segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

EGITO: O CONFRONTO


Por Frederick Deligne.

domingo, 30 de janeiro de 2011

SALVANDO O JARDIM DO ÉDEN



Projeto tenta recuperar 'Jardim do Éden' iraquiano

Os Sapais da Mesopotâmia, plenos de água e vida natural, são tidos por muitos cristãos como o berço da humanidade, o verdadeiro Jardim do Éden.

Na década de 1990, para punir tribos árabes nativas da região pantanosa - que haviam se revoltado contra seu governo após a primeira Guerra do Golfo - e outros opositores que se refugiavam no local, Saddam Hussein drenou os rios que abasteciam a área.

O ex-líder construiu uma rede de canais para desviar a água dos rios Eufrates e Tigre, direcionando-a para o mar.

Cercada de terras áridas, esta rara paisagem de pântanos e lagos que cobria 15 mil quilômetros quadrados no sul do país passou a ocupar 10% do seu território original, com consequências devastadoras para a vida selvagem e os povos que ali viviam.

Reconstrução

Agora, o iraquiano Azzam Alwash lidera um grupo de engenheiros e biólogos que trabalham para restaurar os pântanos e trazer de volta as inúmeras espécies de animais e plantas nativas da região.

Alwash, que após fugir do governo de Saddam Hussein viveu vários anos nos Estados Unidos, costumava acompanhar seu pai - um engenheiro do departamento de água do governo - em viagens aos sapais.

Após a ocupação do Iraque, em 2003, ele voltou ao país para trabalhar no pântano e fundou a organização Nature Iraq, dedicada a proteger e restaurar o patrimônio natural iraquiano.

Quem visita os Sapais da Mesopotâmia hoje descobre um Iraque diferente daquele que existe na televisão. Oito anos após o início do projeto, grandes porções dos pântanos foram restauradas.

No entanto, o ritmo da restauração caiu bastante, por causa da escassez de água na região. No seu ápice, o projeto chegou a recuperar mais de 50% do pantanal, mas hoje a proporção caiu para 30%.

Os sapais voltaram a sofrer com a disputa pelo abastecimento de água.

Porque as represas locais reduziram o volume de água que chega à região, as inundações - que, com a chegada da primavera, retiravam os depósitos de sal acumulados no pântano e reabasteciam os leitos das lagoas com minerais - pararam de acontecer.

Como resultado, os sapais estão ficando mais salinos, o que afeta o ecossistema da região. Tudo isso, aliado a uma prolongada seca regional, está provocando um segunda onda de desertificação no local e ameaçando a vida selvagem.

As poucas tribos árabes que retornaram aos sapais correm o risco de ter de partir de novo, já que os pântanos não conseguem suprir suas necessidades de subsistência.

Alwash e a ONG Nature Iraq estão tomando medidas para tentar reverter o quadro. Entre elas, a construção de uma grande barreira no rio Eufrates para tentar elevar artificialmente o nível do rio.

Se der certo, a obra pode reidratar uma grande porção central do pantanal.

No entanto, será uma medida temporária enquanto outra obra, que deverá fechar um dos canais de drenagem construídos por Saddam, está em andamento.

O projeto ainda prevê a redistribuição da água que chega aos sapais, usando uma rede de reguladores para garantir um suprimento contínuo para os pântanos centrais.

Vitórias

Entre as vitórias já conseguidas pela restauração de Azzam Alwash está a volta aos Sapais da Mesopotâmia do bando de uma rara espécie de pássaro, a Marmaronetta angustirostris, que foi avistado no local. Ornitólogos contaram pelo menos 40 mil pássaros no grupo.

A ave, também conhecida como ganso de Magalhães, vive apenas nessa região e do outro lado da fronteira, na Turquia.

Mas a desertificação dos pântanos reduziu tanto a sua população que hoje a espécie é considerada ameaçada de extinção.

Outros pássaros raros tem sido avistados na área, que agora pode ser visitada por especialistas. As expedições para o estudos de pássaros eram proibidas durante o governo de Saddam Hussein.

O desafio que permanece é manter a água fluindo para os pantanais, permitindo que o "Éden" floresça novamente. (Fonte: BBC Brasil).

SOBRE EGITO E ARREDORES


Na charge, de Chappatte, Mubarak pergunta a Khadafi e a Abdullah: "E vocês, quantos inimigos têm no Facebook?"

"(...) Os movimentos de protesto que começaram a alcançar os regimes árabes têm um ponto em comum: são conduzidos em especial por jovens e pela classe média, através da Internet e das redes sociais. Os protestos revelaram sobretudo até que ponto muitos regimes, cujos líderes estabelecem recordes de longevidade no poder, carecem de legitimidade popular. Do Egito à Jordânia, passando pelo Iémen, a 'Revolução de Jasmim' começa a alcançar regimes árabes que estão no poder há décadas graças ao predomínio do medo. Depois da Tunísia, o assunto já não é qual será o seguinte, mas sim qual (regime) se salvará, numa altura em que as manifestações populares poderão alcançar a maioria dos países árabes, exceto as monarquias petrolíferas do Golfo." (Do blog NotasAoCafé).

sábado, 29 de janeiro de 2011

O GRACIAS AO NETTO


O jornalista Ricardo Boechat, retratado por nosso conterrâneo João de Deus Netto (veja post publicado ontem neste blog), enviou e-mail ao caricaturista, e o teor é o seguinte:

"Pois é, meu velho... Isso mesmo: a caricatura está magistral! Vou lhe contar: em 1970/71, foca no Diário de Notícias do Rio, o Adail (José de Paula), caricaturista do jornal, fez uma caricatura minha que até hoje guardo com grande carinho. Não apenas porque foi a primeira vez que alguém me desenhou. Mas porque meu pai, quando viu o trabalho, disse algo perfeito: 'Esse cara capturou sua alma'... Até hoje olho para os traços emoldurados na parede de minha biblioteca e vejo o quanto meu velho tinha razão. Aquele sou eu mesmo, cabelo ‘cotonete de orelhão’, curvado precocemente, pele amarelada de quem não ia à praia e olheiras intermináveis... De lá pra cá já fui caricaturado muitas e muitas outras vezes. Mas tomei um susto quando um amigo me apresentou ao 'Boechat do Netto'. Cara, aquele lá sou eu! Era isso que queria dizer-lhe. Achei sensacional, porque, como na pioneira, essa caricatura também captou minha alma.

Abração! Boechat"

Boechat aplaudiu com justa razão - e o Nettão, faceiro, segue firme seu curso de artista talentoso.

http://jenipaponews.blogspot.com/ .

EGITO: MUBARAK CENSURA INTERNET


Charge de Quinho.

A ONDA DO TOM


O resto é mar: o tom de Jobim

Paulo Costa Lima

A canção é toda cheia de onda, e o seu autor-personagem não deixa por menos. Na versão em inglês, adverte (1): Don't try to fight the rising sea (não tente lutar contra o mar que se ergue). Está aí, de próprio punho, uma declaração sobre o umbigo temático da obra, que, não por acaso, leva o nome de Wave (onda) - uma das canções brasileiras mais cantadas em todo o mundo.

A figura acima mostra o primeiro gesto. A marolinha do 'vou te contar' e a onda inexorável, se erguendo logo após. Basta cantar esse início para perceber que, na canção, o gesto de onda é tão fundamental quanto o amor. Ou melhor, que o amor, a onda, o mar, brisa, cais, noite, estrelas, cidade, eternidade, indizível, tudo isso se mistura e se aproxima nesse verdadeiro hino...(2) Pois é, essa é a palavra que me ocorre - hino. Mas que espécie de hino seria Wave?

