sexta-feira, 11 de novembro de 2011
A ABL E SEU ACORDO DISSONANTE
ABL é processada por irregularidades no Acordo Ortográfico
Mais de dois anos depois de implantado, o novo "Vocabulário Ortográfico da Língua Brasileira" (Volp) - feito a partir do acordo ortográfico e que teve como proposta simplicar a forma de escrever - ainda gera polêmica com relação às regras estabelecidas, principalmente quanto ao uso do hífen. Com o objetivo de sugerir uma simplificação da forma de escrever, o professor Ernani Pimentel, líder do movimento "Acordar Melhor", entrou com uma ação popular contra a Academia Brasileira de Letras (ABL).
No processo, o professor acusa a ABL de lesar o patrimônio cultural brasileiro com a implantação do Novo Acordo Ortográfico. De acordo com Pimentel, a instituição não respeitou o tratado assinado em Portugal, com os países de língua portuguesa, que tem como objetivo unificar o idioma.
- A ABL impôs o Volp como a voz do acordo ortográfico universalizado, fez alterações no instrumento firmado em Lisboa. As palavras coerdeiro e anistórico, que, pelo documento português, deveriam ser escritas com hífen, no Volp foi tirado (sic) o sinal e o "h". A Academia não tem autoridade para isso. Qualquer alteração teria que ser submetida ao Congresso Nacional e essas não foram - afirma.
A ação também pede (para) que a oficialização do novo acordo, prevista para janeiro de 2013, seja prorrogada, com a intenção de ampliar o prazo de discussões.
- Devemos seguir o exemplo de Angola e Moçambique, que ainda não ratificaram o acordo e estão solicitando prazo maior. Portugal também ainda não aplicou as novas regras. Eles estão resistentes.
As novas regras só devem ser colocadas em prática a patir de 2015 - justifica.
Ernani Pimentel diz que não é contra o Acordo Ortográfico, mas sim contra a forma como foi conduzido.
- Sou a favor do aprofundamento dele. A proposta de simplificar a língua é ótima. Isso traz muitas vantagens ao movimento editorial, os livros ficam mais baratos. Mas nada disso aconteceu. Hoje temos tantas regras que fica difícil para qualquer um aprender bem o português - diz.
Segundo ele, algumas alterações foram boas, como o fim dos acentos nas vogais duplas (vêem, lêem, crêem). (Fonte: Globo.com).
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Em face das trapalhadas da ABL, certamente haverá muitos transtornos. Sobre o uso do hífen, por exemplo, nem o 'imortal relator' do Acordo, Evanildo Bechara, parece convicto quanto às 'facilidades' impostas. Segundo um leitor do blog de Luis Nassif, "O Bechara, numa entrevista, foi imprensado pelo entrevistador sobre o uso. Lá pelas tantas ele reconheceu que a regra deixava uma porção de dúvidas, e sugeriu bestamente: quando alguém tiver dúvida, consulte o vocabulário ortográfico! O que é proibido, por exemplo, nos exames escolares. E é gente assim que nos empurra goela abaixo como devemos escrever NOSSA língua."
Outro leitor observou: "Eles, em vez de simplificar, escolheram regras que diminuem o número de acentos; pouparam nossas mãos, mas gastaram mais nossa memória, e nossa capacidade cognitiva de gostar de coisas com lógica. Essa história de tirar o hífen depois do prefixo co torna indistinguíveis palavras de sentido bem diferente como co-operar (operar conjuntamente) e cooperar, de uso muito mais geral."
Não vai ser moleza andar com um vocabulário ortográfico a tiracolo...
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