domingo, 31 de julho de 2011

ENCONTRO NO CALÇADÃO


Caminha pelo calçadão que margeia o rio. Escassos caminhantes, quadro típico das tardes de domingo.

Já no percurso de volta, depara com casal amigo. Sorrisos e braços abertos. E, da parte do caminhante solitário, espanto, surpresa feliz: imaginara o amigo ainda acamado, a lutar contra mal que o prostrara dramaticamente ao longo de semanas.

- Sabe, cara... Eu rezo! Rezei por você, amigo.

- Que barato, amigão! Graças a Deus, agora tudo bem. - Exulta o ex-enfermo, sob o olhar feliz de sua parceira.

Tchau, até mais, grande abraço.

Retomam a caminhada.

Gozado, a calçada parece mais larga, o céu, ao entardecer, menos sombrio.  Salutares reflexos da boa nova. Viva a amizade.

EUA: A CRISE CONTINUA


Charge de Zope.

DA SÉRIE OS INFILTRADOS


"AQUELES QUE TIVEREM MELHOR DESEMPENHO EM COMPETIÇÕES NACIONAIS E INTERNACIONAIS VÃO GANHAR BOLSAS PARA ESTUDAR EM ESCOLAS PARTICULARES."


(Paulo Machado, Secretário de Educação do município de Teresina, ao anunciar a implantação do projeto Cidade Olímpica na rede pública de ensino, visando a incentivar/aprimorar os alunos a participarem de Olimpíadas de Matemática, Física, Química e Português patrocinadas por instituições nacionais e internacionais. Segundo o jornal Meio Norte, Paulo Machado é proprietário de escolas de ensino médio e faculdades particulares. Teresina conta com 304 escolas públicas, 93.000 alunos - e um Secretário de Educação para lá de aético, para dizer o mínimo).

sábado, 30 de julho de 2011

OLD CARTUM


Cartum de Bosc.

Jean-Maurice Bosc, cartunista francês - 1924/1973.

PIPAS PALESTINAS


Cerca de 15 mil crianças colocaram pipas e papagaios no ar na faixa de Gaza nesta quinta-feira (28), estabelecendo um novo recorde mundial do maior número de pipas voando simultaneamente. O feito provocou aplausos no local, mais acostumado com a pobreza e os conflitos.

O recorde anterior, de 10.465 papagaios, foi marcado em abril em Weifang City, na China, de acordo com o Guinness Book, o livro dos recordes.

Vândalos depredaram um centro para jovens da UNRWA na faixa de Gaza horas antes da tentativa de quebrar o recorde das pipas, mas isso não impediu que as pessoas enchessem o céu com suas pipas.

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Com a aguardada oficialização do Estado Palestino pela ONU, em setembro próximo, quem sabe o céu se encha mais de pipas multicoloridas...

sexta-feira, 29 de julho de 2011

O IMPASSE AMERICANO


Persiste o impasse americano: na Câmara, a maioria republicana, em troca da elevação da margem de endividamento do setor público, impõe corte de custos nos programas sociais (na saúde, por exemplo, seriam cortadas verbas do Medicare - da classe média - e do Medicaid, dos mais pobres). Os democratas, maioria no Senado, já avisaram que não aceitam as imposições da Câmara e propõem, em alternativa, o aumento dos impostos pagos pelos ricos.

À espreita, a elevação dos juros, a redução do consumo, o afundamento da economia americana e a consequente contaminação mundial.

Enquanto isso, George Bush, responsável por despesas astronômicas ao longo de oito anos em invasões ao Iraque e Afeganistão, segue sua saga de estadista.

Ilustração: Arcadio.

CRISE DA DÍVIDA: PLANO C

ALAS PARA O IMPONDERÁVEL

Sorte, riqueza e a ilusão do controle



Sorte e acaso são termos que andam meio fora de moda. O ser humano sempre gostou de ter algum senso de controle sobre seu destino, e as atuais teologias da prosperidade, somadas à enxurrada de literatura de autoajuda, só fizeram agravar o processo, vendendo uma supersticiosa ilusão de controle às massas afoitas.

Claro, não se trata de dizer que a sorte é tudo -- preparação, empenho, senso de oportunidade, clareza de visão... tudo isso tem um papel, e um papel importante.

Mas é preciso reconhecer como é forte a tentação de se cair no extremo oposto: achar que todas as coisas que ocorrem, acontecem por algum motivo. Que as pessoas sempre e inevitavelmente merecem o que acontece a elas, seja fortuna ou desgraça.

Em termos teológicos, substitui-se a doutrina paulina da graça -- segundo a qual Deus distribui dores e recompensas de modo inescrutável -- por uma visão supersticiosa, quase mecanicista, do funcionamento dos céus: feitos tais e tais sacrifícios (seja um holocausto de touros ou do cartão de débito), decorrem daí os favores da eternidade. E se não decorrerem, é porque você não sacrificou o suficiente.

Em termos culturais, cria-se um clima propício para a indústria do pensamento positivo, com suas leis da atração e quejandos. E, em termos sociais e econômicos, dissemina-se uma atmosfera de desprezo pelos menos favorecidos -- vagabundos, todos -- e uma frenética idolatria por quem está no topo.

Daí que uma pequena simulação publicada no periódico PLoS ONE pode servir como um leve beliscão nas consciências. Economistas da Universidade de Minnesota, nos EUA, criaram um modelo de computador para estudar as condições em que, a partir de uma origem teórica perfeitamente igualitária, surge o fenômeno da concentração de renda. O que descobriram: basta sorte.