Não resta dúvida que é uma canção emblemática, mas como gênero é o avesso dos hinos. A distância heráldica, heroica, histórica que o hino constrói, aqui de nada serve. A canção-onda trata de proximidade, de envolvimento, e de mansinho, como a brisa que diz - 'é impossível ser feliz sozinho' (sic).

Veja, por exemplo, a marolinha do início - 'vou te contar'. Gesto mínimo de significação máxima. Cria um laço todo especial com quem ouve. Só se fala isso na intimidade de uma roda, que é também a intimidade de uma comunidade linguística - carioca, brasileira. Bem ao gosto da bossa-nova, a canção nos define a partir de uma perspectiva anti-heráldica, coloquial, como se a roda de amigos fosse o próprio País. A força do seu vínculo. E não é?

E vejam que sutileza bacana: as palavras do verso veiculam um ritmo de samba, que tem a ver com a alternância entre as consoantes (t,k,t), como se aí entrasse um chocalho ou coisa parecida - aliás, do mesmo jeito que o famoso ancestral 'qual é o pente que te penteia', esse aí, já é uma verdadeira batucada.

Como técnica de composição, esse Jobim maduro nos coloca diante de um amálgama - gestos textuais e outros gestos sonoros, ideias de texto e ideias de som que se interpenetram para configurar o todo-onda que deságua sobre a gente. Tudo isso num ambiente de miniatura, onde muitas vezes a sugestão da ideia é bem mais eficaz do que sua explicitação.

Aliás, na arte de fazer letra, o não dizer é tão importante quanto o dizer - às vezes, mais. De repente prevalece a imagem. Por exemplo, quem é que não se pega contemplando o céu noturno quando a canção fala em 'estrelas que esquecemos de contar'? Ou visualizando um cais, a onda que se ergueu no mar, e até mesmo a eternidade, que obviamente é impossível de visualizar, mas a canção tenta(3) - faz parte do seu charme...

Então, voltando, os três primeiros segundos da canção ('vou te contar') trazem em si as sementes de todo o resto - algo que é um princípio de coerência do compor, e reúne: o formato de onda, a proximidade que envolve, a malemolência de seu gingado rítmico, a imbricação dos textos musical e poético, e uma harmonia que flutua (Ré Maior com sétima maior e nona), que paira suspensa - da qual trataremos logo adiante.

Existem vários exemplos na literatura de canções que transformam o mar em metáfora. Caymmi deixou pelo menos duas pérolas desse tipo - 'O Mar' e 'É doce morrer no mar'. Ambas trabalham com gestos musicais que absorvem características de onda, e cada uma apresenta soluções fascinantes. Há também canções folclóricas, como 'Ondina': IaIá olha a onda, na ponta de areia...(3)

Digo tudo isso para lembrar que Jobim não inventou a roda ou a onda como metáfora musical. Mas suas escolhas compõem um cenário diverso, todo seu. O mar de Jobim é um mar urbano, bossa-novista, cheio de matizes e de imagens, meio impressionista, lírico, zen, e claramente carioca. Não se apoia, como o de Caymmi, no olhar arquetípico de uma comunidade de pescadores. (...)

Depois da marola e da subida da onda, chegamos ao grupo (3). É um gesto que se equilibra lá em cima da onda, certamente aquelas espumas que a gente sempre vê: 'coisas que só o coração pode entender'. O grupo (4) começa o processo de descida e de focalização harmônica para o final: 'fundamental é mesmo o amor'. O acorde de Mi maior faz a diferença, prepara a Dominante. O arremate cabe ao grupo (5) e sua impressionante blue note: 'é impossível ser feliz sozinho'. A resolução final é um exemplo portentoso de mistura de modos. Já não existe maior e menor, os dois se entrecruzam. O acorde aumentado de Dominante (Lá) antecipa a terça do ré menor.

Por mais impressionante que seja o traçado melódico da canção, vale lembrar que toda a cor de Wave vem do trabalho harmônico. Jobim vive num mundo harmônico que já não é o da tonalidade tradicional. A musicologia cunhou um termo para técnicas semelhantes às que ele usa, e que foram desenvolvidas no final do romantismo europeu: tonalidade 'suspensa'.

O Ré maior/menor de Wave convence quando chega, sempre no final dessa sequência. Mas durante a canção parece difícil afirmar que este seja o centro tonal. O autor faz um monte de peripécias harmônicas ameaçando tonicalizar outros acordes - Sol e Si maior - mas logo logo desliza em sequências harmônicas sem permitir que estes se afirmem.

Tudo temperado com muitas dissonâncias acrescentadas aos acordes, cromatismo, suspensões, acordes aumentados e por aí vai. Ao sobrepor terças aos acordes mais simples, cria-se um estado harmônico mais fluido, com muitas implicações. Essa flutuação harmônica expressiva sustenta o ciclo melódico da onda. O gráfico acima mostra as duas sequências internas para Sol e Si (ii V I). E, na última linha, mostra que apesar de toda essa complexidade harmônica há uma sequência de base, que é a mais tradicional de todas - a progressão fundamental. Ou seja, sustentando toda a pseudo-anarquia harmônica o que temos é a tradicional rota de baixos fundamentais visualizada por Rameau em 1726.

O jogo harmônico é parte integral da beleza de Wave e de seus processos de significação. Ele matiza a relação polivalente com o amor e com o existir: estar de olhos fechados, entender o indizível, coisas lindas pra te dar, as estrelas, impossível ser feliz sozinho, a noite que nos envolve.

Reúne num mesmo anseio a intensidade de amar e a intensidade de ser - especialmente do ponto de vista de sua finitude, a sensação de perda no infinito que o amor e o mar proporcionam. Esse é o tom, esse é o hino, ou anti-hino - que não exalta, porém envolve - 'We know the wave is on its way'.

Muito mais haveria pra dizer, porém fiquemos por aqui: a riqueza do artesanato de compor canções; a possibilidade de diálogo entre visões analíticas formais e semânticas; o estilo sutil de construir pertencimento; um afastamento importante da fórmula analítica do 'amor, do sorriso e da flor', usado à exaustão para falar de bossa nova; e a curiosa proximidade entre erudito e popular. O resto é mar.

1. A versão em inglês é de autoria do próprio Jobim. 2. Em ingles, o autor manda fechar os olhos: 'So close your eyes, for that's a lovely way to be'. 3. Essa bela canção levou Ernst Widmer a construir uma obra para piano solo de rara sofisticação, as Variações em forma de onda.

Paulo Costa Lima é compositor. Pesquisador pelo CNPq. Professor de composição da Universidade Federal da Bahia.

http://www.paulolima.ufba.br/

EGITO EM CHAMAS


Hosni Mubarak, três décadas de poder.
A volúpia do poder é indecifrável.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O HELP! DO NETTO


O caricaturista João de Deus Netto retratou o jornalista Ricardo Boechat e publicou o desenho com um aperitivo: um perfil crítico do apresentador. Agora, Netto dá conta de que Boechat "mandou mensagem querendo confirmação de e-mail pra falar comigo, e do jeito que o cara tem fama de arrogante e grosso, vai já me ameaçar por conta do post no JenipapoNews, que, aliás, não tem nada de mais a não ser uma boa caricatura. (...)".

