domingo, 31 de janeiro de 2021

DELIVERY'S CARTOON

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Cláudio. 

ELES DISSERAM E/OU CANTARAM

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(31.01)


.Top Songs Of 1954:
Doris Day Na Cabeça ............................. Aqui
................
.Tuba Skinny:
Jackson Stomp ........................................ Aqui.
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.Banda Faive:
Lágrima Nos Olhos ................................ Aqui.


.Brasil 247:
Pepe Escobar: Davos, Putin, Xi
e o 'reset global' ...................................... Aqui.

.Gustavo Conde / Fernando Horta:
Desperdício de vacina ............................ Aqui.

.Bom Dia 247:
Sobre a conjuntura + boas vindas
ao jornalista Joaquim de Carvalho ....... Aqui.

.DCM-TV:
Pedro Serrano: Manaus é nossa
Auschwitz, e temos de focar nisso .......... Aqui.

.Superlive de Domingo:
Rumores de 'solução alternativa' para
suspeição de Moro sugere novo golpe ... Aqui.

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.Jessier Quirino:
Bolero de Isabel ...................................... Aqui.

DAS LIÇÕES ESTAPAFÚRDIAS QUE A PANDEMIA ESTÁ A INSPIRAR


Cazo.

NO PAÍS DO AFOGADILHO


Miguel.
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"Afogadilho?!"
"Sim: primeiro deixa o caos se instalar, para só então
tentar consertar os estragos decorrentes de sua incúria."

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.Bom Dia 247 (31.01) - Attuch / Vianna / Florestan:
Política, pandemia e temas afins ........................................ Aqui.

O MASSACRE DA PANDEMIA

                "Nada a Ver. Isso Não Vai Manchar o Meu Histórico!"

Peter Kuper. (EUA). 

SOBRE REVELADORES INDÍCIOS DE PARCIALIDADE ESCANCARADA DA LAVA JATO CURITIBA (II)

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"...Mas também há outro significado no dicionário: 'adulteração das características originais de algo; desvirtuação, deturpação'. Foi exatamente o que Moro e a turma de Dallagnol teriam feito com as regras do processo legal, segundo o que se conclui dos diálogos que vieram à tona."  -  (Do autor, sobre o significado da palavra 'corrupção', citando Caldas Aulete).


Armações de Moro e Dallagnol na Lava Jato São Atos de Corrupção?

Por Chico Alves (Na Folha de S.Paulo)

Desde que começou, há seis anos, a força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba, se apresentou como grupo de super-heróis decididos a varrer a corrupção do Brasil. Também o juiz escolhido para julgar os casos, Sergio Moro, se vendeu assim. Praticamente todas as instituições da República, a imprensa inclusive, avalizaram essa bravata.

Após esses anos de atuação espetacular, os procuradores e seus fãs se gabam da recuperação de quantia superior a R$ 4 bilhões, provenientes de maracutaias contra os cofres públicos.

Das acusações do Ministério Público Federal e das sentenças de Moro resultaram mais de 155 condenações - em sua maioria, de figuras de destaque na República, como o ex-presidente Lula.

Há evidências de sobra de um gigantesco esquema de corrupção encravado na Petrobras. Segundo várias acusações e provas, no entanto, a força-tarefa da Lava Jato e o juiz Sergio Moro só chegaram a tal performance por meio de expedientes que estão fora dos manuais jurídicos: uso abusivo das delações premiadas, divulgação estratégica de dados sigilosos e parceria indevida entre acusadores e magistrado.

Essas reclamações passariam apenas como choro dos advogados de defesa, não fosse a atuação de hackers que invadiram ilegalmente o aplicativo de mensagens de Moro, Deltan Dallagnol e sua turma. O conteúdo das conversas veio a público em 2019, na série de reportagens conhecida como Vaza Jato, publicada pelo site The Intercept Brasil.

Os bate-papos confirmaram as acusações contra o juiz e os procuradores, revelando um indevido jogo combinado entre eles.

Depois de causar muito barulho e obrigar Moro e Dallagnol a se explicarem muitas vezes - inclusive no Congresso -, a Vaza Jato foi esquecida como se tivesse tratado de um tema irrelevante.

O ocaso da Operação Lava Jato ocorreu pela atuação do procurador-geral da República, Augusto Aras, não pelas acusações feitas anteriormente.

Dallagnol pendurou as chuteiras e Moro, depois de uma temporada como ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, saiu com a popularidade abalada para quem tem pretensão de ser candidato a presidente. No entanto, seu status de caçador de corruptos permaneceu.

Agora, por conta de um pedido da defesa de Lula, acatado pelo ministro do STF Ricardo Lewandowski, parte das mensagens trocadas entre o ex-juiz e os procuradores da Lava Jato foram encaminhadas ao ex-presidente.

Ali está a confirmação de que houve tabelinha entre Moro e a força-tarefa. A tal ponto que Dallagnol apresentou ao magistrado um esboço da denúncia contra Lula, para que ele avaliasse se o documento estava contundente o bastante. Essa colaboração, exposta em matéria do jornalista Jamil Chade, do UOL, é ilegal.

Desde que apareceram as primeiras críticas aos paladinos anticorrupção, os defensores da Lava Jato responderam com os resultados da operação, que prendeu engravatados desonestos e recuperou bilhões em dinheiro público.

