terça-feira, 19 de julho de 2011

O VENTO SERÁ TUA HERANÇA


Dirigido por Stanley Kramer em 1960, O Vento Será Tua Herança tem roteiro assinado por Nathan E. Douglas e Harold Jacob Smith, adaptado da peça de Jerome Lawrence e Robert E. Lee. A peça, por sua vez, foi inspirada em um fato real conhecido como o "Processo do Macaco de Scopes", que aconteceu em 1925 no estado americano do Tennessee. Lá, um professor de biologia foi julgado por ensinar a Teoria da Evolução das Espécies de Charles Darwin em uma escola pública. O filme começa com o professor sendo preso e o caso ganhando repercussão nacional. A pequena cidade de Hillsboro se transforma no palco de um grande confronto de ideias. De um lado, o advogado Henry Drummond (Spencer Tracy), defensor do evolucionismo. Do outro, o promotor fundamentalista Matthew Harrison Brady (Fredric March), que defende o criacionismo. Um filme de tribunal dos bons, com dois grandes atores no auge da forma e com um roteiro ágil e repleto de diálogos inteligentes e bem fundamentados na argumentação de seus pontos-de-vista. Em tempo: o título original, assim como a bela tradução nacional, faz referência a um provérbio do Livro de Eclesiastes.

O VENTO SERÁ TUA HERANÇA (Inherit the Wind - EUA 1960). Direção: Stanley Kramer. Elenco: Spencer Tracy, Fredric March, Gene Kelly, Dick York, Donna Anderson, Harry Morgan, Claude Akins e Elliott Reid. Duração: 128 minutos. Distribuição: Fox.

Fonte: Cinemarden.

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Trata-se de um clássico, um filme interessantíssimo que aborda com muita habilidade a eterna colisão entre criacionismo e evolucionismo - e também, claro, realismo e reacionarismo. Uma observação: Gene Kelly, no papel do jornalista G. K. Hornbeck, do Baltimore Sun, retrata na verdade Henry Louis 'H. L.' Mencken, o maior jornalista norte-americano de todos os tempos. Jornalista, articulista, cronista, editorialista, H. L. Mencken foi o primeiro jornalista a ter uma coluna própria, espaço em que reinava, revogadas eventuais disposiçoes em contrário do dono/editor do jornal. Textos antológicos de Mencken foram publicados no Brasil: 'O Livro dos Insultos', tradução de Ruy Castro.

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