quinta-feira, 30 de junho de 2011

GRÉCIA EM CHAMAS


PRESENTE DE GREGO

O parlamento da Grécia finalmente aprovou um pacote para tirar o país da crise. O governo socialista, firme na decisão de atender aos anseios populares, conquistou uma expressiva vitória.

O plano do governo inclui, entre outras medidas:

- Controle do fluxo de capitais.
- Responsabilização criminal dos banqueiros que entraram no jogo da pirâmide com o dinheiro dos outros.
- Estatização dos bancos que só sobreviveram à quebradeira com as benesses concedidas pelo governo conservador.
- Não pagamento de dívida nenhuma contraída junto aos bancos estrangeiros que também participaram da jogatina que jogou o mundo na pior recessão desde 1929.
- Aumento de impostos para os muito ricos.
- Isenção de impostos para os muito pobres.
- Imediata assistência aos desempregados pela crise. Vai ter uma espécie de bolsa-família, planos de requalificação profissional, crédito para abrir microempresas, abertura de frentes de trabalho etc.

Os banqueiros continuam fazendo protestos nas ruas. Com amplo apoio da população, a polícia tem reprimido a banqueirada de forma implacável.

Fonte: Blog de Joel Bueno.

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Seria pertinente se não fosse trágico.
Ilícito só agora comprovado: durante anos, grandes bancos americanos corroboraram as contas (manipuladas) pelo governo grego (que à época era conservador, pra não dizer neoliberal), dando como legítimos os dados constantes do balanço de pagamentos. Agora, estourada a fraude, o patrimônio do país será em grande parte privatizado, cerca de 150 mil servidores públicos perderão o emprego, aposentadorias e pensões serão reduzidas, juros serão aumentados - e os banqueiros continuarão impunes.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

UM DOS PORQUÊS


STJ NEGA PEDIDO DA FOLHA DE SÃO PAULO CONTRA A SECOM

A Folha queria que o STJ determinasse à Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência da República)  a liberação de dados “relativos à distribuição de verbas publicitárias entre órgãos federais, conforme a categoria de publicidade, o tipo de mídia, o veículo de comunicação e a agência de publicidade”. A Secom argumentou que o pedido da Folha “pretende levar a secretaria a contrariar expressa disposição legal, porquanto a lei determina que as informações sobre valores sejam divulgadas pelos totais de cada meio de divulgação e não por veículos”. A obtenção desses dados, disse a Secom, poderia beneficiar o grupo Folha expondo condições de preço de seus concorrentes. STJ rejeitou o pedido. (Fonte: Carta Maior).

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A propósito, consta que uma das causas da 'má vontade' da grande imprensa relativamente ao Governo Federal é a atomização das verbas publicitárias: entre 2003 e 2009, a quantidade de veículos
contemplados saltou de 499 (em 182 municípios) para 7.047 (em 2.184 municípios), o que implicou redução do quinhão abocanhado pelos grandes, que teriam considerado a atitude um verdadeiro acinte.

RUANDA E AS EXPLOSÕES TRÁGICAS


Explosão populacional em Ruanda, na Nature

Por Carlos Orsi

Este é o tipo de notícia que surpreende por demonstrar a enorme capacidade de resistência da humanidade como espécie – e que entristece ao pôr em evidência a capacidade, aparentemente ainda maior, do ser humano para cavar a própria cova: 17 anos após ser palco de um genocídio que matou 800.000 pessoas, a nação africana de Ruanda vive um boom econômico – ameaçado, no entanto, pela explosão populacional.

É o que diz um comentário publicado nesta semana na revista Nature, que traz um dossiê especial sobre a África. De acordo com o artigo, Ruanda tem uma população de mais de 11 milhões de habitantes numa área menor que a da Bélgica, e uma das 20 maiores taxas de natalidade do mundo: na zona rural as mulheres têm, em média, 6,3 filhos; nas áreas urbanas, 4,9. Oitenta por cento da população do país é rural, e a típica família camponesa de oito pessoas geralmente vive numa área de meio hectare.

A explosão populacional ameaça a principal indústria do país, o turismo: a falta de terra arável para o crescente número de habitantes leva à devastação dos parques e à caça ilegal.

Levar políticas de planejamento familiar à população é uma tarefa complicada, dizem os autores do comentário – o especialista em saúde pública Josh Ruxin e Antoinette Habinshuti, vice-diretora para Ruanda da organização Partners in Health – por questões culturais, políticas e, adivinhe só, religiosas.

“A Igreja Católica administra cerca de metade dos centros de saúde do país e se recusa a oferecer anticoncepcionais, até mesmo a homens portadores de HIV”, escrevem ou autores, acrescentando que grupos internacionais de ajuda humanitária evitam incluir programas de planejamento familiar em seus pacotes de apoio a Ruanda para evitar polêmicas com... adivinhe só. Pois é.

A despeito disso, “alguns programas governamentais chegaram a montar centros de planejamento familiar junto às portas das instalações católicas”.

Em 2008, o Tribunal Penal Internacional condenou o padre católico Athanase Seromba à prisão perpétua por seu papel no genocídio de 1994. Seromba foi acusado de comandar o assassinato de 1.500 pessoas da etnia tutsi.

Em 2001, duas freiras beneditinas tinham sido condenadas, na Bélgica, por auxiliar no massacre de um grupo de refugiados que havia se escondido da turba na garagem do convento.

Quando da condenação, o Vaticano solidarizou-se com as duas – o porta-voz do papa João Paulo II, Joaquín Navarro-Valls, manifestou “surpresa” ao ver uma culpa tão grande “lançada sobre os ombros de tão poucos”.

A posição oficial de João Paulo II quanto ao papel de religiosos católicos no genocídio foi a de que a Igreja não pode ser responsabilizada pelos crimes de seus membros, mas que os criminosos deveriam ser punidos.

É apenas justo notar que outras denominações cristãs também desempenharam um papel terrível no genocídio. Um pastor da Assembleia de Deus, Elizaphan Ntakirutimana, foi considerado culpado de cumplicidade no massacre pelo Tribunal Internacional. E um bispo anglicano, Samuel Musabyimana, morreu sob custódia, aguardando julgamento.

Mas também é justo notar que, antes do genocídio, Ruanda era considerada a mais cristã das nações da África, com uma população de 50% de católicos e 12% de protestantes. Tanta cristandade não ajudou os ruandeses a evitar a tragédia de 94. E parece que é o maior obstáculo aos esforços de se evitar uma nova.

CARTUM DE BIER

terça-feira, 28 de junho de 2011

OS MÉRITOS, OS MÉRITOS


"...OS GANHOS PARA OS MENOS ABASTADOS SE DERAM NÃO EM UM AMBIENTE POLÍTICO E ECONÔMICO DE ESTADO FORTE E INTERVENCIONISTA NA ECONOMIA, MAS DE LIBERDADE ECONÔMICA, DE PRÁTICA DO CAPITALISMO."


