segunda-feira, 31 de agosto de 2020

ELES CANTARAM E/OU DISSERAM - (31.08.20)


.Colin Hay:
Playing a 1939 Gibson j35 here  
at norman's rare guitars ........................... Aqui.
Norwegian Wood (Rolling Stone 2011) ........ Aqui.
If I Head Been a Better Man ...................... Aqui.


.DCM:
Doleiro Messer: mais uma da Lava Jato ...... Aqui.
Bolsonaro reduz mínimo para R$ 1.067,00 
e nomeia veterinário para a Saúde ............. Aqui.
Messer confessa crime pelo qual foi
absolvido pela juíza Hardt ......................... Aqui

.Reinaldo Azevedo:
O É da Coisa ........................................... Aqui.

.Boa Noite 247:
Salário mínimo mais baixo: 4 anos de golpe Aqui.

.Luis Nassif:
As ameaças ao direito de informação ......... Aqui.

.Kiko Nogueira - O Essencial:
Crivella monta milícia; jornalista da Jovem
Pan espalha fake news sobre Ipanema ....... Aqui.

.Paulo A Castro:
Uma importante conquista de Lula no STJ .. Aqui.
Sobre recursos de Lula no STJ .................. Aqui.
Sobre recursos de Lula no STJ - II ............ Aqui.

DAS LEMBRANÇAS FINAIS DO FLAGELO


Tacho.

A DIMENSÃO DO SALÃO MEDPLAN DE HUMOR DO PIAUÍ

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O Salão Medplan de Humor - que parte para a sua 12ª jornada anual, atropelando a famigerada pandemia do coronavírus - foi a grata surpresa que aconteceu para preencher o vácuo deixado pela extinção do Salão de Humor do Piauí em 1991, após 3O anos de sucesso. Este que vos escreve teve a honra de expor trabalhos em todos os Salões do Piauí (pois é, me virei nos trinta!) e de integrar a primeira equipe julgadora do Salão Medplan, sempre coordenado pelo exemplar, consagrado cartunista JotaA, que, pivete, em algum lugar do passado pediu nossa opinião (a mim e meu compadre Albert Piauí) sobre surpreendentes desenhos de sua autoria, contidos em caderno cuidadosamente organizado. 

Saudações ao JotaA e equipe. Longa vida para o Salão Medplan de Humor!

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Thiago Lucas.

A propósito, eis as normas que orientam a 12ª edição do Salão Medplan de Humor:

.O 12º Salão de Humor Medplan e Humana Saúde é aberto a todos os artistas gráficos que queiram inscrever trabalhos de sua própria autoria. Cada artista poderá se inscrever em uma ou mais categorias com o máximo de 5 (cinco) trabalhos no total, no formato 30 x 40 cm e utilizando qualquer técnica. As categorias são: cartum/charge, caricatura e história em quadrinhos/tirinhas. A história em quadrinhos deverá ter apenas uma página. Se optar pela tirinha o artista poderá colocar até 5 tirinhas na página. As inscrições serão feitas exclusivamente pelo site. O artista enviará seus trabalhos através do formulário de cadastro, através do link “Inscreva-se” (salaodehumor.com/inscrevase), com tamanho máximo de 3 megabytes. A abertura do salão será dia 28 de novembro, com a divulgação dos vencedores.

.INSCRIÇÕES: 
15 DE AGOSTO A 15 DE OUTUBRO DE 2020.

.TEMA: 
Liberdade.

.CRONOGRAMA
INSCRIÇÕES: 15 DE AGOSTO A 15 DE OUTUBRO DE 2020.
SELEÇÃO DOS TRABALHOS: DE 15 A 18 DE OUTUBRO DE 2020.
ESCOLHA DOS TRABALHOS PREMIADOS: DE 19 A 23 OUTUBRO DE 2020.
PERÍODO DE VOTAÇÃO DO PRÊMIO INTERNET: DE 28 OUTUBRO A 06 DE NOVEMBRO DE 2020 (salaodehumor.com).
PREPARAÇÃO DO CATÁLOGO E CALENDÁRIO: DE 23 DE OUTUBRO A 06 DE NOVEMBRO DE 2020.
ABERTURA: 28 DE NOVEMBRO DE 2020.

PARTIU O PANTERA


Sid.

