segunda-feira, 31 de outubro de 2011

NÁSSARA RETRATA DRUMMOND


No Meio do Caminho integrou o livro 'Alguma Poesia', de Drummond, de 1930. Décadas depois, o  que se pode dizer é que as tão fatigadas retinas do mundo contemporâneo jamais esquecerão a realidade dantesca produzida pelas pedras de crack.

ECOS DOS 100 ANOS DE NELSON CAVAQUINHO


Dia 29 passado foram comemorados os 100 anos de nascimento do mestre Nelson Cavaquinho, monstro sagrado da MPB. Para louvar o autor de clássicos como 'Rugas' e 'Folhas Secas', reproduzo a seguir crônica de Ruy Castro e indico essa HOMENAGEM (clique para ver/ouvir) que a pesquisadora Laura Macedo ofereceu ao ilustre aniversariante (viva Nelson Cavaquinho!):

Primeiros 100 anos

Quando eles despontavam no fundo da Redação, os mais velhos do "Correio da Manhã" esnobavam: "Xi, lá vem o Ismael Silva!". Ou: "Ah, não. Olha o Nelson Cavaquinho de novo". Diziam isso não por desamor, mas porque era quase sempre no pior horário, entre as 5 e 7 da tarde, que Ismael ou Nelson cismava de visitar algum repórter ou redator.

Eram tempos sem crachá, sem catraca eletrônica e sem recepcionista perguntando com quem quer falar.

Passando pelo jornal, era entrar e subir. Donde as Redações viviam cheias de gente que não se sabia direito o que faziam. Se era assim com anônimos, imagine se o encarregado da portaria do "Correio" barraria Nelson Cavaquinho ou Ismael Silva, vizinhos do jornal, na Lapa.

Os mais velhos estavam mesmo ocupados ou talvez já não tivessem o que conversar com eles. Mas os repórteres mais novos, entre os quais eu, apressavam suas tarefas para se juntar a Ismael ou Nelson, descer com eles ao botequim do hotel Marialva, defronte ao jornal, e, literalmente, beber suas palavras.

Eram dois monstros, mas, em 1967, ano dessa história, viviam momentos diferentes. Ismael, 62, tinha um quê de amargo -longe o tempo em que, com "Se Você Jurar", "Novo Amor" e tantas mais, ajudara a revolucionar o samba. Nelson, ao contrário, depois de longo ostracismo, finalmente via sua estrela subir, aos 56. Todos o admirávamos por "Luz Negra", "A Flor e o Espinho", "Degraus da Vida". Era emocionante ouvir aquela voz, regada a cerveja e feita para cantar lamentos, falando banalidades num botequim.

Sempre que vejo uma foto de Nelson (...), ele está abraçado ao violão. Era assim também que o via no Marialva: sem cantar, mas com o violão estreitado ao peito, senhor de seu mundo, a salvo da vida.

CLINTON E BUSH FIZERAM, OBAMA PAGA


Por Bennett.

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Condecorações: Líbia, Bin Laden, Iraque e... Economia.

HEDY LAMARR, A DALILA

 
Ela nasceu Hedwig Ava Maria Kiesler no seio de uma família de classe média alta judaica de Viena (Áustria), seu pai um banqueiro, sua mãe pianista. Max Reinhardt, a maior figura do teatro alemão, com quem estudou, costumava chamá-la de "a mulher mais bonita da Europa", mais tarde usada por publicitários da MGM.
 
Hedy Lamarr nasceu em Viena (1913) e morreu nos EUA ( 2000). Filha de judeus, foi também engenheira e naturalizou-se americana. Foi estrela da MGM até 1945 e, em 1949, representou Dalila na gigantesca produção da Paramount Pictures, Sansão e Dalila, sob direcção de Cecil B. DeMille.
 
Como muitas Dalilas antes dela, trata-se de uma recriação complexa e cuidada (a direção artística da Paramount era extremamente exigente, com direção do alemão Hans Dreier; o guarda-roupa esteve a cargo da grande estilista norte-americana Edith Head, a soberba fotografia a cargo de George Barnes).
 
DeMille deixou testemunhos de que, embora baseando-se em representações pictóricas anteriores (cita Rembrandt, Rubens, Solomon e Doré, entre outros), pretendia uma Dalila com um toque de Jean Simons, Lana Turner e Vivien Leigh, acabando por achar esses ingredientes numa estrela estrangeira, detentora de um toque europeu e conotada com o noir movie: Hedy Lamarr.

(...). (O lado sombrio de Hedy Lamarr)
 
(...) escândalo e trivialidades: duas prisões (sem provas) por furto, uma falência, uma falsa acusação de estupro, uma reivindicação de seguro fraudulenta; a publicação de um magro livro de memórias, Ecstasy and Me (1965), que levou a atriz processar seu ghost-writer por declarações que ela nunca tinha feito.
 
Talvez isso tenha resultado no seu descontentamento e frustração profissional e intelectual, porque em 1940, com base em conhecimentos de tecnologia militar absorvida durante seu primeiro casamento, ela se juntou com o pianista, compositor e inventor George Antheil na criação de um sistema de torpedo-defesa que levou a uma patente e reconhecimento do Conselho Nacional de Invenção. Este sistema, décadas mais tarde serviu de base para a criação do que conhecemos hoje por “Celular”! Era um sofisticado aparelho de interferência em radares inimigos. (...)
 
Caricatura: João de Deus Netto. (Fonte: Cinemascope).

domingo, 30 de outubro de 2011

DURA REALIDADE


Grécia em frangalhos, Itália capenga, Espanha com cerca de 22% de desempregados... Os iluminados se inteiram da triste realidade econômica europeia e se desesperam: como é que o Brasil está fora dessa?

É de rachar: o índice de desemprego, de 6%, é o mais baixo desde 2002. As pessoas estão arrumando trabalho, constatam, desolados, os iluminados. Pior: o crédito bancário não arrefeceu e os programas sociais foram e continuam a ser ampliados, realidade que se soma ao fato mais dramático: a elevação real do valor do Salário Mínimo. Em plena crise mundial! Que absurdo!

Eis aí as razões maiores da saída do Brasil do buraco. Se tal não tivesse ocorrido, o país estaria fazendo companhia aos europeus falidos. Lamentam os iluminados: pena que o Brasil não tenha seguido a receita ortodoxa, em 2008, quando do estouro da crise financeira mundial: retração de investimentos, congelamento ad eternum dos salários, fechamento das torneiras do crédito pelos bancos em geral, enxugamento radical da máquina estatal (o decantado Estado Mínimo) e escancaramento total do mercado (o idolatrado Livre Mercado). Mas não. Que lástima!

Pra completar, agências noticiam hoje que, diante da crise que abala os países desenvolvidos, o Brasil, em situação positiva, passará em 2011 à 6ª posição no ranking mundial. Pode um negócio desse?!!

Ilustração: Nani.

CHARGE DE SANTIAGO

CRISE EUROPEIA: ISLÂNDIA CONTRA A CORRENTE


O caminho não percorrido

Paul Krugman

Os mercados estão comemorando o acordo que surgiu em Bruxelas na madrugada da quarta para a quinta. Realmente, diante do que poderia ter acontecido -desacordo total-, o fato de que os líderes europeus tenham concordado quanto a alguma coisa, por menos adequado que o acordo se prove, é um desdobramento positivo.

