terça-feira, 12 de julho de 2016

UMA SUCINTA ANÁLISE DO CENÁRIO BRASILEIRO


"Volto ao meu país num momento crítico de ruptura institucional, mas com uma certeza: a sociedade brasileira não cabe num golpe, qualquer que seja a sua natureza. Ela é marcada por uma diversidade substantiva que se expressa em variados, profundos e robustos movimentos sociais e culturais. A legitimidade é um imperativo maior no ambiente social brasileiro e este Governo muito dificilmente se tornará legítimo. Ainda mais porque tem como agenda principal o desmonte do nosso incipiente Estado do Bem-Estar Social.






(De Ricardo Carneiro, ao entregar o cargo de Diretor-executivo do Brasil no BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento, que exerceu ao longo de quatro anos, em discurso em que analisa a situação econômica e política brasileira.

Segundo o ex-diretor, as discussões na Comissão do Senado não conseguiram provar um crime de responsabilidade da presidente Dilma - enquanto no âmbito econômico a ilegitimidade está presente na agenda adotada pelo governo interino, derrotada nas urnas.

Para ele, no curto prazo a gestão fiscal se caracteriza por um "Keynesianismo fisiológico", uma vez que a nova meta fiscal cria um "espaço elástico para ampliar gastos" - e no longo prazo a meta de crescimento zero no gasto primário se torna absolutamente inadequada:

"Se é certo que as despesas primárias vinham crescendo acima do PIB por um longo período, nada justifica estabelecer uma meta tão draconiana. Fazê-la crescer em linha com o PIB seria bem mais razoável. A disputa por recursos no âmbito do orçamento será exacerbada e a pressão para romper a regra será permanente. Por último, mas não menos importante, a nova regra fiscal, ao implicar a redução progressiva da participação dos gastos públicos no PIB, deverá atuar como um fator de contração da demanda agregada".

Para Ricardo Carneiro, "somente eleições diretas gerais serão capazes de corrigir o déficit de legitimidade que hoje tem o governo interino, da mesma maneira que somente elas corrigirão a baixa popularidade de Dilma, caso ela retorne ao poder". Fonte: AQUI).

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