quarta-feira, 30 de novembro de 2011

OLDANÚNCIO


Anúncio divulgado pela revista Careta em novembro de 1981, homenageando o dia do jornaleiro. O traço e a ideia são de Reginaldo Fortuna, patrono dos cartunistas brasileiros.

A SAPATADA DA CHEVRON


"O vazamento de óleo para o mar do poço da Chevron aconteceu porque a empresa descumpriu o projeto de perfuração apresentado às autoridades brasileiras e não colocou, provavelmente por economia, uma sapata de cimento, que faria a vedação do poço a mais de dois mil metros de profundidade, o que evitaria que o petróleo sob pressão do reservatório atingido pela broca penetrasse nas camadas superiores da rocha e subisse para o oceano. (...)" (Blog Tijolaço).

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À falta de iniciativa por parte da grande mídia, o Tijolaço continua firme no propósito de contribuir para o esclarecimento dos fatos em torno do desastre ambiental produzido pela Chevron no campo de Frade, Bacia de Campos.

A empresa Chevron simplesmente desrespeitou o rol de compromissos legalmente assumidos. É irresponsabilidade completa. É a Teoria do Quintal rediviva. Quosque tandem?

O LIVRE MERCADO E A CONTA DE PADARIA


O FUNDAMENTAL

Por Antonio Delfim Netto

Grupos não pequenos de estudiosos insistem em atribuir a crise a uma organização social misteriosa à qual dão o nome genérico de "capitalismo", codinome da organização da atividade econômica em torno dos "mercados", instituição que os homens "descobriram" para coordenar a atividade de consumir bens e serviços e, ao mesmo tempo, estimulá-los a produzir de forma relativamente eficiente e com maior liberdade individual.

É preciso reconhecer que: 1) os mercados são meros instrumentos alocativos que tentam compatibilizar os interesses dos indivíduos no seu duplo papel; 2) obviamente, não há simetria de poder entre esses papéis; e 3) eles (os mercados) não podem funcionar (ou mesmo existir!) sem um Estado para regulá-los.

Essa economia de mercado não foi inventada. Há claras evidências de que os mercados existem desde a velha Mesopotâmia (500 anos antes de Cristo). Foi sendo "descoberta" pelos próprios homens na sua atividade prática de buscar instituições que lhes permitissem facilitar a sobrevivência material e a possibilidade de combiná-la com sua eterna busca de liberdade de iniciativa. Ela não é nem perfeita nem imortal. A grande esperança é que a ação do Estado que garante a sua funcionalidade, possa minorar seus defeitos com as políticas econômica (a flutuação) e social (a desigualdade).

A ideia que os mercados têm a capacidade de autocorrigir-se e que os resultados da distribuição de seus benefícios são "justos" ou "merecidos" - e que, portanto, dispensam a ação do Estado - é absurda. Tão absurda quanto a ideia que os problemas que estamos vivendo se devem apenas a eles, sem nenhuma cumplicidade do Estado.

Já passou da hora de os economistas livrarem-se de umas ingenuidades. A primeira é que Deus foi bom com eles deixando-lhes como objeto de estudo um mundo, cuja ordem poderia ser descoberta, como, por exemplo, o movimento dos astros. A segunda é o reconhecimento que, por mais importante que seja o papel do Estado, o poder incumbente está longe de ser onisciente e, logo, não precisa ser onipresente e, muito menos, pretender a onipotência!

A história nos ensinou, e a experiência atual confirma, que o Estado precisa ser fiscalmente responsável! Não é preciso ser economista para entender tal "conta de padaria". A receita pública não pode ser, permanentemente, maior do que a despesa pública, não importa a "qualidade" ou a "necessidade" do gasto.

Se ele é imperioso e permanente, só há três formas de atendê-lo: 1) aumentando a eficiência do governo; 2) cortando despesa menos prioritária; ou 3) aumentando os impostos. É uma maldição aritmética desagradável que a relação dívida pública/PIB só possa ser estabilizada num nível cujo financiamento possa ser feito, permanentemente, com uma taxa de juros real menor do que a taxa de crescimento real do PIB.

Parece razoável concluir, portanto, que o que precisa ser superado é a irresponsabilidade fiscal dos Estados e a sua incompetência regulatória. Vivemos, basicamente, uma manifestação de Estados pouco cuidadosos fiscalmente e impotentes diante do poder econômico dos interesses financeiros. A crise de 2007/09, que se recusa a terminar, é a testemunha da tendência do setor financeiro de servir-se do setor real e de sua capacidade de apropriar-se do poder incumbente.

Os "indignados" sugerem trazer de volta ideias de cérebros peregrinos, que "inventaram" outros mecanismos de organização social. Os mesmos que rechearam de tragédias o século XX. É preciso insistir que, até agora, o mercado como instrumento alocativo relativamente eficiente não encontrou nenhum substituto, como mostram o fracasso soviético e o sucesso chinês.

A crise americana é menos grave do que a da Eurolândia, mas tem pouca probabilidade de terminar antes da eleição de novembro de 2012. E depois? Depois, valha-nos Deus se os intelectuais republicanos vencerem a batalha eleitoral! É uma pena. Os EUA têm tudo para sair mais depressa da crise. Faltam-lhes apenas uma liderança que reconstrua a confiança da sociedade.

Na Eurolândia, a questão é mais complicada. Ela tem, na verdade, quatro problemas: 1) um desalinhamento das moedas dentro do euro, que causa resultados assimétricos nos balanços de pagamentos; 2) um descontrole dos déficits públicos; 3) uma perspectiva de crise bancária; e 4) falta-lhe um Banco Central autônomo, que seja, de fato, o emprestador de última instância e possa organizar as dívidas dos países.

O jogo dialético civilizatório (apoiado no sufrágio universal) entre o mercado e a urna não é uma linha reta: pode sofrer graves e custosos desvios. O fato fundamental é que ele não resiste à irresponsabilidade fiscal. Quando essa leva as lideranças políticas à completa predominância do curto prazo sobre o longo, aproveitando-se de situações econômicas passageiras favoráveis para permanecer no poder, o mercado (isso é, a realidade fática) acaba cobrando o seu preço.

O Brasil pagou tal preço no passado. A presidente deve ser fortemente apoiada quando corta na carne o Executivo e pede moderação ao Legislativo, ao Judiciário e aos sindicatos. Nunca a solidez fiscal foi tão necessária para proteger-nos da crise mundial, que está longe de terminar. É por isso que a DRU deve ser aprovada.


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A receita dos espertos é a seguinte: tudo para o Livre Mercado, e o Estado que se limite ao Mínimo; salvo quando se impuser que o Estado banque os rombos produzidos pelos espertos. Equação pra lá de simplória. Os governos Clinton e Bush abraçaram o ideário Reagan/Thatcher, permitiram a plena desregulamentação da atividade financeira, estimularam a disseminação de tal 'modernidade' e agora tentam fingir que não têm a ver com o desastre. E o surreal é que, mesmo após o fracasso haver arrombado a porta e ocupado a casa, os espertos continuam a pregar a preservação da equação de início citada.
Graças à submissão dos bancos aos Acordos de Basileia I e II, à relativamente baixa relação PIB X dívida pública (37%) e à forma 'heterodoxa' como enfrentou a crise financeira mundial 2008/9, o Brasil hoje escapa do desespero. Mas gargalo a ser superado é o que não falta - como o excesso dos nada meritórios cargos de confiança e o inchaço dos orçamentos de obras.

PANORAMA DESMATADO


Dálcio Machado.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

HARRISON, THE BEATLE



Há dez anos, morria George Harrison (Liverpool, 1953 - Los Angeles, 2001), um imortal craque da música, em grupo e solo. Em homenagem ao músico, o site Neatorama convidou o ator norte-americano Eddie Deezen para escrever algumas curiosidades pouco divulgadas sobre o ex-beatle. Ei-las:


Treze coisas que você não sabia sobre o ex-beatle George Harrison

1- A cor favorita de George era o roxo. Entre suas paixões também se destacam corridas de F-1, sanduíches de ovos e assistir ao seriado "Monty Python’s Flying Circus" na TV.