Em outras palavras: para explicar como nasceram a riqueza e a pobreza, não é preciso invocar fatores como talento, disposição para o trabalho, ética, etc. O acaso trata de garantir que a renda acabe distribuída de forma desigual, mesmo num modelo onde todos começam com exatamente o mesmo capital e exatamente as mesmas qualidades pessoais.

O mundo real é obviamente mais complexo que isso, e nele diferenças de disposição e preparo existem e fazem diferença. No modelo, diferenças entre os indivíduos aceleram a concentração; não são, como talvez se pudesse imaginar, uma força redistributiva.

No fim, os autores propõem um imposto sobre grandes fortunas com a finalidade de barrar a marcha da concentração -- que, segundo eles, tende a reduzir a diversidade e o crescimento da economia, porque os ricos tendem a reinvestir apenas, ou principalmente, em seus próprios negócios.

Sejam quais forem as receitas econômicas tiradas daí, porém, o resultado bruto -- de que eventos fortuitos conspiram, de modo virtualmente inevitável, para que, mesmo entre iguais, uns acabem com muito mais do que os outros -- deveria inspirar, se não outra coisa, um certo senso de humildade. Talvez, até, um pouco de compaixão.
Fonte: Carlos Orsi - AQUI

CORRUPTOS AFLITOS


Charge de Nani.

DIAGNÓSTICO


Explicado
por que o mundo

está neste estado
de se lamentar.
A Terra, gente, é bipolar!


(Luis Fernando Veríssimo).

quinta-feira, 28 de julho de 2011

O OURO DA INFORMÁTICA


Brasil conquista primeiro ouro da história na Olimpíada Internacional de Informática

Nesta terça-feira (26) o estudante brasileiro Felipe Abella Cavalcante Mendonça de Souza (foto), da Universidade Federal de Campina Grande, conquistou a primeira medalha de ouro do país na Olimpíada Internacional de Informática (IOI). A entrega da medalha será feita no próximo dia 28 durante a festa de encerramento da 23º edição da IOI, que acontece este ano na Tailândia.

Nos dois dias de provas, os participantes tiveram que resolver, sozinhos, quatro problemas computacionais (relacionados essencialmente a algorítmos) em até cinco horas. Para isso, cada estudante precisava criar aplicativos em C, C++ ou Pascal sem a ajuda de ninguém, e no final cada programa era testado e avaliado pelas respostas corretas que davam.

Felipe Abella conquistou 598 pontos de 600 pontos máximos das Olimpíadas, ficando em 3º lugar no ranking geral, o que garantiu ao estudante a medalha de ouro. Acima dele há apenas outros dois estudantes, da Bielorrúsia e da China.

Além do ouro, os outros três integrantes da delegação brasileira também trarão outras três medalhas de bronze para o país. São eles: Caíque Lira (Colégio Farias Brito/Fortaleza), com 327 pontos; Renato Pinto Junior (Colégio Objetivo/São Paulo), com 365 pontos; e Marcos Kawakami (Colégio Etapa/São Paulo), com 360 pontos - todos selecionados pelos seus desempenhos na última Olimpíada Brasileira de Informática.

Com o somatório de pontos, os brasileiros conquistaram uma colocação à frente de países como Inglaterra, França, Canadá, Alemanha, Espanha e Argentina. Saiba mais sobre o evento no site oficial do IOI 2011, em http://www.ioi2011.or.th.

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Campina Grande é notoriamente conhecida pela expertise em informática. Felipe, com a medalha de ouro, oferece mais uma demonstração da excelência da Rainha da Borborema. Parabéns.

A propósito, reproduzo parte de comentário de autoria de Klebber Formiga, no blog de Luis Nassif:

"(...) O curso de computação dela é um dos mais antigos do Brasil (1976). Nesse Campus foi instalado o primeiro computador do norte-nordeste e um dos primeiros do Brasil, em 1968. Desde então, Campina Grande sempre foi um polo de desenvolvimento em informática com diversas empresas de desenvolvimento de software, professores de prestígio (mesmo), lembro de uma reportagem da GNews sobre brasileiros no Google; o único entrevistado em cargo de chefe de desenvolvimento era o Walfredo Cirne (professor da UFCG) que na época era responsável pelo desenvolvimento do Google Maps para Celulares."

O JOGO SUJO DA CORRUPÇÃO


Cartum de Duke.

DA SÉRIE OS IMPERDÍVEIS


MISSISSIPI EM CHAMAS

Sem maiores rodeios, Mississipi em Chamas começa mostrando dois bebebouros bem diferentes. Um para "brancos" e outro para pessoas "de cor". Depois, vemos três ativistas defensores dos direitos civis sendo emboscados em uma estrada. O sumiço deles provoca uma das maiores investigações da história dos Estados Unidos. Dois agentes do FBI são designados para conduzir os trabalhos: Alan Ward (Willem Dafoe) e Rupert Anderson (Gene Hackman). O primeiro só age de acordo com o manual de instruções. O segundo, mais pragmático, costuma seguir seu instinto. Junte preconceito racial, fanatismo religioso, estagnação econômica e atraso cultural em um mesmo caldeirão. Este é o cenário tenso e explosivo de Mississipi em Chamas, filme dirigido pelo inglês Alan Parker. O roteiro de Chris Gerolmo, inspirado em fatos reais ocorridos na primeira metade dos anos 1960, não deixa espaço para amenidades. Tudo é seco e direto. Quente e sufocante. Sem embromações e sem máscaras. A vigorosa direção de Parker e o desempenho soberbo de todo o elenco fazem deste filme um dos mais contundentes a discutir a questão racial no cinema americano. Em uma palavra: imperdível.

