domingo, 31 de outubro de 2021

ELES DISSERAM E/OU CANTARAM

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(31.10)


.Bossa Nova - Relaxing & Coffee:
Bossa Nova Covers (Popular Rock Songs) Aqui.
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.Billie Eilish:
Billie Bossa Nova ......................................... Aqui.
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.NOVA:
"Desafinado" ................................................ Aqui.


.Desmascarando:
Bolsonaro organiza militância e recria
cercadinho em Roma na frente do hotel ..... Aqui.

.Galãs Feios:
Doria, Tebet e Moro empacam na 3ª via .... Aqui.
Roberto Jefferson escreve 'carta sexual'
contra Bolsonaro .......................................... Aqui.

.DCM - Live de Domingo:
Fora da foto oficial do G20, Bolsonaro
acusa - na TV italiana - Lula de ligação 
com narcotráfico ........................................... Aqui.

.Boa Noite 247:
Isolado, Bolsonaro envergonha 
Brasil no G20 ................................................. Aqui.

.Plantão Brasil:
Bolsonaro passa a maior humilhação da
história no G20; recusaram aperto de mãoAqui.

.Regis Tadeu:
Globo: todo mundo indo embora .................. Aqui.

.Paulo A Castro:
Jornalistas são agredidos por seguranças
de Bolsonaro em Roma .................................. Aqui.

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.Dr. Roberto Yano:
7 benefícios do café! Como o café pode
proteger o seu coração? ................................. Aqui.

A GUERRA CONJUGAL


Adnael. 
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.Bom Dia 247 (31.10) - Attuch /
Rodrigo / Florestan:
Sobre temas importantes ............................... Aqui.

DEPOIS DA GUERRA HÍBRIDA: DISCOS VOADORES E GUERRA COGNITIVA NA GUERRA FRIA 2.0

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“A guerra cognitiva se sobrepõe às corporações Big Tech e à vigilância em massa, porque trata-se apenas de alavancar big data. Produzimos dados onde quer que vamos. A cada minuto, a cada segundo que entramos, ficamos online. E é extremamente fácil aproveitar esses dados para conhecê-lo melhor e usar esse conhecimento para mudar a maneira como você pensa.”


Por Wilson Ferreira

Tendo a pandemia Covid-19 como janela de oportunidades, ocorrem dois eventos sincronicamente ligados no atual contexto da escalada da Guerra Fria 2.0 – no lugar dos velhos soviéticos, os malvados favoritos russos e chineses. De um lado, depois de décadas como tema tabu, os discos voadores viraram hype na grande mídia, depois de um relatório do Pentágono que suspeita de “aeronaves hipersônicas chinesas” por trás do fenômeno OVNI; e os eventos chamados “Desafios de Inovação” promovidos pela OTAN que apresentam o próximo passo da Guerra Híbrida: a Guerra Cognitiva – a militarização das neurociências e a transformação do cérebro de civis em campo de batalha, para defende-los da suposta ofensiva cognitiva da Rússia e China. Oportunidade de manipulação e controle de uma nova engenharia social, testada no Canadá em 2020 na coleta militar de big data, sob alegação de se tratar de programa para combater a pandemia.

Em março de 1947 o então presidente dos EUA, Henry Truman, lançou um conjunto de medidas políticas e econômicas que ficou conhecida como Doutrina Truman, proferida em um violento discurso contra a “ameaça comunista”, onde assumia o compromisso de “defender o mundo livre dos soviéticos”. Era o ponta pé inicial da Guerra Fria.

 Sincronicamente, nos meses de junho e julho desse mesmo ano, respectivamente, o piloto Kenneth Arnold avistou sobre o Monte Rainier nove objetos voadores luminosos (que a imprensa logo chamou de “discos voadores”) e em Roswell ocorreu a queda de um objeto não identificado que a imprensa também chamou de “disco voador”, desmentido depois pela Força Aérea ao afirmar que o objeto nada mais era do que um balão meteorológico. (Nota deste Blog: A questão pode não ter sido tão simplória assim, sustentam analistas isentos).

