quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

CENTRAIS SINDICAIS ANUNCIAM ACORDO COM VENEZUELA PARA FORNECIMENTO DE CILINDROS DE OXIGÊNIO A MANAUS

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“Estamos mostrando como se faz a diplomacia dos trabalhadores”, afirmou o Fórum das Centrais, comentando o sucesso da negociação. A primeira entrega de oxigênio hospitalar venezuelano deve chegar ao Brasil na próxima semana


Da Rede Brasil Atual:
O Fórum das Centrais Sindicais, que reúne CUT, Força, UGT, CTB, CSB e NCST, firmaram acordo, considerado histórico, com o governo venezuelano do presidente Nicolás Maduro para o fornecimento de 80 mil metros cúbicos de oxigênio por semana para Manaus. Caberá às centrais sindicais organizar a logística de transporte, recepção e distribuição dos cilindros de oxigênio. A capital amazonense vive o colapso da saúde há semanas em razão da covid-19. A crise provoca agora a falta de oxigênio medicinal nos hospitais, provocando vítimas também por asfixia.

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O presidente da CUT, Sérgio Nobre, comemorou a ação conjunta das representações sindicais que vai ajudar a salvar vidas de trabalhadores do Amazonas. “Esse acordo é uma conquista do movimento sindical, da classe trabalhadora. Mostra, mais uma vez, que sabemos agir frente a um governo federal incompetente e criminoso, para salvar vidas dos trabalhadores. Mostra também a solidariedade entre os países latino-americanos, entre o Brasil e a Venezuela, diante de uma crise sanitária que assola nosso país”, disse.

Nobre também agradeceu aos cidadãos venezuelanos e disse que as centrais seguirão buscando formas de ajudar os trabalhadores. “Faremos tudo o que estiver ao alcance da CUT e do Fórum das Centrais para impedir que trabalhadores morram por falta de oxigênio. Toda gratidão ao povo venezuelano e ao presidente Nicolás Maduro.”    

Logística

Para o sucesso da operação, as centrais já estão em contato com autoridades municipais e estaduais amazonenses. Estão mobilizados todos os entes sindicais, incluindo sindicatos, entidades, federações, confederações e a IndustriAll Brasil. “O objetivo é conseguir peças e insumos para garantir a escala da produção da fábrica de oxigênio e de caminhões. A Venezuela enfrenta embargo dos Estados Unidos e falta de produtos e não é reconhecida pelo governo Bolsonaro”, afirma a CUT Brasil.    

Bloqueio e agradecimento    

O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, lamentou a falta de assistência do povo manauara por parte do governo brasileiro e destacou a solidariedade latino-americana. “Lamento que o Brasil enfrente um boicote do seu próprio presidente da República. Nós sabemos bem o que é sofrer um boicote, mas aqui na Venezuela temos governo, temos um presidente que governa para o povo e pelo povo”, disse.    

Hoje (20) militantes brasileiros compareceram à embaixada venezuelana em Brasília para um ato de agradecimento. A mobilização foi idealizada pela produtora independente Trupe do Filme. “Estamos aqui para agradecer ao governo do presidente Maduro e aos venezuelanos e venezuelanas. É o dia de agradecer o oxigênio. Só a solidariedade é capaz de dividir o que falta”, disse uma das presentes.  -  (Aqui).

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A despeito da pequena quantidade envolvida - 80 mil m3 de oxigênio por semana, o suficiente para um dia -, não deixa de ser uma grande ajuda.
Enquanto isso, governadores, empresários e parlamentares cobram do Governo Federal ações diplomáticas junto aos chineses com vistas no imediato fornecimento de insumos para produção de vacinas no Brasil, sob pena de amargarmos mais 30 a 40 dias sem produção de imunizantes. De outra parte, a Sputnik V acaba de ser aprovada pela Hungria - e países como Argentina, Bolívia e Venezuela já a vêm utilizando. A Sputnik V acena para o Brasil com 10 milhões de vacinas de imediato, mas não está habilitada para o fornecimento (não cumpriu a fase 3 - requisito que os países acima referidos dispensaram). 

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