MISSISSIPI EM CHAMAS (Mississipi Burning - EUA 1988). Direção: Alan Parker. Elenco: Gene Hackman, Willem Dafoe, Frances McDormand, Brad Dourif, R. Lee Ermey, Gailard Sartain, Stephen Tobolowsky, Michael Rooker e Kevin Dunn. Duração: 127 minutos. Distribuição: Fox.

Fonte: CINEMARDEN.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

EUA: O IMPASSE CONTINUA


Charge de Samuca.

ECOS NÓRDICOS


Deputado italiano elogia ideias de atirador norueguês

O deputado italiano Mario Borghezio causou polêmica em seu país ao dizer que algumas das ideias do atirador norueguês Anders Behring Breivik são "boas" e outras "ótimas".

O militante de extrema-direita matou 76 pessoas na última sexta-feira, em um atentado a bomba contra a sede do governo da Noruega, em Oslo, e ao abrir fogo contra jovens do Partido Trabalhista (do governo) que se reuniam em um acampamento de verão na ilha de Utoeya.

Membro da Liga Norte, partido de extrema-direita que faz parte do governo de Silvio Berlusconi, e deputado italiano no Parlamento Europeu, Borghezio disse concordar com Breivik “na oposição ao Islã e na sua acusação explícita de que a Europa se rendeu antes mesmo de lutar contra a islamização”.

"Algumas das ideias que ele expressou são boas, exceto a violência. Algumas outras são ótimas", disse Borghezio.

As declarações de Borghezio à rádio Il Sole-24 Ore causaram revolta entre outros eurodeputados e políticos italianos. Membros da oposição já pedem sua renúncia.

A eurodeputada britânica Nikki Sinclaire criticou Borghezio e a Liga Norte, dizendo que seu "coração está com as vítimas" e que não há "justificativa" para o massacre na Noruega.

O partido de Borghezio, a Liga Norte, tem base no norte da Itália, é contra a entrada de imigrantes na Europa e é conhecido pelo discurso anti-Islã.

O italiano, no entanto, não é o único político europeu a mostrar admiração pelo atirador norueguês. Jacques Coutela, membro da Frente Nacional, de Jean Marie Le Pen, na França, foi suspenso do partido de direita ao descrever Breivik como "o maior defensor do Ocidente".

"A razão para os ataques terroristas na Noruega: lutar contra a invasão muçulmana, que é o que não querem que você saiba", escreveu o francês em seu blog.

Por outro lado, Stephen Lennon, líder do partido de extrema-direita britânico Liga de Defesa Inglesa (EDL), condenou os ataques na Europa.

"O que aconteceu em Oslo mostra como as pessoas estão desesperadas na Europa", disse o líder direitista britânico.

Breivik chegou a veicular na internet sua admiração por Stephen Lennon, conhecido pela retórica anti-imigração. (Fonte: BBC Brasil).

terça-feira, 26 de julho de 2011

CARTUM EM 1D


Cartum de Roger Tetsu.
(O bom do cartum em 1D é que não há risco de problemas).

O PROBLEMA DAS IMAGENS 3D


Estudo aponta que imagens em 3D ferem os olhos e o cérebro

Segundo a pesquisa, o desconforto, a fadiga e as dores de cabeça são causadas pelo ajuste constante que os olhos devem fazer para enxergar

Uma equipe da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, examinou 24 adultos e concluiu que a visualização de conteúdo em uma tela 3D fere os olhos e o cérebro (...). De acordo com o estudo, os olhos devem constantemente se ajustar à distância da tela e do conteúdo e isso pode causar desconforto, fadiga e dores de cabeça.

A pesquisa ainda descobriu que quando o conteúdo 3D é visto a curta distância, como em desktops ou smartphones, por exemplo, o desconforto é ainda maior do que quando as imagens são colocadas em uma tela. Em uma sala de cinema é o oposto: o conteúdo colocado atrás da tela causa mais desconforto do que os expostos na frente.

(...) Acredita-se que, com a explosão dos aparelhos compatíveis com conteúdos 3D, os fabricantes deverão criar equipamentos menos prejudiciais no futuro. Até lá, é preciso tomar cuidado e não se expor muito a conteúdos que exibam a novidade para não acabar com sérios problemas visuais.

Fonte: Marcos RTI. Olhar Digital.

DESOBSTRUINDO A PISTA


Charge de Amarildo. A Gazeta (ES).

CHARGE DE JARBAS


Jarbas, in Diário de Pernambuco.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

O JUÍZO DO CELERADO


Em manifesto, atirador norueguês diz que Brasil é um país "disfuncional"

O manifesto de 1.500 páginas publicado na internet pelo atirador norueguês, Anders Behring Breivik, traz pelo menos 12 referências ao Brasil. Breivik, acusado de ser o autor de dois massacres que deixaram 76 pessoas mortas no país, foi formalmente acusado por terrorismo.

O texto, escrito em inglês e intitulado "A European Declaration of Independence - 2083" (Uma declaração de Independência Europeia - 2083), cita o Brasil ao falar dos motivos que levam os conservadores a se oporem à miscigenação e adoção por não europeus.

"A razão da nossa preocupação e oposição deve-se ao fato de que a imigração massiva, a mistura racial e a adoção por não europeus são uma ameaça à unidade da nossa tribo (...). Primeiramente, um país que tem culturas competitivas vai se dilacerar ou vai acabar como um país disfuncional, como o Brasil e outros países", escreve Breivik.