2- George era tão fã da trupe de comediantes britânicos que investiu £3 milhões (R$ 8,6 milhões) na produção do filme "A Vida de Brian", de 1979. A quantia, que ele conseguiu hipotecando sua casa, foi descrita pelo humorista Eric Idle como "o valor mais alto pago para assistir um filme".

3- Durante décadas o aniversário do guitarrista foi comemorado no dia 25 de fevereiro. Porém, nos últimos anos de sua vida, ele revelou que na verdade nascera às 23h50 do dia 24 do mesmo mês.

4- Muito antes dos Beatles, George já havia encontrado com Paul McCartney. Ambos utilizavam o mesmo ônibus escolar em 1954, período em que tinham 11 e 12 anos, respectivamente. Depois disso, ele frequentou por três a mesma escola John Lennon, a Dovedale Primary School, mas nunca conversou com o colega.

5- Apesar de as composições da dupla Lennon e McCartney ganharem muita atenção, Harrison foi co-autor das duas primeiras gravações dos Beatles: "In Spite of All the Danger" (que ele compôs com McCartney), gravada em 1958, quando a banda ainda se chamava The Quarrymen, e "Cry for a Shadow" (composta com Lennon), de 1960.

6- Dois anos após se juntar aos Beatles, em 6 de fevereiro de 1958, George, que tinha apenas 16 anos, adotou o nome de 'Carl Harrison", em homenagem ao seu ídolo, o guitarrista Carl Perkins. O pseudônimo foi utilizado apenas em uma breve turnê pela Escócia.

7- A primeira relação sexual do músico ocorreu com uma prostituta alemã, na cidade de Hamburgo. Na época Harrison tinha 17 anos - e foi surpreendido por uma salva de aplausos dos demais Beatles, que estavam escondidos no quarto esperando o fim do ato.

8- Aos 22 anos, o guitarrista adotou o vegetarianismo. Segundo sua ex-mulher, Pattie, a partir desse momento ele proibiu que qualquer tipo de carne ou peixe fosse levado à sua casa.

9- De acordo com o cineasta Richard Lester, diretor dos dois primeiros filmes dos Beatles, "A Hard Day’s Night" e "Help!", George era o melhor ator da banda. Tanto que chegou a inserir uma gíria no vocabulário utilizado nos anos 1960, ao usar "grotty" (algo como "grotesco") para descrever uma roupa.

10- Harrison foi o primeiro dos Beatles a alcançar o topo das paradas com uma canção solo: "My Sweet Lord", em dezembro de 1970.

11- Qualquer fã dos Beatles sabe que George conseguia tocar guitarra e cítara. Porém, a versatilidade do músico permitia a ele tocar 26 instrumentos, entre eles xilofone, violino, atabaque, gaita e metalofone.

12- Uma das principais diversões do músico era a jardinagem. Ele costumava dizer que havia plantado dez mil árvores durante sua vida. Em 1980, dedicou sua autobiografia, "I Me Mine", a todos os jardineiros do mundo.

13- George morreu há dez anos vítima de um câncer. Sua mãe, Louise, havia morrido da mesma doença em 1970. Em sua homenagem, ele compôs a música "Deep Blue" ("Azul Profundo", em tradução livre). Quando seu pai, Harry Harrison, faleceu em 1978, também por causa de um câncer, o músico e sua mulher Olivia dizem ter acordado com a visão de uma luz azul, onde enxergaram Harry sorrindo.

CRISE MUNDIAL 2012: BANQUEIROS IMUNES


Charge de Amorim.

NORDESTE PUJANTE


Persistem, gritantes, as desigualdades regionais no Brasil. A Constituição Federal de 1988 elegeu como uma de suas diretrizes a luta contra essa sombria realidade. É certo que o Brasil avança, mas as carências são ainda marcantes, e as do Nordeste mais ainda, a despeito de vir apresentando índices de crescimento superiores aos do País, graças, entre outros, ao maior impacto produzido por programas sociais e em especial à política de aumento real do salário mínimo.

No texto a seguir, Luis Nassif discorre acerca do tema, ressaltando as perspectivas positivas que se apresentam para a nossa região:


A revolução nordestina

A evolução da economia mundial e brasileira abre um mar de oportunidades para uma das regiões historicamente mais estagnadas do país: o nordeste.

Como lembra José Sydrão de Alencar Jr, diretor de Gestão e Desenvolvimento do Banco do Nordeste, até 1760, antes da transferência da capital para o Rio de Janeiro, havia duas colônias portuguesas no país: Grão Pará (Maranhão) e a colônia do Brasil.

Nos primeiros anos de colonização a do nordeste era a mais rica. A descoberta das minas em Minas Gerais e a mudança da capital para o Rio mudou o eixo.

Hoje o Nordeste pode desempenhar papel central na geopolítica internacional do país. A África é a nova fronteira agrícola da humanidade. O NE é porta de saída para África, Estados Unidos e Europa.

O aprofundamento do Canal do Panamá – para nacional de 120 mil toneladas – deve mudar o curso da navegação mundial e brasileira. Nos próximos 10 ou 15 anos, provavelmente a rota de Santos será substituída, em parte, por portos mais no norte e nordeste, como Itaqui, Suape e Pecém, principalmente devido à saturação dos portos do sudeste.

Por outro lado, o nordeste representa de ¼ a 1/5 do consumo nacional, atraindo novas plantas industriais do sudeste. Nos últimos anos, 12 milhões de pessoas migraram da classe C para a classe B. Apenas o programa de microcrédito do Banco do Nordeste atende a 1,5 milhão de clientes.

Por exemplo, a Zona da Mata de Pernambuco será radicalmente modificada pelo porto de Suape e pela ida da Fiat.

Uma série de programas e leis deverão ter impacto sobre a região, especialmente a Lei de Resíduos Sólidos. Hoje em dia 85% dos pequenos e médios centros não têm o devido tratamento de resíduos. A Lei representará um enorme volume de investimentos.

Há um conjunto de desafios a serem superados. Para o semiárido, uma política ambiental que reverta a degradação da caatinga.

Há polos que dependem basicamente da lenha, como o gesseiro de Araripirina. Com a entrada do gás na região, como fazer? Tão cedo a lenha não sairá da matriz energética da região. Mas como proceder à transição?

Hoje em dia, na região, existem seis centros médios crescendo bem acima da média nacional. Caicó, no Rio Grande do Norte, tornou-se o maior fornecedor nacional de chapéus e bonés. Há polos têxteis em Caicó, São José dos Pirães, indústria de ourivesaria em Juazeiro do Norte, produção de mel em Picos.

Há pelo menos R$ 160 bilhões de investimentos federais em projetos estruturantes, como a Transnordestina, a Duplicação da BR 101, a integração das bacias do São Francisco, a siderurgia no Ceará e Maranhão, estaleiros, Zonas de Processamento de Exportação, refinarias em Pernambuco, Ceará e Maranhão, polo petroquímico de Pernambuco, além das obras da Copa do Mundo e do pré-sal.

O grande desafio nordestino, no entanto, será o da criação de redes de apoio ao micro empreendedorismo da região e à organização das chamadas indústrias criativas – artesanato, manufaturas, música, festas populares.

Será a possibilidade de criar um novo modelo diferente do sudeste – que se baseou em grandes empresas liderando cadeias produtivas setoriais.

OLD CARTUM


O pavão: "Agora fale sobre você."

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Robert J. Day. Revista The New Yorker, 22 de dezembro de 1962.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

BABY, BABY, HÁ TANTO TEMPO...


Recanto é o título do (enfim) novo CD de Gal Costa, e ela canta somente músicas de Caetano Veloso. Nas lojas a partir de 6 de dezembro, em edição da Universal Music, Recanto alinha nove inéditas em 11 faixas produzidas por Caetano com Moreno Veloso.

