domingo, 31 de janeiro de 2010

SINATRA NO MARACA

Janeiro de 1980. Francis Albert Sinatra é aplaudido no Maracanã por 175 mil pessoas, maior público na história do monstro sagrado da música norte-americana.

Quem conseguiu trazer Sinatra foi o empresário Roberto Medina - que, poucos anos depois, organizaria o Rock in Rio.

PRESS UBER ALLES


Continua a intrépida luta do Estadão contra a censura, com a devida tarja negra assinalando a injustiça contra a Imprensa. Segundo ele, o direito à informação paira sobre todos os demais, independentemente de a veiculação da informação colidir com decretação de segredo de justiça e com direitos da personalidade previstos na Constituição Federal e disciplinados nos Códigos Civil e Penal.

Há pouco, o editor de mídias sociais do jornal, Pedro Dória, disse que ficou surpreso com a reação dos leitores: "Eu temia que muitos leitores viessem com quatro pedras na mão, dizendo que éramos poderosos e queríamos prejudicar o governo, mas eles compreenderam muito bem a situação". (Grifo meu).

O editor vende alhos por bugalhos. Quem enquadrou o Estadão foi o Judiciário, e não o Executivo (o Governo). O Executivo não teve nada com o peixe e nada pode fazer quanto ao assunto. Se se meter a fazer alguma coisa, estará atentando contra o livre exercício do Poder Judiciário, crime de responsabilidade previsto no artigo 85, II da Constituição Federal e que pode implicar em impeachment do Presidente da República.

Enquanto isso, o Estadão continua posando, com o beneplácito até mesmo de instituições internacionais convenientemente desinformadas.

JANEIROS DE PERDAS



Zilda Arns. Pastoral da Criança. Janeiro 2010.

Audrey Hepburn. Embaixadora da Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Janeiro 1993.

PICLES SORTIDOS


LEMA DO PAÍS DO ZIRIGUIDUM: IN PAGOD WE TRUST.


Hemofílico precavido não cobra dívida de sangue.


SER OU NÃO SEMÂNTICA, EIS A EMPULHAÇÃO.


Pra frente é que se tropeça.


PACTO SURTE EFEITO: SAI TAXA DE SACRIFÍCIO, ENTRA IMPOSTO DE PRIVAÇÃO.


O apressado come antes.


Não acredito em pesquisas eleitorais. Eu e, segundo apurei, 77,7% de meus eleitores.

sábado, 30 de janeiro de 2010

DA COERÊNCIA DA CIÊNCIA

Formigas doentes preferem ir morrer na solidão

Quando sente que vai morrer, a formiga abandona o formigueiro. Passa os últimos momentos na solidão.

Quase tão inesperado quanto o comportamento dos animais é o dos cientistas alemães responsáveis pela descoberta. O trabalho deles é passar o dia acompanhando um "Big Brother Formiga" e, depois, procurar explicar as atitudes dos animais.

O responsável pelo estudo é Jürgen Heinze, da Universidade de Regensburg (Alemanha), uma espécie de Pedro Bial do formigueiro. (...)

Entreouvido nos bastidores: - Na verdade, eu comecei estudando o cemitério dos elefantes. Meu próximo desafio serão as idiossincrasias de certos virus e bactérias.

DANDO CORDA À TEORIA DA CONSPIRAÇÃO


Plano de voltar à Lua está morto, afirma assessor da Casa Branca

Os planos para que os Estados Unidos voltem a enviar astronautas à Lua estão mortos, afirmou um assessor para temas espaciais da Casa Branca. (...)

"O Constellation está morto", afirmou este assessor, que não quis ser identificado, mencionando o programa que previa que os Estados Unidos voltariam à Lua em 2020 para usá-la como base para realizar expedições a Marte.

Entreouvido nos bastidores: - Nenhuma estranheza. Ou os planos de voltar à Lua eram descartados ou, lá, 'eles' descartariam os abelhudos.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

CELULAR


CELULAR (II)



Diógenes da Silva, o 'Guaxinim', 42 anos, é vaqueiro especializado em resgate de bois fugitivos. Mora e trabalha no interior de Barras (a 127 km de Teresina), e utiliza o celular para acertar serviços, bem como para comunicar-se em casos emergenciais.
.
Aiô, 'Guaxinim', avante!
................
Fotos: Moisés Saba.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

IGUARIAS DE CRIST

- De repente, ocorreu-me que estamos em uma grande salada... Meu Deus, aquela gota tem que ser de azeite!...

SALINGER SAI DE CENA



O escritor Jerome David Salinger morreu aos 91 anos, em sua casa em New Hampshire, nos EUA.

Recluso havia muitos anos, o escritor não dava entrevistas nem se deixava fotografar (na foto acima, Salinger aos 44 anos).

O seu livro mais conhecido, "O Apanhador no Campo de Centeio", lançado em 1951, conta atribulações (na linguagem) do adolescente Holden Caufield e se tornou símbolo da geração jovem.

O clássico adquiriu a aura de perturbador, e teria influenciado Mark Chapman, o assassino de Lennon (1980), e o sujeito que tentou matar Ronald Reagan (1981). Mel Gibson, no filme 'Teoria da Conspiração', faz um taxista psicótico fissurado no livro. Até James Dean, bem antes, teria tido a ver.

Não sei a razão, mas o certo é que não li "O Apanhador", a despeito das alusões a ele e a J. D. Salinger em 'n' matérias lidas ao longo dos anos.

A seguir, resenha de autoria de Fernanda Couto, que li no Traça on-line:


"(...) O que parecia um típico romance para a garotada, com uma história um tanto simples à primeira vista, transformou-se num estrondoso sucesso de crítica em 1952, um ano após seu lançamento , desmerecendo a irônica alcunha de 'bíblia dos adolescentes'. Peculiar? Sim. Trivial? Não. Salinger construiu com primor a narrativa do jovem Caulfield, tornando seu relato algo universal, constituindo um verdadeiro rito de passagem pelo qual todos são obrigados a cruzar: o fim da ingenuidade.