É um raciocínio parecido com o que os moradores das favelas cariocas usavam no início da atuação das milícias: são ilegais, mas aumentam a sensação da segurança. Deu no que deu.

O brasileiro parece não se acostumar com a ideia de que só é possível fazer justiça dentro da lei. Agentes públicos que investigam e julgam acertando de antemão a sentença são tão criminosos quanto supõem ser os réus que condenam.

Nesse sentido, talvez os super-heróis da Lava Jato tenham cometido uma modalidade bastante grave de maracutaia.

No dicionário Caldas Aulete, a palavra "corrupção" quer dizer "ato ou efeito de subornar, vender e comprar vantagens, desviar recursos, fraudar, furtar em benefício próprio e em prejuízo do Estado ou do bem público". Nesse caso, os acusados de desviar dinheiro da Petrobras estão incluídos.

Mas também há outro significado no dicionário: "adulteração das características originais de algo; desvirtuação, deturpação". Foi exatamente o que Moro e a turma de Dallagnol teriam feito com as regras do processo legal, segundo o que se conclui dos diálogos que vieram à tona.

Os tietes de Moro e da Lava Jato não gostam dessa avaliação - muitos deles certamente irão consignar sua discordância nos comentários que você lerá abaixo desse texto.  

Mas, a não ser que achemos boa coisa fomentar o culto à personalidade, é preciso arrancar o ex-juiz e os procuradores do pedestal em que se instalaram. Seus admiradores precisam avaliar objetivamente as acusações e tirar conclusões desapaixonadas.

Isso vale tanto para o cidadão comum quanto para as instituições que inflaram a aura de perfeição.

Nós da imprensa tivemos papel fundamental no surgimento dessa lenda. Apesar de quase sempre avessos à autocrítica, é chegada a hora de dizer com todas as letras: erramos.  -  (Folha / UOL - Aqui).

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"Os tietes de Moro e da Lava Jato não gostam dessa avaliação - muitos deles certamente irão consignar sua discordância nos comentários que você lerá abaixo desse texto."

De fato, os comentários estão lá consignados, aplaudindo Sergio Moro pelos 'serviços realizados'. Segundo a maioria, os possíveis excessos se tornam irrelevantes diante da magnitude dos resultados alcançados pela douta operação. 

Este Blog já antevia a reação do leitor médio da Folha, razão por que a realidade não chega a causar estranheza. Mas o excelente artigo acima conseguiu um feito digno de nota: há entre os comentaristas os que desancam o comportamento abusivo e ilegal assumido por Moro e seus acólitos. Se isso não eleva e nem consola (para lembrar Machado de Assis), ao menos tem o condão de furar o balão do ex-juiz, que, esperamos, em breve receberá do Supremo o que merece.

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Adendo  

...Wadih Damous: "O que Vem Aí é de Arrepiar os Cabelos da República"

“O que foi divulgado é uma parte absolutamente ínfima do que vem por aí. E o que vem por aí é em quantidade superior ao que a própria Vaza Jato divulgou”, afirmou o advogado.  -  (Nota deste Blog: O que foi divulgado está contido em 10% do acervo da Lava Jato disponibilizado para a defesa do ex-presidente Lula por determinação da Justiça).

“A Vaza Jato divulgou apenas uma parte, e acho que nem tudo foi entregue ao Intercept. O que foi interceptado na Operação Spoofing parece que vai fazer tremer a República, pois não é à toa que o ministro Lewandowski decretou sigilo sobre as informações contidas naquele acervo”   -  (Aqui).

(Nota deste Blog: O que foi divulgado está contido em 10% do acervo da Lava Jato disponibilizado para a defesa do ex-presidente Lula por determinação da Justiça).

sábado, 30 de janeiro de 2021

ELES DISSERAM E/OU CANTARAM

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(30.01)


.Top Songs Of 1955:
Bill Halley, Sinatra e outros ....................... Aqui.
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.Muddy Waters & The Rolling Stones:
"Baby Please D'ont Go" (Nov. 1981) ........... Aqui.
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.Johnny Winter, Edgar Winter:
"Tobacco Road" - Live ................................. Aqui.


.Rodrigo Vianna:
Tempero da Notícia ..................................... Aqui.

.DCM - Live de Sábado:
Conversa com Haddad ................................ Aqui.

.Boa Noite 247:
Bolsonaro dá uma banana para Manaus;
a luta das trabalhadoras domésticas ......... Aqui.

.Paulo A Castro:
Sobre Temer e Bolsonaro ............................ Aqui.

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.Falcão:
Na Rede Com Falcão (15) ............................ Aqui.

CARTUNISTA LAERTE ESTÁ DERROTANDO OS VÍRUS DA COVID!


Genin. 

CINEMA: 'O MÁGICO E O CONCRETO' (SOBRE O FILME 'CIDADE PÁSSARO')

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"Não é a primeira vez que Matias Mariani se volta para estrangeiros à deriva no Brasil."
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Nota: Postagem para lembrar o tempo - antes dessa cruel pandemia - em que este Blog, ligado em cinema e outras artes, costumava reproduzir fundamentadas críticas sobre cinema e/ou outras artes.