Mas vale a pena contemplar o quadro mais amplo -o fracasso abjeto de uma doutrina econômica que infligiu sério dano a Europa e EUA.

Essa doutrina pode ser resumida pela afirmação de que, depois de uma crise financeira, os bancos devem ser resgatados e o público tem de pagar por isso. Assim, uma crise causada pela desregulamentação se torna motivo para caminhar ainda mais para a direita; um momento de desemprego em massa não resulta em esforços públicos para criar empregos, mas sim em uma era de austeridade, com cortes de gastos públicos e programas sociais.

A doutrina vem sendo imposta com alegações de que não existe alternativa e que a austeridade fiscal poderia criar empregos. A ideia é que cortar gastos torna empresas e consumidores mais confiantes, o que compensaria o efeito depressivo da redução nos gastos públicos.

Alguns economistas não se deixaram convencer. Um deles se referiu à alegação de que a austeridade teria efeito expansivo como equivalente a acreditar na "fadinha da confiança". Pensando bem, fui eu.

Ainda assim, a doutrina vem se provando muito influente. É defendida pelos republicanos nos EUA e pelo Banco Central Europeu. E, quando David Cameron virou premiê do Reino Unido, imediatamente impôs cortes, decisão elogiada servilmente por muitos sabichões.

Mas agora os resultados podem ser vistos, e a imagem não é bonita. A Grécia foi lançada a uma queda interminável. A economia britânica está estagnada por efeito da austeridade, e a confiança de empresas e consumidores despencou.

Mas há alternativa? Para descobrir, vim à Islândia, para participar de uma conferência sobre um país que agiu de modo diferente.

Se você tem lido relatos sobre a crise, sabe que a Islândia supostamente representa o paradigma de um desastre. Os bancos descontrolados sobrecarregaram o país de dívidas e pareciam ter criado uma situação para que não havia saída.

Mas o desespero tornou impossível um comportamento convencional, e isso permitiu à Islândia violar as regras. Enquanto as demais nações resgataram os bancos e forçaram os cidadãos a arcar com o custo, o país permitiu que eles quebrassem e expandiu sua rede de previdência social. Enquanto os outros tentaram aplacar os investidores internacionais, a Islândia impôs controles temporários de capitais.

E como o país está se saindo? Não evitou danos econômicos graves ou a queda significativa em seu padrão de vida. Mas controlou a alta no desemprego e o sofrimento dos cidadãos mais vulneráveis; a rede de segurança social sobreviveu. A decência básica da sociedade também.

E isso contém uma lição para os demais países. O sofrimento que tantos cidadãos enfrentam é desnecessário. Se o momento envolve dor inacreditável e uma sociedade muito menos solidária, é por escolha. As coisas não precisavam, e continuam não precisando, ser assim.

Ilustração: Arend van Dam.

sábado, 29 de outubro de 2011

COISAS DA FOLHA


O blog jurídico de Frederico Vasconcelos, da Folha.com, estampou ontem, 28, a seguinte manchete: Justiça condena OAB/DF a prestar contas ao TCU. O termo 'condena' também constava do corpo da matéria.

A medida se afigura pertinente, e o Ministério Público Federal vai pleitear sua extensão para todo o País.

Mas a utilização do 'condena' me motivou a ponderar ao blog: "(...)  O uso do termo 'condena', no título e no corpo da matéria, parece conferir, desde logo, suspeição quanto ao comportamento da OAB. Talvez 'obriga' fosse o adequado."

O responsável pelo blog acatou a ponderação e procedeu à substituição sugerida.

Já hoje, ao divulgar manifestações de personalidades diversas acerca do câncer de Lula, o UOL ilustra a matéria com fotos do ex-jogador Ronaldo e da presidente Dilma - sendo que a foto da presidente é da época em que ela, abatida, se submetia a tratamento para combate ao câncer linfático de que foi acometida. De minha parte, a aética atitude  da Folha não desperta estranheza.

Dilma foi vitoriosa; espero que Lula também.

ARGENTINA E URUGUAI PUNEM CRIMES DA DITADURA

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A POESIA REVOLVE


rio poty I


não há nada de novo

na orla do rio

nenhum sinal de alegria

nenhum cheiro de água viva

o rio anda morrendo

pela boca dos esgotos

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(William Melo Soares, o Poeta, em Estado de Garça, 60 pgs, ilustrações de Gabriel Archanjo, lançado ontem).

GRACILIANO, JUIZ DE GUIMARÃES ROSA


Por Urariano Mota

O aniversário de Graciliano Ramos, nascido em 27 de outubro, serve de gancho para lembrar um episódio histórico, no qual ele julgou e não aprovou um livro de Guimarães Rosa. Ainda que este colunista não se inclua entre os admiradores incondicionais do escritor mineiro, vamos ver se pelo menos mantém aparências de imparcialidade ao lembrar o julgamento de Graciliano Ramos sobre Guimarães Rosa.

O fato é que, em 1937, Rosa escreveu a primeira versão de Sagarana, que então possuía o nome simples de Contos, e o inscreveu sob pseudônimo de Viator (que nome!) no prêmio Humberto de Campos. Em 1938, na última sessão de julgamento, o corpo de jurados se dividiu entre dois concorrentes. Um finalista era Maria Perigosa, de Luis Jardim, outro, o Contos, de Guimarães Rosa. Graciliano Ramos, presidente do júri, deu o voto de desempate, em favor de Maria Perigosa, por razões que veremos a seguir.

Antes que os fervorosos de Rosa apedrejem Graciliano, é bom saber que o Sagarana apresentado ao concurso de contos não era o mesmo livro publicado muitos anos depois. Transcrevo as palavras do mestre de todos os escritores brasileiros, que explica o seu julgamento em linhas jamais contestadas por Guimarães Rosa:

“Aborrecendo-me assim, abri um cartapácio de quinhentas páginas grandes: uma dúzia de contos enormes, assinados por certo Viator, que ninguém presumia quem fosse. Em tais casos rogamos a Deus que o original não preste e nos poupe o dever de ir ao fim. Não se deu isso: aquele era trabalho sério em demasia. Certamente de um médico mineiro, lembrava a origem: montanhoso, subia muito, descia – e os pontos elevados eram magníficos, os vales me desapontavam. Admirei um excelente feitiço, a patifaria de Lalino Salatiel e, superior a tudo, uma figura notável, dessas que se conservam na memória do leitor: seu Joãozinho Bembém. Por outro lado enjoei um doutor impossível, feito cavador de enxada, o namoro de um engenheiro com uma professorinha e passagens que me sugeriam propaganda de soro antiofídico...
Em fim de 1944, Ildefonso Falcão, aqui de passagem, apresentou-me J. Guimarães Rosa, secretário de embaixada, recém-chegado da Europa.

— O senhor figurou num júri que julgou um livro meu em 1938.

— Como era o seu pseudônimo?

— Viator.

— Ah! O senhor é o médico mineiro que andei procurando.

Ildefonso Falcão ignorava que Rosa fosse médico, mineiro e literato. Fiz camaradagem rápida com o secretário de embaixada.

— Sabe que votei contra o seu livro?

— Sei, respondeu-me sem nenhum ressentimento.

Achando-me diante de uma inteligência livre de mesquinhez, estendi-me sobre os defeitos que guardara na memória. Rosa concordou comigo. Havia suprimido os contos mais fracos. E emendara os restantes, vagaroso, alheio aos futuros leitores e à crítica. [...]