Para abordar o fim da inocência, entretanto, Salinger não empregou a usual 'receita de bolo' literária-cinematográfica para a criação de um herói, que corta um dobrado para ter um final feliz. Muito pelo contrário. O autor abusa de seu anti-herói, um sujeito que não se dedica aos estudos, não consegue achar nada agradável, considera todos grandes atores representando seus papéis. Somando-se a crítica ao cinema hollywoodiano, pois o jovem detesta cinema 'tipo enlatado'; a postura dos apóstolos na Bíblia e uma pitada de homossexualismo, quando Caulfield percebe que seu professor possuía uma afetividade que ultrapassava e muito a relação professor-aluno; tudo isso regado a muita coca-cola e uísque.

Ao longo do livro, contudo, percebe-se que Caulfield ainda é muito ingênuo e que sua ida a Nova York é o item fundamental para a sua formação de adulto. O rito de passagem, atravessado pelo jovem Holden, acaba quando, conversando com a sua irmã menor, o jovem percebe a importância da responsabilidade: 'Fico imaginando uma porção de garotinhos brincando no campo de centeio. Milhares de garotinhos e ninguém por perto. Eu fico na beirada de um precipício maluco. Sabe o quê eu tenho que fazer? Tenho que agarrar todo mundo que vai cair no abismo.'

Apesar do foco estar voltado para o jovem Holden, sem os personagens secundários e descrição detalhada, o livro estaria mutilado. Percebe-se, então, que a obra não está lá para contar apenas uma história. O livro é uma verdadeira aula de psicologia e de comportamento humano. Através dos professores e colegas de Caulfield, da prostituta nova-iorquina, das freiras da Cruz Vermelha e do diretor da escola Pencey, Salinger teceu um verdadeiro relato sobre o que o sociólogo Erving Goffman intitulou de 'a representação do eu na vida cotidiana'.

Uma leitura mais indiscreta do livro traz à tona traços nada tênues da biografia de Salinger. Assim como o anti-herói Holden Caulfield, o autor foi expulso inúmeras vezes do colégio, sempre teve um estilo de escrever irônico e afiado assim como o vocabulário de seu personagem e, após 1965, parou subitamente de escrever e nunca mais publicou nada – atitude tão intempestiva quanto as do narrador de O apanhador no campo de centeio.

Outras curiosidades também cercam o livro. Diferente de muitas traduções que não são fiéis à maneira de falar dos personagens, a da obra de Salinger é autêntica ao retratar as gírias e expressões que saltam da boca de Caulfield. Essa é uma das razões pela qual muitos a consideram 'um clássico moderno' e 'o livro que transformou uma geração'. Os fãs de John Lennon também tiveram um bom motivo para ler o livro depois que seu assassino Mark Chapman foi pego, após cometer o crime, lendo serenamente 'O apanhador no campo de centeio'.

Bíblia de adolescente ou não, não se pode diminuir a deliciosa forma com a qual Salinger conduz a narrativa da obra. Tão universal quanto a pergunta 'Ser ou não ser? – eis a questão', nada resume melhor o espírito do livro de Salinger senão uma outra citação de Shakespeare que Holden Caulfield acharia 'cem por cento': 'nós só ficamos em ordem quando estamos fora de ordem'."

MÃE DE CHICO BUARQUE FAZ 100 ANOS


Na festa, filhos, netos, bisnetos e amigos, entre os quais Oscar Niemeyer, Antônio Olinto, frei Betto e o presidente Lula.
.
Parabéns, dona Maria Amélia!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

MONA É LEONARDO DA VINCI?


Um grupo de pesquisadores italianos quer exumar o corpo de Leonardo da Vinci para reconstruir o rosto do artista e confrontar a teoria de que o famoso quadro Mona Lisa seria um autorretrato. (...)
A identidade da pessoa retratada no famoso quadro é tida como um dos grandes mistérios do mundo das artes.
As teorias mais comuns são as de que La Gioconda seria a mãe de Leonardo ou a mulher de um mercador de Florença. (...)

Eis, em síntese, o que diz a mídia.

Há algum tempo, pincei o seguinte, de matéria escrita por Paulo Ramos Derengoski:

.Mona Lisa é de 1502 ou 1503?

.Mona Lisa é a esposa do potentado Francesco Ghirardini del Giocondo?

.Ou seria a duquesa de Francville?

.Ou o jovem Salaino, cujos trajes o próprio Leonardo desenhava e que com ele conviveu por 26 anos, mesmo ciente de que por Salaino era furtado?

Agora, essa: Mona Lisa é Leonardo da Vinci?

O genial e sobrenatural Leonardo um dia, significativamente, disse: "Eu ofendi a Deus e à humanidade porque meu trabalho nunca alcançou o nível de qualidade que deveria."

JANEIRO 1973: FIM DA GUERRA DO VIETNÃ (PARA TIO SAM)


Do Jornal do Brasil: A assinatura de dois acordos pelo Secretário de Estado dos Estados Unidos e os Ministros das Relações Exteriores dos governos do Vietname do Sul, Vietname do Norte e Governo Revolucionário Provisório – Vietcong – , realizada em duas cerimônias no dia 28 de janeiro, em Paris, selou o fim da Guerra no Vietname, que durou mais de dez anos. Os acordos previam o fim da ação militar norte-americana na região, além de um cessar-fogo entre Norte e Sul e a libertação dos prisioneiros de guerra. (...)

Na realidade, a guerra entre o Norte e o Sul não acabou com o fim da participação norte-americana. Os conflitos se estenderam por mais dois anos até que, em 1975, houve a rendição total do exército sul-vietnamita após a ocupação de Saigon.
.
Tio Sam, pela primeira vez, conhecera Waterloo.

HAICAI DOS ESCOMBROS


OLHAR REDENTOR
BRAÇOS ABERTOS
SOBRE A DOR

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

A NÚMERO UM


O vinil nunca sumiu do mapa, especialmente do da Inglaterra. Enquete de um site de lá elegeu as melhores capas de bolachão de 2009, e a acima, do grupo MUSE, ficou em primeiro.
.
(Ou)vi algumas no youtube. Os caras são craques. A música está à altura da capa.

ENQUANTO ISSO, NO DISTRITO FEDERAL...