Os Casos Kenneth Arnold e Roswell marcaram a onda de avistamentos de OVNIs pelo país e pelo mundo, alimentando a escalada de paranoia anticomunista. Principalmente pelos desmentidos governamentais e militares ambíguos: embora a Força Aérea investigasse o fenômeno com o Projeto Blue Book, as autoridades sempre desmentiam tudo, alegando que o fenômeno não passava de histeria ou ilusões de ótica provocadas pelo planeta Vênus, balões meteorológicos etc.

Enquanto Hollywood mantinha a atmosfera persecutória com o simbolismo da enxurrada de produções sci-fi sobre ataques de discos voadores e de alienígenas invadindo corpos humanos para subjugar a nação. 

Desde o episódio do pânico provocado pela transmissão radiofônica de Guerra dos Mundos em 1938 (milhares de ouvintes acreditaram que marcianos estava invadindo os EUA), aquele país passou a viver a paranoia da invasão de algum agente externo: marcianos, nazistas, comunistas e assim por diante – estudos posteriores ao episódio de 1938 identificaram uma percepção confusa dos ouvintes que confundiram marcianos com nazistas invadindo a nação...

Hoje estamos acompanhando o ressurgência de uma nova Guerra Fria (agora contra o eixo Rússia/China) acompanhado, mais uma vez, pelo fenômeno OVNI. Tudo começou na campanha eleitoral de 2016 quando Hillary Clinton declarou que o governo Obama liberaria informações sobre a questão ufológica. Seguido por denúncia de Donald Trump, supostamente vazado por hackers ativistas do Anonymous, do Projeto Firesign – projeto false flag para simular uma invasão alienígena para as eleições presidenciais serem suspensas por Obama – clique aqui.

Embora o tema OVNI tenha sido sempre envolto por tabus e segredos pelas diversas agências militares e de inteligência, de repente, em meio à crise global da pandemia Covid-19, surpreendentemente o Pentágono traz os extraterrestres à moda na mídia norte-americana.

Aeronaves hipersônicas chinesas

Em 25 de junho desse ano, a diretora nacional de Inteligência dos EUA, Avril Haines, divulgou um relatório incomum ansiosamente esperado: o estudo preliminar sobre “fenômenos aéreos não identificados” (com vídeos liberados de objetos cujas imagens foram capturadas por jatos de caça), denominação agora preferida, em vez do antiquado conceito de “objeto voador não identificado” ou OVNI. O estudo, teoricamente, revelaria a explicação de 143 casos de objetos voadores estranhos, presenciados exclusivamente por pilotos da Marinha ou detectados pelos radares dos caças americanos.




Como sempre, um relatório carregado de ambiguidade: em nenhum momento o documento menciona extraterrestres. Deliberadamente, também não os descarta de forma explícita.

A sutil mudança da nomenclatura (agora são “fenômenos aéreos” não identificados) tem uma razão de ser dentro da nova guerra fria: funcionários do governo dos EUA admitiram ao "New York Times" que sua maior preocupação é que as imagens de objetos em alta velocidade registrada em vídeo possam ser de aeronaves hipersônicas chinesas ou russas – clique aqui.

Parece que o atual hype em torno dos discos voadores (contando agora com diversas variações como “tic-tacs” e “OSNIs” – objetos submarinos não identificados) confirma um modus operandi na engenharia social em cada conflito geopolítico: contra a URSS, discos voadores como metáfora paranoica; e hoje, diante da ameaça russa e chinesa, os “fenômenos aéreos não identificados” como evidências reais de uma suposta tecnologia secreta inimiga.

Hackear o indivíduo

Não por acaso, como veremos, em meio a escalada da tensão dessa Guerra Fria 2.0 do século XXI, o Centro de Inovação da OTAN (iHub) publicou em 2020 um documento intitulado “Guerra Cognitiva” (CW), redigido por François du Cluzel – ex-militar francês que ajudou a criar o iHub em 2013 e, desde então, administra a base sediada em Norfolk, Virgínia (EUA) – clique aqui.




