quinta-feira, 31 de maio de 2012

CPMI: HAICAI PRA GRANDE MÍDIA


Nani.

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A CPMI ESTÁ INDO AVANTE:
FRACASSOU O PLANO DE TAPETAR
O ELEFANTE

ELEMENTAR, SEGUNDO FREUD


Saiba como funciona a mente de um corrupto

Por Welliton Resende

Na concepção freudiana todo homem veio ao mundo para cumprir duas premissas básicas: amar e ser amado. Sigmund Freud, indiscutivelmente um dos maiores gênios da humanidade, na primeira metade do século passado sintetizara bem a missão para a qual os homens foram predestinados.

Continuando com Sigmund, este estudou e descreveu os mecanismos de defesa inconsciente do ego, que são: recalque, repressão, negação, sublimação, racionalização, projeção, deslocamento e formação de reação.

De posse dessas conclusões, observa-se que certo indivíduo, no afã de ser amado e aceito por todos, apega-se ao poder como forma de proteção à sua auto-imagem, ou seja, ele necessita estar exercendo o poder (e pra isso não tem limites) para se sentir amado e protegido.

Assim, ele desenvolve neuroses e psicoses baseadas na crença de que somente será aceito se estiver no exercício do poder; e poder deriva, na mente deturpada de nosso personagem, de patrimônio; não importando a quem pertença… se for público melhor. Eis aqui o exemplo clássico de que o ter é mais importante que o ser. É a independência completa entre o poder em relação à moral - os fins justificam os meios empregados.

Daí, nosso sujeito predisposto à corrupção, desenvolve uma série de atitudes que culminam com um comportamento constrangedor, doloroso e desorganizador que deságua na deformação da realidade: o poder acima de qualquer coisa.

Este personagem, normalmente dotado de baixa auto-estima, apresenta frustração que o leva a uma desorganização de comportamento, agindo de acordo com os seus interesses e sem grandes considerações à palavra empenhada ou aos acordos estabelecidos; assim a necessidade e desejo de auto-realização jamais serão supridos totalmente, faltar-lhe-á sempre algo.

Aliados a esses fatores, os aspectos do capitalismo que inferem que o poder está vinculado ao dinheiro. Têm-se, portanto, a mistura para a realização dessa desastrosa combustão: a personalidade do corrupto.

O que explica, por exemplo, um magistrado que tem um salário altíssimo receber propina para decidir a favor de fulano ou beltrano?

- É a crença de que mais dinheiro, mais poder, mais amigos, mais felicidade… é o relativismo moral.

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Welliton Resende é auditor da CGU Controladoria Geral da União e titular do blog Comentando os fatos.

CARTUM


Angel Boligan.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

MANUAL DE REDAÇÃO


Por volta das 15:00h, o portal estampou a manchete:

"CPI convoca Perillo e Agnelo. Cabral escapa".

Muito provavelmente, o superior do editor (ou pauteiro, ou jornalista responsável) fez o alerta: "Ô, meu caro, 'Cabral escapa'?! Você está dizendo que a CPMI é um cadafalso, uma condenação?"

Por volta das 18:00h, a manchete passou a:

"CPI dispensa Cabral e convoca governadores de Goiás e DF".

(A votação para a convocação de Perillo foi unânime, a de Agnelo prevaleceu pelo placar de 16 a 12. O anúncio do resultado sobre o primeiro foi recebido em silêncio; o do segundo, com aplausos).

DE COMO EXPOR O STF


A trinca do escracho

Elio Gaspari

O que aconteceu no dia 26 de abril no escritório de Nelson Jobim, ex-ministro da Justiça, da Defesa, e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal? Certo mesmo, só que lá se encontraram Lula, o ministro Gilmar Mendes e o dono da casa.

Os repórteres Rodrigo Rangel e Otávio Cabral revelaram a lembrança de Mendes. Coisa tenebrosa. Lula recomendou que se adiasse o julgamento do mensalão: "É inconveniente julgar esse processo agora" e contou que estava caitituando votos da corte.

Cármen Lúcia? "Vou falar com o Pertence para cuidar dela." Referia-se ao ex-ministro Sepúlveda Pertence, por coincidência, presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência. Dias Toffoli? "Ele tem de participar do julgamento." (O ministro, como ex-advogado-geral da União, poderia dar-se por impedido.) Ricardo Lewandowski? "Ele só iria apresentar o relatório no semestre que vem, mas está sofrendo muita pressão."

Joaquim Barbosa: "Complexado." Finalmente, Lula prensou Mendes com uma pergunta. "E a viagem a Berlim?" Por trás da curiosidade estava a maledicência de que o ministro fizera uma viagem a Berlim com o senador Demóstenes Torres e parte do paganini por conta de Carlinhos Cachoeira. O ministro rebateu a insinuação e dobrou a aposta: "Vá fundo na CPI".

O repórter Jorge Bastos Moreno ouviu a narrativa de Jobim: "Não houve nada disso". Ele contou que o encontro ocorreu por acaso, durou cerca de uma hora, e em nenhum momento os dois estiveram a sós. Dias depois, corrigiu-se e disse que marcou o encontro a pedido de Lula. O ex-presidente, por intermédio de sua assessoria, contestou, indignado, a reconstrução de Gilmar Mendes.

Alguém está mentindo. Ou mente Gilmar ou mentem Lula e Jobim.

Pela narrativa de Gilmar, "fiquei perplexo com o comportamento e as insinuações despropositadas do presidente Lula". O ministro conta que narrou o episódio ao presidente da corte, Carlos Ayres Britto, na quarta-feira da semana passada, 27 dias depois do ocorrido. Infelizmente, ambos mantiveram-no restrito ao mundo de confidências que alimentam a nobiliarquia de Brasília.

Se a narrativa de Mendes é verdadeira, o escracho começou na própria conversa. Nem Lula poderia ter dito o que disse nem Mendes poderia ter ouvido. Sua perplexidade diante das "insinuações despropositadas" deveria ter sido expressa no ato.