(Editorial do jornal Meio Norte, edição desta data, ao louvar os resultados mostrados por estudo da Fundação Getúlio Vargas em que são destacados o aumento da atividade econômica, a redução da distância entre ricos e pobres, a inserção de aproximadamente 50 milhões de novos consumidores ao longo de 8 anos - com o Nordeste passando a ser o segundo maior mercado consumidor - e a incorporação de mais de 13 milhões de brasileiros às classes A, B e C, de 2009 a maio deste ano.

O editorial informa, quase no final, que o crescimento da renda resulta de "mais educação e do trabalho formal, segundo explicações da Fundação Getúlio Vargas" - mas esquece de dizer que a própria FGV, na mesma nota/manifestação, atribui parcela do mérito aos programas sociais, como o Bolsa Família. Ambos, editorial e FGV, omitiram respostas às seguintes indagações: para a expansão do trabalho formal, qual o mérito dos investimentos maciços do PAC, notadamente em Pernambuco - o estado que mais cresce no Nordeste -, a exemplo dos efetuados/em curso na indústria naval? E o dos programas PRONAF e Mais Alimentos e Luz para Todos? E o dos bancos estatais, que a cada ano elevam suas aplicações em investimentos? Em que situação estaria o Brasil caso o Estado não tivesse adotado medidas ousadas após a eclosão da crise financeira mundial 2008/9?

É evidente que sem esforços pessoais e iniciativas empresariais privadas não se alcança mobilidade, mas a experiência brasileira deixa claro que o Estado forte é que vem sendo o ator sem o qual a peça estaria sendo um rematado fracasso de crítica e, especialmente, de público).

CILADA CUBANA


Por Cau Gomez. A Tarde (BA).

segunda-feira, 27 de junho de 2011

FELICIDADE NACIONAL BRUTA


Brasil lidera ranking de felicidade futura, mostra FGV

O otimismo desponta como uma das características mais marcantes dos brasileiros, já que em nenhum outro país do mundo a população demonstra tanta confiança no futuro quanto no Brasil. Isso é o que mostra um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas e apresentado nesta segunda-feira no 1º Fórum BID para o Desenvolvimento da Base da Pirâmide na América Latina e Caribe, realizado em São Paulo.

De acordo com o levantamento, o Brasil lidera o ranking mundial de felicidade futura, com nota 8,7 numa escala de 0 a 10. A média dos 147 países analisados é de 5,6.

"O Brasil é um país cheio de problemas, mas está melhorando", destaca o economista da FGV Marcelo Neri, coordenador do estudo. "A renda da população está crescendo mais que o Produto Interno Bruto (PIB) e a desigualdade social está diminuindo", complementa.

Entre os Brics (grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a África do Sul aparece na 46ª posição, com nota 7,2; a China vem na 92ª colocação, com 6,4, seguida pela Rússia, em 119º, com nota 6, e pela Índia, com 5,7, no 128º lugar.

A Dinamarca, país com a maior felicidade presente, ocupa a 6ª posição no ranking que mede a expectativa para 2014.

Fonte: Francine De Lorenzo (Valor).

O CASO KADAFI


Charge de Samuca. Recife (PE).

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Como diria o Stanislaw Ponte Preta: aproveitando a ensancha oportunosa, convém dizer que é inquestionável o direito do Tribunal Penal Internacional  julgar (e condenar) quem lhe aprouver. Mas por que razão o(s) nome(s) do(s) advogado(s) de defesa de Kadafi não é(são) mencionado(s) nas 'n' matérias produzidas pela mídia?

A BASTILHA DA EXCLUSÃO


Por José Graziano da Silva

Crises funcionam como uma espécie de tomografia na vida dos povos e das nações. Nos anos 80, por exemplo, o fim do ciclo de alta liquidez escancarou a fragilidade de um modelo de crescimento adotado por inúmeros países da América Latina e Caribe ancorado em endividamento externo. Nos anos 90, a adesão ao cânone dos mercados auto-reguláveis expôs a economia a sucessivos episódios de volatilidade financeira que desmentiram a existência de contrapesos intrínsecos ao vale tudo do laissez-faire. O custo social foi avassalador.

A crise mundial de 2007-2008, por sua vez, evidenciou a eficácia de uma ferramenta rebaixada nos anos 90: as políticas de combate à fome e à pobreza, que se revelaram um importante amortecedor regional para os solavancos dos mercados globalizados.

O PIB regional per capita recuou 3% em média em 2009 e o contingente de pobres e miseráveis cresceu em cerca de nove milhões de pessoas. No entanto, ao contrário do que ocorreu na década de 90, quando 31 milhões ingressaram na miséria, desta vez o patrimônio regional de avanços acumulados desde 2002 não se destroçou.

Abriu-se assim um espaço de legitimidade para a discussão de novas famílias de políticas sociais, desta vez voltadas à erradicação da pobreza extrema.

No Brasil, a intenção é aprimorar o foco das ações de transferência de renda, associadas a universalização de serviços essenciais e incentivos à emancipação produtiva. Espera-se assim alçar da exclusão 16,2 milhões de brasileiros (8,5% da população) que vivem com menos de R$ 70,00 por mês.

A morfologia da exclusão nos últimos anos indica que o êxito da empreitada brasileira- ou regional - pressupõe, entre outros requisitos, uma extrema habilidade para associar o combate à miséria ao aperfeiçoamento de políticas voltadas para o desenvolvimento da pequena produção agrícola. Vejamos.

A emancipação produtiva de parte dessa população requer habilidosa sofisticação das políticas públicas.

Apenas 15,6% da população brasileira vive no campo. É aí, em contrapartida, que se concentram 46% dos homens e mulheres enredados na pobreza extrema - 7,5 milhões de pessoas, ou 25,5% do universo rural. As cidades que abrigam 84,4% dos brasileiros reúnem 53,3% dos miseráveis - 8,6 milhões de pessoas, ou 5,4% do mundo urbano.

Portanto, de cada quatro moradores do campo um vive em condições de pobreza extrema e esse dado ainda envolve certa subestimação. As pequenas cidades que hoje abrigam algo como 11% da população brasileira constituem na verdade uma extensão inseparável do campo em torno do qual gravitam. Um exemplo dessa aderência são os 1.113 municípios do semi-árido nordestino, listados como alvo prioritário da erradicação da miséria brasileira até 2014.

Nos anos 90, a cada dez brasileiros, quatro eram miseráveis. Hoje a proporção é de um para dez. O ganho é indiscutível. Mas o desafio ficou maior: erradicar a miséria pressupõe atingir a bastilha da exclusão que no caso do Brasil tem uma intensidade rural (25,5%) cinco vezes superior à urbana (5,4%).

O cenário da América Latina e Caribe inclui relevo semelhante com escarpas mais íngremes. Cerca de 71 milhões de latinoamericanos e caribenhos são miseráveis que representam 12,9% da população regional, distribuídos de forma igual entre o urbano e o rural: cerca de 35 milhões em cada setor. A exemplo do que ocorre no Brasil, porém, a indigência relativa na área rural, de 29,5%, é mais que três vezes superior a sua intensidade urbana (8,3%), conforme os dados da Cepal de 2008.