Não há motivo para 'help!', caro Netto. Afinal, o Boechat sempre se disse a favor da liberdade de opinião e de imprensa.

Ademã, vá em frente (como diria Ibrahim Sued, velho parceiro do Boechat), e parabéns por mais uma baita caricatura.

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Blog do Netto:  http://jenipaponews.blogspot.com/.

A CASA PODE CAIR


A casa pode cair, sim - caso prospere a iniciativa da OAB junto ao STF relativamente a leis estaduais manifestamente inconstitucionais quanto a aposentadoria/pensão de ex-governadores. Abaixo a excrescência!

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Charge: Santiago.

SENADOR SIMON ABOCANHA PENSÃO DE EX-GOVERNADOR


NA VIDA, UMA CERTEZA:
VOTO DE POBREZA
NÃO PÕE MESA

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Caricatura: Tuba.

CHARGE DE HUMBERTO

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

SEMPRE HEMINGWAY


Hemingway ainda é uma festa

Ailton Medeiros

Ernest Hemingway (1899-1961) ainda é parte do time dos autores mais influentes dos Estados Unidos. Dono de personalidade forte, gostava de frases enxutas, caçadas, touradas, bebidas e mulheres (foi casado quatro vezes).

Dois lançamentos recentes mantêm aceso o interesse dos leitores pelo ganhador do Nobel de 1954.

O primeiro deles é “A Boa Vida Segundo Ernest Hemingway”. Seu autor é o jornalista A. E. Hotchner que conheceu Hemingway quando tinha 20 e poucos anos.

A obra é uma seleção dos melhores petardos do autor de “Adeus às Armas” (colhidos ao vivo ou roubados de guardanapos de papel) sobre seus assuntos favoritos: literatura, caçadas, bebidas e mulheres.

“A Face da Guerra” reúne os principais textos da romancista e contista Martha Gellhorn (1908-1998), brilhante correspondente de guerra e terceira mulher de Hemingway.

Ela cobriu os principais conflitos do século 20, da Guerra Civil Espanhola à Revolução Sandinista. Leitura imprescindível, sem dúvida.

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Caricatura de Hemingway por Fraga.
http://fragacaricaturas.blogspot.com/ .
Blog de Ailton:  http://www.ailtonmedeiros.com.br/ .

BBB À ITALIANA


Entreouvido nos bastidores: 'Está moralmente baixa a audiência do Berlusconi-Bunga-Bunga, capisci?'.

Charge de Petar Pismestrovic. 

DIÁLOGO PERPÉTUO


- É preciso agir com rigor contra a corrupção. Os mecanismos de combate precisam ser aprimorados, pois as práticas corruptas estão cada vez mais sofisticadas. A corrupção não pode continuar prosperando!

- Ué, mas a corrupção não estava com os dias contados?!

- É que ela fraudou o calendário.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

COCAL DOS ALVES E AS ESCOLAS NOTA DEZ


Cocal dos Alves, município situado na região norte do Piauí, fica a 262 km de Teresina. É lá que funcionam a escola estadual Augustinho Brandão e a escola municipal Teotônio Ferreira Brandão.

Dia 25, o blog do jornalista Luis Nassif reproduziu matéria do Gterra dando conta de que "Escola do interior do Piauí tem 100% dos seus vestibulandos aprovados na UFPI / Escola Estadual de Cocal dos Alves aprova 100% no vestibular da UFPI". Foram 16 alunos inscritos no PSIU; todos aprovados, entre os quais os dois primeiros lugares em Estatística e Matemática noturno.

A escola é a Augustinho Brandão, cuja diretora, Aurilene Vieira de Brito, lembra que seus alunos também se destacaram no ENEM e no vestibular da Universidade Estadual (UESPI).

Mas, como diria o outro, tem mais! Na foto acima (do JORNAL DA PARNAÍBA), alunos de Cocal dos Alves celebram outro êxito: a conquista, no final de 2010, de quatro das cinco medalhas de ouro (além de de prata e de bronze) ganhas pelo Piauí na 6ª Olimpíada Nacional de Matemática (iniciativa dos ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia; em 2010 foram 19,8 milhões de inscritos, dos quais 3.200 contemplados com medalhas, sendo 500 de ouro). Foi a melhor peformance do Piauí, e Cocal dos Alves brilhou com  Sandoel de Brito Vieira - do 3º ano do ensimo médio -, José Marcio de Brito e Clara Mariane Oliveira – alunos de 5ª e 6ª série – e Antonio Wesley de Brito. O primeiro da escola Augustinho Brandão, os demais da escola municipal Teotônio Ferreira Brandão.

O Piauí ainda teve 10 medalhas de prata e 17 de bronze, além de 228 menções honrosas

Todos os alunos vencedores serão contemplados com uma bolsa de iniciação cientifica do Programa de Iniciação Científica Junior (PIC-Obmep) do Ministério da Ciência e Tecnologia. A solenidade de premiação ocorrerá em março próximo.

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FOTO: Da esquerda para a direita, em pé: Fernando de Brito Vieira (bronze), Sandoel de Brito Vieira (ouro), Rodolfo Vieira Fontenele (bronze), José Marcio de Brito (ouro), Jean Carlos Sousa de Brito (bronze), Clara Mariane Oliveira (ouro), Francimar de Brito Vieira (prata), Pedro Rodrigues Machado dos Santos (bronze) / Agachados: Isamara Cardoso de Brito (bronze), Ana Carla de Brito Amaral (prata), Amanda Pacheco Cardoso (prata), Antônio Wesley de Brito Vieira (ouro).

Viva Cocal dos Alves!

DEPOIS DA TUNÍSIA, O EGITO


Por Olle Johansson.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

APOSENTADORIA DE GOVERNADORES (III)


O senador Álvaro Dias não se limitou a pleitear pensão de ex-governador; requereu também 'os atrasados', que montam a bagatela de um milhão e meio de reais, por aí.

Pego com a brocha na mão, saiu-se com a de que vinha destinando os recursos para entidades assistenciais - como se tal particularidade tornasse legítimo o 'benefício'.

Fez lembrar o dito do velho Machado de Assis: ao doar grana 'imoral', Álvaro cumprimenta o passante com chapeu alheio.

Foto: Marcelo Camargo. Folha Press.

APOSENTADORIA DE GOVERNADORES (II)

Charge de Amorim.

APOSENTADORIA DE GOVERNADORES


Louvável o anunciado ingresso da OAB no STF contra as aposentadorias/pensões para governador.

A Constituição Federal de 1988 não contempla o benefício, e o STF há algum tempo julgou inconstitucional lei do estado do Mato Grosso que o ex-governador Zeca do PT invocava para beneficiar-se.

O que se estranha é o fato de a decisão do STF  sobre a 'lei Zeca' não haver sido desde logo estendida para as demais leis estaduais que cuidavam da excrescência. Uma das características do Poder Judiciário é a inércia - consistente em que a ele compete agir somente ao ser provocado -, mas essa questão não podia ter ficado como ficou. A OAB, agora, vai pleitear a emissão de súmula vinculante.

Convém lembrar que a decisão do STF deve alcançar aposentadorias/pensões em todos os níveis do Poder Executivo.

Após essa, sim, a OAB terá dito contundentemente a que veio.

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Charge: Amorim.

CENA COMOVENTE


Cerca de 70 pessoas (políticos, empresáros, contadores etc)) estão implicadas na Operação Geleira, mediante a qual se apura malfeitos em prefeituras do Piauí. Notas fiscais frias no montante, especula-se, de R$ 20 milhões, eram a ponte entre o Erário (fundeb e sus) e o bolso dos espertalhões.