De acordo com o norueguês, essa diferença social é responsável pela corrupção e pelos altos índices de criminalidade em países como o Brasil, e ele afirma que para oferecer o melhor aos cidadãos, um país depende de cinco fatores: eliminar a presença do islamismo, ter etnia homogênea, oferecer boa educação para toda a população, políticas conservadoras e nacionalistas e livre mercado.

Em outros trechos, ele diz que entre as "soluções para prevenir o genocídio das tribos nórdicas", os "conservadores devem tomar o poder político e militar através de uma combinação de luta armada e democracia".

As outras referências feitas ao Brasil aparecem no tópico em que o norueguês fala sobre a fabricação de explosivos, alertando para o cuidado na hora de manusear materiais radioativos. Nesse tópico ele cita o acidente ocorrido em Goiânia, na década de 80, mais conhecido como acidente com o Césio-137.

O Brasil também aparece no trecho em que o atirador fala do uso de golpes para a tomada de poder em alguns países. Ele diz que "em 1889 o Brasil se tornou uma república após um golpe de Estado".

O texto, publicado na internet, inclui ainda um manual sobre como montar bombas e um discurso contra o Islã e o marxismo, várias referências históricas, detalhes da personalidade de Breivik, seu modus operandi para fabricar bombas e seu treinamento de tiro, além de um minucioso diário dos três meses que precederam o ataque. (Fonte: UOL Notícias).

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O meticuloso nazista, para mostrar sapiência quanto ao Brasil, aludiu ao golpe de 1889, desprezando o mais recente, e citou o desastre do Césio-137. (Teria o celerado contado com apoio logístico-cultural de nazistas de plagas tropicais?) Quanto a aliar o 'destrambelhamento' do País à miscigenação, nenhuma novidade: é prática usual de nazistas globais e tupiniquins, hoje e em tempos idos. Lugar-comum, também, a louvação do livre mercado. Putin e assessores, ante as referências do terrorista à Rússia no relatório, classificam-no como "encarnação do diabo". A mídia, por seu turno, continua a brindar o terrorista com as seguintes referências: "o atirador", "o acusado", "ele", "o norueguês"...

AMYGELICAL


Samuca, in Diário de Pernambuco.

domingo, 24 de julho de 2011

TONY BENNETT, A GRANDE DESPEDIDA DE AMY WINEHOUSE


Último a gravar com Amy, Tony Bennett diz que ela era 'adorável'

O cantor americano Tony Bennett, 84 anos, comentou a morte de Amy Winehouse em entrevista publicada neste sábado (23) pelo site da revista "Us Weekly". Ele foi a última pessoa a trabalhar com Amy antes de sua morte prematura aos 27 anos.
"Ela era uma artista de imensas proporções. Estou profundamente triste ao saber de sua morte trágica. Ela foi extraordinária, com uma intuição rara como vocalista e estou realmente arrasado que seu talento excepcional chegou a um fim tão cedo", disse Bennett. "Ela era uma pessoa adorável e inteligente. Quando nós gravamos juntos, ela fez uma performance comovente."
Em março, os dois gravaram o standard "Body and soul" nos estúdios Abbey Road, em Londres. A parceria estará no disco "Duets 2", previsto para chegar às lojas em setembro. A cantora também cantou "Boulevard of broken dreams", famosa na voz do cantor, em muitos de seus últimos shows, incluindo os da passagem pelo Brasil.
"Fiquei honrado por ter a oportunidade de cantar com ela. Tinha uma sincera esperança de que ela pudesse superar os problemas que estava enfrentando. Envio minhas orações a seu pai Mitchell, a toda sua família e a todos aqueles que ela amava." (Fonte: G1).
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Bem que o autor da matéria poderia ter enfatizado que Tony Bennett é um dos maiores cantores norte-americanos de todos os tempos.

OS DONOS DA BOLA


Duas Copas do Mundo, duas Olimpíadas. 15 vezes campeã da Copa América. Eis a Celeste Olímpica.

Dá gosto ver o futebol uruguaio, campeão incontestável da Copa América 2011.

ANGEL BOLIGAN

TERROR ATENUADO


Perfil: suspeito tem opiniões de direita

O suspeito dos ataques de sexta-feira, Anders Behring Breivik, de 32 anos de idade, tem opiniões políticas de direita, segundo a polícia.

O chefe de polícia Sveinung Sponheim disse que mensagens suas publicadas na internet “sugerem que ele tem opiniões políticas voltadas para a direita, anti-islâmicas”.

“Mas ainda não sabemos se isso foi uma motivação para os eventos ocorridos”, disse ele à emissora norueguesa NRK.
Pouco se sabe sobre ele além do que foi publicado em sites de redes sociais como Facebook e Twitter e suas contas foram abertas apenas em 17 de julho.

Na sua suposta página do Facebook, ele se descreve como um cristão e um conservador. A página não está mais disponível, mas afirmava que ele se interessava por musculação, maçonaria e no poder do indivíduo. (...) Fonte: BBC Brasil.

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Entreouvido: "A manchete é essa mesmo: 'Perfil: suspeito tem opiniões de direita'. O sujeito é um rematado direitista, mas figura como 'suspeito' e detentor de 'opiniões de direita'. Se fosse outro, como seria a manchete?".

CHARGE COMENTADA


Charge de Bessinha. Pescada no ContextoLivre.

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Dilma Rousseff promove ampla faxina no Ministério dos Transportes, há décadas 'ocupado' por meliantes de variados matizes. E a expectativa é de que a salutar medida se estenda a outras plagas. Enquanto isso, o machismo aproveita para manifestar-se, ainda que 'positivamente', como se constata na charge acima. Convém notar que o autor, Bessinha, ao atribuir a citação ao Porco Chauvinista, tirou o corpo fora.