PROFESSOR SERRA


"O Brasil ainda é, no contexto da economia mundial, por incrível que pareça, um país pequeno."


(José Serra, em palestra desta data no 7º Congresso Paulista de Jovens Empreendedores, na Fiesp, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, destacando que o Brasil representa 3% do PIB mundial, 2% do comércio mundial e ficou na 75º posição em renda per capita, e aduzindo que a atual crise internacional pode ser uma oportunidade para o país. Segundo ele, a crise anterior, entre 2008 e 2009, foi desaproveitada pelo governo federal: "O Brasil foi o único país do mundo que não baixou os juros, foi uma coisa fenomenal, não há erro mais espetacular de política econômica, é um dos maiores erros do mundo, isso vai virar caso em curso de economia e administração pelo mundo."

Serra, que nos primórdios da campanha eleitoral de 2010 se autointitulava "o Zé do Lula", resolveu parar de somente torcer contra, e abriu o verbo. É compreensível. Afinal, a) o Brasil teima em resistir à hecatombe mundial, e b) sua influência é inexpressiva até mesmo no âmbito de seu partido, e ele precisa resgatá-la; afinal, seu plano de associar-se a Kassab na sucessão municipal está sob sério risco, após o advento do escândalo Controlar - cujas labaredas, aliás, podem alcançá-lo.

Quanto à forma como o Brasil superou a crise internacional de 2008/9, estratégia bem sucedida, reconhecida no país e no exterior - e que Serra distorce -, fica-se a pensar no receituário que ele e seus aliados aplicariam caso estivessem no poder: demissões em massa, entrega de estatais estratégicas, desregulamentação generalizada, desinvestimento - tudo, a exemplo do conflagrado México do NAFTA, sob o manto iluminado da ALCA.

Nota: Vi a matéria na tela do UOL, no começo da tarde. Pouco mais de uma hora depois, cadê? Nada no UOL, nada na Folha.com, nada no Poder On-line. Evaporou. Pesquisa no UOL? Cliquei lá, e nada. Até que fui ao Google!). 

CRISE MUNDIAL: RICOS REINAM (II)


Charge de Bennett.

CRISE MUNDIAL: RICOS REINAM


Mortais comuns (99%) que ocupam Wall Street e outros locais: gás de pimenta; banqueiros (1%): "Pimenta, senhor?"

domingo, 27 de novembro de 2011

CHORANDO PELO ÓLEO DERRAMADO


Chorando pelo óleo derramado

Por Sérgio Augusto

Atenção banhistas de Ubatuba, Angra, Búzios e Guarapari: o petróleo da bacia de Campos não mais invadirá sua praia na próxima semana.

Essa é a boa notícia. Mas não custa se prevenir para a aparição de eventuais línguas negras nesses balneários, pois os envolvidos direta e indiretamente no vazamento no Campo de Frade mentem muito.

A má notícia é que a Chevron continuará atuando no Brasil. Suas atividades de perfuração foram suspensas temporariamente, mas não proibidas, pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). A Chevron é sócia da Petrobrás naquele campo e, de certo modo, como a própria ANP, cúmplice no acidente. A Petrobrás porque não se mexeu a tempo e a ANP porque demorou a informar o governo do vazamento - assim como demorou 16 dias para suspender as atividades de perfuração da Chevron, quando é sabido que a primeira e imediata providência em acidentes dessa natureza é a suspensão instantânea das perfurações.

Há pouco mais de um ano escrevi aqui no Aliás o seguinte:

De olho no pré-sal, a petrolífera americana Chevron Corporation fez saber ao governo brasileiro que tem tecnologia e experiência para descobrir petróleo em qualquer profundidade. Já operando em dois pontos da Bacia de Campos, ela de fato tem know-how comprovado, ao menos em prospecções no pós-sal. Quem, porém, acompanha o noticiário atento a questões ambientais anda meio com o pé atrás com a Chevron. Por causa de um escandaloso processo, envolvendo a floresta amazônica. Não o nosso lado da floresta, mas o equatoriano, o que faz pouca diferença, pois em ecossistemas as fronteiras traçadas pelo homem são ainda mais relativas.

E aí falei da devastação que a Texaco, comprada pela Chevron em 2001, causara na região do Lago Agrio, um Chernobyl amazônico (70 bilhões de litros de água contaminada, epidemia de câncer e abortos em diversas comunidades indígenas) que havia inspirado o premiado documentário Crude, dirigido por Joe Berlinger, então em evidência.

A comparação com Chernobyl não era exagerada. Basta confrontar os 41 milhões de litros de crude (o petróleo em estado cru, antes do refino) derramados pelo petroleiro Exxon Valdez no Alasca, em 1989, com os 64 milhões de litros de crude sistematicamente despejados nas águas do Lago Agrio, ao longo de 30 anos. Numa área quase o triplo de Manhattan, a Texaco cavou 350 poços e deixou abertos mil buracos altamente tóxicos quando foi embora da Amazônia equatoriana, em 1992.

Exagerado, sim, foi o processo que a Chevron, responsável pela Texaco, impetrou contra Joe Berlinger. Condenada a pagar US$ 8 bilhões às vítimas do desastre no Equador, a Chevron, que eu saiba, continua procrastinando. Mantém um exército de advogados para defender seus interesses nos tribunais e uma catervagem de lobistas (só este ano contratou mais 39, em geral gente saída do governo) para fazer relações-públicas e seduzir políticos, magistrados e jornalistas.

O que são US$ 8 bilhões para uma empresa que, apenas no ano passado, faturou US$ 200 bilhões? A multa que a ANP aplicou na Chevron pelo vazamento no Campo de Frade, ainda que alcance os estimados R$ 260 milhões, também é irrisória.

Nessa semana, a expert em problemas energéticos Tara Lohan, editora da revista eletrônica Alternet.com, elegeu a Chevron a pior (no sentido de mais danosa ao meio ambiente) empresa de energia do ano, à frente da Exxon Mobil e da BP (responsável por aquele vazamento no Golfo do México, no ano passado). "As corporações tóxicas que governam a América", intitulava-se a reportagem, que, de tão suculenta, ganhou repercussão na Salon.com. de terça-feira.

Lohan não exagera ao afirmar que a Chevron, a Exxon, a BP, as indústrias dos irmãos Charles e David Koch e a Massey Energy, os cinco mamutes da indústria de petróleo, carvão e gás, mandam e desmandam em seu país. Paradigmas da ganância corporativa, que põe o lucro acima da vida humana e do desaquecimento global, há anos que, nem sempre de forma sutil, envenenam lentamente o ar que respiramos, a água que bebemos e os alimentos que consumimos.

Gastam fortunas em campanhas publicitárias para limpar sua barra e sujar a da Agência de Proteção ao Meio Ambiente (EPA) dos EUA, em campanhas eleitorais e em tudo que possa afetar a adoção de leis favoráveis aos seus interesses e lenientes com a irresponsabilidade corporativa. "Investir em político ainda é a melhor aplicação para essas empresas", assegura o advogado conservacionista Tyson Slocum. "São os políticos que enfrentam, no Congresso, a pressão dos ambientalistas." De preferência os políticos republicanos, que ficaram com 75% da verba de US$ 779 mil destinada ao "mercado legislativo" em 2010.

Slocum é uma das bêtes noires dos godzillas energéticos. Outro é o biólogo Richard Steiner, da Universidade do Alasca, especialista em poluição de oceanos, boicotado a torto e a direito, a quem a ANP já deveria ter consultado sobre como combater os malfeitos das exploradoras de petróleo marítimo.

Pois essa, agora, é a grande questão. Acidentes acontecem e é muito mais difícil, senão impossível, preveni-los sem rigorosa fiscalização e com métodos de exploração obsoletos e análises sísmicas incompetentes. Não temos um plano nacional de emergência para vazamentos e só pensamos em discutir a questão dos royalties, "com a excitação com que algumas famílias debatem o testamento de um tio bilionário", como bem observou Fernando Gabeira.