900 DIAS

Aroeira.
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.Bom dia 247 (31.08.20) - Attuch / Altman / Solnik / PML:
Censura ameaça o jornalismo ................................................ Aqui.

TRUMP MAIS QUATRO ANOS


Bruce Plante. (EUA).

CORONAVÍRUS: EPIDEMIA? PANDEMIA? OU INFODEMIA SEMIÓTICA?

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Revisitando o coronavírus: como a pandemia covid-19 era avaliada em fevereiro - convindo lembrar que uma segunda (e mais grave até) onda se abatendo sobre o mundo não está de todo descartada.
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Por Wilson Ferreira
Quanto mais passa o tempo e quanto mais a cobertura midiática se transforma numa guerra de versões, a epidemia da estação, o novo coronavírus (depois de SARS, ebola, gripe aviária, gripe suína, que prometiam a letalidade de uma gripe espanhola ou da própria peste negra), mais revela a sua função social de manter a ordem por meio de uma calamidade natural externa. Epidemia? Pandemia? Arma biológica criada em algum laboratório secreto? Mais do que tudo isso: o novo coronavírus se revela uma verdadeira arma na guerra da informação – uma “infodemia” com alto rendimento semiótico. De um lado, na geopolítica dos EUA que se esforça em quebrar a crescente participação da China na cadeia produtiva global. E do outro, na narrativa da grande mídia brasileira reeditando o “jornalismo de conjunções adversativas” em que bolsa cai e dólar dispara porque foram viralmente infectados: a economia “agora vai!”, MAS... só que não! E a culpa são dos chineses, italianos... a infodemia de expectativas é tão especulativa quanto o estouro das bolhas do cassino das bolsas de valores ao sabor das notícias da epidemia ajudam a derrubá-las.
“Quem quer manter a ordem?
Quem quer criar desordem?
Não é tentar o suicídio
Querer andar na contramão?”
(“Desordem”, Titãs)

Lá no século XIX, a análise sociológica de Durkheim (ao lado de Marx e Weber, são os chamados “três porquinhos” fundadores da sociologia) descobria um mecanismo de coesão milenar nas sociedades: desde que não seja patológica pelo seu grau de recorrência, o crime é benéfico para a manutenção da coesão social – ele possuiria um caráter instrutor e regulador da ordem coletiva.
Em outros termos, a Sociologia nasceu e logo de cara descobriu o papel fundamental do mecanismo de criação do chamado “bode expiatório” na manutenção da ordem – o princípio de que alguém, ou alguma coisa, deve levar a culpa de algum infortúnio coletivo.
Para Durkheim, eram os criminosos. Mas a imaginação coletiva é capaz de criar diversas variações de inimigos externos: estrangeiros, bruxas, negros, judeus, homossexuais... ou mesmo qualquer evento negativo como calamidades naturais ou... epidemias, pestes.
São racionalizações sociais para explicar colapsos políticos ou econômicos – a culpa não está no corpo social (que deve ser sempre coeso, harmônico e, principalmente, hierarquizado), mas fora dele, num ameaçador inimigo externo – humano, astronômico, geológico, biológico etc.
Quanto mais passa o tempo e quanto mais a cobertura midiática se transforma numa guerra de versões, a epidemia da estação, o novo coronavírus (depois de SARS, ebola, gripe aviária, grupe suína, que prometiam a letalidade de uma gripe espanhola ou da própria peste negra) mais revela a sua função social tão estudada por Durkheim. 

Infodemia do jornalismo adversativo

Depois que o presidente da França, Emmanuel Macron, disse bombasticamente que o país precisava se preparar para uma epidemia do coronavírus, o chanceler italiano Luigi Di Maio alertou que uma “infodemia” (uma epidemia de “informações falsas no exterior”) estava prejudicando a economia e a reputação do país.