Eis que, surpreendentemente, prefeitos confessaram à Polícia Federal haver praticado os ilícitos!

A cena comovente, espalhada democraticamente pela TV,  diz respeito aos defensores dos arrolados; eles, os defensores, insistem em negar com veemência qualquer ato lesivo ao interesse público, mesmo diante da confissão dos gestores. Vai ver, proporão o enquadramento dos prefeitos por autoincriminação infundada.

Cena comovente - mas o adjetivo não parece o mais adequado...

PARABÉNS AO TOM


Em 25 de janeiro de 1927 nasceu Antonio Carlos Jobim, o poeta das águas de março. Como diria Vinicius, parabéns, Tonzinho!

Enquanto isso, ambos no céu...

Desenho de Sponholz.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

WIKILEAKS: DESNUDANDO O PARAÍSO (II)


Suíça, terra dos Alpes, do chocolate, dos relógios
Também muito visada pelos bancos, os negócios
Um porto seguro para gente endinheirada
Que nem sempre tem boa fé na empreitada

Sigilo garantido, além de paraíso fiscal
Prato cheio para quem vai fazer o mal
Não é novidade que é usado com essa finalidade
Mas há quem não aguente mais essa cumplicidade

E então o Wikileaks, convocado, acena prontamente
Julian Assange, Robin Hood moderno, está presente
E recebe do ex-funcionário bancário, um tesouro
Banco de dados completo, informação que vale ouro

Extratos contendo movimentações duvidosas
De empresários, políticos e até gente famosa
Que certamente não procurou a Suíça por parentesco
Mas para se livrar de um imposto de renda gigantesco

O que foi recebido pelo australiano ainda vai ser avaliado
E só então saberemos se quem se escondia será encontrado
Será que na turma de “rabo preso” tem algum brasileiro?
Disso não duvido nada, aposto todo o meu dinheiro

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http://noticiaemverso.blogspot.com/
Twitter: @noticiaemverso
Foto: uol.

WIKILEAKS: DESNUDANDO O PARAÍSO


O ex-banqueiro Rudolf  Elmer entregou hoje a Julian Assange, em Londres, dois disquetes com dados de 2.000 pessoas (físicas e jurídicas) detentoras de contas secretas no banco (suíço) Julius Baer, que detém ativos de US$ 42 bilhões, posição em 2009.

Elmer foi auditor do banco Julius Baer e dirigiu, até 2002, a filial das Ilhas Cayman.

Dados a destacar:

.Graças ao sigilo, a Suíça administra mais de US$ 3 trilhões em contas secretas.

.Em maio de 2009, o ex-banqueiro declarou à revista IstoÉdinheiro que poderia "colaborar com governos de vários países num esforço para rastrear e repatriar recursos não declarados". Alemanha, Bélgica e EUA se embasaram em dados fornecidos por ele para adotar algumas medidas pontuais no combate a crimes de lavagem de dinheiro.

.Segundo Elmer, passaram pelo Julius Baer recursos de políticos, empresários e advogados brasileiros. Dos clientes notórios da América Latina, ele destaca a família do ex-presidente do México, Carlos Salinas.

. “O sistema financeiro suíço é parte de um esquema de corrupção sistêmica”, diz ele, que estaria ultimando um livro sobre o tema, chamado Um paraíso para alguns não é paraíso para ninguém.

.Dados do banco Julius Baer já apareceram no Wikileaks. Incomodados, os diretores do banco em Zurique entraram com uma ação judicial para tentar fechar o Wikileaks. Perderam, e a decisão de um juiz da Califórnia, tomada em março de 2009, foi considerada um marco na defesa da liberdade de informação: “Já não é mais possível ocultar a verdade”.

.Estima-se que em duas semanas Julian Assange concluirá a checagem dos dados constantes dos disquetes, para então - se for o caso - repassá-los às autoridades competentes (não da Suíça, claro).

OLD MAGAZINE


Sobrinhos do Capitão. Quadrinhos. Edição francesa, 1897.

domingo, 16 de janeiro de 2011

A RETÓRICA POLÍTICA AMERICANA (II)


El gran cartunista Crist publicou hoje a charge acima em seu blog, dando-lhe o título de "Tucson", aludindo ao atentado do Arizona. Compra de armas no varejo mais normal do mundo. É quase um flagrante da vida cotidiana americana.

A RETÓRICA POLÍTICA AMERICANA



Depois dos mortos e feridos no estado do Arizona, os wasp ratificam sua estratégia: mais armas, mais intolerância, mais xenofobia, mais chá que pomba da paz não bebe (no caso, Tea Party).

SEIS MESES FORA DE ÓRBITA


Mãe convence filhos a ficar sem internet e conta experiência em livro

Paula Adamo Idoeta
BBC Brasil

Muitos pais talvez se preocupem com o tempo gasto por seus filhos – e por eles próprios – na internet, mas provavelmente poucos ousariam passar seis meses completamente longe da web, da TV e de smartphones.

Foi o que fez a autora americana-australiana Susan Maushart, 52, que convenceu sua família a passar um semestre "desplugada" - experiência que foi "um alívio", diz.

Como resultado, relata Maushart à BBC Brasil, seus filhos aprenderam a fazer “uma coisa de cada vez”, e um deles até mudou seu rumo profissional por causa do experimento.

Escritora e colunista de uma revista australiana, Maushart havia começado a se preocupar com o fato de que seus três filhos adolescentes "não usavam a mídia eletrônica, eles habitavam a mídia eletrônica".

“Temia não tanto o cyberbullying e coisas do tipo, mas a quantidade de tempo que eles passavam conectados, o impacto disso nas suas relações, nas suas refeições e no seu sono”, diz Maushart. “As meninas (na época com 14 e 18 anos) passavam todo o tempo olhando fotos no Facebook.”

Durante uma conversa com seu filho, então com 15 anos, enquanto ele jogava videogame, Maushart se perguntou como seria a vida se eles não tivessem tantas tecnologias. “Ele me respondeu que a vida seria uma chatice.”

A partir disso, a escritora teve a ideia do experimento: passar seis meses “offline”. Pouco depois do Natal de 2008, removeu de sua casa, no oeste da Austrália, todas as TVs, PCs e smartphones. O uso de computadores estava liberado na universidade e no trabalho, e o celular “simples” também era permitido.

Os adolescentes aceitaram o desafio depois de serem "subornados" pela mãe, que lhes prometeu parte dos lucros caso conseguisse transformar a experiência em livro (o que de fato ocorreu: The Winter of Our Disconnect - O inverno de nossa desconexão, em tradução livre - ainda é inédito no Brasil).

“Mas depois eu soube que eles toparam porque acharam que eu não seria capaz de levar o projeto adiante”, diz a autora.

Isso porque a própria Maushart praticamente mantinha um “caso” com seu iPhone, admite. “Levava ele comigo ao banheiro, comprava capinhas para ele e dormia com ele."

Então, forçar-se a ficar longe de tudo isso não lhe causou angústia? “Na verdade, senti um grande alívio”, diz. “Foi algo libertador. Não me senti tentada (a usar o iPhone). O que mais senti falta foi de não poder entrar no Google o tempo todo. A experiência me fez desistir da compulsão de querer saber tudo.”

