domingo, 27 de maio de 2012

CPMI: DA SÉRIE COMO AMACIAR IMPACTOS


"O ex-ministro da Defesa Nelson Jobim negou hoje que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha pressionado o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a adiar o julgamento do mensalão, usando como moeda de troca a CPI do Cachoeira. Reportagem da revista 'Veja' publicada neste sábado relata um encontro de Lula com Gilmar no escritório de advocacia de Jobim, em Brasília, no qual o ex-presidente teria dito que o julgamento em 2012 é 'inconveniente' e oferecido ao ministro proteção na CPI, de maioria governista. Gilmar tem relações estreitas com o senador Demóstenes Torres (sem partido, GO), acusado de envolvimento com a quadrilha do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

'O quê? De forma nenhuma, não se falou nada disso', reagiu Jobim, questionado pelo Estado. 'O Lula fez uma visita para mim, o Gilmar estava lá. Não houve conversa sobre o mensalão', reiterou.

Segundo a revista, Gilmar confirmou o teor dos diálogos e se disse 'perplexo' com as 'insinuações' do ex-presidente. Lula teria perguntado a ele sobre uma viagem a Berlim, aludindo a boatos sobre um encontro do ministro do STF com Demóstenes na capital alemã, supostamente pago por Cachoeira. (...)"



(Matéria da Agência Estado, de ontem, 26, cuja íntegra está aqui. Limitar-me-ei ao seguinte: há dias circulam, na imprensa alternativa, rumores de que, em passado recente, o ministro Gilmar encontrou-se em Berlim, Alemanha, com Demóstenes Torres e o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Indaga-se: qual seria o impacto de tal revelação caso ela emergisse em primeira mão dos trabalhos da CPMI? Com certeza, estrondoso. O que se vê desde logo é que a revelação foi feita na grande mídia, debutou; caso a CPMI a confirme, não será mais, digamos, inédita; já foi 'amaciada'. É exatamente aí que, algo nos diz, reside o pulo do gato. E de quebra ainda agrava o mensalão.)

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