Esse é o “COVID-19”, com uma taxa de mortalidade considerada baixa, em torno de 2,3% - pouco maior que o sarampo e bem menor do que o ebola. A letalidade em idosos com mais de 80 anos chega a 14,8%, caindo para 8% em pacientes entre 70 e 79 anos.
“A letalidade não é alta, MAS preocupante”, é a frase que mais se ouve na mídia de especialistas e autoridades. Aliás, o uso da conjunção adversativa também está em alta: “porém”, “mas”, “contudo” etc. Lembrando o já clássico “jornalismo adversativo”, cujas conjunções eram aplicadas pela grande mídia para minimizar os bons números da economia nos governos petistas – a economia cresceu? PORÉM, não há estradas suficiente para escoar a produção.
Conjunções adversativas se prestam à especulação, mostrando que as notícias sobre o novo coronavírus são menos informativas e muito mais especulativas. Tão especulativas quanto os estouros da bolhas das bolsas de valores cujas notícias da epidemia ajudam a derrubá-las.
Uma coisa é o COVID-19, que faz parte de uma grande família viral (conhecida desde meados dos anos 1960) que causa infecções respiratórias leves e moderadas, semelhante a um resfriado comum – que piora em pessoas com doenças cardiopulmonares, com sistema imunológico deprimido e em idosos.


Outra coisa é o rendimento semiótico que o COVID-19 passa a ter como evento midiático – o rendimento de significações que começam a gerar, de acordo com o gosto ou intencionalidade de cada emissor de discursos ou narrativas. Um rendimento que cumpre aquela função social durkheimiana: manter a ordem jogando a culpa nas expectativas e letalidade dos crimes – no caso atual, na perspectiva de uma pandemia global catastrófica.

Guerra de informação

Em postagem anterior este Cinegnose especulava a inegável conveniência para a geopolítica dos EUA nessa crise epidemiológica originada na China – mais do que arma biológica criada em algum laboratório secreto, o coronavírus é uma arma na guerra da informação:
Depois da batalha alfandegária iniciada por Trump em 2018, a escaramuça do caso Huwaei com a suspensão dos negócios das empresas de tecnologia americanas com a fabricante chinesa de celulares (inclusive com prisão de executiva da Huwaei no Canadá em 2018) e a prolongada guerra geopolítica híbrida alimentando os conflitos em Hong Kong, o atual alerta da OMS no caso do coronavírus chinês ganha um evidente sentido conspiratório ou, no mínimo, dúvida plausível: será o coronavírus é uma arma de guerra de informação no xadrez geopolítico EUA vs. China? – clique aqui.
Desde que o presidente Xi Jinping lançou as “Novas Rotas da Seda”, a economia chinesa ultrapassou os EUA – a participação norte-americanana economia global vem diminuindo, enquanto a da China só aumenta. Ela se tornou o maior parceiro comercial de quase 130 países. Enquanto a economia dos EUA se esvazia e o cassino financeiro ainda sustenta o poder norte-americano, a China sai na frente em incontáveis áreas de pesquisa tecnológica.
Segundo o jornalista Pepe Escobar, a China (o único concorrente econômico dos Estados Unidos) planeja reconectar a maior parte do mundo a uma versão para o século XXI de um sistema de comércio cujo auge durou mais de um milênio: as Rotas da Seda Eurasianas. Esse estado de coisas é algo que os setores interconectados das classes dominantes dos Estados Unidos simplesmente não podem aceitar.
(...) o fato é que a liderança de Pequim vem tendo que lidar com um acúmulo de questões de extrema gravidade: uma epidemia de gripe suína que matou metade do rebanho; a guerra comercial urdida por Trump, a Huawei acusada de extorsão e prestes a ser proibida de comprar chips de fabricação norte-americana; a gripe aviária; e o coronavírus paralisando praticamente metade da China. Acrescente-se a isso a incessante barragem de artilharia da propaganda da Guerra Híbrida do governo dos Estados Unidos, marcada por uma aguda sinofobia: todos, desde "autoridades" sociopatas até auto-intitulados conselheiros vêm instruindo as empresas a desviarem suas cadeias globais de abastecimento para fora da China, ou tramando conclamações diretas pela mudança de regime - com toda a demonização possível de permeio – clique aqui.  


O Brasil vai quebrar junto...