Adolescentes “offline”

Num primeiro momento, a filha mais nova decidiu ir morar com o pai e só voltou à casa de Maushart após seis semanas do início do projeto. Em momentos de “desespero”, os adolescentes resgataram o Lego e os jogos de tabuleiro do fundo do armário - e gostaram.

Amigos a advertiram que a ausência de computador em casa prejudicaria os estudos de seus filhos, que não poderiam fazer pesquisas na internet.

“Mas, pelo contrário, eles se saíram melhor. Eram mais eficientes, porque não estavam fazendo mil coisas ao mesmo tempo. Minha filha mais velha usava o computador da universidade e, sem distrações, terminava os trabalhos com mais rapidez.”

Socialmente, “minha casa passou a atrair os amigos dos meus filhos, porque (o experimento) era uma novidade. Em vez de ficar no Facebook, vi minha filha conversando de verdade com amigas”.

65 horas no mês

No Brasil, dados mais recentes do Ibope/Nielsen calculam em 54,4 milhões o número de usuários da internet em casa e no trabalho. O tempo médio de navegação na web foi de 65 horas e 11 minutos por pessoa durante o mês de novembro.

E pesquisa da consultoria Accenture aponta que o Brasil liderou as compras de celulares e TVs HD em 2010.

Para pais que compartilhem com Maushart a preocupação com o excesso de tempo “plugado”, ela sugere que eles organizem um dia por semana em que a família deve se desconectar. “Mas é preciso fazer disso um evento especial, não um castigo.”

Há um ano e meio, a família da escritora voltou a habitar o mundo das telas de computador e TV.

“Às vezes eu olho para meus filhos e penso que nada mudou”, confessa ela. “Mas houve mudanças permanentes, sim. Durante o experimento, meu filho começou a tocar saxofone e agora estuda (o instrumento) profissionalmente. Minha filha mais velha redescobriu seu amor pela leitura e aprendeu a fazer uma coisa de cada vez. E a mais nova, bem, eu ainda tenho que pedir que ela saia do Facebook.”

Maushart voltou a morar nos EUA, após 25 anos na Austrália. Seus dois filhos mais velhos continuam na Austrália, onde cursam a universidade.

“Todos sentimos nostalgia dos tempos do ‘experimento’ e acho que o faríamos de novo. Mas não neste momento. Meus filhos estão longe e eu me comunico com eles pela internet. No momento, eu sou grata à tecnologia.”

BOLA EM JOGO


Dezoito escritores brasileiros ocupam o gramado da Bravo! e abordam o futebol, com textos diversos (contos, crônicas, poemas) acompanhados da caricatura de cada um.

O autor das caricaturas é o nosso amigo Ricardo Soares, titular do blog http://studioricardosoares.blogspot.com/ .

Boa pedida.

sábado, 15 de janeiro de 2011

TROMBONANDO


Trombone & Cia, à frente Vando Barbosa, no aprazível Espaço Trilhos, pura Teresina. 2007, 2008, por aí. Ao final do desfile de chorinhos e gafieiras, cada um tinha de ir para a frente e exibir os dotes de dançarino, quero dizer, de sambista - no que o Vando foi flagrado, acima.

Ih, baita ausência nessa foto: Emyllia Santos, musa do sax.

O Trombone prepara exibição triunfal para breve.

ILUSTRAÇÕES


Por Belchior, cantor/compositor cearense. Revista Homem, anos 1970.

BRASIL AGIU CERTO


Motivo de golpe, mudança na Constituição hondurenha é agora aprovada

Por João Peres
Rede Brasil Atual

O Congresso de Honduras aprovou esta semana reformas que permitem a realização de um referendo sobre a reeleição presidencial. A alteração era exatamente a que desejava o presidente Manuel Zelaya, derrubado por um golpe em 2009 sob o pretexto de que não poderia mexer na Constituição.

A reforma foi aprovada por 103 votos a favor e 25 contra e permite que a população opine sobre a possibilidade de que chefes do Executivo possam se candidatar à reeleição. “Antes era pecado falar que o povo deveria decidir e hoje chegamos ao entendimento de que o povo é superior a nós, deputados”, afirmou o presidente do Congresso, Juan Hernández, a mesma casa que há um ano e meio chancelou a derrubada de Zelaya.

Após o golpe, foi colocado no poder Roberto Micheletti, então congressista, que deu início a repressões contra os movimentos que tentavam restituir o poder do presidente eleito. Semanas depois da derrubada, o líder do regime golpista admitiu que Zelaya foi derrubado por suas amizades. “Tiramos Zelaya por seu esquerdismo e corrupção. Ele foi presidente, liberal, como eu. Mas se tornou amigo de Daniel Ortega, (Hugo) Chávez, (Rafael) Correa, Evo Morales.” Co-partidários de Micheletti acrescentaram que o presidente legítimo foi retirado por não querer implementar uma agenda neoliberal.

Em carta publicada quinta-feira (13) no site Habla Honduras, Zelaya manifestou que a aprovação da mudança pelo Congresso só confirma que a questão constitucional foi o caminho encontrado para destitui-lo do poder. Ele pensa que o real motivo da derrubada foi a aproximação com os governos democráticos da América do Sul, entre os quais inclui Lula e Cristina Kirchner. “O temor ao socialismo é o que move a direita a atacar com sanha a nosso povo e destruir nossa democracia. Os argumentos jurídicos que esgrimiram não eram outra coisa que não maquinações, as falácias a que nos submetem os responsáveis pela escravidão por mais de cem anos.”

Retirado de sua casa durante a madrugada de 28 de junho de 2009, vestindo pijama, o presidente foi enviado para a Costa Rica. A Organização dos Estados Americanos (OEA) determinou de imediato a suspensão de Honduras do organismo multilateral. Após a eleição de Porfírio Pepe Lobo, os Estados Unidos deram a situação por normalizada, mas o Brasil e outras nações da região consideram que os hondurenhos continuam na ilegalidade. O presidente daquele país foi o único chefe de Estado das Américas a não ser convidado para a posse de Dilma Rousseff, em 1º de janeiro deste ano.

PONTO DE EQUILÍBRIO


Por Biratan Porto.

PARÓDIA CENSURADA


Parte do texto de ontem, 14, de Lino Bocchini, um dos responsáveis pela 'Falha de São Paulo', que parodiava o jornal Folha de São Paulo e foi compelida judicialmente a parar com a brincadeira, a 'pedido' da 'vítima':

"(...) A PARÓDIA, SEGUNDO O DICIONÁRIO HOUAISS, é um recurso que 'imita outra obra', com objetivo 'jocoso e satírico'. É assim desde o Barão de Itararé, que fazia 'A Manha', brincando com 'A Manhã', passando pelos Netos de Amaral, de Marcelo Tas, que brincava com o colunista Amaral Neto; a 'Trolha de S.Paulo', que os cassetas faziam em sua extinta revista, e dezenas de outros exemplos que aparecem em programas de TV como CQC, Pânico, Comédia MTV e Casseta & Planeta.  PIOR E SURREAL: o legítimo recurso da paródia é usado pela própria Folha quase que diariamente, principalmente por meio de seus chargistas e colunistas. A charge (...) acima, de Angeli, por exemplo, foi publicada outro dia na página 2 do jornal. Todos os argumentos que a Folha usa contra nós poderiam ser usados pelo Mc Donald´s para processá-la (logo parecido, “uso indevido da marca” etc). Agora pensem um minuto: a Folha (e o próprio Angeli) chamariam de censura um eventual impedimento jurídico dessa charge ou diriam que é um pleito normal da cadeia de lanchonetes?