...Durval Barbosa, o corrupto-espião do Arrudagate, diz que aderiu ao pacifismo, razão por que pensa honestamente(!) em desistir de ser homem-bomba.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

TWO PICLES, BOY


DIPLOMACIA É A ARTE DE ENGOLIR SAPOS, SIM, MAS TODOS ELES NO MÍNIMO BILÍNGUES.


NAS REPÚBLICAS ANTICAPITALISTAS, A VANTAGEM DA INSÔNIA AMPLA, GERAL E IRRESTRITA É QUE O ABOMINÁVEL SONHO DE CONSUMO NÃO TEM VEZ.

PIRACURUCA NA INDEPENDÊNCIA


(Foto: André Leão)
................
Comemorou-se dia 22 de janeiro, na cidade de Piracuruca, o 186º Aniversário da Adesão do Piauí à Independência do Brasil. Vejamos o porquê:

.Batalha do Jacaré (Piracuruca) .... 10 de março de 1823
.Batalha do Jenipapo ...................... 13 de março de 1823

VIVA PIRACURUCA!

HOJE É DIA DE TOM


É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão

domingo, 24 de janeiro de 2010

PSICOSE, 50 ANOS



Nos 50 anos do clássico 'Psicose', uma vez mais vem à mente a cena de todos os tempos do cinema: Hitchcock converteu um banho de chuveiro num hotel de beira de estrada em sinônimo de agonia, medo, suspense e terror.

A cena foi filmada em 70 ângulos diferentes ao longo de 7 dias, e dura 45 segundos.

Jeanette Helen Morrison, a atriz Janet Leigh (1927-2004), ficou celebrizada para sempre como Marion Crane, a vítima de Norman Bates, o psicopata interpretado por Anthony Perkins.

Em 1995, a atriz concedeu, em Londres, a seguinte entrevista ao jornalista Geneton Moraes Neto:

-Você ficou famosa como personagem da cena do assassinato no chuveiro em “Psicose”. Quando entra no chuveiro você ainda hoje se lembra da cena?
.
JL.: “Mas eu não tomo banho de chuveiro...”
.
-O motivo é o filme?
.
JL.: “Sim: eu nunca tinha imaginado, antes, o quanto ficamos vulneráveis quando estamos no chuveiro. Ficamos completamente vulneráveis! Eu nunca tinha pensado neste detalhe- até ver a cena do chuveiro na tela. Hoje, prefiro não tomar banho de chuveiro. O fato de eu não poder ver o que se passa do outro lado da cortina enquanto estou tomando banho me incomoda. Prefiro usar a banheira. Ainda assim, quando estou na banheira gosto de ficar olhando para a porta. Se tomar banho de chuveiro for a única alternativa, num lugar onde não exista banheira, eu então deixo a cortina aberta. O chão fica todo molhado, mas pelo menos eu posso ver o que se passa em volta...Para dizer a verdade, durante a filmagem da cena do crime do chuveiro não fiquei assustada, talvez porque tudo é feito aos poucos, em meio a várias repetições. Quando vi a cena editada, na versão final do filme, é que senti todo o horror daquele grito. Era como se eu estivesse sentindo cada golpe daquela faca. Fiquei aterrorizada.”
.
-É verdade que ainda hoje você recebe cartas e telefonemas ameaçadores?
.
J.L.: “É verdade. Gente estranha me manda cartas dizendo: ‘Quero fazer com você o que Norman Bates fêz com Marion no chuveiro.’ São ameaças sinistras. É terrível. Um chegou a mandar uma fita descrevendo o que queria fazer. Ainda hoje preciso de vez em quando trocar o número do meu telefone. Um dos autores de ameaças me telefonava perguntando: ‘Posso falar com Norman?’. Eu respondi: ‘Deve ter sido engano.’ A voz do outro lado insistia: ‘Não é engano. Não é do Motel Bates?’.”
.
-Você levou a sério alguma dessas ameaças?
.
J.L.: “Uma vez chamei o FBI. Um diretor amigo nosso, Mervyn Le Roy, estava nos visitando logo depois de fazer um filme sobre a história do FBI. Resolvi mostrar a ele as cartas. Imediatamente ele me sugeriu que o FBI fosse avisado. Agentes vieram à minha casa. Dois dos autores de ameaças terminaram localizados. Os agentes disseram que é difícil saber quando é que uma ameaça dessa representa um perigo real ou quando não deve ser levada a serio.”
.
-Uma das lendas que correm sobre “Psicose” diz que Alfred Hitchcock mandou abrir de repente a torneira de água fria durante a filmagem da cena para obter de você uma expressão de espanto...
.
J.L.( interrompendo): “Não, não, não. Não é verdade. Pelo contrário: Hitchcock fez questão de que a água ficasse na temperatura correta, para que eu não sentisse desconforto. Sou uma atriz. Posso demonstrar medo numa cena. Não preciso de água fria...”
.
-Qual foi o grande problema que você enfrentou na hora de fazer a cena no chuveiro?
.
J.L.: “Hitchcock queria que eu usasse lentes de contato para que, nas imagens em close, logo depois do assassinato, eu parecesse realmente morta. O oculista, no entanto, disse que as lentes só ficariam prontas em seis semanas. Não daria tempo de esperar. Tive de fazer tudo sem lente de contato.”
.
-O que é que mais lhe chamou a atenção em Hitchcock durante a filmagem?
.
J.L.: “Fiquei impressionada com o fato de que ele jamais olhava através do visor da câmera. Perguntei por quê. Hitchcock me respondeu: ‘Não preciso olhar através do visor. Já sei onde a câmera vai ficar; já sei quais as lentes que vou usar. Então, posso saber exatamente como é que a imagem vai aparecer.’A verdade é que ele sabia de tudo tão bem que nem precisava olhar através da câmera .Houve também uma cena de bastidores que me impressionou. Hitchcock queria gravar um som que sugerisse uma faca ferindo o corpo. Um assistente trouxe para o estúdio vários tipos diferentes de melão. Passou, então, a cortar cada um com uma faca. De costas para o assistente, sem olhar em nenhum momento para trás, Hitchcock escolheu, pelo som de faca, qual era o tipo de melão que deveria ser usado...”
.
-Você trabalhou com grandes diretores, como Hitchcock e Orson Wells. Que comparação fez entre os dois?
.
J.L.: “Tive sorte de trabalhar com talentos tão fantásticos quanto Orson Wells, John Frankheimer e Fred Zinemann. Trabalhei com os melhores. Orson Wells e Hitchcock eram o oposto um do outro. Os dois eram gênios, mas Orson Wells era mais espontâneo e improvisador, ao contrário de Hitchcock, um diretor que planejava cada take com detalhes.”
.
-“Psicose” representou, para você, o sucesso internacional mas também um drama: você recebeu a notícia de que seria a última vez que trabalharia com Hitchcock. Por quê?
.
J.L.: “O que aconteceu foi que devido ao grande sucesso de “Psicose”, o próprio Hitchcock me disse que, se voltássemos a trabalhar juntos, não importa quanto tempo depois, o público imediatamente relacionaria o novo filme a “Psicose”. Isto afetaria então, o novo filme que estivéssemos fazendo.Eu queria trabalhar de novo com Hitchcock. Mas penso que ele estava absolutamente certo ao apontar esse risco.”
.
-Um jornal inglês publicou há pouco que você tinha abandonado a carreira porque já estava cansada da “hipocrisia” de Hollywood. É verdade?
.
J.L.: “Não sei de onde tiraram esta idéia. Diminuí o ritmo de trabalho porque achei que esta seria uma atitude justa para com meu marido e minhas filhas. Passei a aceitar apenas tarefas que pudessem ser cumpridas em pouco tempo.”
.
-Tanto tempo depois , você ainda responde a perguntas sobre a cena do assassinato no chuveiro. Você compararia esta cena com que outra, na história do cinema?
.
J.L.: “Não consigo pensar em outra cena que venha imediatamente à lembrança como algo tão chocante. Não consigo pensar em nenhuma. Houve, é claro, outros momentos memoráveis em filmes, mas esta cena parece ser aquela que o público se lembra- em estado de choque...”
.
-Você teve uma carreira de sucesso, mas é sempre lembrada como a Marion Crane de “Psicose”, assim como Anthony Perkins será sempre lembrado como Norman Bates. O fato de ser lembrada por apenas um filme- e particularmente por uma cena- lhe traz algum incômodo?
.
J.L.: “Em nosso ofício, trabalhamos duro para criar imagens. Ser parte de uma imagem que vai ficar para sempre é algo notável. Fico orgulhosa. “Psicose” é um filme que já dura 35 anos. É o sonho de todas as atrizes.”
.
-Você visitou o Brasil no início dos anos sessenta. Que lembrança guardou dessa viagem?
.
J.L.: “Visitei o Brasil duas vezes. A primeira foi em 1960. Percorri seis cidades, numa visita organizada pelo USIS, o serviço de divulgação dos Estados Unidos. Depois, participei de uma entrega de prêmios cinematográficos. Uma vez, quando estávamos a caminho da inauguração de um centro para a juventude, cruzamos com um grupo que ensaiava para o carnaval, num subúrbio do Rio de Janeiro. Todo mundo estava dançando na rua. Pedi que nosso parasse. Gosto de dança e de música. Começei a dançar. Um homem - que estava ali, no meio da rua - começou a dançar sem olhar para o meu rosto. Quando a música acabou, ele, quase ajoelhado, me olhou atentamente. Somente aí é que exclamou: Mas é Janet Leigh!...”

