Há países que subscrevem convenções contra o uso de armas químicas - mas não as ratificam (e elas, portanto, se tornam insubsistentes). E há países que simplesmente se negam a subscrever tais convenções, o que se aplica também aos arsenais nucleares. Etc etc etc.
No caso sírio, a imprensa informa, relativamente às armas químicas, que Assad concorda em submeter seu país aos ditames da lei, mas hoje autoridades americanas e israelenses informaram (segundo o Wall Street Journal) que a Síria espalhou seus arsenais químicos por cerca de cinquenta localidades de seu território (insinuação, claro, de que o compromisso não seria para valer). Quem pretende, então, melar o meio de campo? A quem interessa que tudo ou algo dê errado?
Vejamos o artigo a seguir:
Israel prepara-se contra indagações sobre seu arsenal de armas químicas
Por Moara Crivelente
O primeiro passo na proibição do uso de armas químicas foi dado com o Protocolo de Genebra, em 1925, embora o documento não incluísse a produção e armazenamento desses recursos bélicos, e tenha sido assinado por algumas partes com reservas sobre a possibilidade de uso das armas contra os países que não fossem signatários.
Atualmente, negocia-se a implementação da “Convenção sobre a Proibição do Desenvolvimento, Produção, Armazenamento e Uso de Armas Químicas e sobre a sua Destruição”, adotada pela Conferência para o Desarmamento em Genebra, 1992, após 12 anos de discussões.
A convenção entrou em vigor em 1997, embora muitos dos signatários ainda não a tenham ratificado. Para eles, em termos legais, ela ainda não é obrigatória, mas isso é debatido por juristas internacionais, que citam a ilegalidade atribuída pelo costume internacional ao uso desses recursos.
Nos últimos dias, com o fortalecimento da opção síria por aceitar a proposta da Rússia e entregar seu arsenal químico à supervisão internacional (muito embora a sua vizinha, Israel, mantenha estocados não só seus recursos similares, como também seu arsenal nuclear), o artigo do “Haaretz” nota a relação feita pela Rússia entre as capacidades militares sírias e as israelenses.
“O presidente Vladimir Putin, por exemplo, disse aos meios de comunicação russos que as armas químicas sírias existem como resposta às capacidades militares de Israel, enquanto o embaixador da Rússia em Paris disse à Rádio França que as armas químicas sírias servem para a preservação do equilíbrio de dissuasão contra Israel”, explica o artigo israelense.
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