Vejo agora, relendo Sagarana, que o volume de quinhentas páginas emagreceu bastante e muita consistência ganhou em longa e paciente depuração. Eliminaram-se três histórias, capinaram-se diversas coisas nocivas. As partes boas se aperfeiçoaram: O Burrinho Pedrês, A Volta do Marido Pródigo, Duelo, Corpo Fechado, sobretudo Hora e Vez de Augusto Matraga, que me faz desejar ver Rosa dedicar-se ao romance”.
(Conversa de Bastidores)

E concluo rápido, para situar o mestre e julgador Graciliano Ramos.

Erros de avaliação possuem casos que fizeram história na literatura. Podemos lembrar precedentes mais graves e ilustres que a rejeição a Sagarana. Como, por exemplo, a de André Gide aos originais de Em Busca do Tempo Perdido, de Proust. Ou mesmo a miopia de Lukács em ver o gênio fundamental de Kafka. Mas nem por isso devemos crer que todas as recusas a obras-primas do mundo se reuniram para coroar a recusa de Graciliano Ramos a Guimarães Rosa. Nisso haveria um pouco de excesso, digamos. Sagarana deve ser um pouco menor que A Metamorfose, A Colônia Penal, ou Sodoma e Gomorra.

Nos limites de nossa experiência, no gancho do nascimento de Graciliano Ramos, preferimos chamar a atenção para um livro e autor que cresceram anos depois da leitura honesta do seu julgador. O juiz, autor clássico de Memórias do Cárcere, se achava em posição impossível de melhor avaliação. Seria como, se nos permitem uma comparação plebeia, julgar Pelé o maior jogador do mundo quando ele possuía apenas 13 anos. Antes, portanto, que ele pudesse escrever obras mais belas que Sagarana. Ele, Pelé, queremos dizer. Com o devido respeito à glória de Guimarães Rosa.

Ilustração: Fortuna.

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Eliminaram-se três histórias, capinaram-se diversas coisas nocivas. Mestre Graça, mago da palavra! Essa do capinaram-se se junta àquela do famoso relatório do prefeito Graciliano: tantos contos de réis, enterrei no cemitério. Guimarães Rosa aplaudiria.     

CRISE EUROPEIA: A VEZ DA ITÁLIA?


Arend van Dam.

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A vez da Itália... desde que a Grécia saia do sufoco após o 'perdão', pelos bancos(!!!), de metade de suas dívidas - sobre o que os próprios gregos têm sérias dúvidas, considerando a ausência, no pacote a que se sujeitou, de medidas estruturantes para alavancagem da economia (novos investimentos, geração de empregos, aumento da demanda...). É o chamado drama continuado.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

MADAME E SEU BICHO


Síndico usa poste para criticar 'DONA PIG' e cocô de cães na rua

O cartaz da foto, colado num poste de alameda do subúrbio de São Paulo, está chamando a atenção. Ele e outros, pois o poste foi forrado com recados dirigidos às pessoas que tornaram aquele local um ponto viciado de lixo - principalmente saquinhos com cocô de cães.

"Não permita que seu cão deixe aqui o que você tem na cabeça", diz um dos papéis. O autor da ideia foi o síndico do prédio em frente ao poste.

A iniciativa está surtindo efeito, ao que informa o jornal.

Dona Pig, porém, alega que fez tão somente uma concessão, pois continua a reinar País afora, manipulando informações, omitindo dados e denunciando seletivamente. E tudo com o beneplácito de seu Pig, é óbvio.

DIÁLOGOS TRANSCENDENTAIS


- Sabe aquela ONG que liderou a marcha dos indignados, relançando, cinco décadas depois, a moda das vassouras?

- Sei.

- Está enrolada até o pescoço em mais de dez processos instaurados pelo Tribunal de Contas da União.

- E daí?

- Como e daí?! Você não fica indignado com uma situação dessas?

- Claro que não. Minha indignação é seletiva.

OLD CARTUM


Claudius. Anos 1970.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

EXAME DA ORDEM APROVADO


Por unanimidade, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que é constitucional a exigência do exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) para o exercício da profissão dos formados em Direito.

O processo tramitava havia dois anos no STF e foi proposto pelo bacharel João Antonio Volante. Ele alegava que a exigência do exame fere a Constituição Federal.

Marco Aurélio Mello, relator do processo, afirmou que o exame é compatível com o juízo de proporcionalidade e não viola o principio da liberdade de exercício da profissão. O ministro criticou a proliferação de cursos de direito (aludindo, claro, aos chamados cursos caça-níqueis): "Vende-se o sonho, entrega-se o pesadelo".

Nota: por falar em juízo de proporcionalidade, há quem fique a imaginar (admitida a extinção do exame) a desproporcionalidade que passsaria a existir entre o novo e alentado contingente de advogados e a demanda potencial...

TORTURA URBANA


Por Mário.

ESPECULADORES RUMO À EXCOMUNHÃO?


Vaticano pede reformas no sistema financeiro

O Vaticano pediu (...)  uma reforma urgente do sistema financeiro e a criação de uma autoridade pública mundial que tenha poder e competência universal e se atenha "aos princípios de auxílio e solidariedade".

O pedido está no documento "Por uma reforma do sistema financeiro e monetário internacional na perspectiva de uma autoridade pública com competência universal", apresentado pelo cardeal Peter Turkson, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz.

No documento, o Vaticano também defende a taxação de transações financeiras (...e) assegura que o liberalismo econômico "sem regras e sem controles" é uma das causas da atual crise econômica e denuncia a existência de mercados financeiros fundamentalmente especulativos, prejudiciais para a economia real, especialmente em países mais fracos.

No texto de 41 páginas, o Vaticano diz que a economia mundial está cada vez mais dominada pelo utilitarismo e materialismo e caracterizada por uma expansão excessiva do crédito e de bolhas especulativas que geraram crise de solvência e confiança.

O documento se inspira na encíclica de Bento XVI "Caritas in veritate" (Caridade na verdade), e defende que a atual crise financeira pôs em evidência comportamentos egoístas e de cobiça coletiva. Para o Vaticano, a raiz da crise não é somente de natureza econômica e financeira, mas sobretudo de natureza moral.

Já sobre a Autoridade Pública Mundial, o Vaticano afirma que seria necessária por causa da crescente interdependência entre os estados. Ela não poderia ser imposta pela força, mas deveria ser expressão de um acordo livre e compartilhado.

O documento também ressalta a necessidade de reformar o sistema monetário internacional e criar um organismo "que atue como um Banco Central Mundial", para regular o fluxo e o sistema dos intercâmbios monetários. Segundo o texto, o Fundo Monetário Internacional perdeu sua capacidade de garantir a estabilidade das finanças mundiais.

Já sobre a taxação às transações financeiras, o Vaticano sugere "alíquotas equitativas que contribuam na criação de uma reserva mundial, para sustentar a economia dos países afetados pela crise e a reparação de seus sistemas monetários e financeiros".

No documento, o Vaticano assinala que os estados devem ceder de forma gradual e equilibrada uma parte de suas atribuições nacionais a uma Autoridade Mundial.