Não adianta chorar o óleo derramado, mas exigir franqueza e transparência é o mínimo que podemos fazer. Indagado sobre quanto dos US$ 5 bilhões que a Chevron pretende investir no Brasil seria aplicado em segurança e previsão de acidentes, o presidente da Chevron no Brasil, George Buck, respondeu: "Não temos essa informação". Se ele não tem, quem a tem? Só o CEO da Chevron?

Indagado sobre o valor a ser investido pela Petrobrás na segurança do pré-sal, seu presidente, José Sérgio Gabrielli, respondeu: "Isso é absolutamente irrelevante". Até quando o será?

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Sérgio Augusto conclui o artigo acima abordando a questão da segurança do Pré-Sal. Fica a impressão de que a Petrobras (sem acento) está pouco ligando para o assunto, quando informações diversas podem ser obtidas via Google. Por exemplo: http://www.petrobras.com.br/pt/energia-e-tecnologia/fontes-de-energia/petroleo/presal/

CARTUM DE TABRIS

A PAUTA DA OMBUDSMAN (II): CHEVRON


Dia 20, publiquei neste blog o seguinte: "Suzana Singer é ombudsman do jornal Folha de São Paulo. Em sua abordagem crítica hoje publicada, limita-se a discorrer acerca da extinção do suplemento FolhaTeen e da página sobre educação. Sobre o desastre ambiental causado pela Chevron (emblemática demonstração de 'seletividade denunciatória' de seu jornal e da grande mídia tupiniquim), nada."

Hoje, 27, penitencio-me, visto que Suzana se manifestou:

A grande imprensa foi passiva e demorou a perceber a gravidade do vazamento da Chevron

O óleo subiu… e a gente não viu

Na cobertura do acidente ecológico na bacia de Campos (RJ), a mídia tradicional tomou um olé da blogosfera. A chamada “grande imprensa” demorou a entender a gravidade do que estava acontecendo, reproduziu passivamente a versão oficial e não fez apuração própria.

O vazamento ocorreu na segunda-feira, dia 7 de novembro, quando a pressão do óleo provocou uma ruptura do revestimento do poço. O líquido começou a subir pela coluna de perfuração e vazou também pelas fissuras do solo marinho.

A mancha de óleo foi vista no dia seguinte por petroleiros. Acionada, a norte-americana Chevron informou as autoridades, na quarta-feira, de que o vazamento acontecia em uma de suas plataformas.

No dia seguinte, agências de notícias divulgavam o incidente, com a porta-voz da Chevron falando em “fenômeno natural” e calculando um escape pequeno de óleo.

Só “O Globo” deu destaque ao assunto, mas em um texto tão editorializado que perdia o foco do acidente. O que acontecia no campo do Frade era só mais uma prova da “necessidade de Estados produtores de petróleo terem uma fatia maior dos royalties”. A Folha limitou-se a dar uma pequena nota.

Veio o fim de semana, quando a inércia toma conta das Redações. “Mercado” publicou no sábado, dia 12, uma capa sobre a queda do lucro da Petrobras e, no domingo, um imenso infográfico mostrando como funcionam as sondas de perfuração, sem fazer ligação com a Chevron. Sobre o acidente, só uma nota registrava que o vazamento aumentara.

Enquanto isso, uma luz amarela tinha acendido na blogosfera. O assunto circulava nas redes sociais. No dia 10, o geólogo norte-americano John Amos, 48, da SkyTruth, uma ONG ambientalista que trabalha com fotos aéreas, divulgou em seu site, no Twitter e no Facebook, as primeiras imagens da mancha.

O jornalista Fernando Brito, do blog “Tijolaço.com”, já dizia que a “história estava mal contadíssima”, porque “não é provável que falhas geológicas capazes de provocar um derramamento no mar deixem de ser percebidas nos estudos sísmicos que precedem a perfuração”.
No dia 15, a SkyTruth volta à ação e publica mais duas fotos mostrando que a mancha tinha crescido. “É dez vezes maior do que a estimativa da Chevron”, aposta Amos.

Instigados pelos blogs, leitores começam a cobrar: “A senhora acredita que a cobertura está correta?”, “E se fosse a Petrobras?”.

Só com a entrada da Polícia Federal no caso, a Folha e seus concorrentes começaram a se mexer de fato. O conselho jornalístico “follow the money” virou no Brasil, por preguiça, “follow the police”.
No dia 17, com o inquérito policial aberto, o assunto finalmente foi capa de “Mercado” e ganhou um tom cético -pela primeira vez se aponta possível negligência da empresa. De lá para cá, toda a imprensa subiu o tom e, numa tentativa de compensar o cochilo inicial, vem cobrando duramente a Chevron, que admitiu “erros de cálculo”.

Não é mesmo fácil saber o que acontece em alto-mar, mas, um ano e meio depois da grande tragédia ambiental do golfo do México, é indesculpável engolir releases divulgados por petrolíferas.

Além de recorrer a ONGs e especialistas, os repórteres poderiam ter procurado os petroleiros. O sindicato tinha divulgado uma nota no dia 10. “Os jornais brasileiros foram decepcionantes”, diz C.W., funcionário da Petrobras que sentiu o cheiro do vapor de óleo cru, mesmo estando a cerca de 15 km do local.

Para evitar que seu nome aparecesse, ele pediu à namorada que avisasse a mídia. Ela escreveu para a Folha e para o “Estado” no dia 11:
“Boa noite, Ainda está vazando óleo na bacia de Campos, o vazamento já percorreu quilômetros. É necessário averiguar, pois noticiaram o ocorrido, mas não deram a devida atenção.”

O caso Chevron mostra que faltam jornalistas especializados em cobrir petróleo, o que é grave num país que tem uma estatal do tamanho da Petrobras e que pretende ser uma potência da área com a exploração do pré-sal.

John Amos, da SkyTruth em West Virginia, deixa um alerta: “Se todos esquecerem rapidamente o acidente, porque o vazamento não foi tão grande quanto o do México, aí sim será uma tragédia. Essa é uma oportunidade de questionar a gestão da exploração em águas profundas, em territórios arriscados. Porque haverá um novo acidente. E vocês devem estar preparados para isso”.

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Uma observação, dona Suzana: não faltam somente jornalistas especializados em cobrir petróleo; faltam, especialmente, veículos de comunicação imparciais, não atrelados a interesses espúrios e/ou simpatizantes radicais dos interesses da Metrópole e do chamado Livre Mercado.

De parabéns, pelo singular trabalho realizado, o jornalista Fernando Brito e o deputado Brizola Neto, responsáveis pelo blog Tijolaço.com.

CARTUM SIDERAL


Por Seyran Caferli (Azerbaijão).

ZIRALDO E O LOGO


O cartaz acima foi criado por Ziraldo para o Festival de Humor de Foz do Iguaçu 2003.

Por ter registrado no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) o logotipo, o cartunista foi denunciado pelo Ministério Público Federal e condenado pela Justiça Federal (prestação de serviço comunitário e recolhimento de um salário mínimo ao mês ao longo de dois anos), visto que  os direitos autorais sobre a marca pertencem à fundação responsável pelo evento.

A defesa de Ziraldo - que ingressará com recurso para reverter a sentença - disse que jamais houve a intenção de fraudar ou causar danos a terceiros, e que o logotipo nunca voltou a ser usado para outros trabalhos.

Desejamos boa sorte ao velho Zira. Equívocos podem acontecer, inclusive quanto à interpretação da lei do direito autoral.

sábado, 26 de novembro de 2011

SÍNDROME 2012, OU NÃO


O Irã e a III Guerra Mundial

O jornalista e escritor britânico Douglas Reed, que morreu em 1976, pode ter sido um dos homens mais alucinados do século 20, como dizem seus biógrafos. Combatente na Primeira Guerra Mundial, quando ficou gravemente ferido no rosto, ele se fez jornalista e correspondente do Times de Londres em vários países da Europa. Em seus despachos de Berlim, se destacou como corajoso e violento antinazista. Foi o primeiro não comunista a denunciar a farsa do incêndio do Reichstag, acusando pessoalmente Hitler de ter sido o responsável pelo ato de provocação.
 