Angeli deveria ser proibido de fazer essa charge?

Enfim, o que o jornal não percebeu - ou se recusa a admitir - é que a ação é tão violenta e surreal que abre uma jurisprudência que pode se voltar contra a própria Folha. Por conta dessa ameaça coletiva à liberdade de expressão, centenas (talvez milhares, é só dar um Google) de sites e blogs brasileiros já condenaram a censura do jornal, fora entidades e publicações internacionais, como Wired, Financial Times, Repórteres sem Fronteiras e Julian Assange. Caso tenha tempo e paciência, tente achar alguma manifestação a favor do processo do jornal. Se tiver uma única para cada 100 condenando, fora a do Celso Mim, já vai ser muito.(...)" (Blog do jornalista Luis Nassif).

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O velho Aparício Torelly, cognominado Barão de Itararé, com muito bom humor subscreveria o texto acima (e com certeza proporia a inserção de algumas pitadas de ironia). Imagine nós hoje, impedidos de refestelarmo-nos com os ditos cortantes do editor-chefe de A Manha por conta de uma rasteira do jornal A Manhã!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

LEMBRANDO SNOOPY


Por Dálcio Machado.

SOBRE A RADICALIZAÇÃO NOS EUA


Clima de ódio

Por Paul Krugman

Quando você ouviu as terríveis notícias sobre o ataque no Arizona, ficou completamente surpreso? Ou de alguma maneira esperava que uma atrocidade como essa viesse a acontecer?

Inclua-me na segunda categoria. Desde os estágios finais da campanha eleitoral de 2008, eu tinha uma sensação estranha na boca do estômago. Lembrei da escalada do ódio político posterior à eleição de Bill Clinton em 1992 - uma escalada que culminou com o atentado a bomba realizado em Oklahoma City. E era perceptível, observando o público dos comícios de John McCain e Sarah Palin, que aquilo estava a ponto de se repetir. O Departamento de Segurança Interna chegou à mesma conclusão em abril de 2009, em um relatório interno no qual alertava que o extremismo de direita estava em alta, com potencial crescente de violência.

Os conservadores denunciaram o relatório. Mas houve, de fato, uma crescente onda de ameaças e vandalismo dirigidos a detentores de cargos eletivos, entre os quais o juiz John Roll, assassinado no sábado, e a deputada Gabrielle Giffords. Era inevitável que chegasse o momento em que essas ameaças seriam concretizadas. E foram.

É verdade que o atirador do Arizona parece ser mentalmente perturbado. Mas isso não significa que seu ato possa ou deva ser tratado como evento isolado, completamente dissociado do clima prevalecente no país.

No segundo trimestre de 2010, o site politico.com reportou uma disparada nas ameaças contra congressistas, que àquela altura já tinham crescido em 300%. Algumas das pessoas responsáveis pelas ameaças tinham um histórico de doença mental - mas algo no estado atual dos Estados Unidos vem fazendo com que muito mais pessoas perturbadas permitam que suas doenças se expressem por meio de ameaças de violência política, ou da execução dessas ameaças.

E não há muita questão quanto ao que mudou. Como disse Clarence Dupnik, o xerife encarregado de investigar o atentado no Arizona, é a "retórica agressiva que ouvimos a cada dia das pessoas no rádio e de algumas pessoas na TV". A vasta maioria daqueles que ouvem essa retórica tóxica não chega a cometer atos reais de violência, mas é inevitável que alguns excedam os limites.

É importante que tenhamos claramente em mente a natureza de nossa doença. Não é a falta generalizada de "civilidade", termo tão querido dos sabichões que desejam que as discordâncias políticas fundamentais desapareçam em um passe de mágica. Polidez pode ser virtude, mas existe grande diferença entre maus modos e apelos, implícitos ou explícitos, à violência; insultos e incitação à violência são coisas diferentes.

O ponto é que existe espaço, em uma democracia, para que as pessoas ridicularizem aqueles que delas discordam; mas não existe espaço para retórica de eliminação, para sugestões de que as pessoas do outro lado do debate deveriam ser removidas desse debate por quaisquer que sejam os meios necessários.

E é a saturação de nosso discurso político - e especialmente a de nossas ondas de rádio - com retórica de eliminação que serve de base à alta na violência.

De onde vem essa retórica tóxica? Não vamos fingir um falso equilíbrio: ela vem, esmagadoramente, da direita. É difícil imaginar um legislador democrata que inste seus eleitores a estarem "armados e perigosos" sem que sofra ostracismo político; mas a deputada Michelle Bachmann, que fez esse apelo, é uma estrela em ascensão no Partido Republicano.

E existe um imenso contraste na mídia. Ouçam Rachel Maddow ou Keith Olbermann e ouvirão muitas declarações cáusticas e zombarias contra os republicanos. Mas não ouvirão piadas sobre atirar em funcionários do governo ou decapitar um jornalista do "Washington Post". Já se assistirem aos programas de Glenn Beck ou Bill O'Reilly, ouvirão esse tipo de coisa.

É claro que figuras como Beck ou O'Reilly estão respondendo à demanda popular. Cidadãos de outras democracias talvez se espantem diante da psiquê norte-americana, diante da maneira pela qual esforços de presidentes moderadamente progressistas para expandir o sistema de saúde são recebidos com protestos quanto a tirania e retórica sobre a necessidade de resistência armada. Ainda assim, é isso que acontece sempre que há um democrata na Casa Branca, e existe um mercado para aqueles que se disponham a alimentar essa ira.

Mas mesmo que ódio seja aquilo que muitos desejam ouvir, isso não serve de desculpa aos que atendem a esse desejo. As pessoas decentes deveriam excluí-los de seu convívio.

Infelizmente, não é isso que vem acontecendo. Os promotores do ódio vem sendo tratados com respeito e até deferência pelas lideranças republicanas. Como disse David Frum, antigo redator de discursos presidenciais de George W. Bush, "os republicanos originalmente acreditavam que a Fox trabalhava para nós; agora descobrimos que nós é que trabalhamos para a Fox".

Será que o massacre no Arizona vai tornar nosso discurso menos tóxico? Depende dos líderes republicanos. Será que eles aceitarão a realidade do que está acontecendo nos Estados Unidos e se posicionarão contra a retórica de eliminação? Ou tentarão desconsiderar o massacre como ação de um indivíduo descontrolado e seguir adiante como se nada houvesse acontecido?

Se o que houve no Arizona provocar um exame de consciência, as coisas podem mudar. Caso não o faça, a atrocidade do sábado será só o começo.

Paul Krugman, 57 anos, é prêmio Nobel de Economia (2008), colunista do "The New York Times" e professor na Universidade Princeton (EUA).

VERÃO LITERATURA: REPETECO OPORTUNO


Em meio à tristeza face à catástrofe das enchentes, a lembrança da observação de um poeta amigo (William Melo Soares):

a poesia
não resolve
revolve

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

SOBRE FOTO


http://blogabcdohumor.blogspot.com/

PELOS DESVÃOS DA MATEMÁTICA


Deus não faz matemática vagabunda 

Por João Moreira Salles

Não eram nem 17h03 nem 16h59, mas precisamente 17h, quando César Camacho, diretor do Impa – Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada –, tomou o microfone: “É uma honra receber aqui o professor Michael Atiyah, que como vocês sabem é ganhador da Medalha Fields e do Prêmio Abel. O título da palestra dele é Da Física Quântica à Teoria dos Números: Um Geômetra Explora o Universo. Muito obrigado.”