A comunicação do ocorrido ao ministro Ayres Britto deveria ter desencadeado uma imediata iniciativa pública. A essa altura, era Britto quem não poderia ter ouvido o que Mendes lhe contou. O cargo em que está investido recomendava que pedisse ao colega que narrasse o episódio na sala de sessões da corte, ao vivo e a cores, como já fez o ministro Joaquim Barbosa quando julgou impertinente um telefonema que lhe dera um ex-ministro da Casa, advogando um caso milionário.

Nessa ocasião, Barbosa começou a construir sua fama de intratável. Um Supremo Tribunal Federal com 11 juízes intratáveis jamais acabaria metido numa história dessas.

P.S.: A memória exige o registro de que, em 2008, o ministro Gilmar Mendes, presidindo o STF, denunciou um "Estado policialesco" a partir da leitura do que seria a transcrição de conversa que tivera com o senador Demóstenes Torres. Até hoje não apareceu o áudio desse grampo.

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Sem contar os resultados do 'detetor de mentiras', post abaixo (A voz por trás da manchete).

CPMI: O ADVOGADO DO CACHOEIRA



"Eu defendo meus clientes de culpa legal. Julgamentos morais eu deixo para a majestosa vingança de Deus."


(Edward Bennett Williams, advogado norte-americano, 1920-1988. Márcio Thomaz Bastos, advogado do bicheiro Carlinhos Cachoeira, parece ter-se inspirado em tal máxima. Ocorre que Edward Williams, até onde sei, limitou-se, ao longo da vida, a advogar, não havendo atuado em cargo equivalente a ministro da Justiça).

REDES SOCIAIS NO MEDPLAN 2012


Amarildo.


O Salão Medplan acontecerá emTeresina no próximo mês de julho. Regulamento: aqui.

terça-feira, 29 de maio de 2012

A VOZ POR TRÁS DA MANCHETE


Li atentamente o  título da matéria, de autoria do Uol São Paulo - "Exame de voz destaca 'segmentos fraudulentos' em fala do ministro Gilmar Mendes" -, e pensei: fraudaram a entrevista!

Que nada. "Segmentos fraudulentos" na verdade seriam falas do ministro com alta possibilidade de não refletir a verdade, detectadas em exame levado a efeito pela empresa Truste Brasil.

Trechos pinçados da matéria:

. O laudo de uma perícia em análise de frequência de voz aponta trechos "fraudulentos e suspeitos" na entrevista do ministro Gilmar Mendes veiculada nesta segunda-feira (28) pelo canal "GloboNews", sobre um encontro seu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

.Na análise de um total de 3 minutos de trechos da entrevista, foram detectadas 11 ocorrências de "alto risco", cinco de "provável risco" e duas de "baixo risco".

."Alto risco é uma maneira de dizer que a pessoa está mentindo", afirma o perito responsável pela análise, Mauro Nadvorny.

.Veja a seguir alguns dos trechos da entrevista de Gilmar Mendes considerados "fraudulentos e suspeitos" pelo laudo de Nadvorny, acompanhados da conclusão do perito:

Gilmar Mendes: “Este assunto entrou na pauta das conversas”
De acordo com a análise do software, o ministro Gilmar Mendes não está sendo verdadeiro quando afirma que o assunto (mensalão) entrou na pauta das conversas.

Gilmar Mendes: “E aí o presidente disse da importância do julgamento do mensalão, que se possível não se julgasse esse ano porque não haveria objetividade”
De acordo com a análise do programa, o ministro Gilmar Mendes está sendo verdadeiro quando afirma que o presidente Lula teria dito que não haveria objetividade. Não é possível concluir que ele tenha dito algo sobre a importância do julgamento não acontecer este ano.

Gilmar Mendes: “O presidente tocou várias vezes na questão da CPMI, desenvolvimento da CPMI, o domínio que o governo tinha sobre a CPMI”
De acordo com a análise do programa, o ministro Gilmar Mendes não está sendo verdadeiro quando afirma que o presidente Lula tocou no assunto da CPMI.

Gilmar Mendes: “Então eu disse a ele: ‘com toda franqueza, presidente, eu vou lhe dizer uma coisa, parece que o senhor está com alguma informação confusa’”
De acordo com a análise do programa, o ministro Gilmar Mendes está sendo verdadeiro quando afirma que disse ao presidente Lula que ele estava com uma informação “confusa”.

Gilmar Mendes: “ 'O senhor não está devidamente informado, eu não tenho nenhuma relação, a não ser relação de conhecimento e de trabalho funcional com o senador Demóstenes”
De acordo com a análise do programa, o ministro Gilmar Mendes não está sendo verdadeiro quando afirma que não tem nenhuma relação com a matéria da CPMI.

Gilmar Mendes: “Aí então eu esclareci a viagem de Berlim, (...) me encontrara com o senador em Praga porque isso foi agendado previamente, ele tinha também uma viagem para Praga, então nos deslocamos até Berlim. Eu vou um pouco a Berlim, como o senhor vai a São Bernardo
De acordo com a análise do programa, o ministro Gilmar Mendes não está sendo verdadeiro quando afirma que se encontrou com o senador (Demóstenes) em Praga para ir a Berlim (para visitar sua filha) numa viagem previamente agendada.

Gilmar Mendes: “Claro que houve a conversa sobre o Mensalão, o Jobim sabe disso”
De acordo com a análise do programa, o ministro Gilmar Mendes muito provavelmente não está sendo verdadeiro quando afirma que a conversa existiu e que Jobim sabe disso.

Procurado pelo UOL para comentar o laudo, o ministro Gilmar Mendes não se manifestou até agora.

Equipamento

A análise de Nadvorny foi feita voluntariamente, com o software de análise de voz da Truster Brasil, o mesmo usado pelos serviços de inteligência das polícias do Rio Grande do Sul e do Distrito Federal.