Para Cluzel, a CW traz uma terceira grande dimensão estratégica ao campo de batalha moderno: às dimensões física e informativa é agora adicionada uma dimensão cognitiva. Cria um novo espaço, para além dos domínios terrestre, marítimo, aéreo, cibernético e espacial, que os adversários já integraram.

Em um mundo permeado de tecnologia, a guerra no domínio cognitivo mobilizaria uma ampla gama de espaços de batalha, para além (do que as) dimensões físicas e informativas podem fazer. Sua própria essência é assumir o controle de seres humanos (civis e militares). 

Para o autor, através da ação conjunta que exerce nas três dimensões (física, informativa e cognitiva), a guerra cognitiva incorpora a ideia de combate sem luta cara a Sun Tzu - "a suprema arte da guerra é subjugar o inimigo sem lutar.” Isto é, expandir os conflitos tradicionais e produzir efeitos a custos mais baixos.

A cognição é a nossa "máquina pensante". A função da cognição é perceber, prestar atenção, memorizar, raciocinar, produzir movimentos, expressar-se, decidir. Cognição significa agir sobre o ser humano.

A Guerra Cognitiva seria um tipo inteiramente novo de combate que chamou de guerra cognitiva. Descrito como a "militarização das ciências do cérebro", o novo método envolve "hackear o indivíduo", explorando "as vulnerabilidades do cérebro humano" para implementar uma "engenharia social" mais sofisticada.

O estudo deixa claro que a OTAN e seus aliados poderiam, nesse momento, estar sob ataque de guerras cognitivas disferidas pela Rússia e China cujo propósito é transformar cidadãos comuns em “células adormecidas chinesas ou russas, quintas colunas” que desafiariam a “estabilidade das democracias liberais ocidentais”. Populações domésticas seriam alvo em um nível sem precedentes.




No dia 5 de outubro a OTAN realizou o “Desafio de Inovação”, que teve como parte do evento um painel de discussão sobre guerra cognitiva. François du Cluzel participou do evento, ao lado de oficiais militares canadenses apoiados pela OTAN – clique aqui.

“A guerra cognitiva é um novo conceito que começa na esfera da informação, que é uma espécie de guerra híbrida”, disse du Cluzel.

“Tudo começa com hiperconectividade. Todo mundo tem um celular. Começa com informação porque informação é, se assim posso dizer, o combustível da guerra cognitiva. Mas vai muito além da informação, que é uma operação autônoma”.

“A guerra cognitiva se sobrepõe às corporações Big Tech e à vigilância em massa, porque trata-se apenas de alavancar big data”, explicou du Cluzel. “Produzimos dados onde quer que vamos. A cada minuto, a cada segundo que entramos, ficamos online. E é extremamente fácil aproveitar esses dados para conhecê-lo melhor e usar esse conhecimento para mudar a maneira como você pensa.”




Naturalmente, o pesquisador da OTAN afirmou que “adversários” estrangeiros são os supostos agressores que empregam a guerra cognitiva. Mas, ao mesmo tempo, ele deixou claro que a aliança militar ocidental está desenvolvendo suas próprias táticas.

Redefinição da natureza da guerra

Du Cluzel definiu a guerra cognitiva como a “arte de usar tecnologias para alterar a cognição de alvos humanos”. Segundo ele, incorpora os campos de NBIC - nanotecnologia, biotecnologia, tecnologia da informação e ciências cognitivas. Juntas formariam uma espécie de coquetel muito perigoso que pode manipular ainda mais o cérebro”, disse ele.

Para ele o novo método exótico de ataque “vai muito além” da guerra de informação ou das operações psicológicas (psyops).




“A guerra cognitiva não é apenas uma luta contra que pensamos, mas sim uma luta contra a maneira como pensamos”, disse ele. “É muito mais poderoso e vai muito além da guerra psicológica e de informação”. E continuou: “É fundamental compreender o que é um jogo da nossa cognição, da forma como o nosso cérebro processa a informação e a transforma em conhecimento, e não apenas um jogo da informação ou dos aspectos psicológicos do nosso cérebro. Não é apenas uma ação contra o que pensamos, mas também uma ação contra a maneira como pensamos, a maneira como processamos as informações e as transformamos em conhecimento.”