Quando se deu conta de que viria o Anschluss (a anexação da Áustria à Alemanha), ele, então em Viena, escreveu, em poucas semanas, seu livro mais conhecido, Insanity fair, publicado em Londres em 1938. Nele, advertiu contra a tolerância em favor de Hitler, e previu a imediata eclosão da 2ª. Guerra Mundial. Meses depois, com a capitulação das potências europeias em Munique, no caso dos sudetos, deixou de trabalhar para o Times, cuja posição era também apaziguadora.
A partir de 1940, Reed se tornou antissionista — não antissemita. Mas aceitou a tese conspirativa e fantasiosa de que os comunistas e os sionistas eram aliados para dominar o mundo. Para ele, os nazistas favoreciam os sionistas, ao transformar os judeus em vítimas. Em seus artigos, previu que o Estado de Israel, a ser criado na Palestina, como determinava o projeto sionista de Max Nordau e Theodor Herzl, viria a ser o germe da grande conspiração para o domínio sionista do planeta, mediante um governo mundial.
 
Enfim, aceitava a famosa manipulação do “Protocolo dos Sábios de Sião”. Logo depois do armistício de 1945, previu que esse governo mundial seria dotado de armas atômicas, como propusera o banqueiro e assessor de Roosevelt, Bernard Baruch, também filho de judeus de origem europeia. De acordo com o Plano Baruch, nenhum outro país, além dos Estados Unidos, deveria desenvolver armas atômicas. O congelamento sugerido foi rejeitado com vigor pelos soviéticos.
 
Mas a citação de Reed nesta coluna se deve a uma frase profética do posfácio que acrescentou à edição original de Insanity fair. Reed conta que, ao visitar a então Tchecoslováquia, pouco antes do Tratado de Munique, se deu conta de que os seus soldados estavam mobilizados na fronteira, contra a prevista invasão do território pelos alemães — e contavam com a Inglaterra, mais do que com a França, para resistir. Enquanto isso, diz Reed, os ingleses abandonavam os tchecos. Naquele momento, deduziu o escritor, o mais poderoso império da História — o britânico — entrava em sua inexorável fase de declínio. Reed registra, na frase inquietante, a sensação de que o desastre era desejado, ao dirigir-se a seus compatriotas: “E até onde eu posso entender vocês, parece desejarem que isso ocorra”.
 
Advertiu que, ao apoderar-se de países vulneráveis, mas senhores de matérias primas, de energia, de mão de obra e de soldados, a Alemanha se faria inexpugnável, invulnerável e invencível, e dominaria toda a Europa — o que viria a ocorrer fora das Ilhas, até a virada em Stalingrado.
 
Outras são as circunstâncias de nosso tempo, mas a Insanity fair parece a mesma. Se a Palestina é muitíssimo mais indefesa do que era a Tchecoslováquia de Benes e Hocha, o Irã é sempre a Pérsia. Ao não reagir contra as perspectivas de um conflito, os europeus de hoje, como os ingleses de Eden e Chamberlain, parecem desejá-lo. Talvez suponham que possam associar-se aos norte-americanos no governo do mundo. Mas o tempo de Baruch passou. Hoje, se os Estados Unidos, a Grã-Bretanha, a França — e até Israel — dispõem de armas nucleares, a Rússia, a Ucrânia, a China, o Paquistão e a Índia também as têm.
 
Os arsenais do Pentágono dispõem de armas para destruir o mundo, mas não de recursos humanos e bélicos para a conquista e domínio do planeta. É bom, no entanto, anotar uma das profecias de Reed, ao analisar o Plano Baruch, e associá-lo ao sionismo. Segundo Reed, haveria uma Terceira Guerra Mundial, com a criação de um governo planetário, a ser imposto e exercido pelos sionistas. É uma profecia perversa e, como podemos supor, improvável. Primeiro, porque surgem em Israel e nos Estados Unidos vozes de bom-senso, que advertem contra esses arquitetos do apocalipse.
(Quando) Meir Dagan, ex-dirigente do Mossad — a agência de espionagem e contra-espionagem de Israel, mais eficiente do que a CIA — diz, em palestra na Universidade de Tel-Aviv, que um ataque ao Irã é “uma ideia estúpida”. Dagan advertiu que qualquer iniciativa militar contra Teerã conduzirá a uma guerra regional, com gravíssimas consequências para todos. É sinal de que alguma coisa muda em Israel. Mas não apenas em Israel.
 
Nos Estados Unidos, alguns chefes militares também tentam convencer o presidente Obama — a cada dia mais servidor dos belicistas do Pentágono — de que um ataque ao Irã poderá levar a uma nova guerra mundial, e de resultados imprevisíveis.
 
Em artigo publicado pelo New York Times de 14 deste mês, o general John.H.Johns deixa bem claro o perigo, ao afirmar que um ataque ao Irã seria repetir a aventura do Iraque, com mais dificuldades ainda, e que o país dispõe de meios militares para rechaçar qualquer ataque. Opinião semelhante é a do general Anthony Zinni, outro respeitado chefe militar. Como sempre ocorre, ele e Johns são hoje oficiais reformados.
 
Informa-se também que chefes militares da ativa estiveram recentemente com Obama, a fim de demovê-lo de apoiar qualquer iniciativa bélica de Israel contra o Irã. Obama balançou os ombros.
 
A principal mudança, no entanto, é a tomada de consciência de grande parte dos cidadãos dos Estados Unidos e de Israel de que o inimigo não está fora de suas fronteiras, mas dentro delas. As desigualdades sociais e a angústia em que vivem, em estado de guerra permanente, levam o povo às ruas. Em Israel, cerca de 500 mil pessoas foram às ruas contra o desemprego, a corrupção e o enriquecimento de poucos, diante das crescentes dificuldades da maioria. Os protestos nos Estados Unidos aumentam, apesar da repressão violenta.
 
E é nesse quadro geral que os Estados Unidos buscam uma aproximação maior com a Argentina, com o propósito bem claro de reavivar a antiga desconfiança entre aquele país e o Brasil. Não é a primeira vez, embora esperemos que seja a última, em que Washington atua em busca da cizânia entre os dois maiores países da América do Sul. Não parece provável que obtenham êxito. Nos últimos anos, argentinos e brasileiros começaram a entender que estão destinados a viver em paz, e unidos na defesa de seus interesses comuns, que são os do continente. (Fonte: ContextoLivre).

O CIPOAL DO CÓDIGO FLORESTAL


Por Amorim.

MÁRIO LAGO, 100 ANOS


Mário Lago - Rio de Janeiro, 26.11.1911 - 30.05.2002. Ator, produtor, diretor, compositor, radialista, escritor, poeta, autor de teatro, cinema, rádio e TV, frasista, militante sindical, ativista político e boêmio.

Para ver/ouvir criações de Mário Lago, clique aqui.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

CARTUM DE TIAGO RECCHIA

VEJA, O RETORNO (?)


Em 1968, eu, adolescente, comecei a ler a revista Veja. Por certo tempo, cheguei até a colecionar. Uma senhora revista.

Há uns dois anos parei. A assinatura deixou de ser renovada. Ver, mesmo, só vejo as capas, na banca do meu amigo Tomás, praça João Luís Ferreira, Teresina. Nem de folhear dá vontade.

Parcialidade é uma merda. Assassinato de reputação é coisa abjeta. Manipulação é execrável.

Dizem que, com a saída (hoje) de Mário Sabino, Veja ressuscitará. A redação exulta.

Limitar-me-ei, por enquanto, a ver as capas.

AVE, MULHER!


Abordagem concisa e precisa sobre o dia de hoje e a dignidade da mulher (blog de Joel Bueno):

Em 25 de novembro de 1960, três mulheres foram assassinadas na República Dominicana. Eram Patria Mercedes Mirabal, Maria Argentina Mirabal e Antonia Maria Mirabal. Junto com sua irmã Bélgica Adela, as três eram militantes contra a ditadura de Rafael Trujillo.