"A tecnologia faz uma varredura em todo o arquivo de voz para estabelecer uma linha básica e aponta os techos em que a fala foge dessa linha, o que indica, em diferentes graus, que a pessoa não está sendo verdadeira", diz Nadvorny.

Segundo ele, nos trechos em que o programa aponta "alto risco", há praticamente certeza de que a pessoa está mentindo. "Isso porque a natureza humana não é construída para mentir. Quando a pessoa mente, ela está sob estresse", afirma. (Fonte: aqui).

ÉTICA NA COMISSÃO DE ÉTICA


Frank.

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- Senador Demóstenes, como o senhor explica o fato de que Cachoeira pagava a conta mensal de seu Nextel?

- Mas era um valor irrisório; quarenta, cinquenta reais...

- Mesmo se fosse um real, senador!

- V. Exa. tem razão.

CPMI: DIREITO DE FICAR CALADO FAZ ESCOLA


Ivan Cabral.

MAIS DO QUE A MERA SOMA DAS PALAVRAS


Tradutor pode matar ou melhorar obras originais

João Paulo Charleaux

Um tradutor não dá à luz novos livros. Mas pode melhorá-los. Ou matá-los.

Num ofício dividido entre a criação artística e a mera reprodução fidedigna dos originais, esse coautor de romances alheios vem ganhando prestígio maior do que as notas de rodapé podem dar.

O lançamento em português do mais recente romance do japonês Haruki Murakami, "1Q84" -programado pela editora Alfaguara para o segundo trimestre de 2012-, prova que traduzir é um trabalho autoral.

"O que fazemos exige um esforço artístico, uma vez que um texto é mais do que a mera soma das palavras", diz Lica Hashimoto.

Neta de japoneses, ela começou com textos técnicos há mais de 20 anos e hoje tem em mãos um romance que, só nos EUA, vendeu 1 milhão de cópias em 30 dias e, no Brasil, tem encomendas de livrarias há mais de dez meses.

A japonesa Meiko Shimon, que verteu para o português "O Mestre de Go", último romance do Prêmio Nobel de Literatura (1968) Yasunari Kawabata a ser lançado pela Estação Liberdade neste mês, diz que fazer pontes com o idioma japonês é muitas vezes "criar e recriar, mais do que apenas traduzir".

DIFICULDADES
O japonês impõe aos tradutores a dificuldade de trabalhar com três alfabetos diferentes, linguagem lacônica, inúmeros pronomes de tratamento e conjugações inexistentes em português.

Isso exige do tradutor algo próximo de uma coautoria, já que trechos inteiros têm de ser adaptados. "É difícil explicar peculiaridades sem perder a fluência do texto. Às vezes, nem as notas de rodapé esclarecem como é exatamente a coisa", diz Meiko.

Um exemplo da dificuldade de traduzir o japonês está em outro livro de Kawabata, "Kyoto". Nele, duas irmãs, embora gêmeas, são tratadas pelos substantivos "ani", irmã mais velha, e "imôto", irmã mais nova.

Em português, não há equivalente. Por equações como essa, Meiko diz que é comum ter um "nó na cabeça, que se prolonga por horas ou dias".

Em muitos países, os tradutores conseguem se especializar em um determinado autor ou estilo e há até mesmo prêmios literários para a categoria, mas, "no Brasil, o trabalho de tradutor não é valorizado", diz o tradutor e escritor Milton Hatoum.

Hoje, já existem originais em russo, japonês, árabe, alemão e hebraico traduzidos para o português sem escalas em versões inglesas ou francesas, como ocorria antigamente.

Mesmo assim, a maioria desses profissionais ainda vive se equilibrando em contratos incertos com as editoras, que pagam, em média, R$ 30 por página com 2.100 caracteres de tradução.

O escritor e tradutor Alexandre Barbosa de Souza, que trabalha para Companhia das Letras e Cosac Naify, diz que "em literatura, os bons tradutores costumam ser bons escritores, mas o essencial é ser um bom leitor".

"Poucos têm a oportunidade de ler melhor uma obra literária do que o tradutor."

Em 2012, Souza lançará sua obra de poemas "Livro Geral" pela Companhia, mesma editora que lançará "O Lugar Mais Sombrio", de Hatoum. Neste, a protagonista é justamente uma tradutora.

BUSCA DA ESSÊNCIA
"Uma boa tradução capta a essência do original: o ritmo, o tom e a dicção da linguagem, e também o contexto cultural e histórico da obra", descreve Hatoum.

"Não gosto de traduções literais, palavra por palavra, nem das que recorrem a artifícios exagerados, com o intuito de serem inventivas".

Para Souza, apesar de o risco de estragar as obras ser grande, há, em outros casos, a chance de melhorá-las.

"Acredito que o tradutor do Paulo Coelho seja melhor do que o Paulo Coelho original, mas nós deveríamos ser como goleiro num jogo de futebol, que, quando vai bem, é porque não se fez notar."

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Pertinente abordagem sobre o ofício da tradução - mas a observação final é no mínimo curiosa: quando o jogo de futebol vai bem, reza o dito consagrado, é porque o árbitro não se fez notar. Um bom goleiro pode ser a estrela de um jogo, sendo, claro, louvado, incensado em razão de sua performance.

OLD CHARGE


10 de maio de 1982. Primeiro Salão de Humor do Piauí. A charge acima é um dos quatro trabalhos com que participei. Delfin era uma corretora, Capemi, fundo de investimento, Proconsult, empresa ligada à Globo (tentou 'tomar' a eleição de Leonel Brizola ao governo do Rio), Baumgarten foi chefe policial do regime e Riocentro, o local onde saiu pela culatra um atentado que se pretendia atribuir aos oponentes da ditadura. A Maria Escandalosa estava mesmo com tudo.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

CPMI: DIVERSIONISMO PROVIDENCIAL

Charge de Berzé.

