Na época, a frase provou polêmica e levou muitos a questionarem se ele se referia a gays no sacerdócio, mas nesta entrevista ele se fez claro ao dizer que se referia a homossexuais em geral.

“Uma vez uma pessoa me perguntou, de uma maneira provocativa, se eu aprovava a homossexualidade”, disse o papa ao padre Spadaro. “Eu respondi com outra questão: ‘Diga-me: quando Deus olha para uma pessoa, ele endossa a existência dessa pessoa com amor ou rejeita e condena essa pessoa?’ Devemos sempre considerar a pessoa.”

Além das declarações sobre a visão de Francisco em relação à homossexualidade, a entrevista também serviu apresentar um lado mais humano do pontífice, que disse amar o compositor Mozart, o escritor Fiodor Dostoevsky e o cineasta Federico Fellini, cujo seu filme favorito é La Strada.

SOBRE O PAPA FRANCISCO


Ações do papa Francisco são herança de experiência jesuítica na América

Por Umberto Eco

O papa Francisco é um jesuíta que assumiu um nome franciscano e é a favor de se hospedar em hotéis simples, em vez de acomodações mais luxuosas. Tudo o que resta para ele é vestir um par de sandálias e um hábito de monge, expulsar do templo os cardeais que andam de Mercedes e voltar à ilha siciliana de Lampedusa para defender os direitos dos imigrantes africanos detidos lá.
 
Às vezes, parece que Francisco é a única pessoa restante que diz e faz "coisas de esquerda". Mas ele também é criticado por não ser esquerdista o suficiente: por não se manifestar publicamente contra a junta militar na Argentina nos anos 70; não apoiar a teologia da libertação, que visa ajudar os pobres e oprimidos; e não fazer pronunciamentos definitivos sobre o aborto ou pesquisa de célula-tronco. Logo, qual é exatamente a posição do papa Francisco?
 
Primeiro, eu acho errado considerá-lo um jesuíta argentino; talvez seria melhor pensarmos nele mais com um jesuíta paraguaio. Afinal, parece que sua educação religiosa foi influenciada pelo "experimento sagrado" dos jesuítas paraguaios. Hoje, o pouco que a maioria das pessoas sabe sobre esses eventos se deve ao filme "A Missão" de 1986, estrelado por Robert De Niro e Jeremy Irons e – com licença considerável – condensando 150 anos de história em cerca de duas horas. Resumindo: do México ao Peru, os conquistadores espanhóis promoveram massacres indizíveis, com apoio de teólogos que viam os povos indígenas como selvagens e acreditavam que havia uma justificativa divina para conquistá-los. No início do século 16, o corajoso missionário e historiador espanhol Bartolomé Las Casas famosamente trocou de lado, desistindo de seus servos indígenas e voltando à Espanha para defender uma forma mais pacífica de colonização. Ele pressionou contra a crueldade de conquistadores como Hernán Cortés e Francisco Pizarro, e apresentou os nativos sob uma luz completamente nova.
 
No início do século 17, missionários jesuítas decidiram reconhecer os direitos dos nativos (especialmente os guaranis, que viviam principalmente no Paraguai em condições praticamente pré-históricas) e os organizaram em "reduções", ou comunidades autossustentadas. Os jesuítas os ensinavam a administrarem a si mesmos, em comunhão total com os bens que produziam – apesar de com a meta de "civilizá-los", o que significava convertê-los. Eles também ensinavam aos nativos sobre arquitetura, agricultura, a ler e escrever, música e artes – em alguns casos, produzindo escritores e artistas talentosos.
 
A estrutura socialista dessas aldeias pode nos fazer pensar em "Utopia" de Thomas More, ou "A Cidade do Sol", de Tommaso Campanella, mas os jesuítas se inspiraram nas comunidades cristãs primitivas. Apesar de terem criado conselhos eletivos de nativos, no final os padres controlavam a administração da justiça. "Civilizar" os guaranis também significava proibir a promiscuidade, a preguiça, a embriaguez ritual e às vezes o canibalismo. Resumindo, os jesuítas estabeleceram um regime paternalista rígido. Assim, como qualquer chamada utopia, nós poderíamos admirar a perfeição organizacional de fora, mas certamente não gostaríamos de viver lá.
 