Vinte e um anos depois, organizações feministas do mundo todo escolheram a data para ser o Dia Internacional Pelo Fim da Violência contra as Mulheres. Sempre atrasada, a ONU sancionou a efeméride em 1999.

Hoje também se inicia a Jornada de 16 Dias Contra a Violência de Gênero.

A violência contra a mulher não é só a agressão doméstica, o homicídio chamado de passional, o estupro, a morte no aborto clandestino. É a educação machista que destrói a autoestima. É o pagamento menor pelo mesmo trabalho. É a objetualização do corpo. É a agressividade nas ruas. É a negação do prazer. É a desqualificação do discurso. É toda uma rede de relações de poder cotidianas, tão comuns que ficaram invisíveis.

Invisíveis? Só para homens.

O SISTEMA CARCERÁRIO


Por Samuca.

A CHEVRON E A SÍNDROME DO QUINTAL


A audácia de um poluidor

A se confirmarem as informações veiculadas (...), estamos diante de um caso de comportamento inaceitável de uma empresa estrangeira que, por acabar de protagonizar o mais grave acidente da exploração marítima de petróleo do qual já se teve notícia no Brasil, ainda quer vir “cantar de galo” sobre as autoridades brasileiras.

Diz o jornal que o sr. Ali Moshiri – o mesmo que, segundo o Wall Street Journal, em 2008, mandou jogar fora os planos técnicos da própria Chevron no campo de Frade e iniciar outros, com poços "mais simples e mais baratos" - entrou reclamando na audiência com o Ministro das Minas e Energia, Edison Lobão. (...) (Ele) reclamou que a empresa só soube da suspensão da autorização para novas perfurações por meio imprensa, antes de ser notificada oficialmente:

“A manchete da CNN foi: Chevron não pode mais operar no Brasil. Uma empresa do nosso porte não pode ser tratada dessa forma”, teria dito Moshiri ao ministro.

Não, senhor Moshiri. A história é outra: é um país como o nosso que não pode ser tratado desta maneira.

(...) o Sr. Moshiri “baixou a bola” ao ser lembrado de que o problema central era o vazamento. E é, mas por enquanto.

Quem não está sendo respeitoso neste caso é o seu grupo empresarial, não as autoridades brasileiras.

O seu subordinado, presidente do ramo brasileiro da Texaco, George Buck, ao menos pediu desculpas – instado, aliás, a fazê-lo, pelo Deputado Giovani Cherini (PDT-RS), presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara. Pediu desculpas e só, nada mais. (...) Não se comprometeu em aceitar as multas. Não forneceu informações técnicas detalhadas (...)

(...) (O importante), por agora, é registrar e ver se o representante de uma empresa que confessa ter a culpa por um vazamento de petróleo em nosso litoral tem o direito de chegar de topete em riste para dizer como as autoridades brasileiras devem agir. (...) (Trechos pinçados do blog Tijolaço).

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Ali Moshiri, presidente da Chevron para a África e América Latina, só faltou adentrar o gabinete do ministro das Minas e Energia portando um big stick, o grande porrete. Natural. No Equador, por exemplo, a empresa responde por sérios danos ambientais, conforme se vê aqui. Agindo em seus quintais com singular desfaçatez, a empresa se julga dona de todos os pedaços. A reação enérgica com certeza não virá da grande mídia: a Globo, para ficarmos na cúpula, não mede esforços em tirar os holofotes da Chevron e direcioná-los à Petrobras e ANP. Que o governo se imponha. 

A CRISE MUNDIAL E A CASTA DOS BANCOS


Cartum de Santiago.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

THE ECONOMIST: RADICALIZAÇÃO JÁ!


A revista britânica "The Economist" publica em sua próxima edição artigo em que trata da corrupção no Brasil e afirma que a presidente Dilma Rousseff poderia ser mais radical na "faxina" que iniciou no governo.

A revista compara o roteiro de demissões de ministros após denúncias de irregularidades - cinco, desde junho - a uma "infinita telenovela de sordidez".

Segundo o artigo, a presidente tem sido mais resistente a nomeações políticas no governo, mas ainda não combateu o sistema de troca de favores que permeia a relação com o Congresso.

A revista cita a entrada do PMDB na base governista, durante o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, e destaca que Dilma é mais moderada em relação ao antecessor ao aprovar verba do Orçamento para ser distribuída via emendas parlamentares.

A publicação ainda cita pesquisas de opinião para dizer que a "faxina" promovida por Dilma é popular e diz que todos os governos, desde a redemocratização do país, em 1985, tiveram algum tipo de coalizão para obter a maioria no Congresso.

"A maior parte da agenda política da presidente - melhorar educação e saúde, eliminar a pobreza extrema e investir em infraestrutura - não requer aprovação do Congresso. Ela poderia ser mais radical em sua política de limpeza", afirma o texto. (Fonte: UOL).

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The Economist afirma que a maior parte da agenda política da presidente não requer aprovação do Congresso. Como não? E, se assim fosse, como ficaria a outra parte da agenda? O correspondente da revista no Brasil, autor da matéria, se entregou no próprio texto, ao dizer que "a faxina promovida por Dilma é popular", e que "todos os governos (...) tiveram algum tipo de coalizão para obter a maioria no Congresso". Ao pregar a radicalização da política de Dilma Rousseff, The Economist parece não ter economizado miopia.

LIVRO


Por Hahram Rezaei (Irã).

PENSAMENTOS E SONHOS SOBRE O BRASIL


Por Leonardo Boff

1. O povo brasileiro se habituou a "enfrentar a vida” e a conseguir tudo "na luta”, quer dizer, superando dificuldades e com muito trabalho. Por que não iria "enfrentar” também o derradeiro desafio de fazer as mudanças necessárias, para criar relações mais igualitárias e acabar com a corrupção?

2. O povo brasileiro ainda não acabou de nascer. O que herdamos foi a Empresa-Brasil com uma elite escravagista e uma massa de destituídos. Mas do seio desta massa nasceram lideranças e movimentos sociais com consciência e organização. Seu sonho? Reinventar o Brasil. O processo começou a partir de baixo e não há mais como detê-lo.

3. Apesar da pobreza e da marginalização, os pobres sabiamente inventaram caminhos de sobrevivência. Para superar esta anti-realidade, o Estado e os políticos precisam escutar e valorizar o que o povo já sabe e inventou. Só então teremos superado a divisão elites-povo e seremos uma nação una e complexa.

4. O brasileiro tem um compromisso com a esperança. É a última que morre. Por isso, tem a certeza de que Deus escreve direito por linhas tortas. A esperança é o segredo de seu otimismo, que lhe permite relativizar os dramas, dançar seu carnaval, torcer por seu time de futebol e manter acesa a utopia de que a vida é bela e que amanhã pode ser melhor.

5. O medo é inerente à vida porque "viver é perigoso” e sempre comporta riscos. Estes nos obrigam a mudar e reforçam a esperança. O que o povo mais quer, não as elites, é mudar para que a felicidade e o amor não sejam tão difíceis.

6. O oposto ao medo não é a coragem. É a fé de que as coisas podem ser diferentes e que, organizados, podemos avançar. O Brasil mostrou que não é apenas bom no carnaval e no futebol. Mas também bom na agricultura, na arquitetura, na música e na sua inesgotável alegria de viver.

7. O povo brasileiro é religioso e místico. Mais que pensar em Deus, ele sente Deus em seu cotidiano que se revela nas expressões: "graças a Deus”, "Deus lhe pague”, "fique com Deus”. Deus para ele não é um problema, mas a solução de seus problemas. Sente-se amparado por santos e santas e por bons espíritos e orixás que ancoram sua vida no meio do sofrimento.