O presidente do STF, Ayres Britto, emitiu sensato juízo acerca do momentoso (ou tormentoso) assunto da hora: dos três envolvidos no tal encontro de abril passado, Gilmar Mendes e o ex-ministro Jobim se manifestaram, o primeiro atribuindo ao ex-presidente Lula graves iniciativas, o segundo desmentindo Mendes; o bom senso recomenda que se aguarde a manifestação do ex-presidente Lula.

Vida que segue. Eis a rotina da CPMI do Cachoeira: toda semana, uma nova cortina de fumaça. Quem for arguto que veja o óbvio.
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Em tempo: o ex-presidente Lula acaba de pronunciar-se. Leia AQUI.

OLD PICLES



O Pasquim nº 813, março de 1985.

CPMI: O BALANÇO DA PIRACEMA


Nani.

GRÉCIA: NÚMEROS E INCERTEZAS

Petar Pismestrovic.

.A Grécia representa apenas 2% do PIB europeu; seu peso demográfico não é muito maior que isso. E no entanto os olhos do mundo se voltam para Atenas.
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.A palavra Grécia basta para gerar calafrios nos guardiões das posições ocupadas pelo dinheiro especulativo na Europa.
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.A incerteza sobre o passo seguinte da história se instalou definitivamente na contabilidade fria das aplicações financeiras: as posições de hoje em euros valerão quanto amanhã? E depois de amanhã? Mas sobretudo, e depois do dia 17 de junho? (Eleições).
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.As urnas gregas talvez derrotem os 'yes men' e tragam ao vocabulário da crise palavras como soberania, dignidade e direito ao desenvolvimento.
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.O Syriza, a frente de esquerda anti-neoliberal, pode até não se sagrar vencedor na diferença apertada dos votos. Mas a blindagem desfrutada pela riqueza financeira na UE, graças à austeridade suicida imposta a povos e nações, está definitivamente comprometida.
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.A Grécia tem dívidas da ordem de 400 bilhões de euros com governos, bancos e instituições. Na real, os papéis correspondentes a esses débitos não valem mais a cifra carimbada na face. Assim como não valem o que prometem as ações de bancos que têm títulos a receber da Grécia, bem como o patrimônio de corretoras e fundos que investiram nessa rede e assim sucessivamente.
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.A ruptura do tampão no caso grego pode gerar perdas em cadeia da ordem de um trilhão de euros --duas vezes o fundo de estabilização financeira reunido por Bruxelas.
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.Mas a Grécia (...) é só o elo mais frágil da corrente: ao quebrar ele transfere toda a tensão da crise sistêmica para a alça seguinte.Quem será o próximo?
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Itens pinçados por este blog à vista do artigo "Grécia, o desespero da riqueza de papel", de Saul Leblon.

domingo, 27 de maio de 2012

SALÃO DE HUMOR DO PIAUÍ, 30 ANOS (II)

Os premiados do 1º Salão de Humor do Piauí - maio de 1982:

MARIANO. (Caricatura do general-prresidente João Baptista Figueiredo - que dizia preferir o cheiro de cavalo ao do povo).


CLÁUDIO OLIVEIRA. (Charge).


CLÁUDIO PAIVA. (Cartum. Cláudio assina seu cartum com um curioso Walt Disney. É que o regulamento do Salão previa o uso de pseudônimo - exigência que na prática não funcionou).

SALÃO DE HUMOR DO PIAUÍ, 30 ANOS


O primeiro Salão de Humor do Piauí aconteceu em 10 de maio de 1982. Como registrei (destaque acima) no livro 'A Terra não é Toda Azul', de 2007, a ideia da criação do Salão foi levada por Kenard Kruel ao diretor-executivo da Fundação Cultural do Estado do Piauí, José Elias de Arêa Leão, e aprovada pelo então Secretário de Cultura, Wilson de Andrade Brandão.

De fato, meu compadre Kenard levou a ideia ao Zé Elias, mas atuou mesmo como porta-voz de nosso grupo de amigos, visto que acompanhávamos o Salão de Humor de Piracicaba-SP (criado em 1974 e louvado ano após ano pela mídia, especialmente O Pasquim) e outros eventos nacionais, de modo que o 'estalo' surgiu do grupo, de que faziam parte o porta-voz e o Albert Piauhy - e este escriba e o próprio Zé Elias, entre outros.

Semana passada, cumprimentei meu querido amigo Zé Elias pelos 30 anos do Salão, ao que o Menino Maluquinho, entre outras observações, assim se manifestou:

"Enquanto o Salão de Humor pertenceu à Fundação Cultural do Piauí, mesmo com a Comissão Organizadora nomeada, toda a equipe da Fundação participava do imenso trabalho. Todos queriam fazer o melhor. Acho que assim permaneceu até a criação da Fundação Nacional do Humor. Então o Salão passou a pisar no seu próprio espaço."

Zé Elias foi feliz ao compartilhar com toda a equipe sob sua coordenação o mérito pelo sucesso do Salão. Como esquecer, por exemplo, o trabalho da guerreira Luiza Vitória Figueiredo, a Sulika?

A Fundação Nacional do Humor, criada em 1987 e até há pouco dirigida por meu compadre Albert Piauhy, expandiu as ações desenvolvidas e planeja novos voos.

Parabéns a todos os que batalharam ao longo desses 30 anos, parabéns aos novos talentos que de alguma forma foram influenciados pelo Salão de Humor do Piauí, parabéns aos veteranos, parabéns à Fundação Cultural e à Fundação Nacional do Humor.

Trinta anos!

INTERNET ROMPE O CERCO

Chapatte.

A primavera brasileira

Luis Nassif

O conceito da “primavera” foi adotado para descrever países ou comunidades em que a Internet entrou quebrando barreiras de silêncio.