A Guerra Cognitiva alteraria a própria natureza da guerra, chegando a um estágio distópico, abaixo do limiar da definição tradicionalmente aceita de guerra. A guerra cognitiva seria potencialmente infinita, uma vez que não haveria tratados de paz ou rendição para esse tipo de conflito.

Du Cluzel foi bem incisivo: “Assim como esse novo modo de batalha não tem fronteiras geográficas, também não tem limite de tempo. Esse campo de batalha é global, via Internet. Sem começo e sem fim, essa conquista não conhece trégua, pontuada por notificações de nossos smartphones, em qualquer lugar, 24 horas por dia, 7 dias por semana.”

Essa nova natureza distópica de um campo de batalha cognitivo fica ainda mais assustador quando ficou claro no painel de discussões que populações civis inteiras estariam na mira da OTAN, ao ver os próprios cidadãos como ameaça em potencial, temendo que os civis sejam células russas ou chinesas adormecidas.




Guerra Cognitiva na pandemia

No painel foi descrito o exemplo de como líderes do Comando de Operações Conjuntas do Canadá (CJOC) viram a pandemia Covid-19 como uma oportunidade para testar técnicas de manipulação cognitiva. O plano contava com técnicas de propaganda semelhantes às empregadas durante a guerra do Afeganistão. A campanha objetivava “moldar” e “explorar” a informação. O CJOC alegou que o esquema de operações de informação era necessário para impedir a desobediência civil dos canadenses durante a pandemia do coronavírus e para reforçar as mensagens do governo sobre a pandemia. Coletou informações de contas públicas de mídia social em Ontário. Os dados também foram compilados em reuniões pacíficas do Black Lives Matter. 

O plano foi colocado em prática em abril de 2020, quando perceberam que a pandemia e o pretexto de um suposto auxílio na distribuição de vacinas seriam álibis perfeitos para a coleta de informações civis para a aplicação de técnicas de guerra cognitiva. 

Em 30 de novembro próximo, o Canadá sediará mais um “Desafio da Inovação OTAN”, sob o título “A Ameaça Invisível: ferramentas para combater a guerra cognitiva”. O objetivo principal é criar parcerias público-privadas com corporações, start ups e centros de pesquisa acadêmica para o desenvolvimento de ferramentas tecnológicas.

Um exemplo é o de uma equipe de alunos de engenharia da Universidade Johns Hopkins que trabalha junto com a OTAN para definir e rastrear supostos ataques inimigos de guerra cognitiva – clique aqui.

O sistema reconheceria padrões (também chamados de "assinaturas") nas ações daqueles que travam uma guerra cognitiva, e então ter a capacidade de rastrear as origens desse conteúdo online disruptivo. Com essas duas tarefas em mente, o grupo está projetando um mapa ao vivo inspirado no muito bem-sucedido painel COVID-19, criado por uma equipe do Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas da Whiting School of Engineering e usado por cientistas, governo e saúde pública oficiais de todo o mundo para rastrear a nova pandemia de coronavírus – sempre a conveniente pandemia...

Lucro, lucro...

O inesperado hype dos discos voadores na grande mídia e a distopica e paranoica Guerra Cognitiva vendida pelos think tanks e spins doctors da OTAN são movimentos da Guerra Fria 2.0 cujo alvo não são russos ou chineses. Esses são apenas o pretexto para uma inédita engenharia social de manipulação e controle das populações civis dos países aliados da OTAN.

Segue o mesmo modelo da aplicação da guerra híbrida pelas PsyOps dos militares brasileiros: aqui como lá, o pretexto sempre é o da ameaça externa – para a OTAN, russos e chineses que pretendem transformar incautos civis em células traiçoeiras; e para as Forças Armadas brasileiras, ONU, ONG e organizações globais pontas de lança do comunismo viral que supostamente estariam por trás da guerra híbrida cujo alvo seria a soberania nacional.