Estamos falando, portanto, de um núcleo duro que resistiu à ofensiva das políticas públicas acionada na última década. Desde 2002, 41 milhões de pessoas deixaram a pobreza e 26 milhões escaparam do torniquete da miséria na América Latina e Caribe. Essa conquista percorreu trajetórias desiguais: declínios maiores de pobreza e miséria correram na área urbana (menos 28% e menos 39%, respectivamente) em contraposição aos do campo (menos 16% e menos 22%).

Uma visão de grossas pinceladas poderia enxergar nesse movimento uma travessia da exclusão regional em que a pobreza instaura seu predomínio na margem urbana, enquanto a maior incidência da miséria se consolida no estuário rural e na órbita dos pequenos municípios ao seu redor.

A superação da miséria absoluta é possível com a extensão dos programas de transferência de renda aos contingentes mais vulneráveis. Mas a emancipação produtiva de parte desses protagonistas requer habilidosa sofisticação das políticas públicas. A boa notícia é que o núcleo duro rural inclui características encorajadoras: os excluídos tem um perfil produtivo, um ponto de partida a ser ativado. Os governos, por sua vez, tem experiências bem sucedidas a seguir. Entre elas, a brasileira, a exemplo do crédito do Pronaf, e das demandas cativas que incluem o suprimento de 30% da merenda escolar e as Compras de Alimentos da Agricultura Familiar, implantadas nos últimos anos. Não por acaso, a pobreza extrema no campo brasileiro caiu de 25% para 14% entre 2002 e 2010 e a renda do agricultor familiar cresceu 33%, três vezes mais que a média urbana nesse mesmo período.

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Fonte: Carta Maior. Artigo publicado originalmente no jornal Valor.
José Graziano da Silva foi eleito (ontem) diretor-geral da FAO Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura.

HERZOG, 27.06.1937


PRO VLADO, VOU PASSAR
PELA AVENIDA CANTANDO
UM SAMBA POPULAR

domingo, 26 de junho de 2011

CRÔNICA DE VERÍSSIMO

 
COMPARAÇÕES
 
O escritor argentino Manuel Puig era um notório cinéfilo e certa vez mandou para seu amigo cubano Guillermo Cabrera Infante uma sugestão de elenco para um filme imaginário sobre a literatura latino-americana em que atrizes famosas fariam os papéis principais. Assim Júlio Cortazar seria interpretado por Hedy Lamarr (“Bela, mas fria e remota”, segundo Puig), Carlos Fuentes por Ava Gardner (“Cercada de glamour, mas será boa atriz?”), Garcia Marquez por Liz Taylor (“Rosto bonito mas pernas muito curtas”) e Vargas Llosa por Esther Williams (“Disciplinada, mas que chatura”).
 
Puig se incluía no filme, interpretado por Julie Christie, “uma grande atriz, que, desde que encontrou o homem certo (na época, Warren Beatty), deixou de atuar”.
 
Puig — que também era notoriamente gay — disse sobre Julie Christie e, presumivelmente, sobre si mesmo que sua sorte no amor causava inveja nas outras estrelas. Não se sabe quem era o Warren Beatty do argentino.
 
Jogos deste tipo são totalmente subjetivos e cada um pode fazer as comparações que quiser — se bem que comparar o Vargas Llosa com a Esther Williams me parece, por alguma razão, perfeito. Não que o peruano seja previsível e chato, pelo contrário. É que ele mergulha com estilo e nada de frente e de costas numa piscina que ninguém mais frequenta.
 
Me lembrei de outra lista de comparações, também inteiramente subjetiva, feita pelo Paulo Mendes Campos numa crônica intitulada “O Botafogo e eu”, aquela que termina assim: “E a insígnia do meu coração é também (literatura) uma estrela solitária.” Na sua lista o cronista diz que Michelangelo é Botafogo, Leonardo é Flamengo, Rafael é Fluminense, Stendhal é Botafogo, Balzac é Flamengo, Flaubert é Fluminense, Bach é Botafogo, Beethoven é Flamengo, Mozart é Fluminense. Segundo o Paulo “Dostoievski é Botafogo, Tolstoi é Flamengo (na literatura russa não há Fluminense)”. Baudelaire é Fluminense, Verlaine é Flamengo, Rimbaud é Botafogo.
 
A lista termina assim: “Camões não é Vasco, é Flamengo, Garret é Fluminense, Fernando Pessoa é Botafogo. Sim, Machado de Assis é Fluminense, mas no fundo, no fundo, debaixo da capa cética, Machado, um bairrista, morava onde? Laranjeiras!”
 
Luíz Fernando Veríssimo

ENQUANTO ISSO, NO AFEGANISTÃO...


"Há luz no fim do outro túnel!"

Charge de Dave Granlund.

ENTREOUVIDO INTERCEPTADO


- Depois de invadir sites governamentais, o grupo hacker Lulzsec anunciou o fim de suas atividades.

- Grupinho bisbilhotador, muito do canalha, cretino e, acima de tudo, ingrato!

- Ingrato?!

- Nós, da grande imprensa, demos o maior destaque a esse grupelho, que ganhou notoriedade da noite pro dia. Até a Eliane Cantanhede se desmanchou em elogios. Colunas, editoriais, análises aprofundadas, tudo foi feito com o maior empenho pra louvar o grupetelho e expor o poder, pra agora acontecer isso.

- Isso o quê?

- O anúncio do fim da invasão. Convenhamos: numa fase não tão pródiga em notícias contra o Planalto, fica mais complicado fechar a pauta. Afinal, não colou a tentativa de escândalo contra a ministra Gleisi Hoffmann, o malfadado caso do apartamento. E agora, pra completar, vem a eleição do tal Graziano para a direção da FAO. Esses hackers são uns canalhas!

sábado, 25 de junho de 2011

AS MÚSICAS DO TROMBONE E CIA


A pesquisadora Laura Macedo publicou em seu blog do Portal Luis Nassif nota acerca do novo CD do grupo Trombone e Cia., destacando quatro músicas.

A nota foi reproduzida no Blog Luis Nassif.