Nos países de regime ditatorial, a “primavera” significou romper o controle estatal sobre a informação. Mas em muitos países democráticos significou romper cortinas de silêncio impostas pela chamada velha mídia – os grandes meios de comunicação nacionais.

Nos Estados Unidos, a blogosfera ajudou a romper o sigilo em torno das guerras do Iraque e Afeganistão. Na Espanha, antes mesmo da explosão da Internet, os sistemas de SMS (torpedos) telefônicos ajudaram a desarmar a tentativa de grandes grupos midiáticos de atribuir um atentado à oposição.

Na Argentina, há um conflito latente entre o governo Cristina Kirchner e os grandes grupos midiáticos. No momento, passeatas tomam as ruas da cidade do México, contra a imprensa local.

No Brasil, em pelo menos três episódios exemplares a blogosfera foi fundamental para romper barreiras de silêncio.

O primeiro foi na Operação Satiagraha, da Polícia Federal. Capitaneados pela revista Veja, a chamada grande mídia se esmerou em demonizar os agentes públicos, vitimizar o banqueiro Daniel Dantas e transformar Gilmar Mendes no maior presidente da história do STF (Supremo Tribunal Federal).

Apenas a blogosfera preocupou-se em mostrar o outro lado, o das investigações.

O episódio terminou com o Opportunity se safando junto à Justiça. Mas, no campo da opinião pública, poder judiciário, Ministros que se aliaram ao banqueiro, o próprio banqueiro e Gilmar Mendes saíram amplamente derrotados. O episódio mostrou os limites da grande mídia para construir ou destruir reputações.

Várias armações foram denunciadas pela blogosfera, como o caso do falso grampo no STF, o grampo sem áudio da suposta conversa entre Demóstenes Torres e Gilmar Mendes, a lista falsa de equipamentos da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) brandida pelo então Ministro da Justiça Nelson Jobim.

O segundo episódio relevante foi a promoção do livro “A Privataria Tucana”, com indícios de enriquecimento pessoal do ex-governador José Serra. Apesar de totalmente ignorado pela velha mídia, o livro bateu todos os recordes de vendas do ano.

Agora, tem-se o caso do envolvimento da revista Veja com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Foram quase dez anos de parceria, que transformaram o bicheiro no mais poderoso contraventor da república.

Graças às reportagens de Veja, o senador Demóstenes Torres tornou-se símbolo da retidão na política. Com o poder conquistado, participou de inúmeros lobbies em favor de Cachoeira e de avalista das denúncias mais extravagantes da revista.

Veja sempre soube das ligações de Demóstenes com Cachoeira. Mas por quase dez anos enganou seus leitores, não só escondendo essa relação, como difundindo a ideia de que Demóstenes era político inatacável.

Na velha mídia, não há uma linha sobre essas manobras, nada sobre as 47 conversas gravadas entre o diretor da revista em Brasília e Cachoeira, as quase 200 dele com todos os membros da quadrilha.
Assim como no Egito, Estados Unidos, Espanha, México, França, é a Internet que está explodindo cortinas de silêncio.

GRÉCIA: O PESO DA CRISE


Pavel Constantin.


Frederick Delegne.

CPMI: DA SÉRIE COMO AMACIAR IMPACTOS


"O ex-ministro da Defesa Nelson Jobim negou hoje que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha pressionado o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a adiar o julgamento do mensalão, usando como moeda de troca a CPI do Cachoeira. Reportagem da revista 'Veja' publicada neste sábado relata um encontro de Lula com Gilmar no escritório de advocacia de Jobim, em Brasília, no qual o ex-presidente teria dito que o julgamento em 2012 é 'inconveniente' e oferecido ao ministro proteção na CPI, de maioria governista. Gilmar tem relações estreitas com o senador Demóstenes Torres (sem partido, GO), acusado de envolvimento com a quadrilha do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

'O quê? De forma nenhuma, não se falou nada disso', reagiu Jobim, questionado pelo Estado. 'O Lula fez uma visita para mim, o Gilmar estava lá. Não houve conversa sobre o mensalão', reiterou.

Segundo a revista, Gilmar confirmou o teor dos diálogos e se disse 'perplexo' com as 'insinuações' do ex-presidente. Lula teria perguntado a ele sobre uma viagem a Berlim, aludindo a boatos sobre um encontro do ministro do STF com Demóstenes na capital alemã, supostamente pago por Cachoeira. (...)"



(Matéria da Agência Estado, de ontem, 26, cuja íntegra está aqui. Limitar-me-ei ao seguinte: há dias circulam, na imprensa alternativa, rumores de que, em passado recente, o ministro Gilmar encontrou-se em Berlim, Alemanha, com Demóstenes Torres e o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Indaga-se: qual seria o impacto de tal revelação caso ela emergisse em primeira mão dos trabalhos da CPMI? Com certeza, estrondoso. O que se vê desde logo é que a revelação foi feita na grande mídia, debutou; caso a CPMI a confirme, não será mais, digamos, inédita; já foi 'amaciada'. É exatamente aí que, algo nos diz, reside o pulo do gato. E de quebra ainda agrava o mensalão.)

sábado, 26 de maio de 2012

CPMI: HAICAI


Luscar.

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Muita água ainda está por rolar. A CPMI dispõe de seis meses. Que tem colarinho branco torcendo pelo fracasso, tem. Não obstante os fracassomaníacos (ou mais ainda em face deles), convém aguardarmos o desenrolar das ações.

OLD PHOTO


Maio de 1932, Nova York. Na 5* Avenida, uma parada, conhecida como "We Want Beer" (queremos cerveja), em oposição à Décima Oitava Emenda, que proibia a fabricação, venda, transporte, importação ou exportação de bebidas alcoólicas.

CARTUM ESPUMOSO


Huang Kun.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

VI NO VIVA BABEL


Viva aqui.

CÓDIGO FLORESTAL: DILMA VETA 12 ITENS PRÓ-DESMATAMENTO


Ivan Cabral.