Por Carlos Alberto Mattos

Na Nigéria em 1988, dois meninos se olham de ponta-cabeça. Essa imagem inicial vai fertilizar todo o restante de Cidade Pássaro. Trinta e um anos mais tarde, Amadi chega a São Paulo à procura de Ikenna, que emigrou e "desapareceu" do radar da família. A ligação entre os dois irmãos, atravessada por afetos e queixas, ecoa antigos traumas da família e toda uma mitologia da cultura Igbo, do sudeste da Nigéria.

Não é a primeira vez que Matias Mariani se volta para estrangeiros à deriva no Brasil. Junto com Maíra Bühler, corroteirista de Cidade Pássaro, ele já tinha realizado o DOCTV Exterior, sobre expatriados detidos em prisões brasileiras, e o longa documental A Vida Privada dos Hipopótamos, que enfocava Chris Kirk, hacker e traficante de cocaína americano que passou quatro anos num presídio brasileiro e fugiu do país durante a liberdade condicional. Nesse primeiro filme de ficção, o diretor aborda a comunidade de imigrantes africanos em São Paulo, o que configura uma visão bastante original da maior cidade brasileira.

Para se acercar dos nigerianos, Matias e Maíra deram aulas de português gratuitas em São Paulo e depois viajaram à Nigéria para conhecer a Igboland. Grande trunfo desse esforço foi a contratação dos conceituados atores nigerianos O. C. Ukeje (Amadi) e Chukwudi Iwuji (Ikenna). A atuação do primeiro, de uma precisão espantosa, nos mantém inteiramente conectados com a jornada do personagem.


Vemos São Paulo através dos olhos de Amadi, que precisa se integrar sem saber uma palavra em português. A fotografia excepcional de Leo Bittencourt, no formato 4x3 para enfatizar a verticalidade da cidade, sublinha o ponto de vista do estrangeiro, que tende a ser de baixo para o alto ou vice-versa. O espaço urbano é esquadrinhado em função ora do deslumbramento, ora da perturbação provocados em Amadi. Na Galeria Presidente, onde muitos comerciantes africanos têm seus negócios, o rapaz se emprega na loja de um tio, que comercializa cabelo humano de várias procedências (mais um indicativo da diversidade étnica da cidade). Outros locais icônicos, como a suntuosa Sala São Paulo, o prédio do SESC 24 de maio, uma ocupação e um bar de karaokê, dão lugar a algumas das cenas mais bonitas e sugestivas do filme.

Mas Cidade Pássaro não é apenas uma crônica do desenraizamento. É sobretudo a história da busca de Amadi pelo irmão. À medida que suas pistas vão sendo desfeitas, uma vez que Ikenna mentia tanto para a família como para os amigos brasileiros, Amadi vai encontrando rastros que podem levá-lo ao seu objetivo. Ele está encarregado de restaurar a unidade familiar e deslindar o laço aparentemente mágico que o liga a Ikenna. É onde se dá a operação mais ambiciosa do argumento de Matias Mariani, entrelaçando mitos nigerianos à física quântica.

Ikenna estava supostamente desenvolvendo uma teoria do físico holandês Erik Verlinde, que tenta explicar a gravidade e repercute na própria compreensão do tempo. Ikenna é um personagem ambíguo por natureza, que tanto pode ser um gênio como um escroque viciado em jogos e apostas. Por sua vez, a gradual aproximação de Amadi do irmão em São Paulo estaria ligada a elementos da mitologia Odinani, fator constituinte da comunidade Igbo da Nigéria. Nessa crença, cada pessoa tem um tutor espiritual, o seu "chi". Pelo que eu entendi, Ikenni seria o "chi" de Amadi, razão pela qual prepara o caminho do irmão em São Paulo.

Algum mistério (ou mesmo indefinição) certamente ficará depois que termina o filme. Mas até ali já nos encantamos com as deliciosas interações à margem do idioma entre Amadi e Emília (Indira Nascimento), ex-namorada de Ikenna, e com as intervenções de diversas etnias de imigrantes na paisagem ultraconcreta da metrópole. Além da distintiva concepção visual, uma trilha musical tão eficaz quanto discreta, um tratamento sonoro delicadíssimo e uma montagem primorosa completam as qualidades de um filme singular para os padrões habituais do cinema brasileiro.  -  (Fonte: Boletim Carta Maior - Aqui),

E SEGUE A ROTINA DE SEMPRE


Lute. 
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"Tudo bobagem! O Presidente afirmou que está fazendo
a sua parte no combate à covid-19, e essa história de leite 
condensado e chicletes está mal contada!"
"Tá certo!"

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.Bom Dia 247 (30.01) - Attuch / Calejon:
Covid-19 - Entrevista com o médico Dirceu Greco ................ Aqui.

EMPRESAS PRODUTORAS DE VACINAS ANTI COVID-19 PODERÃO NÃO CUMPRIR CONTRATOS

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No Centro Mundial
De Vacinação...

        "Atentem Todos! A Carga de Vacinas Está Chegando!"

Gatis Sluka. (Latvia). 