Na plateia, alguém comentou com o vizinho: “Só duas coisas começam na hora no Brasil, jogo no Maracanã e palestra no Impa.” Obrigações com a tevê explicam a pontualidade do Maracanã; no caso do Impa, trata-se tão somente de rigor, um dos bens mais cultivados por ali.

O inglês Michael Atiyah é um senhor baixo, calvo, rechonchudo e extremamente jovial. Se disser que está chegando aos 70, ninguém objetará. (Ele está com 81.) Na beira de um campo de futebol, seria confundido com o médico Lídio Toledo, aquele da Seleção Brasileira. Numa boa churrascaria, poderiam tomá-lo por maître, e ele provavelmente não ligaria se lhe pedissem para trazer logo a fraldinha. A etiqueta, porém, recomendaria pingar um Sir antes do seu nome, pois em 1983 a rainha Elizabeth II o honrou com o título.

Ali no Impa, em todo caso, a real condecoração impressionava bem menos do que a Medalha Fields, a láurea mais prestigiosa da matemática. Atiyah ganhou a sua em 1966, aos 37 anos, pela contribuição que deu à topologia algébrica, área que, em síntese, descreve maneiras de torcer o espaço.

Ele foi logo ao ponto: “Nos últimos trinta anos tem havido uma interação cada vez maior entre a matemática e a física. Minha palestra é sobre isso: física quântica, teoria dos números e o universo. É o pacote completo. E, quando digo universo, refiro-me não apenas às coisas concretas, mas também ao mundo das ideias.” Um garoto de short e chinelo no qual se lia Full Tilt Poker (um dos maiores sites de pôquer do mundo) inclinou o corpo para a frente.

Atiyah, quando fala, lembra um personagem de filme da BBC. Parece estar com um ovo na boca. Suas frases aceleram do meio em diante, como se as palavras, entediadas com o andar da carruagem, decidissem apostar corrida para ver quem chega primeiro ao ponto-final.

Para ouvidos brasileiros, não é fácil. Benditos slides. Acionando a projeção, o matemático disse: “Gosto muito de citações.” Einstein era o autor das três primeiras: Quero saber como Deus criou este mundo. Não estou interessado nesse ou naquele fenômeno. Quero saber como Ele pensa. O resto é detalhe. Era a ambição. Em seguida, veio o espanto: O aspecto mais incompreensível do mundo é o fato de ele ser compreensível.

Atiyah reflete: “Não há nenhuma razão para que o mundo obedeça a leis matemáticas, mas nós acreditamos que é assim. É um ato de fé nosso, que alguns poderiam, com razão, comparar ao sentimento religioso. Até agora nossa aposta tem dado certo, explicamos muitos fenômenos naturais. Mas não está claro por que dá certo.” Durante os 90 minutos seguintes, ele tentaria converter os jovens à fé. Deus é esperto, mas não malicioso – Einstein, ainda. Melhor pensar que, se existe uma ordem, ela não é obra de um espírito irônico que tenha decidido se divertir às nossas custas.

Talvez por passarem a vida contemplando objetos ideais, alguns matemáticos adotam um vocabulário comum aos homens de religião. Naquela tarde, Deus apareceu muitas vezes no Impa. Não ficou claro se Atiyah se referia a um demiurgo engenheiro ou à força ordenadora da natureza; que cada um preenchesse a lacuna segundo as próprias convicções.

O importante era transmitir a absoluta convicção quanto à força epistemológica da beleza: “Se existe uma teoria última do universo, ela certamente é bela”, disse Atiyah, dando voz a uma de suas crenças mais arraigadas: a de que a beleza explica e é um dos indícios da verdade. O belo, para os matemáticos, é a intuição da totalidade. Onde só se viam partes, alguém percebe um corpo. Era disso que ele falava naquela tarde.

Há meio século os cientistas vêm tentando unificar a teoria quântica e a teoria da relatividade – a primeira, sobre o imensamente pequeno; a segunda, sobre o imensamente grande. Somadas, elas descrevem a totalidade dos fenômenos naturais, mas com sintaxe autônoma, como se a linguagem matemática de cada uma se tornasse agramatical no ambiente da outra. Conciliar as duas teorias é o maior problema que um físico pode se dar. Atiyah estava ali para estimular os seus jovens ouvintes a serem ambiciosos.

Não deve causar espanto o fato de que falava para futuros matemáticos, não físicos. Cientistas acreditam que a máquina do universo provavelmente corresponde a uma estrutura matemática. Descoberta essa estrutura, tudo se tornaria inteligível, tal como um palácio se deixa compreender por sua planta baixa. Referindo-se a uma hipótese formulada há 150 anos pelo alemão Bernhard Riemann, Atiyah disse: “Muita gente acredita que...” – agora havia um brilho metafórico nele – “a solução da hipótese de Riemann” – um problema eminentemente matemático, anterior à física moderna – “oferecerá automaticamente a síntese entre a relatividade de Einstein e a física quântica. Refiro-me a uma Teoria Matemática do Universo...” O silêncio do auditório era bom, desses de cortar com uma faca.

Atiyah seguiu assim, falando do sonho da unidade, dos vários caminhos teóricos possíveis, de vários profetas da física contemporânea – cristãos, ortodoxos, hereges... “Pois eu sou o místico. E, como vocês sabem, os místicos sintetizam.” Atiyah sorriu: “Deus não jogaria fora a beleza de todas essas teorias para ficar com uma só.”

Ele não garante que a Teoria Matemática do Universo vá ser encontrada, mas a intuição lhe diz que sim. “É uma linda hipótese, e assim deve ser quando se faz uma previsão. Qual a graça em imaginar que a verdade virá sob a forma de uma teoria horrorosa? Por que Deus faria o universo com base em matemática vagabunda? Não acredito nisso. Se um dia chegarmos a essa conclusão, será uma pena. Em todo caso, significaria apenas que Ele é um péssimo matemático.”

A palestra foi encerrada com os versos “de um poeta famoso, eu mesmo, que só escrevi um poema na vida”. Em poucas linhas, os alunos foram convocados a não abrir mão do rigor – mas só de dia. À noite, devem se libertar dele, para “sonhar, deslumbrados com o milagre dos céus.”

O auditório demorou a esvaziar. Atiyah ficou cercado de jovens de bermuda e chinelo – garotos talentosos, de todas as classes sociais. Queriam uma fotografia.

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Fonte: Revista Piauí, nº 52.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

CARICATURA


Afonso Henriques de Lima Barreto, escritor brasileiro, em traço de Cavalcante, de 2002. Desde então, o caricaturista aprimorou, e muito, sua arte, conforme se vê em seu blog:

http://cavalcante-arte.blogspot.com/ .

BRINCANDO FALANDO SÉRIO


Na última segunda-feira, o Finanial Times publicou uma entrevista com o ministro Guido Mantega, na qual ele acusou os Estados Unidos e a China de manter artificialmente baixas as suas taxas de câmbio, prejudicando o Brasil e outros países. Hoje, segundo o mesmo jornal...

Uma coluna do diário financeiro britânico Financial Times publicou nesta quarta-feira, em tom de brincadeira, uma falsa carta do presidente do Banco Central americano, Ben Bernanke, ao ministro da Fazenda, Guido Mantega.

No texto da coluna Lex, o "falso" Bernanke diz que Mantega precisa "cair na real" e parar de criticar a política monetária americana. A coluna sugere que o Brasil também se beneficia das decisões dos EUA e que, por consequência, as críticas de Mantega seriam injustas.