Nessa perspectiva, os EUA, junto com seus países aliados, querem arrastar o mundo nessa estratégia geopolítica de quebrar a participação cada vez maior da China na cadeia produtiva global – por exemplo, empresas chinesas assinaram contratos de até 128 bilhões de dólares em projetos de infraestrutura de grande escala em dezenas de países.
Claro que o Brasil irá se quebrar junto nessa batalha geopolítica em tons épicos. Mas mesmo aqui, o coronavírus se torna uma infodemia: governo Bolsonaro e grande mídia encontram um alto rendimento semiótico na narrativa da ameaça da pandemia.
Nesse momento em que jornalistas, colunistas e analistas fizeram a “surpreendente” descoberta de que Bolsonaro é uma ameaça à democracia liberal, depois que saiu nas redes sociais convocando para manifestações pedindo o fechamento do Congresso, a mídia corporativa se vê na urgência de salvar a agenda econômica neoliberal – que infelizmente, na falta de melhor opção, o capitão da reserva acabou se tornando o seu fiador.
A Ibovespa caiu quase 10% após o carnaval? Em um só dia (na quarta, dia 26) o País perdeu R$ 3,068 bilhões em investimentos estrangeiros, somando-se aos 44,5 bilhões no ano passado e R$ 34,908 bilhões entre janeiro e fevereiro de 2020? Tudo culpa do medo dos mercados pela rápida disseminação do coronavírus!
Era para ser o “agora vai!” da retomada econômica, MAS... Bolsonaro e o coronavírus estão estragando tudo. Pela narrativa midiática, a ciência econômica alcançou sua interdisciplinaridade com a Infectologia. 
As reformas estavam dando “tração” na economia, MAS... foi infectada por um vírus externo, fora do nosso controle.
Paulo Guedes e Sérgio Moro (em imagens no alto de um veículo blindado urutu do Exército como o “General Patton das araucárias”) tornam-se a única reserva política, econômica e moral para a grande mídia salvar a agenda neoliberal das reformas – praticamente uma chantagem da banca financeira contra o Estado.

Mais uma vez, entrando em cena em conjunturas difíceis...

E, ironia das ironias (será que apenas uma coincidência?), eis que mais uma vez um hospital entra em cena para dar o álibi necessário para uma conjuntura difícil: depois do episódio da facada que elegeu Bolsonaro e de esconder Fabrício Queiros (o ex-assessor de Flávio Bolsonaro)  de um depoimento no Ministério Público, agora em São Paulo o Hospital Albert Einstein revela ao mundo o paciente número zero da ameaça de uma epidemia brasileira de coronavírus – um empresário paulistano que voltara de viagem a Itália...
Um álibi que alinha a infectologia com o discurso econômico de Paulo Guedes. Em épocas de disparada do dólar, nada como a fala do Ministro da Saúde Luis Henrique Mandetta para reforçar o "novo normal": "Você não tem que ir para a Lombardia... Vou lá pra olhar? Vou passear? Aí preferiria passear no Hemisfério Sul. Cachoeiro de Itapemirim, Niterói, Foz do Iguaçu. Mais uma razão para fazer turismo interno no Brasil", afirmou entre um tom da seriedade e de pura galhofa.

Perseguindo a ribalta: depois de Macron e Bolsonaro, Doria corre atrás do coronavírus 

Mas também para a própria mídia a narrativa da ameaça viral tem um ótimo rendimento semiótico, dessa vez metalinguístico: diariamente o jornalismo corporativo alardeia que o melhor remédio para o coronavírus é a informação. Da grande mídia, obviamente.
Mesmo com a ambiguidade do seu redivivo jornalismo adversativo: não entre em pânico! Não há motivos! MAS... procure álcool em gel, use máscaras e acompanhe os telejornais com relatos de milhares de contaminados e mortos. E a cada dia, espalhando-se por um país do planeta.
E entram em cena governadores querendo tirar a casquinha das luzes da ribalta. Para começar, João Doria (aquele que quis surfar no sucesso neoliberal de Macron e correu para a sua posse em Paris; e que depois virou “Bolso-Doria” para também surfar no hype da extrema-direita) posa em coletivas ao lado do Ministro da Saúde numa campanha estadual de prevenção. Como fosse a âncora de firmeza racional num País que naufraga na irracionalidade política.
Mas jamais econômica! Tudo o que precisamos é lavar bem as mãos, colocarmos máscaras e acreditamos nas informações da grande mídia... então a economia voltará a tracionar.

Postagens Relacionadas









(Fonte: Cinegnose - Aqui).

domingo, 30 de agosto de 2020

ELES DISSERAM E/OU CANTARAM - (30.08.20)


.Beto Guedes:
Nascente (Clareia manhã) .......................... Aqui.
Amor de índio ........................................... Aqui.


