segunda-feira, 31 de outubro de 2011

HEDY LAMARR, A DALILA

 
Ela nasceu Hedwig Ava Maria Kiesler no seio de uma família de classe média alta judaica de Viena (Áustria), seu pai um banqueiro, sua mãe pianista. Max Reinhardt, a maior figura do teatro alemão, com quem estudou, costumava chamá-la de "a mulher mais bonita da Europa", mais tarde usada por publicitários da MGM.
 
Hedy Lamarr nasceu em Viena (1913) e morreu nos EUA ( 2000). Filha de judeus, foi também engenheira e naturalizou-se americana. Foi estrela da MGM até 1945 e, em 1949, representou Dalila na gigantesca produção da Paramount Pictures, Sansão e Dalila, sob direcção de Cecil B. DeMille.
 
Como muitas Dalilas antes dela, trata-se de uma recriação complexa e cuidada (a direção artística da Paramount era extremamente exigente, com direção do alemão Hans Dreier; o guarda-roupa esteve a cargo da grande estilista norte-americana Edith Head, a soberba fotografia a cargo de George Barnes).
 
DeMille deixou testemunhos de que, embora baseando-se em representações pictóricas anteriores (cita Rembrandt, Rubens, Solomon e Doré, entre outros), pretendia uma Dalila com um toque de Jean Simons, Lana Turner e Vivien Leigh, acabando por achar esses ingredientes numa estrela estrangeira, detentora de um toque europeu e conotada com o noir movie: Hedy Lamarr.

(...). (O lado sombrio de Hedy Lamarr)
 
(...) escândalo e trivialidades: duas prisões (sem provas) por furto, uma falência, uma falsa acusação de estupro, uma reivindicação de seguro fraudulenta; a publicação de um magro livro de memórias, Ecstasy and Me (1965), que levou a atriz processar seu ghost-writer por declarações que ela nunca tinha feito.
 
Talvez isso tenha resultado no seu descontentamento e frustração profissional e intelectual, porque em 1940, com base em conhecimentos de tecnologia militar absorvida durante seu primeiro casamento, ela se juntou com o pianista, compositor e inventor George Antheil na criação de um sistema de torpedo-defesa que levou a uma patente e reconhecimento do Conselho Nacional de Invenção. Este sistema, décadas mais tarde serviu de base para a criação do que conhecemos hoje por “Celular”! Era um sofisticado aparelho de interferência em radares inimigos. (...)
 
Caricatura: João de Deus Netto. (Fonte: Cinemascope).

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