Dessa maneira, OTAN e Forças Armadas teriam a licença moral para desfechar guerras cognitivas e híbridas contra seus próprios territórios.

Mas, como estamos no Capitalismo, não se trata apenas de planos para dominar o mundo. Tudo não deixa de ser também uma oportunidade para lucros de acionistas, corporações e mercado financeiro: nas parcerias público-privado para lucrar com os esforços imperiais da OTAN; e, no Brasil, o golpe militar híbrido que permitiu as raposas da Banca tomarem conta do Ministério da Economia e do Banco Central autônomo.  -  (Fonte: Cinegnose - Aqui).

 

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sábado, 30 de outubro de 2021

ELES DISSERAM E/OU CANTARAM

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(30.10)


.Bob Marley:
"Is This Love" ............................................. Aqui.
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.Ponto de Equilíbrio:
"Estar Com Você" ....................................... Aqui.
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.Banda De Volta ao Passado:
"Não me Diga Adeus Jamais" .................... Aqui.
"Como Num Sonho" .................................... Aqui.
"A Esperança é a Última que Morre" ........ Aqui.
"Esqueça e Perdoe" ..................................... Aqui.


.HBO Brasil - Greg News:
Memória ...................................................... Aqui.

.Galãs Feios:
Ciro Gomes com chimpanzé e low
rider - e os piores vídeos da semana .......... Aqui.

.Desmascarando:
Flagrantes; brasileiros fazem fila 
na Argentina para abastecer ...................... Aqui.
Flagrantes de Bolsonaro em Roma ............ Aqui.

.DCM - Sabadão:
Superlive de (3º) aniversário ...................... Aqui.

.Boa Noite 247:
Genocídio dos povos indígenas no Brasil ... Aqui.

.Plantão Brasil:
Bolsonaro e o Papa Francisco ..................... Aqui.

.Aquias Santarem:
O fim do Bolsa Família ................................. Aqui.

.Cortes 247:
A visão premonitória de Dilma Rousseff
e o fim do Bolsa Família ............................... Aqui.

................
.Falcão:
Na Rede Com Falcão (49) ............................. Aqui.

CONFERÊNCIA DO CLIMA

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Fumaça (?)


Peter Kuper. (EUA).

ECONOMIA VERDE PARA INGLÊS VER

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"O Brasil vai vender em Glasgow uma imagem que não existe".
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Depois de aumentar em 47% o desmatamento, governo Bolsonaro anuncia às vésperas da conferência do clima – a COP26, na Escócia – que pretende estimular a sustentabilidade, mas não diz como


Por Bernardo Esteves

Com o lançamento esta semana de um Programa Nacional de Crescimento Verde, o governo brasileiro vestiu a fantasia de campeão ambiental com a qual pretende se apresentar na COP26, a conferência do clima das Nações Unidas, que começa no domingo, dia 31, em Glasgow, no Reino Unido. Mas os ambientalistas querem mais que uma simples declaração de intenções para se deixar convencer por um governo que vem fazendo muito pouco para combater o desmatamento ilegal, principal fonte de emissão dos gases que provocam o aquecimento global, no caso do Brasil.

O presidente Jair Bolsonaro participou da cerimônia de anúncio do pacote verde ao lado dos ministros da Economia, Paulo Guedes, e do Meio Ambiente, Joaquim Alvaro Pereira Leite, entre outros membros de seu governo. “A solução para o desafio do acordo do clima é inovação, uma nova economia verde, uma transição”, afirmou Leite durante o lançamento do programa. O objetivo declarado do plano é conservar as florestas, reduzir a emissão de gases do efeito estufa e estimular os chamados empregos verdes, mas o governo não especificou as ações com que pretende alcançá-lo.