MARDEN VÊ O CLÁSSICO


...E O VENTO LEVOU

"O maior filme de todos os tempos". "A produção mais bem-sucedida de Hollywood". "É como um bom vinho, fica melhor com o passar dos anos". Além dessas três, existem inúmeras outras frases que destacam ...E o Vento Levou. Produzido pelo lendário David O. Selznick e baseado no livro de mesmo nome escrito por Margaret Mitchell, foi o primeiro filme a fazer uso completo de um novo processo de coloração, o Technicolor. A história acompanha a saga de Scarlett O'Hara (Vivien Leigh) e é ambientada durante a Guerra Civil Americana. Uma trama épica repleta de grandes paixões e superação, tudo bem contextualizado dentro de um imenso painel histórico. Além de Scarlett, outras personagens marcantes contribuem sobremaneira para o sucesso dessa obra: Rhett (Clark Gable), Ashley (Leslie Howard), Melanie (Olivia de Haviland), Mammy (Hattie McDaniel) e Prissy (Butterfly McQueen). ...E o Vento Levou é um típico filme de produtor e os desafios enfrentados por Selznick durante a produção renderiam excelentes dramas. Quatro diretores "passaram" pelo filme e a assinatura final ficou com Victor Fleming. 1.400 atrizes se inscreveram para o papel de Scarlett. Desse total, 400 foram testadas com leitura do roteiro. A polêmica das polêmicas se instalou quando foi anunciado o nome de Vivien Leigh, uma atriz inglesa, para o papel. Lançado em 1939, é até hoje um dos mais populares filmes de todos os tempos. Ganhou dez prêmios Oscar (filme, diretor, atriz, roteiro, atriz coadjuvante, fotografia, montagem e cenografia), mais um honorário e outro técnico.
Simplesmente obrigatório.

...E O VENTO LEVOU (Gone with the Wind - EUA 1939). Direção: Victor Fleming. Elenco: Vivien Leigh, Clark Gable, Olivia de Haviland, Leslie Howard, Thomas Mitchell, Barbara O'Neil, Evelyn Keyes, Ann Rutherford, George Reeves, Fred Crane, Hattie McDaniel, Oscar Polk e Butterfly McQueen. Duração: 238 minutos. Distribuição: Warner.

Marden Machado.

MAGIA PELA METADE


Por Ronaldo Cunha Dias.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

O FIM DO LENDÁRIO COLUMBO


O ator Peter Falk morreu na última madrugada em Beverly Hills, no estado americano da Califórnia, aos 83 anos, informaram nesta sexta-feira seus familiares à emissora de rádio local "KNX-1070".

Ainda não foi divulgada a causa da morte, mas sabe-se que o artista sofria de demência senil há anos.

Falk ganhou quatro prêmios Emmy por interpretar o célebre detetive Columbo, e recebeu indicações ao Oscar em 1961 e 1962 por seu papel coadjuvante nos filmes "Murder, Inc." e "Pocketful of Miracles". Também concorreu dez vezes ao Globo de Ouro por sua atuação na série "Columbo", prêmio que ganhou em 1973.

Entre seus personagens mais memoráveis no cinema estão os de filmes como "Uma Mulher sob Influência" (1974), "Asas do desejo" (1987) e "A Princesa Prometida" (1987). O último filme do qual participou foi "American Cowslip" (2009), ao lado de Val Kilmer.

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Certamente um dos melhores personagens das séries policiais em geral. 

OAKOAK, HUMOR NAS RUAS (II)


O GRITO.

Por Oakoak, após Edvard Munch.

OAKOAK, HUMOR NAS RUAS



Como "tela" para suas obras, ela usa rachaduras em muros, placas de trânsito, semáforos e até um simples par de degraus.

Personagens de games e histórias em quadrinhos são sempre fonte de inspiração para o artista, que divulga seus trabalhos em seu blog.
                
É o caso de trabalhos como os que mostram o Homem-Aranha e o protagonista do videogame Mario Bros. "Também gosto de todo o tipo de referência dos anos 90", disse OakOak.

Sua obra é marcada por interferências urbanas sutis e bem humoradas.

"Gosto de andar pelas ruas e é nesse momento que as ideias surgem, principalmente quando descubro lugares novos." (Fonte: BBC Brasil).

ECOS DO SANTOS


Por Junião. Diário do Povo, SP.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

O MAIOR SÃO JOÃO DO MUNDO


Deputado tuíta sobre Dilma e acirra disputa entre PE e PB

Renovada a cada ano, a competição pelo título de maior festa de São João do planeta atiçou ainda mais os paraibanos e pernambucanos a partir da visita da presidente Dilma Rousseff (PT) a Caruaru.
 
Filho do prefeito José Queiroz (PDT), o deputado federal Wolney Queiroz resolveu provocar os adversários juninos e acendeu uma fogueira no Twitter, na noite desta quarta-feira (22), antevéspera do famoso arraiá.
 
- Pode comemorar! A presidenta Dilma voltou a Caruaru para prestigiar a maior festa de São João do Brasil - tuitou o parlamentar, que depois iniciou a divulgação do selo internético #ChupaCampinaGrande.
 
Nem a referência divina no tuíte seguinte, "Ela veio e está com ELE", abrandou as chamas da reação paraibana e os novos foguetes lançados de Pernambuco.
 
O deslize de Queiroz fez a marca #ChupaCampinaGrande ganhar adeptos no microblog. E ele recebeu dezenas de menções na rede mundial. A maioria o repreendeu.
 
- Podia passar sem essa, hein, deputado? - escreveu uma moça.
- Esse é o alto nível do Parlamento brasileiro! - ironizou um jovem.
- Edificante - classificou outro tuiteiro de Caruaru.
 
Os internautas da Paraíba interpretaram como uma ofensa a tentativa de resgatar a velha rivalidade entre as cidades. "Filho do prefeito de Caruaru usou o twitter para insultar os campinenses", postou um homem.
 
Com a macaxeira quente nas mãos, Queiroz tentou contemporizar:
 
- Essa "briga" com Campina Grande é a chamada "briga boa". Quem ganha essa disputa entre #Caruaru e #CampinaGrande é o São João do Nordeste!
 
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Elementar: mandei pro blog ContextoLivre o seguinte 'haicai' solucionático:
 
PRA RESOLVER O PROBLEMA:
O MAIOR SÃO JOÃO DO MUNDO
É O DA SERRA DA BORBOREMA!

CARTUM DE FRED

COCAL DOS ALVES, PIAUÍ: VALE O REPETECO


Cocal dos Alves, município situado na região norte do Piauí, fica a 262 km de Teresina. É lá que funcionam a escola estadual Augustinho Brandão e a escola municipal Teotônio Ferreira Brandão.

Dia 25, o blog do jornalista Luis Nassif reproduziu matéria do Gterra dando conta de que "Escola do interior do Piauí tem 100% dos seus vestibulandos aprovados na UFPI / Escola Estadual de Cocal dos Alves aprova 100% no vestibular da UFPI". Foram 16 alunos inscritos no PSIU; todos aprovados, entre os quais os dois primeiros lugares em Estatística e Matemática noturno.

A escola é a Augustinho Brandão, cuja diretora, Aurilene Vieira de Brito, lembra que seus alunos também se destacaram no ENEM e no vestibular da Universidade Estadual (UESPI).