8. Uma das características da cultura brasileira é a alegria e o sentido de humor, que ajudam aliviar as contradições sociais. Essa alegria nasce da convicção de que a vida vale mais do que qualquer coisa. Por isso deve ser celebrada com festa e diante do fracasso, manter o humor. O efeito é a leveza e o entusiasmo que tantos admiram em nós.

9. Há um casamento que ainda não foi feito no Brasil: entre o saber acadêmico e o saber popular. O saber popular nasce da experiência sofrida, dos mil jeitos de sobreviver com poucos recursos. O saber acadêmico nasce do estudo, bebendo de muitas fontes. Quando esses dois saberes se unirem, seremos invencíveis.

10. O cuidado pertence à essência de toda a vida. Sem o cuidado ela adoece e morre. Com cuidado, é protegida e dura mais. O desafio hoje é entender a política como cuidado do Brasil, de sua gente, da natureza, da educação, da saúde, da justiça. Esse cuidado é a prova de que amamos o nosso pais.

11.Uma das marcas do povo brasileiro é sua capacidade de se relacionar com todo mundo, de somar, juntar, sincretizar e sintetizar. Por isso, ele não é intolerante nem dogmático. Gosta e acolhe bem os estrangeiros. Ora, esses valores são fundamentais para uma globalização de rosto humano. Estamos mostrando que ela é possível e a estamos construindo.

12. O Brasil é a maior nação neolatina do mundo. Temos tudo para sermos também a maior civilização dos trópicos, não imperial, mas solidária com todas as nações, porque incorporou em si representantes de 60 povos que para aqui vieram. Nosso desafio é mostrar que o Brasil pode ser, de fato, um pedaço do paraíso que não se perdeu.

HECATOMBE


Paresh Nath.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

CHEVRON, O DESASTRE (II)


A ChevronTexaco teve suspensas suas atividades no Brasil até que sejam elucidadas as circunstâncias sobre o desastre ambiental por ela provocado no campo do Frade, Bacia de Campos.

A decisão partiu da ANP, Agência Nacional de Petróleo - que só passou a agir com o devido rigor após um puxão de orelha aplicado por Dilma Rousseff. Até então, a ANP era a mais singela representação da leniência.

Enquanto isso, colunistas iluminados continuam a lançar panos quentes sobre as manchas, com observações do tipo "calma, a Chevron errou, mas os danos são ínfimos se comparados aos produzidos pela inglesa BP no Golfo do México em 2010".

Utilização de equipamento obsoleto, inexistência de estrutura para combate a sinistros, omissão de informações, fornecimento de vídeo sem a ressalva de que o material era editado, extrapolação do limite de perfuração de poço e, claro, a verdadeira dimensão dos estragos (óleo vazado)... Ah, tudo coisinha ínfima!

CHEVRON, O DESASTRE


Chrge de Cazo.

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O desastre provocado pela ChevronTexaco no Campo do Frade, Pré-Sal, além de execrável por sua dimensão e circunstâncias (como o uso de equipamentos obsoletos e a deliberada extrapolação do limite de perfuração), apresenta uma outra agravante: a de, em vez de recolher o óleo vazado, 'espalhá-lo', para apressar a sua diluição.

Desafortunadamente (para a ChevronTexaco e seus parceiros da grande imprensa), as correntes marítimas podem levar o óleo para as praias do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo. Não devia ser assim, mas é: uma coisa é óleo em alto mar, outra é a exposição em praça pública, ou seja, "ao vivo". Afinal, como dizia Belchior, ao vivo é muito pior.

OPS, ERA PAPO, EINSTEIN!


Os cientistas que há poucas semanas anunciaram a detecção de neutritos mais rápidos do que a luz - contrariando Einstein, em consequência - estão equivocados. 

Em setembro, pipocaram charges como a acima, de Deligne, escanteando o velho cientista. Com a matéria a seguir, tudo parece voltar ao estado anterior:


Novo grupo de cientistas rejeita caso dos neutritos

Um segundo grupo de cientistas ligado ao mesmo laboratório onde foram detectados neutrinos "mais rápidos do que a luz" veio este fim-de-semana rejeitar as conclusões dos colegas, afirmando que estas partículas elementares não podem ter ultrapassado a barreira imposta pela Relatividade Geral de Einstein.

Investigadores do projecto ICARUS, do laboratório italiano Gran Sasso - o mesmo onde os físicos ligados ao projecto OPERA afirmam ter medido duas vezes neutrinos a viajar mais rápido do que a luz - publicaram este sábado um artigo em que argumentam que as medições divulgadas não são possíveis.

Isto porque, afirmam os físicos do ICARUS, as partículas medidas no destino, em Itália, tinham exactamente a mesma energia das que partiram do acelerador de partículas LHC do laboratório CERN, na Suíça.

A argumentação vai no sentido de estudos recentes de cientistas norte-americanos, demonstrando que neutrinos que ultrapassassem, mesmo por uma pequena percentagem, a velocidade da luz teriam de perder energia.

Ora isto não se verificou nas partículas que, supostamente, foram detectadas no destino cerca de 60 nanossegundos antes da luz.

Pelo contrário, dizem os cientistas do ICARUS, a energia medida é exactamente a esperada para neutrinos à velocidade da luz, e não mais. (Fonte: jornal Diário de Notícias de Lisboa).

terça-feira, 22 de novembro de 2011

ESPANHA: MISSÃO QUIXOTESCA?


Por Miel.

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Espanha, nov. 2011: desemprego formal geral: 22% (entre os jovens: superior a 45%); recessão consolidada; empresas estatais ameaçadas de privatização; queda brutal do consumo em face do desemprego e queda do poder aquisitivo da população e elevação de impostos; perspectiva de rebaixamento do país pelas agências de risco. É, dom Quixote - que acaba de pender radicalmente para a direita - vai ter de lutar contra um porrilhão de moinhos.

OLD PHOTO


"Tudo o que se precisa para um filme é de uma arma e de uma mulher".

 - Jean-Luc Godard, cineasta francês e um dos principais nomes da 'Nouvelle Vague', expressão que definia a postura contestatória dos jovens cineastas na França dos anos 1960.

EUA: LOBBY PESADO GARANTE OBESIDADE

 
Congresso americano considera pizza um vegetal
 
As crianças vão comemorar, mas não por bons motivos. O congresso americano lançou nesta segunda-feira a versão final de um projeto de lei que permite que a massa de tomate usada nas pizzas entre na cota dos vegetais que devem ser oferecidos diariamente nos almoços das escolas americanas (que são subsidiados pelo governo federal).
 
Na verdade, a legislação em vigor já permitia contar essa quantidade de extrato de tomate. Mas o presidente Obama e o Departamento da Agricultura dos EUA (USDA) queriam deixar as regras mais rígidas, determinando que outros vegetais entrassem na refeição para completar a cota. O plano que Departamento de Agricultura propôs no início deste ano também incluía a limitação das batatas fritas no almoço a apenas duas vezes por semana (muitas escolas servem isso diariamente), restringia a quantidade de sódio nos alimentos e aumentava a quantidade de grãos inteiros a serem consumidos. O projeto de lei dos republicanos no Congresso barra esses esforços, cedendo a um lobby intenso – que inclui 5,6 milhões de dólares na jogada, segundo o The Slatest – das indústrias alimentícias.
 
Em um país que tem 12,5 milhões de crianças obesas, de acordo com dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano, os estudantes continuarão comendo os alimentos errados diariamente nas escolas – e quem paga por essas refeições é o próprio governo.
 
Republicanos no Congresso defenderam o projeto de lei dizendo que o governo federal não deve dizer aos seus filhos o que eles podem comer. Além disso, eles disseram que a nova regulamentação irá “prevenir regulamentos excessivamente pesados e caros para o Estado e vai oferecer maior flexibilidade para os distritos escolares locais melhorarem a qualidade nutricional das refeições”.
 