.DCM - Live de Domingo:
Lula e Assange, vítimas de lawfare:
haverá justiça? ......................................... Aqui.

.Kiko Nogueira - DCM:
Nassif fala da censura ao seu site; deputado
inocentado no STF fala da perseguição da LJ  Aqui.

.Boa Noite 247:
Quatro anos do golpe de 2016 .................... Aqui.

.Luis Nassif:
O caso do BTG Pactual e a 
liberdade de imprensa ............................... Aqui.

.Paulo A Castro:
Do que tratam os (8) recursos de Lula que
serão julgados no dia 01 de setembro ......... Aqui.
De como e em quê Bolsonaro venceu Trump  Aqui.

JUSTIÇA MANDA JORNAL GGN SILENCIAR SOBRE BTG PACTUAL


"No Brasil, não basta ser Davi.
Enfrentar Golias, aqui, é ter de manejar a funda de mão atada e de boca fechada.
O juiz Leonardo Grandmasson Ferreira Chaves, da 32ª Vara Cível do Rio de Janeiro, proibiu o Jornal GGN, de Luís Nassif, de publicar – ou manter “no ar” aquilo que já publicou – sobre o Banco BTG Pactual, fundado por Paulo Guedes e que tem em sua direção André Esteves, nome citado em vários escândalos da República.
Reparem que não é deixar de fazer tal ou qual acusação específica ao banco, mas de tudo o que o banco considera ofensivo e capaz – parabéns, Nassif, por terem admitido isso – pudesse abalar a imagem do banco.
A censura voltou com força no Brasil, em proveito dos grandes capitais.
Nassif, claro, vai reverter esta decisão absurda em segunda instância.
Mas é apavorante aquilo em que o Judiciário brasileiro está se tornando.
'Cala a boca' não morreu, e vive nos tribunais brasileiros."

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(De Fernando Brito, titular do Blog Tijolaço, post intitulado "A 'democracia judicial': 'pequeno' jornal, de Nassif, não pode falar no grande BTG Pactual" - Aqui -, publicado nesta data no citado Blog.

Para entender o que ocorre, sugerimos a leitura de dois posts do Jornal GGN, ambos reproduzidos neste Blog, o segundo deles intitulado "Funcionários do BB pedem investigação sobre venda de créditos de R$ 2,9 bilhões por R$ 371 milhões para o BTG Pactual", no qual aludimos ao primeiro, "A estranha venda de créditos podres do Banco do Brasil ao BTG Pactual" - Aqui.

O Tribunal de Contas da União está averiguando a 'estranha' transação, a pedido da ANABB - Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil. 

Por tudo isso, a decisão judicial - da qual cabe recurso - soa igualmente 'estranha', como 'estranho' é o estrondoso silêncio da grande mídia). 

DA SÉRIE RECORDAÇÕES DO CONFINAMENTO


Lute.

ENQUANTO ISSO NO 'CELEIRO DO MUNDO'

Aroeira.
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.Bom Dia 247 (30.08.20) - Attuch / Vianna / Florestan:
Quatro anos de golpe e destruição ................................ Aqui.

A PSICOLOGIA DE MASSAS DO NAZISMO NO FILME 'JOJO RABBIT'

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(Esse filme está sendo presentemente exibido/anunciado pela TV fechada - Sky/Telecine).
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"Jojo Rabbit é uma comédia dramática que satiriza a Alemanha nazista já nos estertores da guerra e na iminência da derrota, cujo protagonista é um garoto solitário que tem como amigo imaginário nada menos do que Adolf Hitler."

Por Wilson Ferreira
Nazistas são maus, frios e assassinos. É a própria encarnação do Mal no cinema, criando dramas pessoais e tragédias humanas. Tão poderosos que, através da propaganda política, teriam poderes totais sobre as massas hipnotizadas. Mas o filme “Jojo Rabbit” (seis indicações ao Oscar) é uma visão alternativa nesse senso comum. Equilibrando-se corajosamente no fio da navalha entre tragédia e humor, o diretor Taika Waititi mergulha na guerra interior do pequeno protagonista: entre o superego do seu amigo imaginário (nada menos que o próprio Hitler) e o inconsciente secreto que se esconde no sótão da sua casa. Jojo finge ser uma nazista cruel da juventude hitlerista. Mas tudo o que quer é fazer parte de um clube. “Jojo Rabbit” cria uma representação fílmica da psicologia freudiana no nazismo: no fundo, as pessoas sentem-se solitárias e mal-amadas – sós, procuram a sensação de pertencimento. Nem que seja entre nazistas.