"Hoje se vê como surrealista e anacrônico que um estado considere que pode conseguir de maneira autárquica o bem de seus cidadãos. A globalização está unificando os povos, levando-os a um novo 'estado de direito' em nível supranacional, a um novo modelo de sociedade internacional mais unida, respeitosa com a identidade de cada povo", assinalou. (Fonte: Agência EFE).

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A tal globalização foi lançada nos anos 1980 por Ronald Reagan e Margareth Thatcher, inspirados nas ideias de economistas como Samuelson, uma das quais pregava a desregulamentação das operações financeiras pelo mundo. Os bancos comandaram a surfagem mundial, especulando a torto e a direito. O Vaticano, aliás, tem (ou tinha) um banco, o Ambrosiano - que foi pilhado em enrolações sombrias. Agora, três décadas depois, com o mundo em chamas, o Vaticano vê o óbvio.

14 ANOS SEM BETINHO


Por Dino Alves, 2007, em seu blog.

SALÃO DA AMAZÔNIA 2012


Está dado o recado, caro Biratan Porto.

PRIMAVERA ÁRIDA


Egito condena usuário do Facebook a três anos de prisão

Um Tribunal de Justiça do Cairo condenou no sábado (22) Ayman Yousef Mansour a três anos de prisão e de trabalho forçado por ter “insultado intencionalmente a dignidade da religião islâmica no Facebook”. Entidades de defesa de direitos humanos vão recorrer da decisão como o argumento de que a acusação é vaga.

Mansour foi preso em agosto para aguardar a decisão judicial. Ele foi enquadrado em artigo do código penal que pune quem insultar religião.
 
Para o Tribunal, Mansour usou a rede social para depreciar “o Corão Sagrado, a verdadeira religião do Islã, o profeta do Islã e os muçulmanos”. A informação é da agência oficial de notícias MENA, que não detalhou as ofensas. (...)  Fonte: ContextoLivre.
 
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O Islã se fortalece (Tunísia, Egito, Líbia) e a primavera árabe vai rumando celeremente para a primavera árida.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

MANCHETES DA HORA (II)


15:08h .... "Briga entre Polícia e Ministério Público emperra solução do caso Fernanda"
"A morte de Fernanda Lages virou um detalhe diante da briga entre a Polícia Civil e o Ministério Público Estadual. Ao final dos 60 dias que usaram para investigar a morte da jovem, os delegados da Comissão Investigadora do Crime Organizado (Cico) abriram mão de emitir um 'juízo de valor' sobre o caso e transferiram a responsabilidade da conclusão para os promotores. (...)"
(Fonte: Portal AZ). Para ler a notícia, clique AQUI.

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A manchete que faltou: "Morosidade zero, histrionismo zero". (No caso, placar e nota).

Desenho: Arcadio.

MANCHETES DA HORA


11:26h .... no topo da página do UOL, a notícia alarmante: "Contas do INSS registram rombo de R$ 35,3 bi em 2011".

Caramba! Clico e vou ver a notícia, e lá pelo meio do texto deparo com a informação de que,  "em comparação com o mesmo período do ano passado, o saldo negativo recuou 17,9%", o que levou o ministro da previdência a afirmar: "esse é o melhor resultado em valores reais no acumulado desde 2005".

Diante da situação real, como explicar manchete tão, digamos, rombuda? Parcialidade explícita.

14:46h .... a manchete rombuda foi excluída do topo. E lá mais para baixo da página do UOL há a manchetinha: "Deficit da Previdência no ano é de R$ 35,3 bi, menor valor desde 2005".

Consertar, consertaram. Mas só após tirar o proveito desejado.

O ENSINADOR DE VIDA


Quino.

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No sétimo quadrinho acima, o pai exibe dinheiro.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

SOBRE ECONOMISTAS


De Luis Nassif, em sua análise '"O papel deletério dos 'analistas' econômicos", desta data:

"(...) A atual crise econômica levou a um duro balanço nos Estados Unidos sobre as razões para a opinião pública e especializada não terem previsto o maremoto que se avizinhava. E constatou-se o uso indiscriminado de especialistas acadêmicos contratados para dar uma vestimenta "científica" a teses cujo único objetivo era a de favorecer grandes investidores.

Em geral, eram acadêmicos notáveis, premiados, com teses sofisticadas - embora falsas.

No Brasil, esse jogo de legitimação do mercado se deu com personagens brandindo argumentos primários.

Anos atrás, por exemplo, o IBGE soltou um estudo mostrando que 55% dos aposentados e pensionistas eram arrimo de família, graças ao aumento do salário mínimo.

Significava que, além de amparar seus aposentados, o aumento do SM permitiu grandes avanços na educação, saúde, segurança pública - ao impedir que as famílias se desagregassem, por falta de recursos, seus membros ficassem subalimentados, doentes, as crianças não frequentassem escola e acabassem nas malhas do crime organizado ou de rua.

Em vez de celebrar esses efeitos, a Tendências Consultorias incumbiu um de seus economistas, José Márcio Camargo, de refutar a tese. Camargo pegou então um ex-aluno - que trabalhava no IPEA - e escreveram, juntos, um trabalho tentando demonstrar que o aumento do salário mínimo aumentaria a propensão à vagabundagem por parte dos dependentes de aposentados.

O trabalho não conseguiu demonstrar nenhuma das hipóteses pretendidas. Nas famílias com aposentados era maior o número de jovens estudando, menor os que nem trabalhavam nem estudavam.

No entanto, o trabalho terminava atropelando suas próprias constatações e dizia-se, nas conclusões que, embora não comprovado, havia indícios de que as teses eram corretas.

Hoje em dia, há consenso entre os pesquisadores sérios de que grande parte do avanço econômico brasileiro nos últimos anos se deveu à formação de um novo mercado de consumo, impulsionado pelo Bolsa Família, aumento do salário mínimo, e programas sociais como Luz Para Todos, Pronaf, saneamento básico.(...)"

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Certos 'analistas' se acham iluminados. Fazem lembrar o dito atribuído ao governante francês Georges Pompidou: "Das várias maneiras para atingir o desastre, o jogo é a mais rápida, as mulheres a mais agradável e consultar economistas a mais segura".

ENEM CAIU NA REDE


Frank.

TUDO BEM COM O ENEM




Charges acopladas: no alto, desenho de Mário, em seguida a sacada de Jean.

NO TOPO DOS MALES DO BRASIL, A SONEGAÇÃO



O mal do Brasil


Por Marcos Coimbra


Desde o século XIX, quando começamos a nos definir como país, começamos a procurar a raiz de nossos males. A construção de uma identidade nacional brasileira é inseparável dessa busca.


É como se, entre o destino imaginado de potência e a realidade mesquinha que se percebia, se interpusesse um obstáculo. Corretamente identificado e tratado, ele poderia ser removido, assim permitindo que nossas vocações fossem plenamente realizadas.

A história do pensamento social brasileiro é marcada por sucessivas tentativas de encontrar essa raiz, a partir da qual todos os problemas se tornariam inteligíveis.


Ninguém se iludiu achando que havia só uma, mas foi comum a convicção de que era possível descobrir a causa fundamental do drama nacional (no máximo, a combinação das duas ou três que o explicavam).

A saúva, formiga que poucos, hoje em dia, sequer conseguem identificar, já foi candidata ao posto. Ficou conhecida quando Saint Hilaire, um dos mais importantes viajantes estrangeiros a percorrer o Brasil e que aqui esteve nos anos 1810 e 1820, declarou que “Ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil”.