SOBRE REVELADORES INDÍCIOS DE PARCIALIDADE ESCANDARADA DA LAVA JATO CURITIBA

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Em continuidade à abordagem do analista Fernando Brito, publicada ontem, 29 ("Moro e Dallagnol, as provas da promiscuidade em Curitiba" - Aqui), reproduzimos a seguir matéria do site Rede Brasil Atual e manifestação do senador Renan Calheiros sobre o (ainda tímido - 10%) conteúdo de conversas divulgadas, contidas em740 gigabytes de dados fornecidos em face de determinação do ministro Ricardo Lewandowski, do STF, em atendimento a pleito formulado pela defesa do ex-presidente Lula (lembrando que segundo a revista Veja, a modesta parte já embasou "análise preliminar" apresentada ao Supremo).


A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu acesso às mensagens da força-tarefa da Lava Jato vazadas por hackers, que foram classificadas como ‘Vaza Jato’, pelo The Intercept. As conversas suspeitas, entre o ex-juiz federal Sergio Moro e o ex-coordenador da investigação Deltan Dellagnol, foram colocadas sob sigilo nesta quinta-feira (28), pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski.

A defesa de Lula incluiu na ação, sobre o acesso às conversas, uma petição em que os próprios advogados divulgam algumas mensagens já analisadas por um perito judicial. O profissional já analisou cerca de 10% dos 740 gigabytes de dados fornecidos. A revistaVeja publicou, nesta sexta-feira (29), parte do conteúdo apresentado ao STF pela defesa como sua “análise preliminar”.

Em uma das mensagens, trocadas em 23 de fevereiro de 2016 e incluídas pela defesa de Lula na ação, Moro pergunta se os procuradores têm uma “denúncia sólida o suficiente”. Dallagnol responde que os procuradores guiariam uma delação do então deputado Pedro Correa. “Estamos trabalhando a colaboração de Pedro Correa, que dirá que Lula sabia da arrecadação via PRC (Paulo Roberto Costa)”, escreveu.    

Em outra conversa, de 2015, Moro e Dallagnol falam sobre investigações sobre contas no exterior. Então, o procurador citar uma reunião com “os suíços, que vêm pra cá pedindo extremo sigilo quanto à visita”. No ano seguinte, o ex-procurador suíço Stefan Lenz, que liderava as investigações contra a Petrobras e a Odebrecht na Suíça, sugeriu ao procurador Orlando Martello, da Lava Jato, que a estatal brasileira o contratasse para ampliar a possibilidade de a empresa recuperar dinheiro desviado. A carta faz parte dos documentos obtidos por Lula e publicada pelo jornalista Jamil Chade, do UOL. 

Defesa de Lula    

De acordo com a reportagem da Veja, os advogados do ex-presidente dizem ser possível “já constatar, para além da escancarada ausência de imparcialidade que deveria haver entre juiz e acusação”. A efetiva existência de troca de correspondência entre a “força-tarefa da Lava Jato” e outros países que participaram, direta ou indiretamente, do Acordo de Leniência da Odebrecht, como, por exemplo, autoridades dos Estados Unidos da América e da Suíça.

A defesa argumenta ainda que os documentos e informações configuram “quebra da cadeia de custódia relacionada aos sistemas da Odebrecht” e consta a “a busca selvagem e a lavagem de provas pelos órgãos de persecução, com a ciência e anuência do juízo de piso”.

O sigilo da ‘Vaza Jato’ foi decretado a pedido da defesa de Lula “por haver nos autos material que a defesa considerou ser sigiloso”. Em dezembro, Lewandowski havia determinado à Justiça Federal que as mensagens apreendidas deveriam ser compartilhadas com os advogados do ex-presidente. Nesta última quarta-feira (27), um grupo de sete procuradores, composto por membros e ex-integrantes da Operação Lava Jato, enviou a Lewandowski um pedido de reconsideração das decisões que deram a Lula o direito de acessar o material apreendido.     

Críticas

A professora de Direito Penal e Criminologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Luciana Boiteux discordou da decisão de Lewandowski sobre o sigilo. A especialista classifica como “promiscuidade jamais vista no processo penal” e afirma que as mensagens mostram Moro e Deltan articulando a acusação – o que é proibido por lei. “As mensagens mostram que eles se juntaram com o objetivo de condenar Lula. Em qualquer país sério do mundo uma conduta assim de um juiz dava até cadeia”, disse no Twitter.

O advogado sanitarista e pesquisador da Universidade de Paris, André Dourado, também chamou a ação de “vergonhosa”. “Esses processos não terem sido anulados até hoje é um absurdo tão grande quanto as coisas do Bolsonaro. Imagina se fosse o juiz combinando com advogado a defesa do réu. Isso continuar valendo é vergonhoso para o país”, publicou no Twitter.

O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) lembra que as mensagens da Vaza Jato, divulgadas pelo The Intercept, antes da decretação do sigilo pelo Ministro Lewandowski, “já são suficientes para entender o medo de Moro e Dallagnol”. “Trata-se de formação de quadrilha para perseguir Lula e ganhar dinheiro prestando serviço aos Estados Unidos”, afirmou.  -  (Fontes: Rede Brasil Atual - Aqui - e Site Brasil 247 - Aqui).

