segunda-feira, 18 de julho de 2016

A TRADIÇÃO DOS GRANDES ECONOMISTAS ITALIANOS


A tradição dos grandes economistas italianos

Por André Araújo

(Recentemente) discutiu-se aqui algo sobre a Escola Austríaca de pensamento econômico, criada por volta de 1870 e hoje na 6ª geração. Citam-se os austríacos e os anglo-americanos, os franceses e suecos, mas os que cultuam a ciência econômica esquecem os fundadores da economia moderna, muito anteriores aos convencidos ingleses, e aos audaciosos franceses, sem falar nos pedantes americanos.
A economia moderna nasceu na Itália, quando a Inglaterra era ainda um lugar de agricultores e pastores de ovelhas.
Os sofisticados banqueiros de Florença, os Medicis, Struzzi, Bardi, Peruzzi, já operavam bancos no Século XV; foram os italianos que inventaram o capitalismo moderno, tornado possível pela criação da contabilidade de partidas dobradas, modelo em que até hoje se registram em todo o planeta as transações e se publicam os balanços. Os florentinos inventaram a letra de câmbio, a ordem de pagamento, a nota promissória, as operações de crédito.
O mais antigo banco do mundo até hoje é o Monte dei Paschi di Siena, fundado em 1472 e em plena operação, mostrando que a Itália é muito mais antiga no conhecimento e operação da economia do que qualquer outro País.
Dois grandes professores de economia dirigiram a Itália no pós Guerra, Luigi Einaudi, segundo Presidente da República Italiana, e Romano Prodi, Primeiro-Ministro e depois Presidente da Comunidade Europeia, e dois Mario, Draghi e Monti, no centro da economia europeia, como presidente do Banco Central Europeu e Ministro da Economia da Itália.
Nos tempos do Fascismo, um dos expoentes do Governo Mussolini foi o economista Giuseppe Bottai, hierarca do regime. O fascismo teve também seus bons economistas da linha estatizante eficiente.
O profundo conhecimento da ciência econômica pelos italianos vem dos seus grandes economistas clássicos, como Vilfredo Pareto, falecido em 1923, Piero Sraffa, Luigi Amoroso, dos ainda vivos Lamberto Dini e Luigi Pasinetti (coloquei aqui - no Jornal GGN - um artigo dele recentemente),  e do moderno mas já falecido Franco Modigliani, Prêmio Nobel de Economia.
Curiosamente, os economistas italianos são pouco citados nas escolas de economia do Brasil,  ligadas ao mundo acadêmico americano; é uma pena, têm muito mais a ver com o Brasil do que o pessoal de Chicago e Boston. (Fonte: aqui).

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