Congresso americano considera pizza um vegetal
As crianças vão comemorar, mas não por bons motivos. O congresso americano lançou nesta segunda-feira a versão final de um projeto de lei que permite que a massa de tomate usada nas pizzas entre na cota dos vegetais que devem ser oferecidos diariamente nos almoços das escolas americanas (que são subsidiados pelo governo federal).
Na verdade, a legislação em vigor já permitia contar essa quantidade de extrato de tomate. Mas o presidente Obama e o Departamento da Agricultura dos EUA (USDA) queriam deixar as regras mais rígidas, determinando que outros vegetais entrassem na refeição para completar a cota. O plano que Departamento de Agricultura propôs no início deste ano também incluía a limitação das batatas fritas no almoço a apenas duas vezes por semana (muitas escolas servem isso diariamente), restringia a quantidade de sódio nos alimentos e aumentava a quantidade de grãos inteiros a serem consumidos. O projeto de lei dos republicanos no Congresso barra esses esforços, cedendo a um lobby intenso – que inclui 5,6 milhões de dólares na jogada, segundo o The Slatest – das indústrias alimentícias.
Em um país que tem 12,5 milhões de crianças obesas, de acordo com dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano, os estudantes continuarão comendo os alimentos errados diariamente nas escolas – e quem paga por essas refeições é o próprio governo.
Republicanos no Congresso defenderam o projeto de lei dizendo que o governo federal não deve dizer aos seus filhos o que eles podem comer. Além disso, eles disseram que a nova regulamentação irá “prevenir regulamentos excessivamente pesados e caros para o Estado e vai oferecer maior flexibilidade para os distritos escolares locais melhorarem a qualidade nutricional das refeições”.
Mais de 100 oficiais militares aposentados enviaram uma carta aos líderes do Congresso instando-os a rejeitar o projeto de lei e todas as medidas que possam enfraquecer o USDA. Eles apontam para os dados do Departamento de Defesa dos EUA, que indicam que a obesidade é o principal fator médico a desqualificar pessoas para o serviço militar e 1 em cada 4 jovens adultos não puderam se juntar às forças armadas por estarem acima do peso. (Fonte: Contextolivre).
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