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Acima, a bandeira ruralista, como originalmente concebida e aprovada pelo Congresso, e que, ao  que parece, felizmente deu com os burros n'água.

BANCOS DEVEM BANCAR CHEQUES SEM FUNDOS

Lane.

Tribunal determina que bancos respondam por cheques sem fundos

Instituições financeiras têm responsabilidade sobre o comportamento de seus clientes, inclusive com a obrigatoriedade de cobrir cheques emitidos sem provisão de fundos pelos seus correntistas. A decisão, considerada uma guinada jurisprudencial, é da 3ª Câmara de Direito Civil do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, aplicada no julgamento de duas apelações sob relatoria do desembargador Fernando Carioni. (...)

Nos dois casos em análise, pequenos comerciantes receberam, em troca de produtos e serviços, cheques emitidos sem provisão de fundos pelos clientes. Embora não correntistas das respectivas instituições financeiras, as vítimas foram por elas prejudicadas. “Não há nenhuma dúvida de que a devolução de cheques sem provisão de fundos decorre de falha na prestação do serviço das instituições financeiras, pois os correntistas somente podem fazer uso desse título de crédito após autorizados por seu banco, que, antes, deve fazer cumprir todas as normas regulamentares relativas à conta-corrente”, explica o relator.
 
(...) o desembargador ressalvou o direito dos bancos, em ações regressivas, buscarem cobrir eventual prejuízo junto aos seus próprios correntistas. Nas duas ações em discussão, as instituições financeiras foram condenadas ao pagamento dos prejuízos materiais registrados com a emissão de cheques sem fundo de seus clientes. A decisão foi unânime. Cabe recurso aos tribunais superiores. (Fonte: TJSC).
 
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Mas, atenção: cabe recurso (no sentido jurídico, não no bancário). 

OLD CHARGE


Bessinha.

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UDN, União Democrática Nacional, foi um partido político extremamente conservador (pra não dizer tacanho) que pontificou no País em meados do século passado. A charge acima, de Bessinha, mostra um vovô vendo na propaganda eleitoral a pregação contra direitos civis e que tais (como se viu em 2010). A charge, na verdade,  não tem nada de old!

quinta-feira, 24 de maio de 2012

AVALIANDO A CPMI


Guilherme Scalzilli é historiador e escritor, colabora regularmente com a revista Caros Amigos, o Le Monde Diplomatique, o Observatório da Imprensa e outros veículos. Sua avaliação sobre a CPMI do Cachoeira é a seguinte:

Ilustração: Cícero.

Cascata

Ao contrário do que se diz, é fácil prever o resultado de uma CPI como a do Cachoeira. Basta somar os diferentes vetores conflitantes, pesando as forças das representações e seus elos diretos ou indiretos com os assuntos abordados. No caso específico, essa dinâmica tende a zero.

Os adversários de Sérgio Cabral, Demóstenes Torres, Marconi Perillo e Agnelo Queiroz (...) apostam nas punições dos respectivos desafetos, mas não se incomodariam em abandonar o projeto pela absolvição dos próprios aliados. A oposição vê na Delta um atalho para demolir a imagem empreendedora do governo Dilma. O Planalto responde acenando com a esquecida Privataria Tucana. Todos brincam de guerrear, enquanto os bodes expiatórios são preparados para o sacrifício no momento oportuno.

Parte do PT quer iluminar os bastidores nebulosos do escândalo midiático em torno do chamado “mensalão”, para refrear a ideologização dos votos no STF. Quanto mais aposta nos questionamentos ao procurador-geral Roberto Gurgel, no entanto, mais atiça o corporativismo e o senso de autonomia do Judiciário. Que, por sua vez, possui diversos instrumentos persuasivos contra a exaltação eventual de deputados e senadores.

Outra ala da esquerda luta para atingir o tal Policarpo Jr e a Veja, seu panfleto reacionário, criando precedente para elucidar os abusos da imprensa corporativa nos últimos anos. Mas a blogosfera está redondamente enganada se pensa que os nobres congressistas abraçarão uma cruzada brancaleônica pela “murdochização” de Roberto Civita. A mídia graúda sabe o que está em jogo ali e mostra que não poupará esforços para desmoralizar os trabalhos da Comissão caso ela afronte certos limites. E, convenhamos, é bem fácil desmoralizar nossos egrégios representantes.

Faltam poucos meses para o período eleitoral sepultar de vez a CPI e as expectativas que ela criou. Algo que seus protagonistas aceitarão com um suspiro aliviado e a certeza do dever cumprido.

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A explicitação de alguns aspectos acima pode ser conhecida no blog do Guilherme, AQUI.

CPMI FAZ ESCOLA


Duke.

SAMPAULO, CRAQUE GAÚCHO


Charge de SamPaulo, publicada em 1986.

Paulo Brasil Gomes de Sampaio nasceu em 1931, em Uruguaiana, e viveu em Porto Alegre/RS. Iniciou sua carreira em 1954 no jornal porto-alegrense "Clarim", quando adotou o pseudônimo SamPaulo. Desenhou para a Revista do Globo e para os jornais Diário de Notícias, Folha da Tarde, Correio do Povo, Folha da Manhã e Zero Hora. Na TV Piratini, dos Diários Associados, teve o programa semanal "Sampaulo e seus bichões", onde desenhava ao vivo. SamPaulo criou o seu personagem mais famoso, o "Sofrenildo", em 1966, quando foi contratado pela Companhia Jornalistica Caldas Junior. De 1984 até sua morte, Sampaulo fez charges diárias para o jornal Zero Hora. Publicou os livros "H,u,m,o,r do 1º ao 5º"; "Como eu ia dizendo...","De Pedro a Collor", "Os Pecados da Língua", com Paulo Ledur (em 4 volumes) e "Sofrenildo, até um dia", além de ter participado em várias antologias. Frequentador da noite porto-alegrense, com um grande círculo de amigos, morreu às vésperas do carnaval de 1999 e foi sepultado ao som do surdo da escola de samba "Imperadores". (Perfil transcrito do blog de Sampaulo).