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"A Democracia Impõe a Prisão de Toda a Quadrilha"

Do senador Renan Calheiros nas Redes Sociais: “As novas aberrações da #Lavajato vão além da mera promiscuidade entre @SF_Moro e @deltanmd. O bando, chefiado por Moro, montou uma arapuca para fraudar a história brasileira. Mais do que declarar a parcialidade do Torquemadas, a democracia impõe a prisão de toda quadrilha. #AnulaSTF”, escreveu Calheiros na rede social.  -  (Clique Aqui para ver o Twitter , incluindo a repercussão).

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

ELES DISSERAM E/OU CANTARAM

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(29.01)


.Sister Rosetta Tharpe:
'Did't It Rain?' .............................................. Aqui
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.Big Mama Thornton:
'Hound Dog and Down Home Shakedown'  Aqui.


.DCM ao Meio Dia - Kiko Nogueira:
Se o STF não vir suspeição de Moro, 
pode fechar; Bolsonaro e Mourão 
rompem de vez ............................................. Aqui.

.TV Solnik - Alex Solnik:
O que vai ser se Lira ganhar? ..................... Aqui.

.Reinaldo Azevedo:
O É da Coisa ................................................. Aqui.

.Rede TVT:
Papo com Zé Trajano ................................... Aqui.

.Boa Noite 247:
Governador Wellington Dias fala 
sobre vacina e pandemia ............................. Aqui.

.Luis Nassif:
Procuradores símbolos do MPF
representam contra Bolsonaro .................... Aqui.

,DCM - O Essencial - Kiko Nogueira:
Bemvindo Sequeira traz a solução para
o caso Mourão Bolsonaro ............................. Aqui.

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.Esquerdão News - Leonardo Stoppa:
Vai cair! ......................................................... Aqui.

AINDA OS EUA: PARTIDO REPUBLICANO SE MANTÉM FIRME COM TRUMP

                       "Eu Não Fui Despejado! Isto É O Paraíso!!

Nate Beeler. (EUA).

MORO E DALLAGNOL, AS PROVAS DA PROMISCUIDADE EM CURITIBA

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"Já não há mais explicações ou justificativas para que se adie o julgamento sobre a suspeição de Sergio Moro nos processos contra Lula, tanto quanto já há muitas provas de que ele mancomunou-se ao Ministério Público para conduzir um julgamento que já tinha um resultado pronto antes de começar."
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Este Blog está tratando pela enésima vez das acrobacias dos iluminados da Lava Jato Curitiba no sentido de se desvencilhar das fundadas suspeitas de parcialidade no julgamento dos processos relacionados ao ex-presidente Lula. Razão por que nos permitimos transcrever, ao final, o comentário feito na mais recente das inúmeras matérias aqui publicadas sobre o assunto.
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Por Fernando Brito

Os diálogos revelados ontem à noite pela revista Veja não prova apenas o que todos já sabem sobre a parcialidade de Sergio Moro nos processos movidos contra o ex-presidente Lula em razão da Operação Lava Jato.

Atesta que ele e os procuradores chefiados por Deltan Dallagnol agiam em absoluta promiscuidade, numa associação para delinquir contra o sistema judicial.

Você pode ver aqui os diálogos que a revista transcreve, todos já periciados e dados como verdadeiros.

Moro orienta e combina pedidos de perícia, encomenda manifestações do MP, define o que os delatores podem ou não tratar em depoimentos, cobra a anexação de documentos, interfere nas articulações com agentes suíços e norte-americano para que estes produzam provas.

E tudo isso em apenas 10% dos 740 gigabytes de dados que registram as mensagens obtidas pelo hacker Walter Delgatti Neto e em parte divulgadas pelo The Intercept.

Os documentos foram obtidos um dia antes de tudo ser colocado sob “absoluto” segredo de Justiça, o que é incompreensível, pois não há investigações em curso que possam ser prejudicadas, não se trata de intimidades de Moro e dos procuradores, mas de diálogos relativos às suas funções públicas e é assunto, pela sua repercussão política, sobre o qual cada brasileiro tem o direito de estar informado: afinal, foi algo que levou à prisão, por 580 dias, um presidente desta república.

Por serem provas obtidas de maneira ilegal, além do mais, não se cuida de dar ao ex-juiz e aos procuradores punição por seus atos ilegais, mas tão somente fazer com que eles parem de produzir efeitos sobre terceiros, porque praticados ilegalmente e em desrespeito ao princípio constitucional de que todos possam ser julgados com imparcialidade.

Já não há mais explicações ou justificativas para que se adie o julgamento sobre a suspeição de Sergio Moro nos processos contra Lula, tanto quanto já há muitas provas de que ele mancomunou-se ao Ministério Público para conduzir um julgamento que já tinha um resultado pronto antes de começar.

 É impossível que o STF se mantenha silente, do contrário, cada juiz do Brasil se sentirá livre para “combinar” resultados de processos com promotores, combinando os passos até pelo zap e transformando os autos judiciais em simples cenários destes conchavos.

E esta abjeção é a maior das corrupções, porque, além de negociar a liberdade de indivíduos, pode levar às mais tenebrosas transações, todas acobertadas pelo “sigilo” e “privacidade” a que não tem direito quem exerce função pública.  -  (Fonte - Tijolaço - Aqui).