ENQUANTO ISSO, NO HAITI...

O exército dos Estados Unidos expulsou os jornalistas estrangeiros que estavam no aeroporto de Porto Príncipe, no Haiti, sem dar qualquer tipo de explicações. De acordo com enviados de vários órgãos espanhóis, os militares deram um prazo para que os profissionais da imprensa abandonassem o local.

Para Tio Sam, não existem ONU/forças de paz, Préval, soberania, Haiti...
................
(Charge do meu amigo Paixão, publicada em 22.01 no blog

BRASILEIROS


Luiz Carlos da Costa, representante-adjunto da ONU no Haiti desde 2006, morto em 12 de janeiro em face de terremoto que trucidou o país e matou milhares de pessoas, entre as quais dois civis e dezoito militares brasileiros (heróicas forças de paz que lá se encontravam em apoio à ONU).

Luiz Carlos ingressou na ONU em 1969, no escritório em Nova York. Trabalhou em vários países, como Libéria e Camboja, além, claro, do Haiti.

Sobre Luiz Carlos, diz o secretário-geral da ONU, Ban Kin-moon: 'Ele foi um mentor para gerações de funcionários da ONU. Ele os conhecia, conhecia seus familiares e seu coração estava sempre aberto para ouvir suas histórias e para ajudá-los'.

sábado, 23 de janeiro de 2010

BRASILEIROS (II)


Sérgio Vieira de Mello, representante especial da ONU no Iraque. Morto em agosto de 2003, por explosão de carro-bomba em frente ao hotel que servia de sede provisória da ONU em Bagdá.

Em quase 35 anos de atividade diplomática, atuou também, entre outros, em Bangladesh, Chipre, Líbano, Ruanda, Bósnia, e Timor Leste.

Na infância, ouviu o pai, também diplomata, dizer a alguém que 'viver é padecer de inquietação'.

SÓ DEZ POR CENTO É MENTIRA


Retrato do poeta matogrossense Manoel de Barros, que estreia agora e venceu o prêmio de melhor documentário no Festival de Paulínia 2009, "Só Dez Por Cento é Mentira" espelha um desafio do diretor Paulo Cesar: vencer o preconceito tanto contra o gênero documentário, como contra a poesia. Para isso, ele conta com a própria recusa de fazer "um filme poético" e também com o carisma de seu personagem. "Manoel é apaixonante", define o cineasta.

Conheço de palma os dementes de rio.
Fui amigo do Bugre Felisdônio, de
Ignácio Rayzama e de Rogaciano.
Todos catavam pregos na beira do rio
para enfiar no horizonte.
Um dia encontrei Felisdônio comendo papel
nas ruas de Corumbá.
Me disse que as coisas que não existem
são mais bonitas.
................
(Parte II de 'Mundo Pequeno', do livro
'O Livro das Ignorãças', do poeta Manoel
de Barros).