Duzentos anos depois, nem uma coisa, nem outra aconteceu. O Brasil não terminou e as saúvas ainda aborrecem os agricultores.
Mas a verdadeira fama do inseto veio no século passado, quando Macunaíma formulou seu catastrófico diagnóstico: “Pouca saúde e muita saúva, os males do Brasil são!”. Mário de Andrade brincava com a frase do viajante francês e fazia uma crítica ao chamado higienismo, característico do pensamento médico e de alguns setores conservadores do período.

Para os higienistas, o atraso do Brasil era consequência das doenças que tornavam os brasileiros indolentes, passivos e resistentes à modernização. Somente uma revolução sanitária poderia salvar-nos, difundindo novos comportamentos, erradicando tradições e medicando a população.

Como dizia Monteiro Lobato, a principal voz literária do movimento, era preciso acabar com a “velha praga”, o “piolho da terra”, o “funesto parasita”, o Jeca Tatu.

A ideia de que a doença (entendida nesses termos) é o “mal nacional” se parece a outras que conhecemos antes e depois em nossa história política e intelectual. A miscigenação, a herança ibérica, o psiquismo transmitido pelos portugueses, a desnutrição, já ocuparam o lugar.

E todas tiveram sua implicação terapêutica. Se o problema, por exemplo, era o “peso exagerado” de “raças inferiores” (como acreditava Oliveira Vianna), o remédio seria encorajar a imigração de europeus do norte.

Se éramos subdesenvolvidos pela tradição ibérica de desvalorizar a iniciativa individual (como queria Tavares Bastos), podíamos importar instituições norte-americanas. Se tudo decorria da falta de nutrientes na dieta dos brasileiros (como imaginava Josué de Castro), podíamos distribuir merendas balanceadas aos escolares.

Hoje, só aumenta a proporção dos que acham que conhecem a causa do “problema brasileiro”. No senso comum, a corrupção se tornou a grande vilã, a culpada por tudo que acontece de ruim.

As pessoas pouco informadas são as que mais acreditam nisso. Nas pesquisas, as menos interessadas e de menor participação política é que mais tendem a concordar com teses simplistas.

A ideia de que a corrupção é a raiz de nossos problemas costuma andar de braços dados com a impressão de que o governo pode tudo e só deixa de fazer o que deveria por sua causa.

Quem pensa assim supõe que a saúde, a educação, a segurança, são precárias porque há corrupção. Se não, haveria dinheiro para elas.

A oposição sabe que a tese é falsa. A mídia oposicionista deveria sabê-lo. Mas ambas a sustentam, pois acham que isso enfraquece o governo.

Em apoio, usam estatísticas sem pé nem cabeça. Como a da FIESP, que estima, usando metodologia inteiramente questionável (pois se baseia nas percepções do empresariado captadas em pesquisas de opinião), que o custo anual da corrupção no Brasil seria de R$ 70 bilhões (isso, se tivéssemos zero de corrupção, o que não existe em nenhum país do mundo).

Na explicação de porque a população não tem boas políticas de saúde, educação ou qualquer coisa, as causas são diversas. Perde-se (muito) mais por falta de planejamento e administração, por não qualificar e pagar melhor os servidores, pela incompetência e a burocracia crônicas, que com a corrupção.

Lutar contra ela é tarefa cotidiana de todo governo. Mas dizer que a corrupção é o mal do Brasil apenas desvia a atenção. O problema brasileiro (e de todo país) é que não há um só problema.

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Corrupção, falta de planejamento e administração, deficiência da estrutura estatal, incompetência e burocracia crônica e SONEGAÇÃO. A sonegação impõe ao Brasil prejuízo anual quase 4 vezes superior ao da corrupção (mesmo admitindo o montante de R$ 70 bilhões 'arbitrado' por Veja):

"(...)   Estimativas do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) relativas a 2008 mostram que as empresas sonegam anualmente cerca de 200 bilhões de reais (...). Somados os desvios das pessoas físicas, o montante sobe para 261 bilhões de reais – equivalente a 9% do Produto Interno Bruto (PIB) e mais que os orçamentos somados dos ministérios da Saúde e da Educação, e do Programa Bolsa-Família, de 156 bilhões de reais. (...)" FONTE: REVISTA VEJA, em seu site.

Quais são as empresas sonegadoras?

RICOS OCUPAM WALL STREET


A mais recente The New Yorker traz como matéria de capa 'mobilização' de ricaços em Wall Street. Os cartazes trazem mensagens como 'Eu estou bem, obrigado', 'Deixem tudo exatamente como está' e 'Deixem Wall Street em paz'.

A liderança do movimento é, com certeza, do Instituto Banqueiros Indignados.

domingo, 23 de outubro de 2011

SOLIDARIEDADE (III)


Fonte: ContextoLivre.

GOLPES DE TODO GÊNERO


De Elio Gaspari, em sua coluna de hoje: "Há cadáveres no rastro das roubalheiras dos convênios do Ministério do Esporte.

Nas confrarias de artes marciais o que não falta é gente capaz de quebrar o pescoço alheio."

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É provável que o colunista esteja ciente de especulação que circula por aí: há algum tempo, apareceu misteriosamente morto um policial civil do Distrito Federal; esse policial estava apurando falcatruas praticadas pelo militar-lutador que foi bancado pela revista Veja para denunciar o ministro do Esporte.

E quanto ao(s) outro(s) cadáver(es) a que Gaspari alude? Nada consta. A não ser tentativa de assassinato de reputação.

LIBERATI E O VERDADEIRO CÓDIGO DA VINCI

A SUPREMA CORTE E AS MENTIRAS PATRIÓTICAS

(Canini).


Lei sob fogo cruzado nos EUA proíbe mentiras patrióticas

Em 2012, a Suprema Corte dos Estados Unidos vai decidir se mentir é um ato sujeito às duras penas da lei. A disputa judicial foi provocada por um membro eleito do conselho municipal da água em uma região da Califórnia que, ao descrever seus antecedentes em uma assembleia pública, em 2007, se declarou um herói de guerra, agraciado com uma "Medalha de Honra", a mais alta condecoração militar do país. O herói anônimo alcançou então a fama, por sua mentira patriótica. Foi processado pelo governo, condenado em primeira instância, absolvido em segunda. (...)

Na verdade, a Suprema Corte vai decidir sobre a constitucionalidade da "Lei do Heroísmo Roubado" (Stolen Valor Act), promulgada pelo ex-presidente Bush, em 2006. Segundo a Wikipédia, a lei tipificou como contravenção federal a declaração falsa, por qualquer pessoa, de haver recebido qualquer condecoração ou medalha militar dos EUA. (...)

A questão é se a condenação de Xavier Alvarez viola o direito à liberdade de expressão, protegido pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA. Juízes do tribunal de recursos, que reverteram a condenação anterior, desconfiam que o governo tentou, na verdade, atacar a liberdade de expressão, "só porque o caso é de uma mentira".

O juiz-chefe da 9ª Corte Distrital Alex Konzinski escreveu que sem uma forte proteção da Primeira Emenda, "o governo pode processar não apenas o homem que inventa uma história sobre o recebimento de uma Medalha de Honra, mas também os dentistas, que sempre dizem que não vai doer nenhum pouquinho". Segundo ele, "sem a proteção robusta da Primeira Emenda, as pequenas mentiras, os exageros e os engodos, que são uma parte integrante da comunicação humana, se tornariam alvos de censura", narra o USA Today.