Mais de 100 oficiais militares aposentados enviaram uma carta aos líderes do Congresso instando-os a rejeitar o projeto de lei e todas as medidas que possam enfraquecer o USDA. Eles apontam para os dados do Departamento de Defesa dos EUA, que indicam que a obesidade é o principal fator médico a desqualificar pessoas para o serviço militar e 1 em cada 4 jovens adultos não puderam se juntar às forças armadas por estarem acima do peso. (Fonte: Contextolivre).

CHARGE DE NANI


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O certo é que todas elas, ao virem atuar em seu 'quintal', já se julgam imunizadas pela pré-impunidade...

EGITO NA MESMA TECLA


Praça Tahir em ebulição, Mubarak detonado. Democracia, enfim. Alvíssaras. Euforia. Forças Armadas patrioticamente em defesa do Estado de Direito. Perspectivas positivas. Eleições marcadas. Antes, porém, o supremo comandante das Forças Armadas impõe 'diretrizes'; uma delas: cortes orçamentários poderão ser feitos, exceto no das Forças Armadas. Povão volta à praça, injuriado. Roubaram nossa Revolução! Democracia! Todos iguais perante a lei! Tome repressão. E prisões. E mortes.

Na Primavera Árabe, derrubar Presidente pode ser fácil, difícil é derrubar o sistema - conforme demonstrado aqui.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

E VIVA A MÚSICA EM TERESINA!


"Há mais de 30 anos convivendo dentro do movimento musical da cidade de Teresina, desde o longínquo 1979, quando por aqui cheguei ainda com 12 anos, vindo da cidade de União-Pi, que acompanho o fazer musical dessa cidade.

Primeiro foram os festivais de música da década de 80 nos CSUS Parque Piauí e Buenos Aires, depois os Festivais da UFPI, e daí até os Chapadões dos dias atuais... Vi bons grupos e muitos artistas nascerem e se projetarem nesses festivais. Em paralelo a esse movimento vivenciei uma época de bons conjuntos musicais que animavam as festas dos clubes sociais da alta sociedade e claro dos clubes de subúrbios do povão.

Vi a briosa Banda da Policia Militar ceder um pouco de seu brilho para as Bandas Escolares que foram surgindo através de projetos comunitários. Vi o nascimento e crescimento da Orquestra Sinfônica de Teresina. Vi de perto as transformações acontecerem em nosso meio musical (as vezes não só como testemunha, mas, até como personagem dessa história). "  (...)
 
Para continuar a leitura, clique AQUI
 
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Meu comentário: "Parabéns, maestro e mestre Rocha Sousa, pela exitosa e brilhante trajetória musical nessas três décadas!
Um grande abraço."

EDUCAÇÃO BANDA LARGA


Para se ter uma ideia da importância do acesso à informática, imaginemos o impacto positivo para o Brasil caso aqui se materializasse a realidade vislumbrável a partir do relato abaixo, de Gilberto Dimenstein:

"Em diferentes listas sobre as pessoas mais inovadoras do mundo, aparece o engenheiro Salman Khan, que há pouco tempo ganhava a vida no mercado financeiro até que, por acaso, descobriu um talento.

Para ajudar uma sobrinha com dificuldades nas lições de matemática, ele postou vídeos na internet. Mais simples impossível: apenas sua mão rabiscando uma lousa. A experiência familiar se espalhou: hoje é a maior sala de aula do mundo, com 3 milhões de alunos aprendendo ciências nas mais diversas línguas, inclusive em português. Um software ajuda o aluno a aprender no seu próprio ritmo. Para completar: tudo de graça. As aulas são usadas tanto numa vila rural da Índia como nos bairros abastados dos Estados Unidos e da Inglaterra.

Estive, na semana passada, com Salman Khan, ex-aluno de Harvard, um jovem ainda com traços de adolescente, que reuniu um grupo de educadores para explicar seus planos. Contava, com entusiasmo juvenil, sem nenhum esnobismo acadêmico, como estava ajudando a fazer do mundo uma sala de aula.

Inventores do futuro como ele me submeteram, neste ano, a uma terapia intensiva de humildade, na qual temos de aprender a conviver com a nossa insignificância, por melhores que nos consideremos."

(Fonte: ConteúdoLivre).

CRISE MUNDIAL: EUROPA E EUA OCUPADOS


Nani.

CRISE MUNDIAL: EUROPA OCUPADA


Maringoni.

domingo, 20 de novembro de 2011

A PAUTA DA OMBUDSMAN


Suzana Singer é ombudsman do jornal Folha de São Paulo. Em sua abordagem crítica hoje publicada, limita-se a discorrer acerca da extinção do suplemento FolhaTeen e da página sobre educação.

Sobre o desastre ambiental causado pela Chevron (emblemática demonstração de 'seletividade denunciatória' de seu jornal e da grande mídia tupiniquim), nada.

NATALIE, DEUSA DA 7ª ARTE


Natalie Wood, por João de Deus Netto

Rastros de ódio...

Atriz de Hollywood, Natalie Wood, já famosa em idade adolescente, filha de russos e nascida em São Francisco, Califórnia, sendo seu nome verdadeiro Natasha Gurdin. Estreou nas telas aos quatro anos, com o filme Happy Land, mas a consagração veio definitivamente com Amor, Sublime Amor (West Side Story, 1965), no papel de Maria, uma porto-riquenha que se apaixona por um americano, contra a vontade de seu irmão e das duas gangs de raças diferentes. Os críticos adoravam hostilizar Natalie, que por diversas vezes ganhou os prêmios Limão e Maçã Azeda, de pior atriz do ano. Entretanto, a estrela não merecia. Era bonita, sensível e talentosa.

Seus filmes marcaram época. Quando Elia Kazan lhe deu um papel altamente dramático em Clamor do Sexo, ela correspondeu às exigências do diretor. Sua cena de banho, que termina numa explosão histérica, mostra que ela era capaz de coisas verdadeiramente excepcionais. A história de sua morte teve lances trágicos, principalmente porque Natalie não sabia nadar. Ela deixara o iate do marido, o ator Robert Wagner, numa noite chuvosa, pegara um pequeno bote de borracha e se metera na escuridão da noite após uma violenta discussão com Bob e o ator Christopher Walken, com quem estava filmando Brainstorm. Ela estava tendo um romance com o ator e o marido, envolvido com a produção do seriado As Panteras e a participação em Casal 20, demorou a descobrir. Estranhamente, Bob convidou-o a passar um fim de semana com o casal em seu iate Splendour.


Havia fortes indícios de que ela tinha se suicidado, até o caso vir novamente à tona neste mês de novembro de final de 2011, levantando suspeitas na participação do marido Robert Wagner. Na noite fatídica, o trio havia consumido fartas quantidades de bebida alcóolica. Segundo a revista National Enquirer, o casal tinha um relacionamento explosivo: amigos afirmam que Natalie e Wagner eram incrivelmente ciumentos, possessivos e não tinham a menor confiança um no outro. Em uma festa dias antes do fim de semana, Bob Wagner teria puxado uma pistola porque alguém estava lançando olhares para sua mulher. Natalie, por sua vez, era tão ciumenta que, frequentemente, insistia em que as cenas de amor entre Bob e Stephanie Powers, a estrela de "Casal 20", fossem abrandadas ou até eliminadas. Natalie Wood faleceu aos 43 anos, em 29 de novembro de 1981.
Natalie Wood foi indicada ao Oscar pelas participações nos filmes Juventude Transviada (1955), Clamor do Sexo (1961) e O Preço de Um Prazer (1963).
Outros filmes conhecidos com a participação da atriz foram: Rastros de Ódio, Amor Sublime Amor, Milagre da Rua 34 (clássico de filme natalino) e O Amanhã é Eterno. (Fonte: IMDB – National Enquirer; blogs de Netto no Portal Luis Nassif e Cinemascope). 

NOVO LIVRO DO FRED


"Este é o meu primeiro livro de caricaturas. Não uso papel, não uso o tablet, utilizo apenas o mouse no programa CorelDraw, sem nenhum efeito gráfico especial. Não é que não queira, o fato é que não sei mesmo!" (Fred)