Mas, como diria o outro, tem mais! Na foto acima (do JORNAL DA PARNAÍBA), alunos de Cocal dos Alves celebram outro êxito: a conquista, no final de 2010, de quatro das cinco medalhas de ouro (além de de prata e de bronze) ganhas pelo Piauí na 6ª Olimpíada Nacional de Matemática (iniciativa dos ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia; em 2010 foram 19,8 milhões de inscritos, dos quais 3.200 contemplados com medalhas, sendo 500 de ouro). Foi a melhor peformance do Piauí, e Cocal dos Alves brilhou com Sandoel de Brito Vieira - do 3º ano do ensimo médio -, José Marcio de Brito e Clara Mariane Oliveira – alunos de 5ª e 6ª série – e Antonio Wesley de Brito. O primeiro da escola Augustinho Brandão, os demais da escola municipal Teotônio Ferreira Brandão.

O Piauí ainda teve 10 medalhas de prata e 17 de bronze, além de 228 menções honrosas

Todos os alunos vencedores serão contemplados com uma bolsa de iniciação cientifica do Programa de Iniciação Científica Junior (PIC-Obmep) do Ministério da Ciência e Tecnologia. A solenidade de premiação ocorrerá em março próximo.

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FOTO: Da esquerda para a direita, em pé: Fernando de Brito Vieira (bronze), Sandoel de Brito Vieira (ouro), Rodolfo Vieira Fontenele (bronze), José Marcio de Brito (ouro), Jean Carlos Sousa de Brito (bronze), Clara Mariane Oliveira (ouro), Francimar de Brito Vieira (prata), Pedro Rodrigues Machado dos Santos (bronze) / Agachados: Isamara Cardoso de Brito (bronze), Ana Carla de Brito Amaral (prata), Amanda Pacheco Cardoso (prata), Antônio Wesley de Brito Vieira (ouro).

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O post acima foi publicado neste blog em 26.01.2011, e agora o republico em face do destaque nacional que os alunos laureados (acima referidos) e a própria Cocal dos Alves mereceram por ocasião da entrega das festejadas medalhas.

Vale um adendo: certamente são muitos os responsáveis pelo sucesso de Cocal dos Alves, mas um deles merece expressa citação: o professor Antônio Cardoso do Amaral. Ele ensina matemática nas duas escolas de onde saíram os campeões (120 premiações em Olimpíadas de Matemática nos últimos seis anos!).

"Comprometimento, acima de tudo, e ainda mais preocupação. Ter a capacidade de se colocar no lugar dos alunos, conhecer as suas dificuldades e tentar superar tudo isso" - eis a receita do professor Antônio para o êxito.

SANTOS, GLORIOSO ALVINEGRO... (II)


Por Marcos Borges.

(Charge produzida em 21 de junho. E viva o Peixe!).

SANTOS, GLORIOSO ALVINEGRO PRAIANO!




(TRI)CAMPEÃO DA TAÇA LIBERTADORES DE AMÉRICA.

O time mais efetivo do século XXI.

Há pouco, 1962 foi hoje.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

TROMBONE NO FESTIVAL DE PEDRO II


O grupo Trombone & Cia fará a exibição de encerramento do Festival de Inverno de Pedro II, que se inicia amanhã, 23.

Vando Barbosa, líder dos virtuoses, informa que a oportunidade será aproveitada para o lançamento do CD Ô Varada!, com que o Trombone foi premiado pela Funarte. Os chorinhos são todos inéditos.

Falta agora o Trombone anunciar a data da festa de lançamento do CD em nossa Cidade-Verde-Amante-da-Música.

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Site do Festival de Inverno de Pedro II  AQUI

CHARGE COMENTADA


Charge de Cláudio Oliveira.

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Tática anti-cartel proposta pelo governo, feita com base em modelo aprovado e já em uso na União Europeia e recomendado pela OCDE Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico: as empreiteiras não terão acesso aos orçamentos apresentados pelas concorrentes, de modo que cada uma delas apresentará seus números sem saber os das demais. Mas o TCU Tribunal de Contas da União e demais encarregados da fiscalização dos gastos públicos teriam amplo acesso aos valores ao final acordados. O projeto do governo, aliás, foi elaborado com o conhecimento do TCU, não se tendo notícia de veto à iniciativa por parte do referido tribunal.

As empreiteiras não aceitam as regras propostas e estão patrocinando campanha para que a tática anti-cartel fracasse. Para tanto, contam com o apoio de políticos e órgãos da grande imprensa.

Charge é crítica feita 'na lata', em cima do fato etc etc, é verdade. Mas espera-se que o chargista esteja suficientemente informado sobre o assunto a ser abordado. Sob pena de, como no caso presente, fazer o jogo dos espertalhões.

SAÚDE EUA: DÓLAR FURADO


O cidadão americano Richard James Verone, que sofre de dores crônicas no peito e problemas no pé esquerdo, entrou em um banco e roubou US$ 1 (hum dólar), com a intenção de ser preso e receber tratamento médico na cadeia. Assalto concluído, sentou-se e passou a aguardar a chegada da polícia.

Verone trabalhou para a Coca-Cola durante 17 anos, mas foi demitido há três. Desde então, vivia de biscates e não tinha plano assistência médica. Nos EUA, não há um sistema universal de saúde como o SUS brasileiro. “Se você não tem saúde, você não tem nada”, desabafou o 'assaltante'.

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Aos trancos e barrancos que seja, mas o Brasil conta com o Sistema Único de Saúde. A ONU, por sinal, estaria cuidando de disseminar mundo afora o modelo brasileiro. Nos EUA, Obama tenta 'há séculos' conceder benefícios médicos estatais a cerca de 50 MILHÕES DE NORTE-AMERICANOS desamparados, e até hoje o pacote está encalhado no Congresso...

AMBROSE BIERCE: BREVES DEFINIÇÕES



.BACO ........ divindade muito conveniente inventada pelos antigos como desculpa para se embebedarem.


.CÉU ........ lugar onde os maus não nos apoquentam falando de seus assuntos pessoais, e os bons  ouvem com atenção enquanto falamos dos nossos.


.CONSELHO ........ a menor moeda corrente.


.DEPLORÁVEL ........ o estado de um inimigo ou adversário após um choque imaginário conosco.


.DISTÂNCIA ........ a única coisa que os ricos permitem que os pobres tenham de seu e conservem.


.FANÁTICO ........ alguém obstinadamente preso a uma opinião que não é a nossa.


.INFIEL ........ em Nova Iorque, alguém que não crê na religião cristã; em Constantinopla, o que crê.


.REALIZAÇÃO ........ a morte do esforço e o nascimento do desgosto.


.SIMULAR ........ por uma camisa limpa no caráter.