Segundo o New York Times, o juiz Milan Smith Jr., escrevendo pela maioria (de uma comissão de três juízes), afirmou que a manutenção dessa lei pode abrir um precedente perigoso. "Não haverá uma barreira constitucional à criminalização de uma pessoa que mente sobre sua idade, seu peso, sua virgindade ou que diz ao policial que não excedeu o limite de velocidade na estrada ou que só bebeu um copo de cerveja". E sentenciou: "A triste verdade é que as pessoas mentem sobre alguns aspectos de sua vida ocasionalmente."

As vozes dissidentes dizem que a lei se refere apenas a mentiras cabeludas, como a da falsa declaração de recebimento de honras militares. O juiz que votou pela manutenção da pena aplicada a Alvarez rejeitou a tese da escorregadela da verdade e disse que "fazer declarações falsas sobre recebimento de honras militares é um subconjunto cuidadosamente definido de declaração factual falsa, que não merece proteção constitucional". Os advogados do governo, que apelaram da decisão que invalidou a lei, enfatizaram que as medalhas "expressam a gratidão da nação pelo patriotismo e pela coragem".

"Eu sou um marine (fuzileiro naval) (...). Me aposentei em 2001. Em 1987, fui condecorado pelo Congresso com a Medalha de Honra. Fui ferido muitas vezes pelo mesmo sujeito", Xavier Alvarez disse na assembleia pública. O governo descobriu que ele sequer pertenceu um dia a qualquer unidade das forças armadas, diz o New York Times. Agora, ele se defende: "Tudo o que estava fazendo é exercer o meu direito de liberdade de expressão".

A Suprema Corte, sob a chefia do ministro John Roberts, tem se mostrado favorável a demandantes que defendem a própria liberdade de expressão, julgando a favor das pessoas que fazem protestos em funerais militares (proibidos), de fabricantes de videogames violentos e distribuidores de material que mostra crueldade contra os animais.

A Suprema Corte também deverá decidir, no final do semestre judiciário, se a Comissão Federal de Comunicações deve regulamentar o uso de palavrões e de nudismo nos programas de televisão.

(Fonte: Conjur - Consultor Jurídico).

EUA: PERSISTE A CRISE


Bennett.

sábado, 22 de outubro de 2011

A REDE QUE CONTROLA A ECONOMIA MUNDIAL

 
Este gráfico mostra as interconexões entre o grupo de 1.318 empresas transnacionais que formam o núcleo da economia mundial. O tamanho de cada ponto representa o tamanho da receita de cada uma.[Imagem: Vitali et al.]


Além das ideologias

Conforme os protestos contra o capitalismo se espalham pelo mundo, os manifestantes vão ganhando novos argumentos.

Uma análise das relações entre 43.000 empresas transnacionais concluiu que um pequeno número delas - sobretudo bancos - tem um poder desproporcionalmente elevado sobre a economia global.

A conclusão é de três pesquisadores da área de sistemas complexos do Instituto Federal de Tecnologia de Lausanne, na Suíça.

Este é o primeiro estudo que vai além das ideologias e identifica empiricamente essa rede de poder global.

"A realidade é complexa demais, nós temos que ir além dos dogmas, sejam eles das teorias da conspiração ou do livre mercado," afirmou James Glattfelder, um dos autores do trabalho. "Nossa análise é baseada na realidade." (...)

Estudos anteriores já haviam identificado que algumas poucas empresas controlam grandes porções da economia, mas esses estudos incluíam um número limitado de empresas e não levavam em conta os controles indiretos de propriedade, não podendo, portanto, ser usados para dizer como a rede de controle econômico poderia afetar a economia mundial - tornando-a mais ou menos instável, por exemplo.

O novo estudo pode falar sobre isso com a autoridade de quem analisou uma base de dados com 37 milhões de empresas e investidores.

A análise identificou 43.060 grandes empresas transnacionais e traçou as conexões de controle acionário entre elas, construindo um modelo de poder econômico em escala mundial.

Poder econômico mundial

Refinando ainda mais os dados, o modelo final revelou um núcleo central de 1.318 grandes empresas com laços com duas ou mais outras empresas - na média, cada uma delas tem 20 conexões com outras empresas.

Mais do que isso, embora este núcleo central de poder econômico concentre apenas 20% das receitas globais de venda, as 1.318 empresas em conjunto detêm a maioria das ações das principais empresas do mundo - as chamadas blue chips nos mercados de ações.

Em outras palavras, elas detêm um controle sobre a economia real que atinge 60% de todas as vendas realizadas no mundo todo.

E isso não é tudo.

Super-entidade econômica

Quando os cientistas desfizeram o emaranhado dessa rede de propriedades cruzadas, eles identificaram uma "super-entidade" de 147 empresas intimamente inter-relacionadas que controla 40% da riqueza total daquele primeiro núcleo central de 1.318 empresas.

"Na verdade, menos de 1% das companhias controla 40% da rede inteira," diz Glattfelder.

E a maioria delas são bancos.

Os pesquisadores afirmam em seu estudo que a concentração de poder em si não é boa e nem ruim, mas essa interconexão pode ser (ruim).

Como o mundo viu durante a crise de 2008, essas redes são muito instáveis: basta que um dos nós tenha um problema sério para que o problema se propague automaticamente por toda a rede, levando consigo a economia mundial como um todo.

Eles ponderam, contudo, que essa super-entidade pode não ser o resultado de uma conspiração - 147 empresas seria um número grande demais para sustentar um conluio qualquer.

A questão real, colocam eles, é saber se esse núcleo global de poder econômico pode exercer um poder político centralizado intencionalmente.

Eles suspeitam que as empresas podem até competir entre si no mercado, mas agem em conjunto no interesse comum - e um dos maiores interesses seria resistir a mudanças na própria rede.

As 10 primeiras das 147 empresas transnacionais super conectadas:
  1. Barclays plc
  2. Capital Group Companies Inc
  3. FMR Corporation
  4. AXA
  5. State Street Corporation
  6. JP Morgan Chase & Co
  7. Legal & General Group plc
  8. Vanguard Group Inc
  9. UBS AG
  10. Merrill Lynch & Co Inc
(Fonte: New Scientist, via blog Luis Nassif).

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."basta que um dos nós tenha um problema sério para que o problema se propague automaticamente por toda a rede" - eis a definição de risco sistêmico. É o que autoridades monetárias costumam invocar ao repassar dinheiro público para os bancos;

."Eles ponderam, contudo, que essa super-entidade pode não ser o resultado de uma conspiração - 147 empresas seria um número grande demais para sustentar um conluio qualquer." Será assim tão grande? O fato de que as empresas "agem em conjunto no interesse comum - e um dos maiores interesses seria resistir a mudanças na própria rede" parece sintomático.

O FIM DO MUNDO FOI ONTEM


O radialista evangélico norte-americano Harold Camping, de 89 anos, tem prometido desde o começo do ano que o mundo vai acabar. Ele estabeleceu algumas datas fatais, sendo 21 de outubro a mais recente. Uma vez mais sua previsão foi detonada, e certamente Harold mais uma vez atribuirá o furo a uma 'falha de cálculo'.