O ministro anunciou que o plano envolve financiamento de 400 bilhões de reais, embora só cerca de 12 bilhões representem de fato dinheiro novo (Leite não fez durante o anúncio qualquer menção aos recursos paralisados do Fundo Amazônia). A condução do programa ficará a cargo de um comitê interministerial que já existia e teve o nome mudado por decreto – agora versa “sobre a Mudança do Clima e o Crescimento Verde”.

Com o plano anunciado às vésperas da COP, o Brasil parece se inspirar no caso de outros países que chegam à conferência do clima com moral em alta após anunciar planos de retomada ancorados na economia verde. “Fica patente que é um pacote sem estratégia e que não para em pé quando a gente olha o conteúdo e vê que eles não sabem em que setores querem investir”, disse à piauí Natalie Unterstell, especialista em políticas públicas ambientais e presidente do Instituto Talanoa.

Além disso, continuou Unterstell, só haverá crescimento verde se o Brasil requalificar os subsídios que dá aos setores mais poluentes da economia – “e isso passou longe do discurso e do decreto”. Por fim, faltou ao governo detalhar como fará o combate ao desmatamento e como vai precificar o carbono para estimular a eficiência energética. “Esse é um plano para fazer mais do mesmo, só que agora com a intenção de dizer que vamos pintar de verde.”

Bolsonaro não deixou claro como pretende alcançar o crescimento verde. Mais ainda, carrega como credencial uma gestão que enxugou o orçamento para a fiscalização ambiental, paralisou o processo de multas do Ibama e ICMBio e aparelhou as autarquias com militares sem experiência em gestão ambiental; condenou os fiscais com um discurso conivente com o crime ambiental e estimulou com isso o desmatamento e a grilagem de terras públicas; buscou se aproveitar da atenção voltada para a pandemia para afrouxar regulamentações ambientais e passar outras boiadas. Além disso, seu governo declarou guerra às ONGs conservacionistas e congelou o Fundo Amazônia, com recursos de 3 bilhões de reais para o financiamento de ações contra o desmatamento.

Os resultados falam por si: a taxa de desmatamento anual na Amazônia, que era de 7,5 mil km2 em 2018, no final do governo Michel Temer, dois anos depois tinha saltado para 10,9 mil km2, um aumento de quase 50% que fez a taxa voltar ao patamar dos cinco dígitos após mais de uma década.

A taxa oficial de 2021 deve ser divulgada até o fim do ano. Especialistas apostam que o número não será muito diferente daquele do ano passado, e talvez seja um pouco menor. Um eventual bom resultado será atribuído à ação do Conselho Nacional da Amazônia Legal, a missão militar liderada pelo vice-presidente Hamilton Mourão que se encarregou do combate ao desmatamento, ao custo de 550 milhões de reais desde 2019, conforme números da Folha de S.Paulo. Mas dificilmente se verá uma comparação com o número de 2018, quando Bolsonaro assumiu a presidência.

O Brasil deve enviar a segunda maior comitiva para Glasgow, atrás apenas dos Estados Unidos, segundo o jornal O Globo (os norte-americanos buscam retomar o protagonismo das negociações climáticas após a eleição de Joe Biden). O presidente Jair Bolsonaro não confirmou presença. A delegação brasileira será liderada pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Alvaro Pereira Leite, e deve ter ainda outros dois ministros, doze governadores e o presidente do Banco Central. O país vai voltar a ter um pavilhão oficial numa conferência do clima, no qual deve reforçar a imagem de país sustentável que pretende projetar no exterior.

“O Brasil vai vender em Glasgow uma imagem que não existe”, disse à piauí o ambientalista Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, uma coalizão de ONGs da área ambiental. Para ele, as ações que o Brasil está anunciando antes da conferência devem ter como prazo de validade a duração da COP. “Se espremer bem, esse plano não salva uma árvore na Amazônia.”

O país deixou má impressão em sua última participação numa conferência do clima, há dois anos, em Madri. Capitaneada pelo então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, a delegação brasileira obstruiu negociações e estava focada somente em levantar recursos junto aos países ricos. “Este ano, se o Brasil ficar só na propaganda, já está bom”, disse Astrini. “O máximo que podemos fazer é não atrapalhar muito.”