Algo me diz que vencer o preconceito contra o gênero documentário e contra a poesia é parecido com catar pregos na beira do rio para enfiar no horizonte.

De qualquer modo, boa sorte para o cineasta pernambucano e sorte boa para o poeta mundial.

MUSAS DA BOSSA

Cláudia Telles e Nara Leão
.
VOCÊS NÃO VINDO NÃO VINDO
TRISTEZA SEM SIM
GENTE QUE PASSA E QUE OLHA
ZOMBANDO DE MIM
........
("Vivo Sonhando", de
Antonio Carlos Jobim).

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

COW PARADE EM SAMPA

Cow Parade, evento de arte criado em 1998, na Suíça, pelo artista Pascal Knapp. O projeto já aconteceu em 58 cidades, com cerca de 4.400 vacas produzidas, e virou movimento artístico pop de projeção mundial. São Paulo foi a primeira capital sul-americana a receber o evento, em 2005, e a ganhar uma segunda edição, que segue nas ruas até 21 de março. “A proposta é levar arte ao cotidiano da população, por meio de intervenções criativas e bem-humoradas”, diz Ester Krivkin, diretora da Top Trends, agência responsável pela Cow Parade no Brasil.

Acima, as vacas no curral, pouco antes de partirem à procura dos brejos.

QUADRINHOS MAUS


"Spiegelman retrata os nazistas como gatos, os judeus como ratos, os poloneses como porcos e os americanos como cães. Todos são terrivelmente humanos." (The Times)

"Um triunfo modesto, emocionante e simples - impossível descrevê-lo com precisão. Impossível realizá-lo em qualquer outro meio que não os quadrinhos." (Washington Post)

Art Spiegelman foi editor da revista The New Yorker de 1993 a 2003 e é co-fundador e editor de RAW, a famosa revista de quadrinhos e artes gráficas de vanguarda. Seus desenhos e gravuras foram exibidos em galerias e museus pelo mundo todo. Entre s honrarias que recebeu por MAUS estão o Prêmio Pulitzer, uma bolsa Guggenheim e indicações para o Prêmio do National Book Critics Circle. Spiegelman vive em Nova York. (Informação na contracapa).
................
MAUS, Art Spiegelman, 2005, Companhia das Letras, tradução de Antonio de Macedo Soares, 298 páginas.

O QUE DIZEM SOBRE O BOLSA FAMÍLIA


1. Jornalista Luis Nassif, em sua 'Coluna Econômica' de 21.01:

Prestes a deixar o cargo – para ser candidato a candidato ao governo de Minas Gerais pelo PT – o Ministro do Desenvolvimento Social Patrus Ananias deixa em seu currículo a montagem do mais bem sucedido programa social do país – depois do SUS (Sistema Único de Saúde) -, o Bolsa Família (...)

Levará algum tempo para se produzir a obra definitiva sobre o programa, os desafios iniciais, a consolidação do corpo técnico, a montagem das redes com movimentos sociais, prefeituras, demais ministérios, para o feito de levar políticas compensatórias a 50 milhões de pessoas, 12 milhões de famílias, um quarto da população brasileira.

***
Antes do Bolsa, os teóricos de políticas sociais se dividiam em duas linhas. De um lado os focalistas, especialistas em indicadores e estatísticas que centravam seus estudos na identificação dos segmentos mais necessitados da população. De outro lado, os universalistas, defensores das políticas sociais universais.

Havia uma dissonância invencível entre eles. As técnicas estatísticas são fundamentais para se conseguir otimizar a aplicação dos recursos. Mas o discurso focalista era utilizado para impedir a ampliação dos gastos sociais.

Por outro lado, os universalistas, embora mais generosos na distribuição de recursos, tendiam a considerar que qualquer forma de controle e acompanhamento prejudicaria os objetivos finais dos programas sociais.

***
Oriundo dos movimentos sociais, mas com uma passagem executiva como prefeito de Belo Horizonte, Patrus soube juntar o que de melhor havia nas duas linhas. Dos focalistas trouxe o maior nome – o técnico do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômico Aplicadas) Ricardo Paes de Barros, referência internacional – e as técnicas para hierarquizar a pobreza, permitindo chegar de forma mais eficiente nos segmentos de miséria absoluta. Dos universalistas, trouxe a convicção de que políticas sociais têm que ser universais – mas sem abdicar da ciência dos indicadores e acompanhamentos.

***
O passo seguinte foi definir as prioridades dos programas sociais. O MDS toca vários programas, do Bolsa Família aos Benefícios Continuados (como aposentadoria para idosos). Mas o desafio maior, o ponto inicial de qualquer política social, é o atendimento da mais básica das necessidades, a fome. Esse foi o foco, que fez com que o programa substituísse seu antecessor, o desastrado Fome Zero.

***
O desafio seguinte era montar a rede de parceiros, para garantir a estrutura mais enxuta possível na sede. O programa é tocado por 1.500 pessoas, estrutura mínima para a população atendida. Na ponta recorreu-se aos movimentos sociais e, especialmente, às prefeituras – incumbidas de cadastrar os beneficiários. Para prevenir fraudes, foram montados convênios com Ministérios Públicos Federal e Estaduais, visando a criminalização das fraudes. Depois, tratou-se de fortalecer os conselhos municipais e regionais.

***
Ainda há um longo caminho pela frente. Mas caminha-se para a constituição de uma rede social, um processo em construção, que tornará o programa irreversível.

2. Kevin Watkins, diretor do Relatório de Monitoramento Global da UNESCO, em entrevista à BBC Brasil:

"Há um limite no que se pode avançar no setor da educação por meio da escola apenas. O maior problema no Brasil está relacionado à pobreza e à desigualdade de renda".

"O Brasil e a comunidade internacional ainda não se deram conta da importância e do impacto de um programa como o Bolsa Família".