OLD PHOTO


Billie Holiday. Cantora americana. Foto de 1949.

Sofrida. Sombria. Morreu aos 44 anos. Não era bem da soul music, mas o timbre, com certeza, encantou Amy Winehouse.

sábado, 23 de julho de 2011

AMY, 27


Por Hermé (Daniel Paz).

AMY, 27


Amy Winehouse. Caricatura de Letra. Biratan Porto.

VELHOS NEOLOGISMOS


"O COESIONAMENTO PRODUZ O SONHÁTICO!"


(Paulo Henrique Amorim, jornalista, fundindo as palavras de FHC e Marina Silva. O primeiro, ao lançar seu blog, afirmou: "A internet ajuda a aprender com os outros, ajuda as pessoas a se coesionarem.", enquanto Marina, ao sair do PV, declarou que “Não é hora de ser pragmático, é hora de ser sonhático e de agir pelos nossos sonhos.” Enquanto isso...).

sexta-feira, 22 de julho de 2011

RELAÇÕES BRASIL-EUA


A maquiagem do Estadão

Impressionante como o Estadão cuidou de suavizar o título original do artigo: "Reconhecendo a mudança tectônica nas relação Brasil - EUA" ("Acknowledging the tectonic shift in U.S.- Brazil relations").
 
A "mudança tectônica" virou uma "nova relação" na versão do Estadão.
 
E logo no início do artigo, o autor escreve: "Mas há quase uma década atrás, na esteira das reformas da administração Cardoso" ("But almost a decade ago, in the wake of the reforms of the Cardoso administration"). Como foi traduzido pelo Estadão? "Nos anos 90, porém, na esteira das reformas de Fernando Henrique Cardoso".
 
Calma lá! Os "anos 90" não foram "há quase uma década atrás". Considerando que estamos em 2011, "quase uma década atrás" seria, no máximo, 2002.
 
Este é apenas um exemplo, sutil, de como a nossa imprensa distorce a realidade - sendo que "a realidade", pode ser facilmente comprovada no texto original. (Foo, leitor do blog Luis Nassif).
A nova relação EUA-Brasil
Estadão
Eugênio Issamu
 
Washington precisa se livrar de preconceitos e reconhecer que o maior país da América Latina já é uma potência global
 
16 de julho de 2011 - David Rothkopf, Foreign Policy - O Estado de S.Paulo
 
Durante anos, uma piada muito repetida dizia que o Brasil era o país do futuro - e sempre seria. Nos anos 90, porém, na esteira das reformas de Fernando Henrique Cardoso e, depois, graças aos notáveis mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva e à aplicação do povo brasileiro, a piada foi superada pelos fatos. Como investidores, CEOs, jornalistas e as potências mundiais já reconheceram, o futuro chegou para o Brasil.
 
Embora líderes americanos, como os presidentes George W. Bush e Barack Obama tenham reconhecido a mudança, muita gente na comunidade política dos EUA continua cética e resistente. Sim, o Brasil estava em ascensão, diziam, mas sempre encontravam um modo de qualificar suas opiniões, de estabelecer uma condição após a outra que o Brasil teria de preencher para ser visto como "uma potência de primeira classe".
 
Enquanto especialistas na Ásia aceitavam a ascensão da China e da Índia e, rapidamente, começaram a refazer a política com base nas relações cambiantes de poder, os analistas de América Latina se aferraram ao passado, às velhas formulações e preconceitos. Aos olhos dessas peças de museu vivas da pequena comunidade de assuntos latino-americanos em Washington, o Brasil poderia ser o país do futuro - poderia até mesmo ser o país do presente -, mas nós deveríamos nos aferrar às políticas do passado até que tenhamos novas informações.
 
Agora, o Council on Foreign Relations (CFR) divulgou um novo relatório sobre as relações EUA-Brasil que avança bastante para romper com o passado e recomenda que os EUA adotem uma nova posição política com Brasília. O ponto central do relatório é que o Brasil precisa ser visto em separado da política latino-americana e como uma das potências globais mais importantes da atualidade.
 
O relatório Global Brazil and U. S.-Brazil Relations é o resultado de mais de um ano de trabalho de uma força-tarefa liderada pelo ex-secretário de Energia dos EUA Samuel Bondman, pelo ex-presidente do Banco Mundial James Wolfensohn e chefiada por Julia Sweig, diretora de estudos sobre a América Latina do CFR. Eu fiz parte do grupo e as discussões foram um microcosmo fascinante de todos os debates, entusiasmos e frustrações que marcaram as conversas sobre as relações EUA-Brasil nos últimos anos.
 
Embora não seja nada de mais considerar como um player global um país que é o quinto mais populoso do mundo, que tem a quinta maior área e taxas de crescimento que farão dele a quinta maior economia do planeta, não é fácil desfazer hábitos históricos e velhos arcabouços políticos. É isso, porém, que esse relatório faz ao enumerar as maneiras pelas quais o Brasil terá um papel central em questões que vão do comércio ao clima, da energia à modelagem de uma política econômica global.
No entanto, apesar de toda sua abrangência e extensão, o ponto do relatório que receberá maior atenção é a recomendação de que o governo Obama "endosse plenamente" a aspiração do Brasil de ser membro permanente do Conselho de Segurança da ONU.
 
Embora esse passo, que vai além do apoio oferecido por Obama em sua recente visita ao Brasil, possa ser visto como simbólico, visto que a reforma do Conselho de Segurança, provavelmente, demorará anos, ele provavelmente teria repercussões profundas no Brasil.
 
