segunda-feira, 4 de julho de 2016

SOBRE GESTORES DA ECONOMIA E BONDADES INTERINAS


"André,
Como sempre, concordo com tudo o que você diz - no artigo "A terceirização da política econômica" (AQUI) -  nesse tocante:
– Quando ambos, Fazenda e BC, são oriundos do MERCADO FINANCEIRO, o Governo do Brasil perde completamente o domínio sobre a política econômica para o sistema financeiro, que gere sozinho e sem contrapontos o total da economia.
– É um CASO ÚNICO entre as dez maiores economias do planeta, não há nenhum outro País onde se cometeu semelhante desatino. O sistema financeiro tem seus próprios interesses que são por natureza ANTAGÔNICOS aos interesses da economia produtiva, terceirizar para esse sistema o total da política econômica é suicídio político.
– No presente momento há uma agravante, Henrique Meirelles fez toda sua carreira no Banco de Boston, um banco regional americano que no Brasil se especializou em atender clientes de alta renda. Esse Banco foi vendido ao BANCO ITAÚ, todas as agências do Banco de Boston se transformaram em agências do Banco Itaú dedicadas a clientes Personalité, a faixa mais alta de renda.  Já o Presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, era, até antes de ser indicado, o principal economista do Banco Itaú, do qual era diretor. Quer dizer, dos três membros do Conselho Monetário Nacional, DOIS tem vinculação com o Banco Itaú, o maior banco privado nacional.
Como disse, concordo com tudo.
Não tem direita, esquerda, centro, heterodoxia ou até mesmo ortodoxia nesse conflito.
Arrocho fiscal + aperto monetário numa depressão econômica?
Milton Friedman reviraria na tumba se colocassem esse disparate na conta dele!
De novo:
Não tem direita, esquerda, centro, heterodoxia ou ortodoxia...
É apenas:
Rentismo vs. o resto do país... versus a economia produtiva.
*   *   *
Mas... tenho que pegar no seu pé um pouco.
No início tolerou o golpe, (acredito que) pensando que haveria o "prêmio Temer", de "reestabelecimento da confiança" (sic), que, dizia-se, permitira cortar 2 pontos da SELIC “logo de cara”.
Já eu, assim como o Nassif, já antecipava todas as "parcelazinhas" que Temer ia ter que pagar ao consórcio do golpe, por sua situação jurídico-político-criminal ser extremamente precária.
E pagou:
– Déficit inflado, aumentos para as corporações, entrega dos ativos do Estado subavaliados, não recompor a arrecadação com a CPMF, despejar dinheiro na velha mídia familiar, e...
– Entregar - mais ainda do que os governos do PT - o BC e o CNPM ao mercado financeiro.
Pior: ao Itaú!
Está aí a confirmação.
Com Barbosa e Tombini, provavelmente estaríamos menos pior hoje.
Concordamos? 
*   *   *
Por André Araújo
Meu caro,
Jamais entrei nesse conto do vigário de “restauração da confiança” e publiquei aqui no blog artigo especificamente sobre essa lorota. A saída da recessão tem que vir obrigatoriamente da expansão monetária que gera poder de compra. A demanda vem antes do investimento e não depois, restaurar a confiança para virem os investidores?
Eles virão por que. se não há demanda em nenhum setor da economia?
*   *   *
Por Romulus
Mas hoje acha que estamos melhor ou pior do que estávamos com Nelson Barbosa e Dilma - do ponto de vista da perspectiva macroeconômica para o futuro próximo?
Sim, ela não aprovava mais nada no Congresso, eu sei...
Mas Temer aprovou alguma coisa que preste?
Consegue aprovar alguma coisa que contrarie os lobbies que entraram no consórcio do golpe?
- NÃO!
Com Dilma/Barbosa, pelo menos a parte que era de competência do Executivo ficava resguardada.
A bomba era apenas o Congresso.
Que continua sendo uma bomba.
Nada ali mudou.
Ex.: ela barrou, com sua proposta orçamentária, esse obsceno aumento das corporações.
Certamente contribuiu para o seu desgaste.
Lembre do próprio Lewandowski – um dos poucos interlocutores seus no STF! – indo cobrar dela reajuste do Judiciário...
– Quando ela foi lhe falar sobre o golpe, legalidade e democracia!
(Isso sabemos graças aos famosos grampos do Machado...)
E, mesmo com a cabeça na guilhotina, a mulher não cedeu.
Já Temer, o precário, teve de se render (?) e pagar essa parcela da fatura do golpe já na primeira semana.
(Temer já se encontrara com o tal Robalinho da Associação Nacional dos Procuradores da República – ANPR clandestinamente no Jaburu, antes da votação no Senado, como revelou aqui o Nassif, “acertando os ponteiros”...)
Pior:
– Temer teve a cara de pau de pedir “palmas” para os deputados pelo "grande momento" do Congresso!
[Pausa involuntária para vomitar]
Em resumo:
- Quero saber em que grau está o arrependimento quanto à posição anterior sobre o golpe.
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Post relacionados:



(De Romulus, em – Comando da Economia nas mãos da Itaú. – Mais uma "parcelazinha" da fatura do golpe paga por Temer. Comentários ao post "A terceirização da política econômica", de André Araujo, publicado no Jornal GGN - aqui).

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