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

CRÉDITO BANCÁRIO: NÃO DEU NO JORNAL NACIONAL


O Jornal Nacional informou que o crédito bancário no Brasil em 2009 chegou a R$ 1,41 trilhão, correspondente a 45% do PIB, mas não disse:

.que a participação dos bancos privados nacionais no volume do crédito caiu de 42,8%, no final de 2008, para 40,4% em 2009;

.que a participação dos bancos estatais nos citados períodos subiu de 36,2% para 41,4%;

.que os bancos estatais passaram a ser os campeões do crédito no Brasil;

.que foram os bancos estatais que garantiram o sucesso do Brasil no enfrentamento da crise financeira internacional, visto que expandiram o crédito, enquanto a banca privada se retraiu.

Nenhuma estranheza. É natural que os áulicos do Estado Mínimo silenciem sobre detalhes embaraçosos.

CENAS PIAUIENSES


Luciano Carlos da Silva Sousa (de camisa branca), 19 anos, recém aprovado no vestibular para o curso de medicina da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), no sistema de cotas para negros.

O estudante reside na localidade Caatinga Branca, zona rural de Valença do Piauí (220 km de Teresina), e sempre estudou em escolas públicas. À tarde, porque durante a manhã tinha de trabalhar na roça de seus pais (analfabetos) ou roçar e capinar lavouras de terceiros.

Ao longo dos anos, Luciano fez uso de livros emprestados e recebidos na escola, além dos adquiridos por sua mãe, Dona Ivanir Luiza, com a parca grana auferida com a venda de verduras.

Uma psicóloga de Teresina, ciente do feito de Luciano e de suas carências, ofereceu-lhe abrigo. 'Tenho três filhos, mas todos já criados. Fiquei sabendo da história desse jovem determinado e sei que posso ajudá-lo'.

Na foto (de Moisés Saba), Luciano curte a bata de médico (com seu nome grafado), presente da equipe de jornalistas da Caravana Meu Novo Piauí (veja post abaixo).

CENAS PIAUIENSES (II)

Família de Dona Leiliane de Sousa Costa, de Tranqueira I, comunidade quilombola situada a 18 km de Valença do Piauí (220 km de Teresina), onde chegou o Luz Para Todos.

Até então, tinha de deixar a lamparina acesa noite adentro, pois as crianças temiam o ataque de escorpiões e outros insetos. "Até uma borboleta apagava a lamparina".

Mestre Graciliano Ramos certamente folgaria em saber que o cão não se chama Baleia.

(Foto: jornal Meio Norte. Fonte: matérias dos jornalistas Efrém Ribeiro e Cínthia Lages, no périplo 'Caravana Meu Novo Piauí').

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

CRIST E O TEMPO

Crist, cartunista de finíssimo traço. http://cosmoscrist.blogspot.com/ .

BRASIL FORA DO MUSEU DA MEMÓRIA


O Museu da Memória, há pouco inaugurado no Chile, reúne peças e documentos diversos acerca da violação de direitos humanos em mais de trinta países.

O Brasil não é citado, em razão de não atender ao requisito básico: contar com Comissão da Verdade.

Convém notar que Comissão da Verdade não teria poder punitivo, mas tão somente o de nominar executores/torturadores de presos políticos durante o regime militar (1964/1985). O Ministério Público e a Justiça é que cuidariam do assunto, numa etapa posterior.

Sobre a lei da anistia (6.683/79), invocada pelos que pregam o esquecimento, caberá ao STF dizer se contempla ou não quem incorreu no crime de tortura. Tal decisão decorrerá de ação interposta pela OAB e o jurista Fabio Konder Comparato em 2008, nada tendo a ver com o Programa Nacional de Direitos Humanos 3, que tanta 'perplexidade cívica' tem causado a patriotas de matizes diversos.

O projeto do prédio do museu é da equipe de arquitetos do brasileiro Mario Figueroa.

Como na velha canção: 'Tá vendo aquele edifício, moço?, ajudei a construir...'

PNDH3: COMISSÃO DA VERDADE

Carlos Latuff, cartunista. http://latuff2.deviantart.com/ .

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

REFERÊNCIAS AO NORDESTE


Os indicadores do Nordeste não são os tais, mas os programas sociais e econômicos estão mudando o quadro 'severínico'.

Persistem bolsões de miséria, fornecedores de carentes nordestinos que daqui partem para os canaviais do sul-maravilha, por exemplo, mas há notícias dando conta do retorno de famílias para o rincão de origem graças à nova realidade.

É que a renda se expandiu, o consumo aumentou, novos mercados surgiram, e com eles se multiplicaram os empreendimentos e as perspectivas.

O jornalista Paulo Henrique Amorim, recém chegado de Petrolina, publicou no Conversa Afiada a matéria 'A Nova Locomotiva do Brasil: Pernambuco'. Partes de seu relato:

Anotações de uma viagem a Petrolina, em Pernambuco.

No último fim de semana, foram vendidos – no fim de semana – 450 apartamentos de R$ 70 mil, em 15 prédios diferentes, para compradores com renda entre 3 e 6 salários mínimos.
Amanhã, ainda em Petrolina, haverá um outro lançamento, com 500 unidades.
Os dois, dentro do programa Mina Casa, Minha Vida, da Caixa.
Segundo Alex Jenner Norat, superintendente regional da Caixa em Pernambuco, o programa Minha Casa, Minha Vida aplicará R$ 34 bilhões para resolver apenas 14% do déficit habitacional do país.
Ou seja, ainda há muita casa popular a ser construída.
(...)
Em 2006, havia 1.600 alunos matriculados em escolas técnicas do Estado de Pernambuco.
Este ano, serão 16.000 novas matrículas.

A construção civil cresce 20% ao ano em Pernambuco.
O comércio, 10%.
A indústria, 6%.

Uma simples mudança no ICMS permitiu que, este ano, sejam gerados 18.000 empregos na indústria do call center.

No Complexo Portuário de Suape foram gerados 15 mil empregos.
(...)
Há 96 empresas em operação em Suape.
Em Suape será criado um polo petroquímico, com especialização em fibras têxteis.
Em Suape, haverá um pólo para prover equipamentos e serviços para a indústria do gás e petróleo off-shore.

10 mil pernambucanos trabalham na transposição do rio São Francisco.

A próxima etapa da construção da refinaria Abreu e Lima, uma sociedade da Petrobrás com Hugo Chávez, vai precisar de 12 mil empregos adicionais.