Ilustração: Basquiat.     

terça-feira, 21 de junho de 2011

BLOGUEIROS PROGRESSISTAS


Não participei do encontro de blogueiros progressistas (Brasília, 18 a 20 de junho), mas permito-me publicar impressão externada por um dos que lá estiveram:

O evento foi sem dúvida um sucesso absoluto. Poderia falar da presença iluminada de Lula, da aula de sabedoria de Comparato, das inúmeras falas positivas no sentido de cobrar do governo um marco regulatório para a mídia, do envolvimento sincero de todos os participantes e da turma da organização; enfim, foram muitos pontos positivos mesmo. Mas eu optei por destacar um que me despertou muita atenção. Pra mim, o melhor momento do Encontro foi quando Luiza Erundina, no final de sua fala, lembrando Galeano na praça da Catalunya, exortou a plateia a não se entregar, a valorizar as conquistas alcançadas e não desanimar. "O desânimo é reacionário", disse ela de forma muito determinada e vibrante. "Vamos sonhar, gente, mesmo que o sonho não se realize nessa vida."
Luiza Erundina foi, com toda certeza, "a vitamina E" (de entusiasmo) que abrilhantou nosso Evento!
E vamos com essa energia renovada, continuar nossa luta pela democratização dos meios de comunicação no país, pelo direito do cidadão brasileiro a informação qualificada e de se expressar livremente. Viva a liberdade de expressão, viva o novo Brasil que está nascendo.
Abraços e até 2012!
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Do blog E agora? Texto AQUI reproduzido.

HAMLET REVISITADO


Cartum de Liberati.

LALAU NÃO SE EMENDA


Os recursos aos tribunais superiores, como todos sabem, são instrumentos indispensáveis à ampla defesa. Quando usados em excesso, chegam a provocar manifestações de desaprovação dos julgadores.

É o caso, por exemplo, dos "embargos de declaração nos embargos de divergência nos embargos de declaração nos embargos de declaração no agravo regimental no agravo de instrumento nº 681.668", interpostos pelo juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto ("Lalau") no Supremo Tribunal Federal.

A origem é um processo de 2006, julgado no Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Constam como embargados a União e o Ministério Público Federal. A defesa do juiz, que ficou famoso ao ser condenado no caso do superfaturamento e desvio de recursos nas obras do Fórum Trabalhista de São Paulo, viu ofensa à Constituição. O ministro Marco Aurélio negou seguimento aos embargos de divergência. Em novo recurso, o embargante sustentou a existência de vício naquela decisão.

"Eis a razão, até certo ponto, de a máquina judiciária estar emperrada. Vê-se a interposição de recurso meramente protelatório, embora esse possa não ser o objetivo do embargante nos declaratórios interpostos", afirmou o ministro relator, ao decidir, no último dia 6, que inexistia vício na decisão.

Marco Aurélio negou provimento.

Texto: Frederico Vasconcelos.
Fonte: AQUI

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Lalau não se emenda, vale repetir... Mas, convenhamos, embargos de declaração nos embargos de divergência nos embargos de declaração nos embargos de declaração no agravo regimental no agravo de instrumento nº 681.668 já é deboche.

(Em tempo: a caricatura é de Dálcio Machado).

OLD CARTUM


1971. "Uma ideia na cabeça e uma câmera na mão". A partir da frase do cineasta francês Jean-Luc Godard - proferida anos antes, e que muitos equivocadamente atribuem a Glauber Rocha -, o cartunista JOTA 'aburguesou' o cinema brasileiro de então, acrescentando algo mais. Muitos certamente viam na Embrafilme o 'papai' que financiava os filmes de seus 'filhos', integrantes do fechado clube, enquanto os mortais comuns ficavam a filmar, ops, a ver navios.

'HAICAI' DE ROBERT JOHNSON


TEMPOS IDOS...
PRA TIRAR O SOM DO BLUES:
DEDOS COMPRIDOS

segunda-feira, 20 de junho de 2011

EMPREITEIRAS BOICOTAM LEI ESPECIAL DE LICITAÇÃO DE OBRAS DA COPA


Charge de Duke. Jornal O Tempo, MG.

FUKUSHIMA: MUITO PIOR DO QUE SE IMAGINA

“Fukushima é a pior catástrofe industrial da história da humanidade”, disse Arnold Gundersen, ex-executivo da indústria nuclear, à rede de televisão Al Jazeera.

O terremoto de 9 graus que atingiu o Japão no dia 11 de março causou um imenso tsunami que danificou os sistemas de esfriamento da usina nuclear da Tokyo Eletric Power Company (TEPCO), em Fukushima, Japão. Também causou explosões de hidrogênio e derretimentos de reatores, que obrigaram o governo a evacuar moradores em um raio de 20 quilômetros da usina.

Gundersen, operador licenciado de reatores com 39 anos de experiência no desenho de plantas nucleares e na administração e coordenação de projetos em 70 usinas de energia nuclear em todos os Estados Unidos, diz que a planta nuclear de Fukushima tem provavelmente mais núcleos de reatores expostos do que se acredita comumente.

“Fukushima tem três reatores nucleares expostos e quatro núcleos de combustíveis expostos”, afirmou. “Provavelmente, há cerca de 20 núcleos de reatores por causa dos núcleos de combustível e todos necessitam desesperadamente ser esfriados. O problema é que não há meios para esfriá-los efetivamente”.

A TEPCO tem lançado continuamente água sobre vários dos reatores e núcleos de combustível, mas isso tem provocado problemas ainda maiores, como a radiação emitida na atmosfera em forma de vapor e na água do mar, assim como a geração de centenas de milhares de toneladas de água marinha altamente radioativa. “O problema é como manter o reator frio”, diz Gundersen. “Estão lançando água e o problema é o que vão fazer com os dejetos que saem desse sistema, pois eles vão conter plutônio e urânio. Onde vão colocar essa água?”

Apesar da usina ter sido fechada, os produtos da fissão nuclear, como o urânio, seguem gerando calor, o que exige o resfriamento. “Agora os combustíveis são uma massa disforme derretida no fundo do reator”, acrescentou Gundersen. “A TEPCO anunciou que tiveram um “melt trough”, ou seja, um derretimento no qual o combustível passa através do fundo do reator para o meio ambiente. Uma fusão do núcleo (“meltdown”) é quando o combustível derretido cai no fundo do reator, e um “melt trough” significa que ele atravessou várias camadas. Essa massa disforme é incrivelmente radioativa e agora há agua sobre ela. A água absorve enormes quantidades de radiação, o que exige mais água para resfriá-la, o que gera centenas de milhares de água fortemente radioativa”.

Cientistas independentes têm monitorado a localização de lugares radioativos perigosos em todo o Japão e seus resultados são desconcertantes. “Temos 20 núcleos expostos, os tanques de combustível têm vários núcleos cada um, ou seja, há um potencial para liberar 20 vezes mais radiação do que ocorreu em Chernobyl”, afirma Gundersen. “Os dados que estou vendo mostram que estamos encontrando lugares perigosos mais distantes do que no caso de Chernobyl, e a quantidade de radiação em muitos deles era a quantidade que levou a que algumas áreas fossem declaradas terra arrasada em Chernobyl. Essas áreas se encontram a 60, 70 quilômetros do reator. Não se pode limpar tudo isso. Ainda há javalis radioativos na Alemanha, 30 anos depois de Chernobyil”.