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"E assim segue a poderosa Lava Jato curitibana, encarando fortemente a todos os que ousarem conceder Justiça ao ex-presidente. Considerando os apoiadores incondicionais com que conta no Judiciário (e arredores!), em especial no plenário do Supremo, não será estranhável que suas manobras sejam coonestadas. Resta saber o que o ministro Gilmar Mendes, presidente da Segunda Turma do STF e que, segundo anuncia, proximamente concluirá o julgamento de pedido de suspeição do ínclito ex-juiz Sérgio Moro, está achando desses acontecimentos."

(Comentário deste Blog relativamente ao post "Lava Jato Quer Contestar Acesso de Lula a Mensagens Raqueadas"  -  Aqui -, publicado em 26.01.21).

DO FUTURO ENIGMÁTICO


Duke. 

FORÇA LAERTE!

Reagindo à Covid-19, 
Cartunista Laerte Saiu da UTI




Nando Motta. 
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.Bom Dia 247 (29.01) - Attuch / PML / Solnik / Brian:
Lula tem provas contra Moro; Baleia Fala ao 247 .................. Aqui.

A MARCHA MUNDIAL DA VACINAÇÃO ANTI COVID-19


Patrick Chappatte. (Suíça). 

VARIANTE DO CORONAVIRUS PODE RESULTAR EM MEGA EPIDEMIA NO BRASIL

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Pandemia do coronavírus: Dias piores virão?


No 247:
O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta afirmou que a disseminação da nova variante do coronavírus detectada recentemente em Manaus poderá resultar em uma mega epidemia no Brasil em até 60 dias. "Provavelmente, a gente vai plantar essa cepa em todos os territórios da federação e daqui a 60 dias a gente pode ter uma mega epidemia", disse Mandetta em entrevista à TV Cultura, de acordo com reportagem do UOL.

Segundo especialistas, a nova cepa do coronavírus apresenta um nível de transmissão mais elevado que as anteriores. Mandetta avalia que este potencial de transmissibilidade associado à transferência de pacientes de Manaus contaminados com a variante do vírus, pode resultar no agravamento da pandemia em todo o território nacional.  

"A quinta crise (que estamos enfrentando) é essa história dessa cepa, dessa variante em Manaus, que o mundo inteiro está fechando os voos para o Brasil e o Brasil está não só aberto normalmente, como está retirando paciente de Manaus e mandando para Goiás, mandando para a Bahia, mandando para outros lugares sem fazer os bloqueios de biossegurança", afirmou o ex-ministro.  -  (Aqui).  

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

ELES DISSERAM E/OU CANTARAM

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(28.01)


.Nina Simone:
Ain't Got No, I Got Life ........................... Aqui.
Here Comes The Sun ............................... Aqui.
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.Lonnie Johnson:
Another Night To Cry ............................. Aqui.


.TV Solnik - Alex Solnik
Vacinação, nesse ritmo, vai 
levar 4 anos ............................................... Aqui.

.DCM - Kiko Nogueira / P. Serrano:
A CPI de que o Brasil precisa ................... Aqui.

.Reinaldo Azevedo:
O É da Coisa .............................................. Aqui.

.Rede TVT - José Trajano:
Papo Com Zé Trajano ............................... Aqui.

.Boa Noite 247:
Brasil, o Pior do Mundo na Pandemia ..... Aqui.

.Kiko Nogueira - O Essencial:
Vazam as mensagens obtidas por Lula
em ação, agora sob sigilo do STF ............. Aqui.

.Paulo A Castro:
Bolsonaro aposta que nordestino é idiota  Aqui.

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.Esquerdão News:
Agora foi! Vitória de Lula ......................... Aqui.

SERIOUS CARTOON

 

Adnael.
................
"Brasil é o país que pior lidou com a
pandemia, aponta estudo que analisou 
98 governos"  -  UOL Aqui.

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Presidente Bolsonaro: O Povo Brasileiro é Forte, Não Teme o Perigo

Em meio à alta de casos e mortes por covid-19 no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criticar medidas de isolamento e a insinuar que quem tem coragem não precisa respeitar a quarentena. Ele afirmou hoje que o povo brasileiro é "forte" e "não tem medo do perigo".

Na visão do governante, que está na contramão de especialistas em saúde e autoridades de vigilância sanitária, apenas "idosos" e pessoas "com comorbidade" devem ficar em isolamento. "O resto tem que trabalhar", declarou ele, na manhã de hoje, durante cerimônia alusiva à liberação do tráfego na ponte sobre o Rio São Francisco, entre Alagoas e Sergipe. (...).  -  (UOL - Aqui).

................
Entreouvido:

"Na verdade, nada de novo: o Presidente já vem dizendo isso desde o primeiro semestre do ano passado."

"Mesmo agora, quando há algo ainda mais preocupante: as variantes da covid-19, tipo cepa do Amazonas?!"

PARTIDO REPUBLICANO DÁ SINAIS DE QUE SEGUIRÁ APOIANDO TRUMP

                - Continuarei Comandando o Que Realmente Interessa!

Patrick Chappatte. (Suíça).

EUA DE VOLTA À MESA


Luojie. (China). 
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.Bom Dia 247 (28.01) - Attuch / Dafne / PML / Solnik:
PQP, mais um crime de responsabilidade ...................... Aqui

ECOS DE TRUMP E DO SISTEMA QUE O PRODUZIU

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"Trump não é o inimigo. Esse alvo é muito pequeno e limitado. A classe a qual ele pertence é nossa inimiga, bem como o sistema de privilégios que ele passou os últimos quatro anos sustentando e que seu sucessor defenderá assiduamente."