A ferrovia Transnordestina terá a extensão de 1.730 quilômetros e ligará os Estados do Ceará, de Pernambuco e do Piauí.
Vai exigir investimentos de R$ 5,4 bilhões.
A ferrovia fará a ligação dos centros de produção de grãos (Piauí), gesso (Pernambuco), avicultura e agricultura irrigada do semi-árido nordestino, aos portos de Suape em Pernambuco, e Pecém no Ceará.
Deverá criar 7 mil empregos diretos.

A fruticultura irrigada de Petrolina – da uva sem caroço e da manga sem fibra – produz mais de um milhão de toneladas por ano.

Em Pernambuco é onde, hoje, no Brasil, o crédito cresce mais rápido.
Em um ano, a carteira, segundo o Banco Central, cresceu em Pernambuco 65%.
Em segundo lugar, no Rio, com um aumento de 38%.
São Paulo ficou abaixo da média: 14%. (...)

HAITI: ECOS

Os Estados Unidos, a França e o Brasil estão brigando pela predominância no Haiti, diz um artigo publicado no site da revista alemã Der Spiegel.

Como exemplo, a revista cita a decisão do presidente haitiano, René Préval, de passar o controle do aeroporto de Porto Príncipe para os americanos, o que causou uma chiadeira internacional e levou o ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner, a dizer que os Estados Unidos praticamete "anexaram" o aeroporto.
.
França e Brasil protestaram formalmente em Washington porque aviões americanos receberam prioridade para pousar em Porto Príncipe enquanto aviões de organizações de ajuda eram desviados para a República Dominicana.

O Brasil, que lidera as forças da missão de paz no Haiti, não pensa em abrir mão do controle sobre a ilha e sustenta que a reconstrução do Haiti deve permanecer um projeto latino-americano.

A disputa diplomática em andamento "lembra o passado político da ilha", diz a revista, "quando constantemente os 8 milhões de haitianos se tornavam um joguete de interesses internacionais".
.
Ao que parece, quem está se comportando como joguete é a ONU. O Brasil que o diga.

Enquanto isso...

ART IS LIFE


segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

POBREZA NO TOPO


Da BBC Brasil:

A pobreza extrema no mundo é considerada um problema muito grave para 71% das pessoas em 23 países do mundo, segundo um levantamento encomendado pelo Serviço Mundial da BBC.

No Brasil, 94% das pessoas ouvidas afirmaram que a pobreza no mundo é um problema muito grave atualmente.

O levantamento, que ouviu mais de 25 mil pessoas nesses 23 países, indicou a pobreza extrema no topo das preocupações entre uma lista de 13 problemas que afetam o mundo atualmente.

Os problemas ambientais e com poluição ficaram em segundo lugar entre as questões vistas pelos entrevistados como os mais graves atualmente no mundo, com 64%. No Brasil, 90% afirmaram ver esses problemas como muito graves.

Em terceiro lugar na lista está o aumento no custo dos alimentos e da energia, considerado muito grave por 63% dos entrevistados. No Brasil, 77% disseram ver esse problema como muito grave, mas a questão é apenas considerada a oitava mais grave entre os brasileiros. (...)

O objetivo da pesquisa, que deverá ser repetida anualmente a partir deste ano, é verificar as mudanças nas percepções globais dos problemas que mais afetam o mundo.

Os 13 problemas apresentados na pesquisa direcionada são guerra e conflito armado, violações de direitos dos trabalhadores, migrações transnacionais, terrorismo, estado da economia global, disseminação de doenças, aumento do custo de alimentos e de energia, fundamentalismo religioso, poder das companhias globais, abusos aos direitos humanos, pobreza extrema, meio ambiente e poluição e mudanças climáticas. (...)

Donde se conclui que o combate às desigualdades via programas sociais, com destaque para o Bolsa Família, vai ao encontro das preocupações reinantes no Brasil, ou pelo menos de 94% dos brasileiros. Malgrado a grita de analistas neocons.

MEIA FORNIDA

O juiz Álvaro Luis Ciarlini, da 2ª Vara de Fazenda Pública do Distrito Federal, concedeu liminar nesta segunda-feira (18) determinando o afastamento imediato do deputado Leonardo Prudente (sem partido) da presidência da Câmara Legislativa e do processo de julgamento do impeachment contra o governador José Roberto Arruda (sem partido), ambos envolvidos no escândalo de corrupção do mensalão do DEM.

Entreouvido no covil: "Tudo bem. Ele vai entrar com um recurso. Nada como uma meia prenhe de recursos!"

FBIn Laden

À falta de imagem recente de Bin Laden, e pretendendo elaborar retrato-robô do chefe da aL-Qaeda, o FBI recorreu a foto do deputado espanhol Gaspar Llamazares.

Acontece que o Bureau agiu ao arrepio da lei. Pilhado, confessou o ilícito e resolveu eliminar mais 13 retratos (de outros procurados) em que observou o mesmo modus operandi.

O deputado, muito justamente, analisa a conveniência de ingressar na Justiça em busca de reparação.

Depois dessa, Gaspar, da Izquierda Unida, pode até continuar a não crer em bruxas, mas que elas existem, existem.

domingo, 17 de janeiro de 2010

AINDA O HAITI

Nos últimos dias, vimos um pastor norte-americano afirmar que o Haiti está pagando, séculos afora, o preço de seu pacto com as forças macabras do além, que lhe teriam dado a independência (da França em 1804), um radialista (Rush Limbaugh) da extrema-direita norte-americana desancando o Haiti e sustentando que o desastre só serve para incensar Barack Obama, o cônsul do Haiti no Brasil tirando proveito da tragédia e a atribuindo à prática de macumba e ao fato de o país ser ocupado por bárbaros africanos.

Persiste o quadro que se desenhou há mais de dois séculos (mas a mobilização mundial pela assistência ao país pode ser o começo de uma nova história). Vejamos o que diz Cristiano Dias, no Estadão de hoje (matéria: O Vizinho Que Ninguém Quer):

No best-seller O Choque das Civilizações, o cientista político Samuel Huntington dividiu o mundo em oito grupos culturais e criou uma categoria à parte, a dos "estados solitários", onde se encaixariam os haitianos. "O Haiti é o vizinho que ninguém quer ter. É um país sem parentes", dizia o autor, morto em 2008. O país mais pobre do Hemisfério Ocidental não fala inglês nem espanhol. É uma ex-colônia da França isolada no Mar do Caribe.