Segundo o relatório, "um endosso formal dos EUA ao Brasil faria muito para superar uma desconfiança persistente do governo brasileiro de que o comprometimento de Washington com uma relação madura, entre iguais, é, em grande parte, retórica".
 
Não é pouca coisa. O tratamento dado pelos EUA aos brasileiros - mesmo durante o governo Obama, que parece sinceramente comprometido com o aprofundamento das relações - refletiu teimosamente as velhas noções sobre qual deveria ser o papel internacional do Brasil. Isso ficou evidente nas reações à iniciativa brasileira e turca para costurar um acordo sobre o programa nuclear do Irã.
 
Como o Brasil se afastou do script dos EUA e agiu de maneira independente - apesar de ter recebido um endosso explícito da Casa Branca para seguir em frente com seu plano - os EUA ficaram frustrados e ofendidos com a ação brasileira.
 
Como os EUA sempre acharam que o Brasil deve ocupar um papel secundário em assuntos externos, porém, Washington não tratou essa diferença de pontos de vista da mesma forma que trata as enormes diferenças com outros países do Brics, como China, Rússia ou Índia.
 
Em vez disso, os EUA tentaram penalizar os brasileiros por sua independência, mais especialmente ao não dar um pleno apoio às aspirações do Brasil ao Conselho de Segurança do tipo que já ofereceram à Índia. Isso apesar de Washington ter tido muitas discordâncias políticas iguais ou piores com Nova Délhi, incluindo uma sobre o programa nuclear indiano.
 
Esse tipo de discurso duplo, um para potências emergentes da Ásia e outro para a potência emergente das Américas, é a fonte do ceticismo do Brasil até agora sobre a sinceridade com que os americanos estão saudando sua ascensão.
 
Outra razão da resistência em apoiar o reconhecimento da legítima demanda do Brasil de ser reconhecido como uma potência global provém da velha política americana para a América Latina, que argumenta que os EUA precisam ir devagar com o Brasil para não ofender outras potências regionais aspirantes, como México e Chile.
 
Entretanto, não há motivos para que esses países recebam um status semelhante ao do Brasil, além de seu saudável orgulho nacional. Alguém acha que houve um grande debate entre líderes da Ásia sobre como a Indonésia (mais populosa do que o México) ou a Austrália (que tem uma economia maior do que a do México) se sentiriam sobre o apoio americano à Índia? Certamente que não. As potências na Ásia já são vistas automaticamente por especialistas políticos americanos como players globais mais sofisticados do que a maioria dos países da América Latina.
 
Esse relatório, cujos signatários incluem o ex-subsecretário de Estado, Nick Burns, o ex-assessor para a política latino-americana de Bill Clinton, Nelson Cunningham, a ex-embaixadora americana no Brasil, Donna Hrinak, e o ex-presidente do Conselho de Inteligência Nacional, Robert Hutchings, representa a mais recente constatação de como os EUA deveriam rever o papel das potências emergentes. Como tal, o relatório é um grande passo adiante e foi um privilégio estar associado à iniciativa.
 
Tradução de Celso Paciornik, analista do Carnegie Endowment for International Peace

PIRACICABA 2011


O jovem cartunista DePieri, vulcânico, diz em seu blog que enviou 3 desenhos pro 38º Salão de Piracicaba.

Mandei um, a muito custo, quase no apagar das luzes.

Venho matutando sobre o seguinte: para os cartunistas em geral, qual a opção a eleger: o tema livre ou o mote previamente estabelecido? Exemplo: o Salão Medplan 'decretou' o tema consumismo - o que, em certa medida, 'direcionou' o raciocínio dos desenhistas. Quando o tema é livre, a tempestade de ideias embaralha o meio de campo... ou não?

OLD CARTUM


A ESTÁTUA. Cartum de Bosc.

FILHOS DE JOÃO FUTEBOL CLUBE


Estreia hoje nas telas nacionais Filhos de João, o Admirável Mundo Novo Baiano, documentário que conta a história do grupo musical Novos Baianos. O filme, dirigido por Henrique Dantas, se concentra em um dos períodos mais férteis e efervescentes da produção musical brasileira - final da década de 1960 -, época em que o grupo eclodiu. Foi neste período que João Gilberto, recém chegado dos Estados Unidos, começou a conviver com os Novos Baianos, tornando-se uma espécie de guru. Com extrema sensibilidade, e absoluta despretensão, transformou a mentalidade daqueles jovens irreverentes e mudou o rumo da MPB.

O título deste post alude ao antológico bolachão Novos Baianos F. C., de 1973, que permanece marcante, com espaço próprio na wikipédia.

PROJETO MASCATE EM TERESINA


O projeto "Mascate - Poesia e Música, a vida em versos e acordes", de Goiânia-GO, estará neste fim de semana em Teresina (Teatro João Paulo II). Toda a programação é gratuita. O grupo estimula a reflexão em torno dos entrecruzamentos da atividade poética e da produção musical.

Informações / Contatos:PMT/Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves – Diego Iglesias / Luana Campos / Amana Dias 9998-7657 / 8827-4982 / 3215-7819.

ESCÂNDALO CONTINUADO (V)


Charge publicada em jornal de Murdoch causa polêmica no Twitter

Nesta quinta-feira, o jornal britânico “The Times of London”, que pertence ao conglomerado de mídia do magnata Rupert Murdoch, publicou uma polêmica charge que causou alvoroço no Twitter (...).