O Brasil chega a Glasgow com uma distinção inglória: é o país do G20 que mais piorou a sua meta de corte de emissões dos gases que causam o aquecimento global, conforme revelou um relatório divulgado esta semana pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Assinado em 2015, o Acordo de Paris é construído com base em contribuições voluntárias: cada país determina quanto e de que maneira pretende reduzir as suas emissões de gases-estufa. Os signatários combinaram ainda que fariam uma revisão da sua meta a cada cinco anos, com o compromisso de que só podiam aumentar – e nunca diminuir – a contribuição que estavam propondo.

No caso do Brasil, o principal compromisso assumido em 2015 era reduzir suas emissões em 37% até 2025 e em 43% até 2030, em relação ao volume emitido em 2005. Só que, ao fazer a revisão da sua meta, o país mudou também a forma como calculava as suas emissões. Com isso, passou a considerar que, em 2005, emitiu 2,8 bilhões de toneladas, e não mais 2,1 bilhões de toneladas de CO2eq. Com isso o Brasil poderia chegar a 2030 com o nível de emissões de 2019, com a taxa anual de desmatamento na Amazônia na casa dos 10 mil km2.

“Quando você muda a base de cálculo, tem que atualizar os percentuais de redução”, argumentou Stela Herschmann, advogada especialista em direito ambiental e consultora do Observatório do Clima. “Sem atualizar os percentuais, o Brasil continua prometendo entregar em 2030 menos do que tinha prometido antes, e isso é uma violação do Acordo de Paris.” No México, a justiça anulou em primeira instância a revisão da meta que permitia ao país emitir mais 14 milhões de toneladas de CO2 em relação ao compromisso assumido em 2015.

A “pedalada ambiental” não foi o único recuo na revisão da meta brasileira apresentada pelo governo Bolsonaro. O compromisso de zerar o desmatamento ilegal da Amazônia até 2030, que constava num anexo à meta apresentada em 2015, sumiu da nova proposta, embora tenha sido mencionado por Jair Bolsonaro em seu discurso durante a Cúpula de Líderes sobre o Clima, realizada em abril. O plano de alcançar a “neutralidade climática” até 2050, citado no mesmo discurso, tampouco foi registrado por escrito.

Ambientalistas esperam que, durante a COP26, o governo brasileiro apresente detalhes sobre o que pretende com o Programa Nacional de Crescimento Verde e sobre como pretende implementar sua meta de redução de emissões no Acordo de Paris. “Sem isso são apenas palavras ao vento”, afirmou Herschmann. “Será literalmente uma promessa para inglês ver.”  -  (Fonte: Revista Piauí - Aqui).

SEGUE O DRAMA DOS COMBUSTÍVEIS


Fred. 
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.Bom Dia 247 (30.10) - Attuch
/ Joaquim de Carvalho:
Sobre temas importantes ........................ Aqui.

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.Enquanto Isso...

"O G20 é uma rara oportunidade para que líderes busquem o contato pessoal para tratar problemas globais e resolver arestas entre países. Mas na cúpula do bloco, neste sábado, em Roma, Jair Bolsonaro (sem partido) tinha outra missão: mentir sobre a situação do Brasil e ainda criticar a Petrobrás e a imprensa", escreve o jornalista Jamil Chade,que acompanha o evento.

Chade teve acesso exclusivo à antessala do local onde o G20 se reuniria e presenciou uma conversa entre Bolsonaro e o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, informa o UOL.

Bolsonaro, que até então tinha trocado conversas apenas com os garçons do local, foi levado por seus assessores para falar com Erdogan. Ao se aproximar, o brasileiro pede ao tradutor: "Me ajuda aí", sorrindo nervoso.

"Na mesma rodinha de líderes estava Olaf Scholz, vencedor das eleições na Alemanha, um dos grandes parceiros comerciais do Brasil. Bolsonaro, porém, sequer olhou para o alemão e começa uma conversa com o turco. Vendo que havia sido ignorado pelo brasileiro, o homem que provavelmente irá liderar a Alemanha virou as costas e foi falar com Boris Johnson, Justin Trudeau e Modi Narendra", conta Jamil Chade.