Ironicamente, a maldição da Ilha de Hispaniola é consequência de seu maior sucesso, a Revolução Haitiana, única revolta de escravos bem-sucedida da história. Em 1791, três anos antes de os jacobinos franceses abolirem a escravidão nas colônias, o escravo Toussaint L"Ouverture liderou uma legião de negros que venceu as três maiores potências da época: França, Espanha e Grã-Bretanha. Inspirado por ideias iluministas, ele libertou os escravos do Haiti muito antes dos britânicos, que posaram para a posteridade como os primeiros a extinguir o escravismo.

As vitórias de L"Ouverture aterrorizaram tanto a Grã-Bretanha que Londres quis reconhecer a independência haitiana em troca da promessa de que o líder negro não exportasse a nova moda da liberdade para a Jamaica e sul dos EUA. O Haiti dos tempos de L"Ouverture era conhecido como a "Pérola das Antilhas", rico entreposto do comércio de açúcar e um país de vanguarda - foi a segunda nação a se tornar independente nas Américas (a primeira foi os EUA).

A notícia do sucesso de uma revolução de escravos no Caribe teve profunda influência em toda a região, incluindo o Brasil. O medo das elites brancas de que o exemplo fosse replicado se espalhou e ficou conhecido como haitianismo. "O Haiti foi estigmatizado como inimigo de todos os regimes coloniais e escravistas das Américas", diz o historiador John Lynch, da Universidade de Londres.

O Haiti começa então sua longa jornada de isolamento político e econômico. Em uma época em que EUA, Brasil e toda a América Espanhola eram escravocratas, a rebeldia haitiana foi condenada e a região fez de tudo para prevenir o "contágio" do haitianismo. "Os revolucionários hispano-americanos se preocuparam em dissociar-se da Revolução Haitiana", diz Lynch.

O venezuelano Francisco Miranda temia o efeito que o haitianismo pudesse causar à sua reputação na Europa. "Não permita Deus que outros países sofram o mesmo destino do Haiti, palco de crimes cometidos em nome da liberdade", dizia Miranda. "Seria melhor que tivesse permanecido sob a opressão da Espanha." (Da França, digo eu).

Até Simon Bolívar deu as costas para o Haiti. Em 1816, o então presidente haitiano, Alexandre Pétion, forneceu dinheiro e armas para a campanha de Bolívar com a condição de que ele libertasse os escravos das nações independentes. O Libertador não só se esqueceu da promessa como excluiu o Haiti do fracassado Congresso do Panamá, de 1826, que deveria ser um marco do pan-americanismo

O tratamento dado pelos EUA também foi carregado de preconceito. Thomas Jefferson, então presidente americano, dizia-se avesso à escravidão, mas era proprietário de escravos e defendia a superioridade racial dos brancos. Ele ofereceu ajuda à França para restaurar o domínio colonial no Haiti.

Segundo o diplomata francês Louis Pichon, "era o medo dos negros, mais do que a simpatia pela França, que influenciou a decisão de Jefferson".No Brasil, o grande fluxo de escravos ao longo do século 19 fez renascer o haitianismo em vários momentos. O fenômeno fundamentou a intolerância radical da elite brasileira às rebeliões de escravos.

A principal delas ocorreu em 1835, em Salvador. A Revolta dos Malês, de negros muçulmanos, foi duramente reprimida e seus lideres fuzilados.A historiografia também associa o medo de uma revolução escrava no Brasil à assinatura da Lei Eusébio de Queirós, que proibiu o tráfico negreiro, em 1850, e ao incentivo à imigração estrangeira, que pretendia substituir a mão de obra negra e branquear a sociedade brasileira. (...)

sábado, 16 de janeiro de 2010

BIRATAN'S BLOGS



O imortal Nássara disse que o cartunista Biratan Porto, de Belém-PA, mata a gente de rir. Rir, refletir e na maioria das vezes pensar: 'Que sacada!'

Acabo de dar uma geral no blog http://biratancartoon.blogspot.com/ . O que tem de cartum de primeira não está no gibi (!), e não é à toa que Biratan é emérito ganhador de salões mundo afora (inclusive o do Piauí).

Biratan cuida também do http://greencartoon.blogspot.com/ , dedicado às lides ecológicas e onde pontifica um Salvador, personagem que apresentarei oportunamente.

Incluir os blogs do Biratan na minha lista de favoritos foi o caminho natural. Visite-os, para fazer o mesmo.

AJUDA AO HAITI


Banco do Brasil
.
Favorecido: Embaixada da República do Haiti
.
Agência: 1606-3
.
Conta corrente: 91.000-7
.
Caso seja necessário, informe o CNPJ da Embaixada: 04.170.237/0001-71

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

JOBIM FORA DO TOM


O ministro da Defesa Nelson Jobim declarou nesta sexta-feira ao desembarcar em Brasília que todos os quatro militares e o diplomata Luiz Carlos da Costa devem estar mortos, o que aumenta para 20 o número de brasileiros mortos na tragédia (somados aos 14 militares e a médica Zilda Arns, cujas mortes já haviam sido confirmadas). Segundo Jobim, falar em sobreviventes é "eufemismo".

Comentário: em várias tragédias (terremoto na China em 2009, por exemplo) ocorreu de aparecerem sobreviventes dez, onze dias depois do sinistro. O terremoto do Haiti aconteceu há quatro dias. É razoável que persista a esperança. Jobim desafinou.

NADA CONSTA


Andei lendo notas aqui, notas ali, de fontes diversas, mas nenhuma nota oficial (explicativa) acerca da abertura da rua Teodoro Pacheco para o tráfego de veículos. Desfeita robusta. Os donos do pedaço, ao que tudo indica, passaram ao largo das mais elementares regras de cidadania.
........
(Foto: jornal Diário do Povo, edição de 14.01)