O desenho, intitulado “Prioridades”, retrata crianças somalis desnutridas, e uma delas diz: “I’ve had a bellyful of phone-hacking” (em tradução livre, “estou com a barriga cheia de escutas telefônicas”). Há alusão a dois acontecimentos atuais -- de um lado, o escândalo deflagrado no jornal “News of the World”, de Murdoch, e, de outro, a maior seca das últimas cinco décadas na região do Chifre da África, que deixou milhares de crianças desnutridas. (...)

“Alguém mais acha que esta charge faz parte de uma estratégia da Edelman?”, opinou Emma Gilbey Keller, que é casada com Bill Keller, editor do “The New York Times”. Ela faz referência à empresa de relações públicas contratada por Murdoch para reparar os danos à imagem causados pelo escândalo dos grampos ilegais.

Já o escritor Alex Alvarez chamou o desenho de “potencialmente ofensivo”. “Existem vários meios para lidar com um escândalo dessa dimensão, alguns menos aconselháveis que outros. Divulgar um pedido de desculpas público pelos erros e maus julgamentos? É uma boa ideia. Dialogar com os indivíduos responsáveis? Geralmente funciona”, escreveu. “Publicar uma charge ofensiva e de mau gosto fazendo alusão a sérias alegações e à pobreza extrema? Isso quase nunca funciona.”
Ele concorda, no entanto, que é preciso dar mais atenção à crise na Somália e na região do Chifre da África. (...)

Anna Holmes, blogueira, acredita que a fome no Chifre da África não tem tido o devido destaque e, nesse sentido, concorda com a charge. “A mídia pode andar e mascar chiclete ao mesmo tempo. Ela pode falar sobre grampos e fome.”

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Entreouvido num pub: "Do lado de baixo do equador tudo acaba em pizza. Que o caso dos grampos de Murdoch não acabe em charge."

Nota: Relativamente à trágica situação  na África, são três milhões de mortos em perspectiva. Mas os países ocidentais não podem ajudar, ao contrário, até diminuíram suas ajudas pela metade, pois o dinheiro disponível para as emergências precisou ser usado na ajuda aos bancos, ameaçados de falência na crise financeira mundial.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

PICLES



LEMA DA IMPRENSA VENAL: FUI, VI, DISTORCI.


A classe média torceu o nariz para a plebe rude e foi fazer a décima operação plástica.


CENA IMPAGÁVEL: CORRUPTOS JOGADOS NO OLHO DA RUA FRAUDULENTAMENTE ASFALTADA.


Administrador corrupto insiste em só atender aos reclamos dos sem-teto quando lhe der na telha.


TIO SAM É UM DEMOCRATA CONVICTO, TEA À PARTY.

DILMA TIRA A LIMPO


Charge de Nani.

DILMA EXTERMINADORA


Charge de Paixão.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

ARAUTOS DA INTOLERÂNCIA


O moderno reacionário é a porta de entrada do velho fascismo

Por Marcelo Semer


Se você não entendeu a piada de Rafinha Bastos afirmando que para a mulher feia o estupro é uma benção, tranquilize-se.

O teólogo Luiz Felipe Pondé acaba de fornecer uma explicação recheada da mais alta filosofia: a mulher enruga como um pêssego seco se não encontra a tempo um homem capaz de tratá-la como objeto.

Se você também considerou a deputada-missionária-ex-atriz Myriam Rios obscurantista ao ouvi-la falando sobre homossexualidade e pedofilia, o que dizer do ilustrado João Pereira Coutinho que comparou a amamentação em público com o ato de defecar ou masturbar-se à vista de todos?

Nas bancas ou nas melhores casas do ramo, neo-machistas intelectuais estão aí para nos advertir que os direitos humanos nada mais são do que o triunfo do obtuso, a igualdade é uma balela do enfadonho politicamente correto e não há futuro digno fora da liberdade de cada um de expressar a seu modo, o mais profundo desrespeito ao próximo.

O moderno reacionário é um subproduto do alargamento da cidadania. São quixotes sem utopias, denunciando a patrulha de quem se atreve a contestar seu suposto direito líquido e certo a propagar um bom e velho preconceito.

Pondé já havia expressado a angústia de uma classe média ressentida, ao afirmar o asco pelos aeroportos-rodoviárias, repletos de gente diferenciada. Também dera razão em suas tortuosas linhas à xenofobia europeia.

De modo que dizer que as mulheres - e só elas - precisam se sentir objeto, para não se tornarem lésbicas, nem devia chamar nossa atenção.

Mas chamar a atenção é justamente o mote dos ditos vanguardistas. Detonar o humanismo sem meias palavras e mandar a conta do atraso para aqueles que ainda não os alcançaram.

No eufemismo de seus entusiasmados editores, enfim, tirar o leitor da zona de conforto.

É o que de melhor fazem, por exemplo, os colunistas do insulto, que recheiam as páginas das revistas de variedades, com competições semanais de ofensas.

O presidente é uma anta, passeatas são antros de maconheiros e vagabundos, criminosos defensores de ideais esquerdizóides anacrônicos e outros tantos palavrões de ordem que fariam os retrógrados do Tea Party corarem de constrangimento.

Não é à toa que uma obscura figura política como Jair Bolsonaro foi trazida agora de volta à tona, estimulando racismo e homofobia como direitos naturais da tradicional família brasileira.

E na mesma toada, políticos de conhecida reputação republicana sucumbiram à instrumentalização do debate religioso, mandando às favas o estado laico e abrindo a caixa de Pandora da intolerância, que vem se espalhando como um rastilho de pólvora. A Idade Média, revisitada, agradece.