Trump Pode Estar Sob Julgamento, Mas o Sistema Que o Produziu Será Absolvido

Por Jonathan Cook

É um fim adequado para quatro anos de Donald Trump na Casa Branca.

Por um lado, os infindáveis conflitos políticos de Trump – e alegações de que a eleição presidencial de novembro foi “roubada” dele – acabaram com uma multidão invadindo o Capitólio dos EUA. Invadiram com a baixa esperança de interromper o processo de certificação dos votos do colégio eleitoral, que declararam formalmente seu opositor, Joe Biden, como o ganhador.

Por outro lado, o Partido Democrata instituiu um segundo processo de impeachment, com uma esperança um pouco menos baixa de que Trump deixasse o cargo humilhado e desgraçado, acabando com qualquer possibilidade de que ele concorra à presidência novamente em 2024.

Quase sem conseguir esconder sua aliança com a próxima administração Biden, o Vale do Silício desligou o megafone midiático de Trump. Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados, fez lobby com chefes de gabinete para tirar um Trump “desequilibrado” da cadeia de comando, em uma movimentação que foi supostamente rejeitada por oficiais do Pentágono porque, como disseram ao The New York Times, configuraria um “golpe militar”.

E Biden, que se gaba de ter sido o autor da Lei Patriota anos antes do 11 de setembro, vem divulgando uma nova lei de “terrorismo doméstico”, como se os EUA já não tivessem diversos meios de reprimir discordâncias, tanto legitimamente quanto ilegitimamente.

Tendo isso como pano de fundo, Washington designou a posse de Biden como “um evento especial de segurança nacional”.

Tribos autoritárias

Tudo isso não é somente o último sinal de um sistema político estadunidense que degenerou para um teatro de mau gosto. É evidência crescente de que a política dos EUA está evoluindo para um confronto permanente entre duas tribos autoritárias. Ambas estão convencidas de que o outro lado não é patriota, pervertendo a verdadeira república. Ambas não estão dispostas a se comprometer, acreditando que não partilham de um consenso. E, por fim, ambas estão lutando por uma causa apodrecida.

Essa não é uma divisão entre política ética e antiética. Esse choque é, agora, uma partida de ódio. É uma guerra civil por outros meios. O abismo entre esses dois campos rivais não está somente ficando maior, os verdadeiros criminosos estão fugindo com o saque – como sempre fazem.

Cada tribo vem se fundindo há um tempo ao redor de um centro de gravidade. No lado Republicano isso ficou claro com o surgimento do movimento “Tea Party” e do movimento “birther” durante o mandato de Barack Obama. Mas foi necessária a eleição de Trump em 2016 para criar o centro de gravidade de oposição adequado do outro lado.

As pessoas na tribo Democrata que agora desdenham de Trump e seus apoiadores pela sua recusa desesperada em aceitar o resultado de novembro, ignoram como eles mesmos receberam a vitória de Trump em 2016. Eles demoraram para aceitar a legitimidade desse resultado também, embora não tenham optado pela violência da multidão no Capitólio.

Começaram com argumentos de que, ao passo que Trump pode ter ganhado os votos do colégio eleitoral, ele perdeu o voto popular. Quatro anos atrás, o colégio eleitoral também encarou acusações de que havia “deserdado” a maioria.

A tribo Democrata foi às ruas também, em marchas nas cidades ao redor dos EUA sob o slogan de resistência, negando que Trump era seu presidente. Aquilo foi compreensível, tendo em vista o comportamento pessoal de Trump e as políticas que ele defendia. Mas não acabou aí.

Conspirações russas

O repúdio à presidência de Trump rapidamente regrediu para uma perigosa narrativa – uma que provavelmente nunca foi embora, mesmo com a falta de evidências para apoiá-la. A alegação não era somente que os russos interferiram na eleição de 2016 para ajudar Trump a ganhar, mas que o próprio Trump ativamente conspirou com a Rússia para roubar a eleição da sua oponente, Hillary Clinton.

Tudo que prejudicou Clinton – incluindo e-mails mostrando que a liderança Democrata manipulou suas próprias primárias para garantir que ela fosse a candidata do partido ao invés de Bernie Sanders – foi sugado para essa vasta teoria da conspiração. Isso incluiu o mensageiro dessas marés ruins: o Wikileaks e seu fundador Julian Assange.

Por anos, a tribo Democrata investiu suas energias em esforços infrutíferos para provar sua teoria, incluindo a primeira tentativa de remover Trump por meio de um processo de impeachment totalmente autodestrutivo.

Nada disso poderia ser justificado politicamente. Foi um contraponto Democrata ao slogan MAGA de Trump: “Make America Great Again” (Tornar a América Grande Novamente). Os Democratas prometeram um slogan muito menos cativante: “Salvar a América de um Presidente Deplorável”.

Tango antagonista

Para essa tribo, Trump era um presidente ilegítimo desde o primeiro momento, cuja eleição para o cargo mais alto na nação revelou algo doentio sobre seu país que eles preferiram ignorar, pois poderia implicá-los, também. A vontade de remover Trump eclipsou amplamente a luta pela melhora das vidas de estadunidenses comuns.