Para conhecer o blog do cartunista Sampaulo, clique AQUI.

EGITO: PRIMEIRA ELEIÇÃO DIRETA


Emad Hajjaj.

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O povo egípcio no topo da pirâmide. Mas os militares já mandaram avisar que pretendem continuar mandando. A primavera árabe vai ter de submeter o outono cotúrnico (ou será coturnal?).

GRÉCIA: OS DE SEMPRE SURFAM NA CRISE


Arend van Dam.

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Observando-se atentamente os iates, conclui-se que os gregos ricos, ao contrário dos de outras paragens, são requintados até ao escolherem os nomes de suas embarcações.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

OLD PHOTO


Praia de Copacabana, Rio, 1962. Cena do filme Copacabana Palace, produção franco-italiana. Mitos da Bossa Nova e atrizes: Luís Bonfá, Glória Paul, Sylvia Koscina, João Gilberto, Tom Jobim e Mylene Demongeot.

Por falar em Jobim...

O documentário "A música segundo Tom Jobim", de Nelson Pereira dos Santos, foi acolhido com aplausos no Festival de Cannes, encerrado ontem:

"O Brasil foi escolhido pela direção do Festival como o convidado de honra desta edição, e exibiu nesta terça-feira em sessão especial o documentário  'A Música Segundo Tom Jobim', do diretor Nelson Pereira dos Santos. O filme, feito em parceria com a neta do músico, Dora Jobim, foi aplaudido de pé pela plateia.

'A Música Segundo Tom Jobim' (...) conta em uma hora a trajetória do ícone da bossa-nova através suas composições. Sem palavras, diálogos ou depoimentos. O fio condutor é a melodia dos clássicos deTom Jobim, tocados pelo próprio e por grandes intérpretes brasileiros, como Chico Buarque e Gal Costa, e estrangeiros como Ella Fitzgerald ou Diana Krall. Um bálsamo para ouvidos mais treinados e um ritual de iniciação para quem só associa 'Garota de Ipanema' a seu repertório. As cenas são entremeadas por fotos, partituras, cartões postais, capas de discos e outros objetos que reconstituem a trajetória de Tom.

Exibido pela primeira vez fora do Brasil, o filme foi escolhido pela direção de Cannes para a sessão especial desta terça-feira, e é o ponto alto da homenagem ao Brasil preparada para esta edição, que termina com uma grande festa hoje no espaço Agora, na Croisette, a famosa rua de Cannes. Pouco antes do início da sessão, o documentário foi apresentado por Thierry Fremaux, um dos diretores do Festival, que veio pessoalmente tecer elogios ao cineasta de 84 anos, precursor do Cinema Novo, diante de uma sala repleta de outros brasileiros famosos. Entre eles, Cacá Diegues, que neste ano preside o júri do Camera d’Or em Cannes e Karim Ainouz, diretor do filme Madame Satã. No final, Nelson foi ovacionado de pé durante mais de um minuto. (...)

A neta de Tom Jobim, Dora, conta que a maior dificuldade foi juntar as imagens. 'Muita coisa tínhamos no arquivo da família, difícil foi selecionar. A ideia era que a música conduzisse a história', explica. Apresentado em Cannes como ‘rapsódia melódica’, o documentário Dora ressalta que a decisão de colocar apenas música no documentário foi justamente diferenciá-lo do formato tradicional.'Mas o Nelson tem outro projeto com mulheres contando a vida do Tom, e aí serão só falas', conta." (Taíssa Stivanin, do RFI).

CPMI: ECOS DO NÃO DEPOIMENTO (III)

Kayser.

CPMI: ECOS DO NÃO DEPOIMENTO (II)


Vasqs.

CPMI: ECOS DO NÃO DEPOIMENTO


Nani.

BRASIL: PERSPECTIVAS


Fishlow crê no crescimento sustentável do Brasil

Na última semana a revista Foreign Policy publicou um artigo assinado pelo economista norte-americano Albert Fishlow, estudioso da economia brasileira há mais de 40 anos, que comenta a expectativa pessimista de alguns especialistas para o futuro financeiro do Brasil.

A publicação rebate o artigo publicado anteriormente na Foreign Affairs, em que o economista Ruchir Sharma afirma que a economia brasileira se sustenta sobre uma "base de barro", pois depende da demanda por produtos primários e que, “com a demanda global começando a cair, se o Brasil não tomar medidas para diversificar seu crescimento, poderá afundar junto."

O Brasil, que apresentou crescimento de quase 5% ao ano entre 2004 e 2010, registrou um crescimento de apenas 2,7% no ano passado. A indústria foi a que mais sofreu, devido ao aumento da participação de bens importados, em detrimento dos produtos locais. O artigo considera que o aumento da inflação pode esfriar o entusiasmo dos investidores estrangeiros e questiona se o tempo do Brasil como centro, cérebro e coração da economia latino-americana está chegando ao fim.

O Banco Central, sob liderança de Alexandre Tombini, optou por tornar o crescimento a mais alta prioridade. A grande questão, então, é se a inflação irá se manter estável. Os investidores desconfiam da previsão de que os preços irão cair para a meta até dezembro. De fato, críticos argumentam que o "banco teria saltado fora do barco" e que deixarão de conter a inflação à custa do crescimento.

Albert Fishlow discorda. Para ele, o excesso de capacidade produtiva global significa que quem exporta para o Brasil terá um mercado aberto para receber qualquer transbordamento na produção. Com a queda na taxa de câmbio de 25%, desde o pico, no ano passado, os produtos brasileiros já aparecem competitivos nos mercados mundiais e uma redução maior seria "injustificada", afirma.

A alta dos preços da soja e do ferro para exportação em 2011 está provavelmente acabando, e a economia do país não deverá "surfar em mais nenhuma onda" de aumento dos valores das commodities globais.