Seguidores da seita que ele dirige, a Family Network, chegaram a gastar as economias de suas vidas inteiras na expectativa de serem arrebatados para o céu. A seita tem 66 (atenção: 66, e não 666) estações de rádio nos EUA, por meio das quais Camping faz seus anúncios proféticos.

Charge: Lute.

SÍNDROME DE VEJA


Charge de Zope.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

NOTA INESPERADA


"Após a reunião com o ministro do Esporte, Orlando Silva, a presidenta Dilma Rousseff disse que o governo 'não condena ninguém sem provas e parte do princípio civilizatório da presunção da inocência'.

'Não lutamos inutilmente para acabar com o arbítrio e não vamos aceitar que alguém seja condenado sumariamente', disse a presidenta.(...)"

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A pertinente nota acima (inesperada para a grande midia) poderá não sobreviver por tempo razoável. A czarina Veja lançará nova edição em algumas horas. Seja lá como for, o certo é que o ucasse inicial da czarina não prosperou, a despeito do 'apoio agregado' de outros representantes da nobreza midiática.

Afinal, condenação sumária e carente de provas não condiz com Estado Democrático de Direito.

A METAFÍSICA DO PÊNALTI PERDIDO


Por Idelber Avelar

Adoro o escritor austríaco Peter Handke. Mas só mesmo alguém que não entende nada de futebol pode escrever um romance intitulado A angústia do goleiro diante do pênalti. Ora, qualquer criança sabe que se há alguma angústia, ela é do batedor. O goleiro só tem a ganhar. O texto de hoje é uma reflexão sobre essa estranha expressão, “perder um pênalti“.

Para perder-se alguma coisa, supõe-se que nós a tenhamos. Mas quem tem o pênalti, desde o momento em que ele é marcado, é o goleiro. O goleiro é o dono do pênalti, mas só o cobrador pode perdê-lo. Perder o que não se tem, eis aí a tragédia do pênalti para o batedor. Quem já amou sabe do que falo. A partir do momento da marcação, o atacante recebe um presente de grego, um presente ao qual ele só pode, na melhor das hipóteses, fazer jus: confirmar o que todos esperam e fazer o gol. Ele só pode, se convertê-lo, ficar quites. Se não convertê-lo, estará em débito com o presente recebido, terá se mostrado indigno de recebê-lo: um mau recebedor de presentes, um ingrato. Não há angústia do goleiro na cobrança do pênalti. A verdadeira angústia é a do batedor: a angústia dos que só têm a perder.
 
Quem se lembra dos pênaltis convertidos? Ninguém. Só os pênaltis perdidos têm morada na memória. Quantos gols de pênalti terá feito o Zico? Dezenas muitas. Mas todos se lembram do pênalti perdido em 1986, contra a França. Convertido, aquele pênalti teria levado o Brasil às semifinais da Copa do Mundo. Não há jogador mais amado pelos atleticanos que Toninho Cerezzo, mas a memória mais marcante desse que tanto ganhou nunca deixou de ser o pênalti chutado quase nas arquibancadas na decisão de 1977, no fatídico 05 de março de 1978, de tão triste memória para todos nós que achamos que o futebol e o jiu-jitsu devem continuar sendo dois esportes diferentes.
 
Os italianos, coitados, são especialistas em reminiscências de penalidades máximas. Lembram-se de serem eliminados nos pênaltis das copas de 90, 98 e, claro, de Baresi, herói e grande craque da decisão de 94, zagueiraço que anulou Romário e Bebeto durante 120 minutos, chutando para o espaço, ironicamente, o pênalti que começou a entregar o tetracampeonato ao modesto escrete feijão-com-arroz de Parreira.
 
Dos pênaltis convertidos só nos lembramos por coisas alheias ao pênalti mesmo, como o milésimo gol de Pelé. Até nisso o pênalti foi irônico: aquele que marcou gol de tudo quanto foi jeito, de letra, de cabeça subindo na testada, de cabeça mergulhando no peixinho, de costas, por cobertura, de voleio, de bicicleta, de meio-voleio, espírita, de placa, além de quase todas as combinações possíveis entre eles, o gênio que fez mil duzentos e tantos desse momento único que não conhece nenhum outro esporte, pois ele, o Rei maior, teve que se resignar a marcar o milésimo de pênalti, arrastado, chorado, com o goleiro Andrada quase pegando a bola pelo rabo, quase humilhando o Rei ali na boca da butija, com o teatrão todo preparado já para a festa do seu gol mil. A bola entrou e o Rei escapou por pouco, como escapou tantas vezes, mas não eludiu o gostinho amargo de que o milzão foi feito ali, na obrigação protocolar do penal. (Fonte: ContextoLivre).

ENTREOUVIDO GEOPOLÍTICO


- Primavera árabe, tudo bem. Na Arábia Saudita de Abdullah, porém, ninguém mexe.

- Com base em que você diz isso, Tio Sam?

- Com base em minhas bases, of course!

GURIZADA, FILÃO LUCRATIVO


"Há hoje um evidente abuso na prescrição de drogas psiquiátricas, especialmente para crianças.
Crianças que têm problemas de comportamento ou problemas familiares vão até o médico e saem de lá com diagnóstico de transtorno bipolar, ou TDAH [transtorno de déficit de atenção e hiperatividade]. E é claro que tem o dedo da indústria estimulando os médicos a fazer mais e mais diagnósticos.
Às vezes, a criança chega a usar quatro, seis drogas diferentes, porque uma dá muitos efeitos colaterais, a outra não reduz os sintomas e outras as deixam ainda mais doentes.
Drogas antipsicóticas estão claramente associadas ao diabetes e à síndrome metabólica. Estamos dando veneno para as pessoas mais vulneráveis da sociedade."



(Marcia Angell, médica, professora do Departamento de Medicina Social da Universidade Harvard, EUA, primeira mulher a ocupar o cargo de editora-chefe no bicentenário 'New England Journal of Medicine' e autora de 'A Verdade sobre os Laboratórios Farmacêuticos', que desnuda o mercado de medicamentos, revelando como os laboratórios se afastaram de sua missão original de descobrir e fabricar remédios úteis para se transformar em gigantescas máquinas de marketing. A crítica acima leva em conta o cenário observado nos EUA, mas...).

SOLIDARIEDADE (II)


Bruno Alves.

SOLIDARIEDADE

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

BANQUEIROS MAFIOSOS


Quando se atribui a crise financeira mundial ao descalabro do Livre Mercado, traduzido especialmente na ação deletéria dos bancos via empréstimos lastreados em hipotecas fajutas e mediante 'apostas' em derivativos nebulosos, ficamos meio confusos. Afinal, como tais malfeitorias acontecem?

Eis um exemplo: o Citigroup (EUA) estruturou e vendeu US$ 500 milhões em CDOs (obrigações de dívida) lastreados em hipotecas de alto risco, auferindo seus ganhos de imediato - e em seguida apostou contra esses ativos, para levar outra bolada, ludibriando os investidores.

O que aconteceu com o criminoso? Pilhado pela SEC (a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) foi condenado a pagar uma multa de US$ 285 milhões - e ok, baby, não se fala mais nisso.

É que entra em cena a maior de todas as atenuantes: o risco sistêmico. Não dá pra 'punir demais' os bancos, visto que, se um quebrar, os demais inevitavelmente podem ter o mesmo destino. E por aí vai.