Ao lado dos ministros Paulo Guedes e Carlos França, Bolsonaro contou aos demais líderes que tinha amplo apoio popular e que a economia estava crescendo. Mas, sem ser perguntado, criticou a imprensa e atacou a Petrobras.

Eis a transcrição da conversa com um presidente turco impassível e que não se aventurou em fazer qualquer comentário de apoio às falas do brasileiro. (...)".

(Para continuar a leitura, clique Aqui).

DA COP26


Schot. (Holanda). 

O QUE ESPERAR DA COP26?


(...) O 26º encontro da Conferência das Partes da Convenção, a COP 26, adiado devido à pandemia, acontecerá entre outubro e novembro deste ano, em Glasgow, na Escócia, e faz parte da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (CQNUMC).

(...) Natalie Unterstell é presidente do Instituto Talanoa e já participou como negociadora em outras edições da Conferência. Para ela, é um momento de avaliar o que foi feito e o que precisa ser resolvido com relação ao clima. “São vinte mil pessoas que se reúnem, delegações de governos e da sociedade civil. É um grande parlamento do mundo, os países são muito diferentes e têm que chegar a acordos”, contou.

 A COP teve estreia em 1992, no Rio de Janeiro, por isso, para Natalie, “temos um carinho muito grande pela realização das edições posteriores e que construíram ações e metas a partir de suas soberanias nacionais”, disse, relatando também que foram anos até que o planeta chegasse ao Acordo de Paris em 2015.

Ela também alertou para o perigo de demorarmos muito para tomar decisões: “precisamos trabalhar com muita urgência porque dois graus a mais na temperatura, para o planeta, é muita coisa. A meta do Brasil está muito ruim. O Brasil está na berlinda, o mundo inteiro acompanha e bota pressão”, disse.

Segundo Natalie, o governo Bolsonaro e seus representantes não convencem o mundo: “o país que for mais limpo ganhará mais com comércio e vendas. Bolsonaro não enxerga o mundo assim”. E sugeriu a leitura do documento produzido coletivamente em www.clima2030.com.br

“Precisamos tirar o Brasil do ranking de países mais poluentes, o que queremos é clima com desenvolvimento”, falou.

Nilson Gabas Júnior é estudioso sobre a Amazônia, ex-diretor Geral do Museu Emílio Goeldi. Para ele, estipular metas sem regulamentá-las é o que tem feito o governo Bolsonaro. “Num contexto de enorme pressão para que se diminua o nível de emissões, há um interesse mundial do empresariado de participar deste debate. Mas os cerca de duzentos países que irão apresentar seus planos, e com as mudanças nos Estados Unidos e China, devem conseguir estipular metas”, avaliou.

Gabas falou ainda sobre carros elétricos, usinas de carvão, proteção aos moradores de países que sofrem com mais impacto as mudanças no clima, redução da emissão e uso abusivo de agrotóxicos. E espera que “o governo Bolsonaro não faça o país, mais uma vez, passar vergonha. Efetivamente é muito difícil levar este governo a sério. Eles querem dar uma pedalada na emissão de carbono”.

“O que nos frustra é que não é difícil tirar o país dessa situação. É preciso fiscalizar, temos que fazer cumprir a legislação avançada que tínhamos. O governo pode investir na biodiversidade brasileira, em alimentação saudável, em pesquisa. São ações imediatas, com fiscalização, e de longo prazo, com pesquisa e junto com conversas regionais”, falou Gabas.

Descrédito internacional, pedalada climática, dificuldades de chegar a consensos na COP26, ações necessárias e os entraves econômicos para países mais pobres, pressão mundial sobre o governo Bolsonaro foram discutidos no (programa exibido pelo DCM em 27.10) Pauta Brasil.  -  (Fonte: Diário do Centro do Mundo - Aqui -, que disponibiliza o vídeo do já citado Pauta Brasil).