Para continuar lendo, clique AQUI

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O restante da extensa matéria ressalta os reflexos da radiação de Fukushima mundo afora, notadamente nos EUA, cuja costa oeste apresenta incremento da mortalidade infantil - o que pode guardar relação com o desastre nuclear -, havendo ainda o risco de chuva ácida radioativa. Fukushima foi erquida sobre quatro placas tectônicas, onde são comuns terremotos e tsunamis.

Ilustração de Bennett. 

CARTUM DE CRIST

domingo, 19 de junho de 2011

DO TROPICALISMO INOVADOR À DITADURA DO AXÉ


O compositor e médico baiano José Carlos Capinan, 70, participou do 9º SALIPI/14º Seminário Língua Viva, realizado nesta Capital (5 a 12 de junho), quando discorreu sobre o tema "A Tropicália revisitada".
Na entrevista a seguir, publicada no Portal AZ e concedida a Rômulo Maya, o autor de "Soy loco por ti América" fala sobre a realidade, música, brasilidade, sentimentos e lembranças - especialmente de Torquato Neto. E opina acerca da Axé Music, valendo notar que seu filho é autor de "Rebolation", sucesso do grupo Parangolé.

O senhor encerrou sua participação no Salipi afirmando que nós estamos entrando numa turbulência que ninguém imagina. Do que se trata?

Se trata do mundo hoje, da mundialização da cultura, do próprio Brasil nisso tudo, né? A gente tem um momento político que é importante, que foi o momento político em que mudamos o perfil da gestão brasileira e política e isso foi muito importante, mas ao mesmo tempo isso não é conclusivo, é só um processo, e para o Brasil o PT foi importante, como foi também importante para o PT o Brasil, porque inclusive tornou o PT um partido real; não um partido ideal. Esse processo, é claro, vai ter um desgaste. E porque os problemas continuam! Nós temos problemas ambientais, nós temos problemas... A própria presidenta disse que é difícil falar de um país desenvolvido onde há miséria. Há uma sinceridade nisso e ao mesmo tempo há que... Eu não vejo no horizonte um novo líder lúcido e capaz de oferecer solução a esses problemas não só mundiais como locais.

Algum dia, o senhor já enxergou esse líder?

Eu não. É isso que eu tô dizendo; não vejo. Veja que o Obama, que é uma liderança nova no mundo, no império, por exemplo, ele tem que governar não somente com a cabeça dele, tem que governar com tudo que é o mundo... É uma guerra, uma guerra pela geopolítica, uma guerra pelos recursos naturais, é uma guerra pela sobrevivência.

E dessa turbulência, a gente desemboca onde?

Não há visão dessa coisa. A gente tá entrando numa turbulência, a gente não sabe quando ou como vai sair disso. Eu vejo assim. Sou muito otimista, na verdade sou pessimista, mas tenho um otimismo necessário... Sou pessimista em médio prazo, mas a longo prazo eu sou otimista.

O senhor disse que a música brasileira é boa. Mas em palestras, debates e até nos programas de auditório sempre aparece alguém levantando essa questão da qualidade da nossa música...

É! É muito recorrente isso.

E por que isso acontece? Se nossa música é boa, por que sempre tem alguém desconfiando dessa afirmação? É culpa da mídia, que não dá lugar ao bom, ou o problema somos nós, que não sabemos garimpar direito?

Eu acho que é um processo tipo de mercado. Por exemplo, na Bahia a música que domina é o axé. Eu não sou contra o axé, mas sou contra qualquer tipo de ditadura. A ditadura do axé é muito forte e isso sufoca as outras manifestações. E não é que elas [músicas] sejam de pouca qualidade... Meu filho, por exemplo, compõe nessa área e tá mais rico do que eu. [risos] Ele fez Rebolation, que é uma música que muitos gostam e outros abominam e até me cobram, porque é do meu filho. Eu não tenho nenhum interesse de fazer a cabeça do meu filho no sentido de que ele faça aquilo que não seja o que agrada ele. Esse é um problema de mercado.

Massificação da cultura mesmo.

Massificação, é uma questão de massificação.

Antes do Tropicalismo, a música no Brasil era dividida entre o que era MPB e o que não era MPB. Aí chegaram vocês e chutaram o balde. A principal contribuição do Tropicalismo para a cultura brasileira foi essa, acabar com essa divisão?

Também! Também! Embora eu ache que a tendência era romper com aquele esquema de MPB assim fechado, mas acho que isso é uma herança, é uma espécie de... Eu não teria medo de dizer que os tropicalistas são uma espécie de profetas militantes.

Meio que previram o futuro da música. É isso?

Não só, como também apostaram nele, se jogaram para esse futuro, se ofereceram para encurtar o caminho entre nós e esse futuro.

O senhor participou daquela passeata contra a guitarra elétrica? [Em 17 de junho de 1967, em São Paulo, aconteceu uma passeata contra a “invasão” da guitarra elétrica na música brasileira. Artistas como Elis Regina, Geraldo Vandré, Edu Lobo e Jair Rodrigues participaram do ato.]

Não participei, não. Não podia, nunca enxerguei essas coisas como problema. Eu vejo a minha vida assim e não percebo nenhum tipo de... Eu tenho um certo medo da loucura, mas jamais excluiria um louco da vida. Nunca sofri de nenhuma fobia, a não ser a fobia da violência da morte, mas sempre gostei do que se manifesta na vida. Então não me reconheço avesso a nada... A não ser jiló, que eu não gosto de comer.

O senhor disse que o Torquato Neto foi um personagem nuclear para o tropicalismo. Qual foi a participação dele no movimento?

Foi uma participação de poeta, escrevendo. Ele estava muito próximo de Caetano. Não morávamos perto nesse momento, porque eu morava no Rio e Caetano e Gil 'tavam em São Paulo. Torquato estava nuclearmente também porque estava muito próximo de Caetano.

Quais suas lembranças dele?

Ele era um cara alegre. Nós brincávamos muito, assim de piadas, provocações sobre poesias que fazíamos; nós gostávamos muito de fazer paródias com o que escrevíamos, brincar muito com a produção do outro.

Pra encerrar, pegando um pouco das impressões passadas com as suas primeiras respostas, queria saber se o senhor tem orgulho de ser brasileiro.

Muito! Eu tenho uma alegria, uma paixão pelo Brasil incrível. Acho que é uma coisa, um prêmio ser brasileiro. É um país bonito, eu gosto do Brasil, eu gosto daquele Brasil que os modernistas cantam, inventado por Jorge Amado, o processo cultural brasileiro é muito bacana, o povo brasileiro é muito forte, muito criador, supera a adversidade com uma força incrível, ele inventa o viver!

Foto: Mayara Bastos.

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O poeta Capinan, convém notar, não estacionou em "Soy loco..."; é autor de sucessos de Geraldo Azevedo, por exemplo, e de João Bosco. Eis um aperitivo: "cores do mar, festa do sol / vida é fazer todo sonho brilhar, ser feliz / em seu corpo dormir e depois acordar / sendo o seu colorido brinquedo de papel machê".