O autor destaca a diversificação que compõe a economia brasileira, com forte componente da agricultura, minerais, petróleo, manufaturados e um setor de serviços desenvolvido. No entanto, Fishlow avisa que os investimentos feitos pelo governo precisam ser ampliados para que o crescimento nacional continue firme. De acordo com o jornalista, o nível precisa atingir cerca de 25% do PIB. O problema, segundo ele, é balancear as mudanças com uma nova classe média com ânsia de consumo, em um continente que não está acostumado a poupar.

Aumentar os impostos e contar com investimento estrangeiro são apontados como situações não muito favoráveis para aumentar o nível de investimento do país. A “última esperança” do Brasil seria contar com investimentos poupados pelos setores públicos, afirma. A poupança do governo está finalmente em “boa forma”, graças, inclusive, a um taxa de juros mais baixa. Mas muito mais “deveria e poderia” ser feito para controlar as contas nacionais.

O jornalista cita as altas pensões do setor público brasileiro como um dos problemas a serem combatidos, embora lembre que medidas de modificação já foram feitas. Outra fonte provável de poupança são os altos lucros da Petrobras e os royalties pagos pelas companhias privadas de petróleo. Segundo Fishlow, o Brasil precisa resistir às tentações e realocar o dinheiro em investimentos que gerem produtividade e sugere um fundo independente para controlar o capital.

O Brasil está mesmo em uma encruzilhada, afirma o jornalista. A força da economia, a potência política da presidente, que possui uma taxa de aprovação inédita e controla bem os diversos setores do país são essenciais para continuar o crescimento. Mas agora começa a parte árdua: convencer os brasileiros “que a gratificação imediata deverá ser adiada em nome de um bem maior”, finaliza Fishlow. (Fonte: JB online).

CARTUM

Marcos Noel.

terça-feira, 22 de maio de 2012

O LEGADO DE GONZAGÃO


Logotipo feito por Fred para o São João 2012 da cidade de Patos-PB. Fred repassou os direitos autorais para o Museu Fonográfico Luiz Gonzaga, de Campina Grande. Fonte: aqui.

Por falar no grande Luiz Gonzaga, vale a pena ver o especial Luiz Gonzaga - o Legado, exibido pela TV Clube de Teresina no sábado passado, 19, e reproduzido pela pesquisadora Laura Macedo em seu blog no Portal Luis Nassif.

Para ver o especial, clique AQUI.

CPMI: MARASMO À RISCA, MAS...


Na sessão da CPMI há pouco realizada, o bicheiro Cachoeira fez uso do direito constitucional de ficar calado. Exatamente o que estava anunciado: o 'depoente' seguiu à risca a lei de Bastos.

É fato que os Nextel já disseram muito do que interessa, e há, no acervo repassado pela PF, fatos cuja completeza se desconhece até o momento. Mas o arquivo Cachoeira certamente contém dados adicionais de extrema abrangência. Indo ao extremo: uma delação premiada viria a calhar; isso, porém, parece estar acima até mesmo das forças dos senhores Inesperado e Sobrenatural de Almeida.

Resta aguardar os fatos novos (quebras de sigilo, por exemplo), convindo lembrar que as Comissões Parlamentares têm prazo de seis meses - admitida prorrogação. Paciência sim, pizza não.

CPMI SINGULAR

Mário - A Tribuna de Minas.

Cheiro de orégano

Ruy Castro

No passado, quando se concluía que era besteira continuar a investigar alguma coisa porque não daria em nada, dizia-se que ia acabar em samba. Como se o samba fosse algo oco, anódino, sensaborão, de que se pudesse passar sem.

Imagino o desgosto de Ary Barroso ao ouvir isso -ele que tanto defendia o samba como a grande contribuição musical do Brasil e tinha nevralgia quando alguém anunciava que ia cantar "um sambinha". Pior ainda quando o "sambinha" era "Faceira", "Na Batucada da Vida", "Aquarela do Brasil", "Os Quindins de Iaiá" ou "É Luxo Só", todos monumentais e dele. Pois Ary, que morreu no Carnaval de 1964, deve ter se pacificado postumamente, porque de há muito as coisas não acabam mais em samba, mas em pizza.

O que me intriga é que os que acham pizza a maior coisa do mundo -e são milhões, em São Paulo, Nápoles, Nova York - não se indignem com essa comparação que reduz a pizza a algo inútil, sem sentido, que tanto faz comer como passar nas costas. Quando morei em São Paulo, nos anos 80, conheci gente que derrubou a garagem para transformá-la num forno a lenha do tamanho da própria casa, no qual produziam pizzas do diâmetro de bambolês e faziam toda a vizinhança recender a orégano. Pois nem estes parecem se ofender.

Na semana passada, membros da CPI do Cachoeira, encarregados de investigar as relações do empresário zoológico com a fauna que comanda os gabinetes mais poderosos do país, acusaram o governo de impeli-los a limitar as investigações a alguns bagrinhos, os quais irão temporariamente para a frigideira, a fim de salvar do fogo os peixes mais graúdos.

Donde a velha e temida frase, "CPI a gente sabe como começa, mas não como termina", caducou.
Termina em farinha de trigo, fermento, óleo, mozarela e, digamos, aliche, para fazer de conta.

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Entre aromas diversos, parece razoável que refreemos um pouco a gula.  
Singularidades desta CPMI:  a) as peças da investigação já existem; a PF já fez seu trabalho;  b) os envolvidos irão permanecer calados? Tudo bem. Ocorre que o que foi captado nos Nextel já falou por eles (e nem metade do conteúdo veio a público!);  c) instâncias que nas CPI anteriores animavam o clima, nesta contiveram o ânimo.
Assuntemos, pois.

VEM AÍ O SALÃO MEDPLAN


4º Salão Medplan de Humor - Teresina - julho 2012.
Tema: redes sociais.