A obsessão por Trump acima de tudo convenientemente racionalizou todas as formas de se livrar dele – sejam justas ou não. Poucos pensaram sobre como isso iria parecer para seus apoiadores ou para aqueles que ainda não estavam seguramente resguardados em uma tribo ou na outra.

Se eles quisessem entender, bastava observarem a invasão do Capitólio recentemente. Como eles se sentiram assistindo o prédio ser saqueado – com um Deplorável colocando os pés na mesa de Pelosi – foi como a tribo de Trump se sentiu assistindo seu presidente ser denunciado como um agente russo e arrastado por procedimentos de impeachment.

É improvável que esse clima desapareça. As duas tribos políticas estão presas em um tango antagonista, refletindo os próprios movimentos, rancores e senso de vitimização. Muito mais coisas os unem do que eles gostariam de admitir.

Guerras culturais inflamadas

Essa pode ser a patologia, mas qual é a causa?

O que vemos aqui é a culminação de uma cultura bélica inflamada alimentada por investimentos doentios de ambos os lados em uma política identitária altamente desagregadora e simplista.

Muito tem se falado corretamente sobre o supremacismo branco das seções mais leais da tribo de Trump, o que ficou à mostra novamente durante a invasão do Capitólio. A bandeira dos confederados, os slogans neo-nazistas, as camisetas enaltecendo a supremacia judaica de Israel são todos indicadores de uma política tóxica de rancor branco que pode ser menos articulada, mas que ainda é sentida por uma grande porção dos constituintes apoiadores de Trump.

A política identitária feia é rejeitada com razão pela outra tribo, mas é, todavia, refletida em seu compromisso igualmente profundo com a política identitária. A coalizão progressiva de identidades no coração do Partido Democrata pode ser mais reconfortante para as sensibilidades modernas, mas serviu na prática para acentuar em partes da tribo de Trump a suposta ameaça à sua identidade branca.

Nada disso pretende se igualar à justificada luta do Black Lives Matter contra o racismo endêmico, incluindo a polícia, com as forças reacionárias buscando preservar alguma noção de privilégio branco. É simplesmente observar que quando o campo de batalha político exclusivamente gira em torno da identidade, então ninguém há de se surpreender se cada lado continuar a enquadrar sua luta precisamente nesses termos.

Aqueles que vivem pela espada da identidade são mais propensos a morrer por essa mesma espada.

A tribo Trump quer seu presidente e o Partido Republicano de maneira geral para garantir uma supremacia branca que eles temem estar sendo destruída ao passo que o Partido Democrata ostenta suas credenciais progressistas e multiculturais. A tribo Democrata, enquanto isso, quer desafiar a ordem antiga – e mais especificamente instituições reacionárias como as forças policiais locais – que têm sido um bastião contra a mudança.

Essa dinâmica só pode levar à um confronto permanente, alienação e ressentimento.

Luta de classes

Há um caminho para fora da cultura bélica que coloca uma tribo contra a outra. Que é formular uma política popular alternativa baseada na luta de classes – os 99% contra o 1%. Mas nem as lideranças Republicanas, nem as Democratas, ou as respectivas mídias que as celebram, têm interesse em encorajar um realinhamento político do tipo.

O Partido Democrata não é um veículo para a luta de classes, afinal. Como o Partido Republicano, é feito para preservar os privilégios de uma elite. Seus maiores doadores, como os Republicanos, são extraídos de Wall Street, Vale do Silício, Big Farma e das indústrias de armas. A batalha política nos EUA é entre dois lados do capital mais unidos do que divididos.

O jogo de sombras da política estadunidense é a confrontação antagonista e debilitante de identidades descrita acima. Enquanto estadunidenses comuns são incitados pela mídia corporativa a entrar em um ódio tribal mútuo que lucra com esse teatro do ódio, a elite goza de liberdade para saquear o planeta e os comuns.

Enquanto nos fixamos em identidades que foram produzidas para nos dividir, enquanto permanecemos imersos na superfície da política, enquanto estamos alienados das verdadeiras frentes de batalha, essas elites prosperam.

A paralisia política pode não prejudicar o establishment. Mas é profundamente prejudicial para nós, o 99%, quando nossas comunidades estão sendo varridas por uma pandemia, quando nossas economias estão colapsando, quando o planeta está à beira de um colapso ecológico.

Precisamos de um sistema político funcional que reflita as prioridades populares, como o “Medicare for All”, um salário-mínimo digno e universidades públicas; que entenda a urgência dos desafios impostos pelas múltiplas crises; e que possa organizar e direcionar nossas energias para soluções, não para confrontos infindáveis e insolúveis baseados em discordâncias que têm sido cultivadas para nos enfraquecer.

Trump não é o inimigo. Esse alvo é muito pequeno e limitado. A classe a qual ele pertence é nossa inimiga, bem como o sistema de privilégios que ele passou os últimos quatro anos sustentando e que seu sucessor defenderá assiduamente.

Se Trump será condenado ou não no Senado, o sistema que o produziu será absolvido – pelo Congresso, pelo novo presidente, por Wall Street, pela mídia corporativa.

Somos nós que pagaremos o preço.  -  (Fonte: Boletim Carta Maior - Aqui).