quinta-feira, 10 de maio de 2012

FATURA PENDENTE


Os 38 envolvidos no chamado Mensalão serão julgados em breve, e o ritual prevê que o procurador-geral cuidará da acusação. Gurgel disporá de cinco horas para fazê-lo.

Ao descartar a ida à CPMI do Cachoeira para explicar seu comportamento omissivo na apuração das falcatruas - omissão responsável pelo atraso de dois anos e alguns meses nas prisões/desmascaramento de figuras diversas, algumas das quais foram até eleitas nas eleições de 2010 -, o procurador atribuiu a pressão a políticos 'aflitos', ligados a mensaleiros idem.

Gurgel parece ter agido de forma apressada ao esgrimir o argumento: entre os integrantes da CPMI que reclamam explicações figuram parlamentares do PSOL, PMDB e até do DEM. Estariam eles também aflitos, por acaso? E os demais prejudicados, como autoridades policiais ligadas a outras investigações, a exemplo da Satiagraha, acaso não julgam indispensável a oitiva do procurador? Outro ponto: em que nível a pressão de 'aflitos' mensaleiros lograria mudar o posicionamento do procurador? Qual seria a vantagem, na prática? Que argumento é esse?!

O fato é que o procurador Gurgel obstou o trâmite processual, beneficiando meliantes. Deve explicações. 

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