Para ir ao Portal AZ, clique AQUI

TEMPOS HODIERNOS


"Minha biblioteca está inoperante".

Por Frederick Deligne.

O CASO DO CÃO POSSUÍDO PELA INSOLÊNCIA

Corte judaica teria condenado à morte cão suspeito de ser advogado reencarnado

AP

Um tribunal judaico de Jerusalém condenou um cão vira-latas à morte por apedrejamento, devido ao temor de que ele fosse a reencarnação de um advogado que insultou juízes da mesma corte, segundo apontam relatos.

De acordo com o site de notícias israelense Ynet, o cachorro entrou há algumas semanas no tribunal - composto por rabinos - e não saiu mais de lá, o que fez um juiz lembrar de uma maldição imposta a um advogado secular, já morto.

Na ocasião, há cerca de 20 anos, os juízes do tribunal do bairro ultraortodoxo de Mea Shearim desejaram que o espírito do advogado entrasse no corpo de um cão - animal tido como impuro no judaísmo tradicional – depois que ele proferiu insultos à corte.

Mesmo sentenciado à morte por apedrejamento, o cachorro conseguiu escapar do prédio do tribunal antes que a condenação fosse levada a cabo, afirma o Ynet.

Segundo relatos, um dos juízes do tribunal pediu às crianças da localidade que encontrassem o cachorro e executassem a sentença. Devido ao caso, uma organização de proteção aos animais registrou queixa na polícia contra uma autoridade da corte.

Segundo o site Ynet, o tribunal nega que os juízes tenham condenado o vira-latas à morte. No entanto, um representante da corte disse ao jornal Yediot Aharonot que o apedrejamento foi ordenado como uma "maneira apropriada de 'se vingar' do espírito que entrou no pobre cão".

Os tribunais rabínicos (battei din) são investidos do poder de julgar questões religiosas em Israel e em algumas outras comunidades ultraortodoxas pelo mundo. (Fonte: BBC Brasil).

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Definitivamente, a expressão 'mundo cão', bolada nos anos 1970 pela chamada imprensa alternativa para designar bizarrices em geral, reina em total plenitude...                    

sábado, 18 de junho de 2011

CHARGE DE EDGAR VASQUES

Mulheres árabes desafiam lei e dirigem carro

RANGO


Por Edgar Vasques.

SOBRE DOM E RAVEL


(Dom e Ravel saem de cena)... "com a satisfação de ter o (ainda) controvertido envolvimento da dupla com o Governo Militar devidamente esclarecido no livro Eu Não Sou Cachorro, Não (2002). Neste estudo fundamental sobre a censura sofrida por artistas populares durante a ditadura, o autor Paulo César Araújo defende que, embora tenham se deixado usar pela propaganda do regime militar, os irmãos cearenses - nascidos em Itaiçaba (CE), mas radicados em São Paulo (SP) desde os anos 50 - também compuseram e gravaram temas que se opunham à ideologia deste mesmo regime. Mas nenhum com a repercussão de Eu Te Amo Meu Brasil, composição ufanista de Dom & Ravel propagada na gravação do conjunto Os Incríveis e usada como propaganda do regime que amordaçou o Brasil entre 1964 e 1985. (...)"

Fonte: blog Notas Musicais.

OLD CARTUM


Carlos Estêvão. 1921-1972. Revista O Cruzeiro, 4 de novembro de 1967.

MEMÓRIA DA SUBMISSÃO



Celso Lafer descalço em aeroporto exemplifica submissão de FHC aos EUA, diz estudo do Ipea

Fábio Brandt
Do UOL Notícias


Estudo divulgado recentemente pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) cita o episódio em que o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Lafer teve que tirar os sapatos em um aeroporto americano como exemplo da submissão do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) aos EUA. O Ipea é um órgão de pesquisas vinculado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.

O texto divulgado pelo instituto cita o caso em que Celso Lafer tirou os sapatos no aeroporto de Miami, em 31 de janeiro de 2002, como exemplo da relação entre Brasil e EUA durante o governo tucano. “Este comportamento [tirar os sapatos], reiterado nos aeroportos de Washington e Nova York durante esta visita oficial, poderia ser considerado uma simples anedota, não fosse Celso Lafer o chanceler brasileiro”, diz o estudo.

(...)

Celso Lafer é citado em outra passagem do estudo, que lembra “sinais menos anedóticos de submissão política”. Trata-se da “sugestão nos discursos oficiais do chanceler [Celso Lafer] de que o Brasil participasse da intervenção no Iraque com base na solidariedade com os Estados Unidos”, diz o texto. (...)

sexta-feira, 17 de junho de 2011

NASA: BURACOS NEGROS SE PROLIFERAM

TRÊS CUECAS E UM PAR DE MEIAS


Vi  no Última Instância

Um homem acusado de furtar três cuecas e um par de meias usadas foi absolvido pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). (...)

A vítima afirmara, em depoimento, que as cuecas e as meias eram velhas e usadas, por isso não tinha idéia de valor. Ela disse também que não se tratavam de roupas com valor sentimental. O homem alegou apenas ter sido motivo de chacota. Os amigos diziam “que a empregada deu graças a Deus de tê-las roubadas e que agora iria comprar cuecas novas”. O caso aconteceu em Alfenas, Minas Gerais.

Em 1ª instância, o juiz absolveu o homem acusado de escalar o muro da casa para pegar as peças de roupa no varal. Mas, o MP-MG (Ministério Público de Minas Gerais) apelou e o TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) reformou a sentença e condenou o réu a sete anos de reclusão em regime inicialmente fechado e a 319 dias-multa.

O tribunal estadual destacou em sua decisão a existência de péssimos antecedentes e de uma conduta social voltada à prática de delitos. Insatisfeita, a defesa do réu recorreu ao STJ com um pedido de habeas corpus.

O ministro Og Fernandes afirmou que o Direito Penal só se justifica “quando o bem jurídico tutelado tenha sido exposto a um dano com relevante lesividade”. Para o ministro o furto das peças não tem relevância, nem mesmo para a própria vítima. Dessa forma, ele aplicou “o chamado princípio da insignificância”.

(...)

A decisão da Turma (do STJ) que restabeleceu a sentença de absolvição foi unânime. Entretanto, a matéria poderá chegar ao STF, já que o Ministério Público interpôs recurso extraordinário contra a decisão. O recurso está sob a análise do vice-presidente do STJ, ministro Felix Fischer, a quem caberá verificar os requisitos de admissibilidade.

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Pode acreditar, não se trata de ficção: "a matéria poderá chegar ao STF"! (Como se não bastasse ter sido levada à segunda e terceira instâncias...).

O RISCO DO MUNDO (II) - TRAGÉDIA GREGA


Charge do alto: Pavel Constantin, cartunista grego.
Charge acima: Amorim.