"O afrouxamento monetário é simplesmente uma forma de política monetária e as taxas de juros nos EUA estão baixas porque nossa economia está mais fragilizada que a sua. Quando o ambiente melhorar, enxugaremos a economia", diz o texto.

"O senhor não está exatamente sofrendo aí embaixo. Ou há algo mais preocupando o senhor que os mercados ainda não sabem?", diz a "carta". (...). BBC Brasil.

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Desconhece-se se há algo mais preocupando o ministro Mantega. Já quanto aos EUA (com o respaldo do britânico FT), parece haver um baita desconforto pelo fato de o Brasil não mais aceitar tirar os sapatos para lá poder entrar, ou para emitir críticas.

MÁXIMA DO BARÃO

RECEITA DE ATÉ UM DIA DESSES


As mulheres deveriam ficar sempre incultas e limpas, como os canários.

(Personagem do filme de estreia da dupla imortal Spencer Tracy-Katharine Hepburn, 'Woman of the year' - no Brasil, 'A mulher do ano' -, de 1942. Katharine Hepburn ostentava uma carreira imensa e respeitável, "e tinha já deixado uma marca com seus papéis de mulher forte, independente, inteligente, naquele início dos anos 40, muito antes de o feminismo se impor. E Spencer Tracy já era igualmente um ator de carreira consolidada, um dos maiores nomes do cinema americano. Os filmes que fariam juntos discutiriam, de maneira inteligente, afiada e bem-humorada, o embate homem-mulher diante da nova realidade que se impunha, a mulher já deixando o papel de submissa e passando a disputar todos os espaços com os homens" - conforme pesquei num blog sobre cinema, que não cita o autor).

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

ÁGUAS PASSADAS


- Pô, compadre, estamos em pleno 2009 e tudo continua como antes...

- É de amargar, meu amigo.

- O que o futuro nos reserva, compadre?

- Não sei, meu velho. Estou torcendo para que pelo menos em 2011 as coisas mudem, e que não tenhamos de ouvir as mesmas desculpas ensopadas das autoridades.

CHAPADA EM PRIMEIRO


Waldez não disse, mas certamente o Piauí, via Chapada do Corisco, abiscoita o primeiro lugar.

MELHOR DO MUNDO

Por Dálcio Machado.

PETIÇÃO PERTINENTE


Vários estudos científicos mencionam um tipo de agrotóxico que contribui para o extermínio das abelhas, e elas estão sendo mortas aos bilhões mundo afora. Em quatro países europeus que baniram esses produtos, algumas populações de abelhas já estão se recuperando. Mas empresas químicas poderosas estão fazendo um lobby pesado para continuar vendendo esses venenos. A única maneira de salvar as abelhas é pressionar os EUA e a União Europeia para que adiram à proibição de tais produtos  - esta ação é fundamental e terá um efeito dominó no resto do mundo.

Para agir, clique no endereço:

https://secure.avaaz.org/po/save_the_bees/?cl=906235015&v=8149

Explicitação:

As abelhas são vitais para a vida na Terra - a cada ano elas polinizam plantas e plantações com um valor estimado em US$40 bilhões, mais de um terço da produção de alimentos em muitos países. Sem ações imediatas para salvar as abelhas, poderíamos acabar sem frutos, legumes, nozes, óleos e algodão.

Nos últimos anos, temos visto um declínio acentuado e preocupante a nível global das populações de abelhas - algumas espécies de abelhas estão extintas e outras chegaram a 4% da população no passado. Cientistas vêm lutando para obter respostas. Alguns estudos afirmam que o declínio pode ser devido a uma combinação de fatores, incluindo doenças, perda de habitat e utilização de produtos químicos tóxicos. Mas um importante estudo independente recente produziu evidências fortes culpando os agrotóxicos neonicotinóides. A França, Itália, Eslovênia, e até a Alemanha, sede do maior produtor do agrotóxico, a Bayer, baniram alguns destes produtos que matam abelhas. Porém, enquanto isto, a Bayer continua a exportar o seu veneno para o mundo inteiro.

Este debate está esquentando a medida que novos estudos confirmam a dimensão do problema. Se conseguirmos que os governantes europeus e dos EUA assumam medidas, outros países seguirão o exemplo. Não vai ser fácil. Um documento vazado mostra que a Agência de Proteção Ambiental dos EUA já sabia sobre os perigos do agrotóxico, mas os ignorou. O documento diz que o produto da Bayer é "altamente tóxico" e representa um "grande risco para os insetos não-alvo (abelhas)".

Temos de fazer ouvir as nossas vozes para combater a influência da Bayer sobre governantes e cientistas, tanto nos EUA quanto na UE, onde eles financiam pesquisas e participam de conselhos de políticas agrícolas. Os reais peritos - apicultores e agricultores - querem que estes agrotóxicos letais sejam proibidos, a não ser que oferecidas evidências sólidas comprovando que eles são seguros. Vamos apoiá-los agora.
Não podemos mais deixar a nossa cadeia alimentar delicada nas mãos de pesquisas patrocinadas por empresas químicas e os legisladores que eles pagam. Proibir este agrotóxico é um caminho necessário para um mundo mais seguro tanto para nós quanto para as outras espécies com as quais nos preocupamos e que dependem de nós.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

VERÃO LITERATURA


Clique para ampliar.

UM CIENTISTA BRASILEIRO


Miguel Nicolelis, potiguar, cientista mundialmente consagrado, foi alçado à condição de membro da Pontifícia Academia para as Ciências do Vaticano. A notícia causou desagrado a pessoas diversas, em face da questão da fé e da própria Igreja e suas bandeiras - e do fato de Miguel haver aceitado a deferência.

O cientista enviou mensagem ao blog do jornalista Luis Nassif sobre o assunto. Tomei a liberdade de reproduzi-la:

"Sou leitor assíduo desse blog, então não tinha como me conter e resolvi responder aos absurdos postados nesse tópico que diz respeito a mim (...).

Primeiro, sou um cientista brasileiro, ateu, pró-legalização do aborto, pró união civil dos homosexuais e pró Dilma. Fui convidado a me tornar membro da mais antiga academia de ciências do mundo, a mesma a que Galileu Galilei foi membro. Aceitei o convite, pois esse foi feito com a garantia que a academia se interessa pela minha ciência e não pela minha opção (ou falta de opção) religiosa.

Espanta-me verificar que mesmo num site progressista ocorra o grau de patrulha ideológica (ou religiosa) que encontrei nos comentários acima.

Meu outro colega de Academia é o f ísico Stephen Hawking, que professa as mesmas opiniões que eu. Agora eu me pergunto, a troco de que eu iria recusar a oportunidade de bater bons papos com um dos
maiores fisicos da história?

A Academia de Ciências deixa claro nos seus estatutos que nenhum dos seus membros precisa acreditar em Deus ou ser membro da religião católica.

Então, a título de esclarecimento, gostaria de deixar registrado que toda vez que eu for convidado a participar do mesmo clube frequentado por gente como Galileu e Stephen Hawking, vocês podem estar certos que eu vou aceitar. Mesmo que fosse a Academia de Ciências da Gaviões da Fiel! E para um palmeirense dizer isso não é fácil, não. Portanto, menos meus amigos, menos. Guardem o besteirol para outros cristãos e poupem o pobre ateu aqui de ler tanto absurdo."

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Parabéns por mais essa, Nicolelis!