(GGN)
A OPEP, o mercado mundial do petróleo e a privatização da Petrobras
Por André Araújo (No GGN)
O mercado mundial de petróleo é determinado desde 1974 pela ORGANIZAÇÃO DOS PAÍSES EXPORTADORES DE PETRÓLEO, a OPEP, com sede em Viena.
A OPEP controla 60% das exportações mundiais, detém 75% das reservas globais (total das reservas é de 1,144 trilhão de barris) e por sua atuação determina o preço final do barril de óleo cru no mundo. Já as empresas estatais, incluindo de países não membros da OPEP (Rússia, México, Brasil) detêm 91% das reservas mundiais (segundo a Cambridge Energy Research); portanto, o mercado mundial de petróleo é de controle estatal e não privado.
A OPEP é uma associação de EMPRESAS ESTATAIS DE PETRÓLEO, que são os braços operacionais dos países produtores. Das 20 maiores empresas de petróleo do mundo 13 são estatais, incluindo a PETROBRAS. Portanto, a realidade mundial do petróleo NÃO É A MESMA do passado, quando as “SETE IRMÃS” privadas eram donas das reservas e do mercado, época quando alguns provincianos bolsistas da CAPES cursaram a Universidade de Chicago e lá sofreram lavagem cerebral acreditando que o mercado resolve tudo. O petróleo virou domínio estatal por todo o mundo e nada indica uma mudança.
A realidade do mercado mundial do petróleo hoje é dominada por estatais e não por empresas privadas. Portanto a PETROBRAS está no clube das empresas estatais que dominam o mercado mas pretende sair desse clube e cair para o andar de baixo, o Brasil perdendo um lugar na 1ª classe e optando pela 2ª ou 3ª classe, pior ainda, a estatal do 1º time virando empresa privada CONTROLADA PELO CAPITAL ESTRANGEIRO; já agora caímos para a 4ª classe, para alegria de lunáticos de Chicago, que só concebem um Brasil colonizado como o antigo Congo Belga, ficaremos abaixo de Angola, que ostenta orgulhosamente sua estatal de petróleo, a SONANGOL, que ninguém em Angola sonha em privatizar.
http://www.goldnews.com.cy/en/listings/the-world%E2%80%99s-top-20-oil-companies
POR QUE NENHUM PAIS ESTA VENDENDO ESTATAL DE PETRÓLEO ?
A Saudi Aramco teve uma avaliação para IPO de US$2 trilhões. Não está à venda, como não estão nenhuma das 13 majors estatais de petróleo, com uma única exceção, a PETROBRAS, controlada hoje por neoliberais provincianos, medíocres e jurássicos, que estudaram nos EUA com bolsa do Estado brasileiro.
As estatais de petróleo são consideradas ARMAS DE SOBERANIA, instrumento estratégico do País, (e isso) não é uma pobre visão de mercado, é uma questão muito mais alta e com horizonte de longo prazo, para garantia das futuras gerações, é uma questão nacional e não de “mercado”.
A PRIVATIZAÇÃO DA PETROBRAS...
...Está sendo tramada entre piadinhas com as comadres da GLOBONEWS, incapazes de uma única observação, controvérsia, contraponto a essa ideia absurda das Miriams e Sardenbergs acham lindo e elogiam a genialidade de Paulo Guedes. Os planos são sinistros. Primeiro vender as refinarias, a BR Distribuidora, as petroquímicas, os gasodutos, os oleodutos, ao final sobra o pré-sal já em grande parte vendido, a venda final será da marca PETROBRAS, tudo sem licitação; negociam secretamente ao preço que o presidente da Petrobras quiser, lhe foram dados salvo condutos para fazer essas transações a portas fechadas, sem consultar a União, maior acionista mas que é desprezada porque o importante são os acionistas minoritários de Nova York.
O projeto tem história. Começa na Lava Jato demonizando a empresa, passa pelo Departamento de Justiça dos EUA, que colocou fiscais na empresa por dez anos e termina na venda final da marca, depois de raspar o caixa com acordos indenizatórios para acionistas minoritários americanos, o maior golpe financeiro da década, tudo tramado no Brasil e em Washington com o luxuoso apoio de advogados internacionais e seus correspondentes nacionais, inclusive o “advogado sem mácula”, acordos esses quase secretos, mal explicados e sem perguntas da mídia, sempre solícita a quem lesa o Brasil.
Em nenhum momento da História nacional um grupo de aventureiros teve licença para desfazer de forma tão fácil o patrimônio nacional. Para vender um banco de jardim a Lei de Licitações 8.666 exige grande número de documentos e autorizações. Para vender a 7ª empresa de petróleo do mundo não precisa nada, basta escolher o comprador mais simpático e depois dar entrevista na GLOBONEWS entre risadinhas e piadinhas.
A GARANTIA DE ABASTECIMENTO E DE PREÇOS
Vendida a PETROBRAS o Brasil perde toda segurança energética e fica à mercê dos preços do “mercado” de combustíveis, que no mundo inteiro é cartelizado por grandes empresas; teremos a gasolina e o diesel mais caros do mundo. O cenário não é uma surpresa, foi assim desejado por um Congresso omisso, por uma população apática, por uma mídia aparvalhada para conseguir a melhor entrevista que anunciará a venda da Amazônia sem licitação.
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"Em nenhum momento da História nacional um grupo de aventureiros teve licença para desfazer de forma tão fácil o patrimônio nacional. Para vender um banco de jardim a Lei de Licitações 8.666 exige grande número de documentos e autorizações. Para vender a 7ª empresa de petróleo do mundo não precisa nada, basta escolher o comprador mais simpático e depois dar entrevista na GLOBONEWS entre risadinhas e piadinhas."
No governo FHC, no intuito de preparar a Petrobras para a privatização, foi emitido um decreto para regular as transações da estatal, que assim ficaria livre das 'amarras' da Lei de Licitações. A alegação era a de que a Lei 8.666 'engessava' a Petrobras, que assim se tornava morosa, sem agilidade para mover-se no mercado. Desde então a Petrobras passou a observar legislação especial. No mesmo passo, tentou-se mudar o nome da empresa para PetrobraX, o que não prosperou. Mas 'deu certo' a habilitação da Petrobras na Bolsa de Nova York, que lá passou a operar mediante títulos especiais (para empresas externas) chamados ADRs. Pronto, a Petrobras estava de cara nova, palatável, ágil, no ponto de ser privatizada. Mas felizmente a reação de setores engajados do povo brasileiro impediu a jogada.
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