(GGN).
A culpa é de quem convocou o Exército para missões de segurança pública
Por Luis Nassif (No GGN)
O Exército jamais teve a missão de assegurar a segurança interna do país. Quando isso aconteceu, foi em períodos de exceção.
O episódio no Rio de Janeiro – dos 80 tiros contra um músico – deve-se à leniência absoluta com que se aceitou o absurdo legal e político de Michel Temer, de convocar a intervenção militar no Rio de Janeiro.
Houve declarações de alerta do Alto Comando, explicando que o Exército não tinha vocação para segurança interna, mas sim para segurança externa – na qual o inimigo deve ser eliminado. Em vão. Não se viu uma palavra da Procuradoria Geral da República ou dos Ministros do Supremo Tribunal Federal quando Temer decretou uma intervenção de natureza militar. Desde a Constituição de 1988, todo cargo executivo no Brasil é civil. No próprio decreto, Temer escreveu que era de natureza militar.
Pouco se reagiu também contra os sucessivos factoides de Temer e de seu Ministro da Justiça Alexandre Moraes, de criar um fantasma de terrorismo no país, para justificar a convocação de militares para compensar a fraqueza política do governo.
Desde a indicação do general Sérgio Etchegoyen para a Gabinete de Segurança Institucional, alertamos que era uma porta aberta de Temer para chamar a cavalaria, em caso de desmanche político de seu governo. O mesmo faz Bolsonaro, comprometendo a imagem das Forças Armadas.
A maioria das vozes da sociedade civil e da mídia, hoje indignados, com razão, com a morte do músico, se calaram. Ou por receio, ou por incapacidade de prever os desdobramentos. Como aturaram, sem tomar nenhuma medida, que um sociopata, como o governador do Rio Wilson Witzel, estimulasse o uso de “snipers” para abater a população civil.
Já diziam que a democracia é uma plantinha tenra que tem que ser cultivada. Agora, que as plantas venenosas ameaçaram tomar corações e mentes dos brasileiros, é preciso tolerância zero contra o arbítrio.
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"...é preciso tolerância zero contra o arbítrio."
De fato. Certas operações arbitrárias, aliás, parecem incorrer em 'crime continuado'. O País não pode dar certo enquanto persistirem as agressões contra a Constituição Federal.
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"...é preciso tolerância zero contra o arbítrio."
De fato. Certas operações arbitrárias, aliás, parecem incorrer em 'crime continuado'. O País não pode dar certo enquanto persistirem as agressões contra a Constituição Federal.
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