No final, o conflito em torno da escravidão e a ameaça dos bandeirantes, ou caçadores de escravos, levou à criação de milícias populares – apoiadas pelos jesuítas – que combatiam valorosamente os donos de escravos e colonizadores. Aos poucos, os países católicos na Europa passaram a ver os jesuítas como agitadores perigosos, e no século 18, após um édito do papa Clemente 14, Espanha, Portugal, França e outros países baniram os jesuítas. Desse modo, o "experimento sagrado" chegou ao fim.
 
Muitos pensadores do Iluminismo investiram contra o governo teocrático dos jesuítas como sendo o regime mais monstruoso e tirânico que o mundo já tinha visto, mas outros o viam de modo diferente: Lodovico Antonio Muratori, por exemplo, falou de comunismo voluntário inspirado pela religião, e Montesquieu disse que os jesuítas deram início à cura do flagelo da escravidão.
 
Agora, se escolhermos interpretar as ações de Francisco por esse ponto de vista, nós devemos considerar o fato de que quatro séculos se passaram desde aquele "experimento sagrado"; que a noção de liberdade democrática é amplamente reconhecida hoje, mesmo entre os integralistas católicos; que o atual papa certamente não pretende conduzir experimentos semelhantes na ilha de Lampedusa; e que seria melhor se ele conseguisse desativar gradualmente o Istituto per le Opere di Religione, o chamado Banco do Vaticano. Mesmo assim, de vez em quando não é ruim captar um vislumbre da história nos eventos que se desdobram à nossa volta atualmente. (Fonte: aqui).
 
(Umberto Eco é autor dos best-sellers internacionais "Baudolino", "O Nome da Rosa" e "O Pêndulo de Foucault", entre outros).

CARTUM LEGENDADO: O ANDARILHO

1. Caminha por aí.
2. Olhando, olhando.
3. De repente se emociona profundamente pelo vaivém dos galhos de uma árvore.
4. (silêncio).
5. (silêncio).
6. "Devo ter algum problema", pensa.

Liniers.

ATÉ AQUI, FORA DA FOGUEIRA


Ilustre quem?

Por Hélio Doyle

Pelo jeito o novo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não busca os elogios fáceis da mídia: ao contrário de seus antecessores, não saiu anunciando com alarde que vai pedir a prisão imediata dos condenados na Ação Penal 470. Bom sinal de que conhece a lei e não procura as câmeras de TV.

O antecessor Roberto Gurgel pediu a prisão mesmo sabendo que o Supremo Tribunal Federal não a concederia, por ilegal. Mas valia, para ele, a exposição na imprensa.

A interina, uma desconhecida que fez tudo o que pôde para aproveitar os minutos de glória, repetiu várias vezes isso. Continua desconhecida.

ATENÇÃO, “JURISTAS” DA MÍDIA

Manifestações da população têm de ser levadas em consideração, e pesquisas de opinião dão indicações importantes para os que legislam e governam.

Mas juízes têm de julgar de acordo com as leis. Se as leis são ruins, devem ser mudadas pelos que legislam.

Não é porque as pessoas querem linchar um criminoso que o linchamento se torna legítimo. Não é porque a multidão dispensa o direito de defesa, tão certa está da culpa dos acusados, que ele não tenha de ser exercido.

Isso, em uma democracia, vale para amigos e para inimigos. (Fonte: aqui).

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Sobre a procuradora interina, que não resistiu ao fascínio da fogueira das vaidades, veja aqui uma de suas proezas.

OS CARIOCAS, EXCELÊNCIA GARANTIDA

Os Cariocas. À frente, Severino Filho.