Nazistas sempre foram os vilões perfeitos para o cinema: frios, maus, calculistas, cínicos, assassinos. Como não poderia deixar de ser, filmes sobre nazistas e segunda guerra mundial sempre focalizaram nos dramas pessoais, famílias que se separam e o horror diante do genocídio, o ódio e o racismo organizado como um sistema político-ideológico.
Mas além da maldade, os nazistas parecem dotados de algum tipo de poder hipnótico sobre as massas, capazes de agitar as multidões e arrastá-las à irracionalidade.
Essa visão que perpassa todos os subgêneros dos filmes sobre nazismo (exploitation, históricos, biográficos, humor negro etc.) é um senso comum diretamente originado do polímata francês Gustave Le Bon, no século XIX – para ele, as multidões seriam contagiadas pelo poder hipnótico dos líderes. Solto na multidão, o indivíduo abandonaria a responsabilidade individual e cederia às emoções. Um prato cheio para a propaganda política.
Mas o filme Jojo Rabbit (2019), com seis indicações ao Oscar (Melhor Filme, Roteiro Adaptado, Atriz Coadjuvante, Figurino, Montagem e Design de Produção), do diretor judeu polinésio Taika Waititi, traz um enfoque diferente. Mais freudiano para fenômenos de massa como foi o nazismo no século XX.
Jojo Rabbit é uma comédia dramática que satiriza a Alemanha nazista já nos estertores da guerra e na iminência da derrota, cujo protagonista é um garoto solitário que tem como amigo imaginário nada menos do que Adolf Hitler. É justamente aí que está a aposta arriscada de Waititi quanto ao tom do humor – um dos maiores genocidas da História como uma figura paterna alternativa, aparecendo para oferecer apoio e conselhos. Aliás, interpretado pelo próprio diretor.
Mas é justamente nesse improvável amigo imaginário de um garoto de dez anos que está a novidade de Jojo Rabbit entre a cinematografia do nazismo: o garoto é um fanático aspirante à juventude nazista, mas não porque foi contagiado pelo poder hipnótico da propaganda nazi em uma pequena cidade no interior da Alemanha.
Solitário (seu pai e irmã morreram e vive com sua mãe), ele está desesperado pelo anseio de pertencer a um grupo, ser reconhecido, respeitado e amado. Adere ao nazismo, assim como poderia aderir a qualquer movimento que estivesse em evidência. 
Tudo o que deseja é ter a sensação de pertencimento. Nada mais freudiano do que a psicologia de massas na qual se baseia o drama do pequeno protagonista: o que as pessoas mais temem não é a morte, mas a tragédia de não serem amadas – de morrerem em vida, sós e anônimas. Por isso, tendem a acompanhar a maioria, pelo medo de ficarem para trás. Não amadas.


O Filme

Jojo Betzler (brilhantemente interpretado por Roman Griffin Davis) é um garoto solitário em algum lugar da Alemanha nazista nos últimos estágios da guerra. Ele mora com sua mãe Rosie (Scarlett Johansson), tendo perdido o pai e a irmã. Desesperado por pertencer a alguma coisa, o pequeno Jojo torna-se um membro fanático da Juventude Hitlerista, sempre acompanhado pela assessoria do seu amigo imaginário Adolf Hitler.
Este Hitler imaginário é um amálgama de superego nazista e racionalizações reconfortantes. Às vezes, ele se enfurece (“Me acalme!”). Quando não tem o que dizer, oferece cigarros para o garoto. Às vezes ele fala gírias adolescentes... e come unicórnios.
Jojo parte para um campo de treinamento para jovens de Hitler, liderado pelo ex-capitão da SS alcoólatra chamado Capitão K (Sam Rockwell) e sua grotesca assistente, Fraulein Rahm (Rebel Wilson). 
Não demonstrando a crueldade necessária ao ser desafiado a matar um coelho, é humilhado pelo grupo e passa a ser chamado de “Jojo Rabbit”. Depois de uma conversa motivacional com o Hitler imaginário, Jojo então tenta demonstrar suas proezas marciais arrebatando uma granada de mão, apenas para explodir em si mesmo, tornando-se manco e com grandes cicatrizes no rosto.
Jojo, um antissemita fanático, descobre horrorizado, que sua mãe está escondendo uma adolescente judia, Elsa (Thomasin McKenzie) no sótão.