Com a agressividade típica de quem é dono da liberdade absoluta, e o descompromisso com valores éticos que consagra o "intelectual sem amarras", o cântico dos novos conservadores pode parecer sedutor.

Um bad-boy destemido, um lacerdista animador de polêmicas, um livre-destruidor do senso comum.

Nós já sabemos onde isto vai dar.

O rebaixamento do debate, a política virulenta que se espelha no aniquilamento do outro, a banalização da violência e a criação de párias expelidos da tutela da dignidade humana.

O reacionário moderno é apenas o ovo da serpente de um fascismo pra lá de ultrapassado.

(Fonte: Terra Magazine).

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Marcelo Semer é Juiz de Direito em São Paulo. Foi presidente da Associação Juízes para a Democracia. Coordenador de "Direitos Humanos: essência do Direito do Trabalho" (LTr) e autor de "Crime Impossível" (Malheiros) e do romance "Certas Canções" (7 Letras).

CHARGE COMENTADA


Charge de Duke.

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Para o lixo, mesmo, os corruptos estariam sendo mandados se todo o dinheiro originado dos contratos e aditivos fraudulentos viesse a ser revertido para o Erário. De qualquer modo, o (ainda parcial?)desmonte da(s) quadrilha(s) que há décadas surrupiam recursos públicos no ministério/DNIT é um alento.

O FATOR EMPREGO


.Menor índice de desemprego (6,2%) desde 2002, ano em que a metodologia passou a ser aplicada;

.Empregos gerados em junho (215.393) só 'perdem' para o mesmo mês em 2008, antes da crise financeira mundial;

.Empregos gerados nos EUA em junho: 18 mil (particularidade que espelha a trágica situação da economia americana).

Emprego, eis o principal indicador de todos os modelos econômicos. A máquina da propaganda pode bombar o quanto puder, mas ao fim e ao cabo o que se impõe é o emprego, expresso na seguinte indagação: quantos da população apta estão empregados?

O emprego se consolida. Bom pro povão..

ESCÂNDALO CONTINUADO (IV)


Charge de Santo.

ESCÂNDALO CONTINUADO (III)


Charge de Dálcio Machado.

terça-feira, 19 de julho de 2011

O VENTO SERÁ TUA HERANÇA


Dirigido por Stanley Kramer em 1960, O Vento Será Tua Herança tem roteiro assinado por Nathan E. Douglas e Harold Jacob Smith, adaptado da peça de Jerome Lawrence e Robert E. Lee. A peça, por sua vez, foi inspirada em um fato real conhecido como o "Processo do Macaco de Scopes", que aconteceu em 1925 no estado americano do Tennessee. Lá, um professor de biologia foi julgado por ensinar a Teoria da Evolução das Espécies de Charles Darwin em uma escola pública. O filme começa com o professor sendo preso e o caso ganhando repercussão nacional. A pequena cidade de Hillsboro se transforma no palco de um grande confronto de ideias. De um lado, o advogado Henry Drummond (Spencer Tracy), defensor do evolucionismo. Do outro, o promotor fundamentalista Matthew Harrison Brady (Fredric March), que defende o criacionismo. Um filme de tribunal dos bons, com dois grandes atores no auge da forma e com um roteiro ágil e repleto de diálogos inteligentes e bem fundamentados na argumentação de seus pontos-de-vista. Em tempo: o título original, assim como a bela tradução nacional, faz referência a um provérbio do Livro de Eclesiastes.

O VENTO SERÁ TUA HERANÇA (Inherit the Wind - EUA 1960). Direção: Stanley Kramer. Elenco: Spencer Tracy, Fredric March, Gene Kelly, Dick York, Donna Anderson, Harry Morgan, Claude Akins e Elliott Reid. Duração: 128 minutos. Distribuição: Fox.

Fonte: Cinemarden.

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Trata-se de um clássico, um filme interessantíssimo que aborda com muita habilidade a eterna colisão entre criacionismo e evolucionismo - e também, claro, realismo e reacionarismo. Uma observação: Gene Kelly, no papel do jornalista G. K. Hornbeck, do Baltimore Sun, retrata na verdade Henry Louis 'H. L.' Mencken, o maior jornalista norte-americano de todos os tempos. Jornalista, articulista, cronista, editorialista, H. L. Mencken foi o primeiro jornalista a ter uma coluna própria, espaço em que reinava, revogadas eventuais disposiçoes em contrário do dono/editor do jornal. Textos antológicos de Mencken foram publicados no Brasil: 'O Livro dos Insultos', tradução de Ruy Castro.

O MONSTRO DA SOLIDÃO


Por Dahmer.

CORRUPTOS AO VOLANTE


Charge de Junião.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

ESCÂNDALO CONTINUADO (II)


Mas quantas vezes antes não acreditamos ter chegado ao fundo e depois ouvimos batidas vindas de baixo?


(TIMOTHY GARTON ASH, professor de estudos europeus da Universidade Oxford, sênior fellow da Hoover Institution, da Universidade Stanford, em artigo sobre o escândalo do finado tabloide britânico News of the World, do magnata australiano Rupert Murdoch, que envolve carradas de grampos telefônicos, assassinatos de reputação - e eventualmente até assassinatos nus e crus -, conluios políticos, corrupção policial, demissões, prisões etc. No artigo, Ash especula sobre o surgimento de revelações ainda mais escabrosas do que as até agora expostas ao público. 'Desse atoleiro pútrido deveria surgir todo um novo arranjo: no equilíbrio entre política, mídia, polícia e lei; na autorregulação da imprensa; e na prática do jornalismo.' ).