Na 10ª formação, Os Cariocas estão aí com CD que tem Chico e Francis

Por Mauro Ferreira

Primeiro disco do conjunto vocal Os Cariocas com sua 10ª formação, Estamos aí chega às lojas pela gravadora Biscoito Fino ainda neste mês de setembro de 2013, 65 anos após o lançamento do primeiro disco do grupo carioca, um 78 rotações editado em 1948. Em Estamos aí, Severino Filho (primeira voz e único nome presente em todas as formações d'Os Cariocas), Fabio Luna (segunda voz), Neil Teixeira (terceira voz) e Eloi Vicente (quarta voz) cantam repertório que destaca O amor em movimento (inédita de Chiquito Braga e Ronaldo Bastos feita para Os Cariocas), Madame quer sambar - samba de Joyce, Roberto Menescal e Carlos Lyra que soluciona a questão proposta em Pra que discutir com madame?  (Janet de Almeida e Haroldo Barbosa) - e Eu e a brisa (Johnny Alf), faixa em que o quarteto conta com uma quinta voz, a de Hernane Castro, um ex-integrante d'Os Cariocas. Francis Hime toca seu piano em A noiva da cidade, parceria com Chico Buarque. E por falar em Chico, o cantor e compositor carioca pôs voz na regravação de Januária, música de sua lavra, lançada em 1967. O registro de Januária é homenagem a Antônio José Waghabi Filho (1943 - 2012), o Magro, integrante do grupo MPB-4 falecido há pouco mais de um ano. A música que dá título ao CD é Estamos aí, a já clássica parceria de Maurício Einhorn e Durval Ferreira com Regina Werneck. (Fonte: aqui).

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Em Teresina, Os Cariocas deram um show impecável durante o Artes de Março, em 2011, quando trouxeram o (então) mais recente CD, o excelente Nossa alma canta. O Estamos aí com certeza agradará.

domingo, 22 de setembro de 2013

CONSUMISMO


Negreiros.

VEJA: FIEL À PARCIALIDADE


Após reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal o direito à apresentação de embargos infringentes, para o que foi determinante o voto final (acompanhado de magistral aula) do decano Celso de Mello, a revista Veja exibe em sua capa a sombria imagem de uma Justiça curvada, derrotada, humilhada, marco inolvidável de uma tenebrosa ruptura.

Explícita desfaçatez.

Surpresa? Nenhuma. Afinal, o que esperar de uma publicação que em chamada de capa (na edição anterior) rotulou de TECNICALIDADE a opção entre o reconhecimento ou a recusa de uma garantia assegurada pela Constituição Federal?

Em meio à "indignação cívica" de Veja, a Folha de hoje publica entrevista com o jurista Ives Gandra Martins (AQUI), a qual, pelos juízos expostos, com certeza jamais seria estampada nas páginas amarelas da amargurada revista.

DA ARTE DE JOGAR CONVERSA FORA


Érico. (De São Luis-MA)

DOIS TÓPICOS REAIS COM CARA DE FICÇÃO


De Maurício Dias, na CartaCapital  ( aqui):

"FHC e a ditabranda 

Fernando Henrique Cardoso escreveu o discurso de posse na Academia Brasileira de Letras sem receio de, no futuro, pedir que seja esquecido o que disse no passado.

Após lembrar, orgulhoso, de ter-se dedicado “com denodo” ao estudo do “autoritarismo”, sapecou a afirmação: “Pelo menos, no Brasil, não houve fascismo e, se a forma de governo foi repressiva, não aboliu os partidos políticos...”

O Ato Institucional nº 2, de 27 de outubro de 1965, dissolveu todos os partidos políticos existentes no País. E não foi por engano. É um esforço intelectual para transformar pesadelo em sonho brando. Ou seja, ditadura em ditabranda."

(Comentário deste blog: sem comentário).

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"Placa da vaidade

Helenita Acioli mandou trocar, de novo, a placa do veículo 001 da Procuradoria-Geral da República. Nos poucos dias de interinidade, ela mudou a referência de gênero sobre quem transitava no carro: Procuradora-Geral.

Se ela não tirasse, o novo procurador-geral, Rodrigo Janot, pretendia manter a placa que Helenita mandara confeccionar. Usaria a ironia para cutucar a vaidade.

(Comentário deste blog: o texto acima é o original, na íntegra. A procuradora, ao fazer as vezes de procuradora-geral no período entre a saída de Roberto Gusmão e a posse do novo titular Rodrigo Janot, mandou alterar a placa do veículo privativo do PGR: tinha de ser "Procuradora-geral"!!! É impressionante, tão impressionante que, se algum escritor apresentasse um conto ou algo da espécie relatando uma particularidade dessa ordem, o crítico, torcendo o nariz, o mandaria plantar batatas: "Vai ser irrealista assim no raio que te parta, ô mané!!")."