THE END LÍBIO


A mão do ditador era de ferro; a corda, não. O barril, enfim, retomará sua utilidade petrolífera, objetivo principal das sete grandes. Com a barbárie sendo considerada natural, é claro.

NEYMAR EXTRAPOLOU


Na vitória de ontem (19) do Santos sobre o Botafogo na Vila Belmiro, Neymar brilhou: fustigou em várias oportunidades a defesa adversária e fez um golaço genial.

E deu até um sutil drible de corpo num quero-quero renitente, que, impassível, dava uma de dono do pedaço.

UM CLÁSSICO DE HITCHCOCK


Festim diabólico

Por Marden Machado

 

Alfred Hitchcock era um diretor que adorava desafios. Quando realizou Festim Diabólico, seu primeiro trabalho colorido, ele decidiu experimentar algo radical: rodar o filme inteiro em plano-sequência, ou seja, sem cortes. Na verdade, existem oito cortes. Porém, eles são tão sutis que a impressão que temos ao assistir ao filme é que eles realmente não existem. A trama, baseada em peça inspirada de Patrick Hamilton, que por sua vez se inspirou em um fato verídico, conta a história de dois jovens brilhantes que estrangulam um colega com uma corda (daí o título original) e escondem o corpo dentro de um baú. Na sequência, chamam um grupo de pessoas, inclusive os pais e a namorada da vítima, para um jantar. Eles querem provar com isso que cometeram o crime perfeito. Philip (Farley Granger) e Brandon (John Dall), cheios de confiança e com um forte sentimento de superioridade, enfrentam até um antigo professor da turma, Rupert Cadell, vivido por James Stewart. Com uma direção milimetricamente objetiva, Hitchcock utiliza tudo em cena para contar sua história. Atores, objetos e cenários auxiliam nessa tarefa e fazem deste Festim Diabólico um capítulo único na filmografia deste genial diretor e na história do cinema.

FESTIM DIABÓLICO (Rope - EUA 1948). Direção: Alfred Hitchcock. Elenco: James Stewart, John Dall, Farley Granger, Joan Chandler, Cedric Hardwicke, Constance Collier, Douglas Dick, Edith Evanson e Dick Hogan. Duração: 80 minutos. Distribuição: Universal.

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Eu sempre achei que o plano-sequência efetivamente se havia concretizado; agora vem o Marden e informa: há oito cortes. Diante dessa, o desafio passará a ser o seguinte: apontar as cenas em que Hitchcock aparece em alguns de seus filmes e (novidade) os pontos de corte de Festim Diabólico.

NOTA: Marden informa (veja comentário): os cortes ocorrem a cada dez minutos do filme, aproximadamente. "Os cortes acontecem em portas que se abrem ou nas costas das personagens".

Gracias, amigo.

O VOCABULEROLERO DA VELHA MÍDIA


Por Emir Sader
In Carta Maior

Aqui algumas indicações sobre como ler a velha mídia. Nada do que é dito vale pelo seu valor de face. Tudo remete a um significado, cuja arte é tratar de camuflá-lo bem.

Por exemplo, quando dizem liberdade de imprensa, querem liberdade de empresa, das suas empresas, de dizerem, pelo poder da propriedade que têm, o que pensam.
 
A chave está em fazer passar o que pensam pelo interesse geral, pelas necessidades do país. Daí que nunca fazem o que deveriam fazer. Isto é, dizer, por exemplo: “A família Frias acha que...” Ou: “A família Civita acha que...” e assim por diante.
 
A arte da manipulação reside em construções em que os sujeitos (eles) ficam ocultos. Usam fórmulas como: “É mister”, “Faz-se necessário”, “É fundamental”, “É indispensável”.
 
Sempre cabe a pergunta: Quem, cara pálida? Eles, os donos da empresa. Sempre tentam passar a ideia de que falam em nome do país, do Brasil, da comunidade, de todos, quando falam em nome deles. A definição mais precisa de ideologia: fazer passar interesses particulares pelos interesses gerais.
 
Quando dizem “fazer a lição de casa”, querem dizer fazer duro ajuste fiscal. Quando falam de “populismo”, querem dizer governo que prioriza interesses populares. Quando falam de “demagogia”, se referem a discursos que desmascaram os interesses das elites, que tratam de ocultar.
 
Quando falam de “liberdade de expressão”, estão falando no direito deles, famílias proprietárias das empresas monopolistas da mídia, dizerem o que bem entendem. Confundem liberdade de imprensa com liberdade de empresas – as deles.
 
No Vocabulerolero indispensável para entender o que a mídia expressa de maneira cifrada, é preciso entender que quando falam de “governo responsável”, é aquele que prioriza o combate à inflação, às custas das políticas sociais. Quando falam de “clientelismo” se referem às politicas sociais dos governos.
 
Quando falam de “líder carismático”, querem desqualificar os discursos os lideres populares, que falam diretamente ao povo sobre seus interesses.
 
Quando falam de “terrorismo” se referem aos que combatem ou resistem a ações norte-americanas. “Sociedades livres” são as de “livre mercado”. Democráticos sao os países ocidentais que têm eleições periódicas, separação dos três poderes, variedade de siglas de partidos e "imprensa livre", isto é, imprensa privada.
 
“Democrático” é o pais aliado dos EUA – berço da democracia. Totalitário é o inimigo dos EUA.
 
Quando dizem “Basta” ou “Cansei” querem dizer que eles não aguentam mais medidas populares e democráticas que afetam seus interesses e os seus valores.
 
Entre a velha mídia e a realidade se interpõe uma grossa camada de mecanismos ideológicos, com os quais tentam passar seus interesses particulares como se fossem interesses gerais. É o melhor exemplo do que Marx chamava de ideologia: valores e concepções particulares que pretendem promover-se a interesses da totalidade. Para isso se valem de categorias enganosas, que é preciso desmistificar cotidianamente, para que possamos enxergar a realidade como ela é.
 
(Fonte: ContextoLivre).

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

MEGA MAFUÁ


Sábado passado, 15, dia de sorteio da Mega acumulada, foi publicado o seguinte texto num dos muitos blogs que acompanho, o Rio Acima::

"Como ganhar na Mega Sena

R$ 46 milhões!

Filas e filas nas lotéricas. Todos sonhando com o que fariam com a grana. Mandar o chefe plantar batata deve ser o pensamento de mais da metade dos apostadores. Iates, mulheres, 'meus bom drink'...

Na verdade, as pessoas jogam para sonhar, e não para ganhar.

'Se eu ganhar, compro uma sunga nova e coloco o troco na poupança', diz um rato de praia amigo meu...

Talvez todos percam, e a Mega Sena acumule mais uma vez. É um jogo dificílimo. Uma chance em mais de 50 milhões de acertar.

Tolo que sou, joguei os mesmos seis números por anos, até o dia em que descobri a única maneira de ganhar toda semana: parar de jogar.

Desde então, na quarta e no sábado, torço discretamente para a minha combinação não sair. Agora, tenho mais de 50 milhões de chances de ficar feliz e apenas uma de me lamentar para o resto da vida."
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Pois é, meu caro Marcelo Migliaccio, e foi então que surgiu alguém numa lotérica do bairro Mafuá, desta Teresina verde e tórrida, fez um jogo de R$ 2,00 e levou sozinho a bolada. Como dizia o velho Machado: "O inesperado tem voto decisivo na assembleia dos acontecimentos".