Incapaz de traí-la sem também trair sua própria mãe, Jojo faz um pacto desconfortável com Elsa, insistindo que ela revele os segredos sinistros dos judeus para um livro que está escrevendo chamada “Yoohoo Jew”. Para assustar ainda mais Jojo, Elsa informa os “segredos” dos judeus: eles têm chifres, são atraídos por coisas brilhantes e penduram-se no teto quando dormem, como morcegos.

Dinâmica freudiana

Elsa é capaz de entender a dinâmica psíquica freudiana do pequeno Jojo: "Você não é nazista, Jojo... Você é uma criança de dez anos que quer apenas fazer parte de um clube”, explica para o menino.
 Ela ainda concede a Jojo a experiência do seu primeiro beijo. Mas Jojo permanece dividido entre seus sentimentos possessivos por Elsa e a lealdade a seu amigo imaginário, cada vez mais inconformado com a aliança: "Então, como tudo está indo com aquela coisa de judeu lá em cima?" Hitler pergunta. Quando Jojo questiona sobre o que fazer, Hitler retruca: "Você acha que eu sou o especialista?"
Os simbolismos freudianos da narrativa são evidentes: enquanto Jojo carrega o seu superego patético e desajeitado de Hitler, na sua casa, escondido no sótão, está seu inconsciente – a adolescente judia, o seu primeiro amor e a descoberta da sexualidade latente da pré-adolescência.


Há uma guerra lá fora, mas também Jojo está em guerra consigo mesmo. Seu inconsciente lutando contra o superego pateticamente cada vez mais insatisfeito com as negociações de Jojo com a menina judia – uma força real, desdenhosa e zombeteira, que brinca com os preconceitos assumidos por Jojo na luta do seu ego para ser amado por todos.
Através das lentes de Waititi, Jojo na verdade não tem medo de Elsa por ser judia. Mas por ela ser adolescente e ele um garoto de dez anos aspirando pelas descobertas da adolescência.
Para todos, Jojo quer demonstrar que é um nazista que “ama matar”. Mas é incapaz de dar um nó nos cadarços dos próprios sapatos.
Na medida em que a narrativa avança, Jojo muda da inocência da infância para a maturidade brutalmente forçada. Literalmente, a cor do seu mundo se esvai, simbolicamente representada pela fotografia do filme.
Assim como no filme A Vida é Bela (aliás, citado em uma breve sequência por Scarlett Johansson), na medida em que a narrativa avança de forma amarga, o tom de humor e as piadas começam a se equilibrar no fio da navalha. O filme até ameaça descarrilhar nessa ambiguidade tonal, mas Waititi consegue se equilibrar na sequência final entre tragédia e alívio cômico – principalmente pela performance do pequeno amigo gordinho e picaresco chamado Yorki (Archie Yates) que quase rouba as cenas no filme.
Jojo Rabbit é inspirado em “Caging Skies”, livro da escritora neozelandesa-belga Christine Leunens. Como o diretor admite “não ser um contador de histórias dramáticas”, Waititi acrescentou o führer amigo imaginário para equilibrar drama e comédia.
Mas o diretor conseguiu mais do que isso: representar filmicamente a dinâmica da psicologia de massas do nazismo.
(Fonte: Cinegnose - Aqui).

Ficha Técnica 

Título: Jojo Rabbit
Diretor: Taika Waititi
Roteiro: Taika Waititi inspirado em “Caging Skies” de Christine Leunens
Elenco: Roman Griffin Davis, Thomasin McKenzie, Scarlett Johansson, Sam Rockwell, Archie Yates
Produção: TSG Entertainment, Piki Films 
Distribuição: 20th Century Fox Brazil 
Ano: 2019
País: Nova Zelândia, EUA

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