Incrível depoimento do capixaba Roberto Menescal a Rolando Boldrin no programa Sr. Brasil
(Menescal fala a Boldrin)
Retalho colorido
Por Geraldo Hasse
Era reprise de um programa apresentado no ano passado, mas o conteúdo veio com sabor de novidade no domingo de carnaval 11 de fevereiro de 2018.
- Como foi que nasceu a batida da bossa nova? - perguntou o Sr. mestre de cerimônias.
- É que a gente não sabia tocar samba -- respondeu na lata Menescal, explicando, com extrema sinceridade, que cada tocador de violão tinha uma batida diferente nas cordas do instrumento. Havia o Baden Powell. O Carlinhos Lira. O Sérgio Castro Neves. Até o veterano Dorival Caymmi tinha um modo peculiar de tocar. Aí chegou o João Gilberto com seu dindindon... O pessoal do jazz nos Estados Unidos se ligou na batida da bossa nova...
- E como nasceu o nome Bossa Nova?
- A Silvinha Telles, que era cantora profissional, nos convidou pra dar uma canja num show dela na Hebraica, do Rio. Juntamos a turma em dois taxis e fomos pra lá. Subimos por uma escadaria em curva e tinha lá um cartaz escrito assim:
“Hoje Silvinha Telles com o grupo Bossa Nova”.
Ficamos achando que o tal grupo Bossa Nova pudesse ficar chateado com a gente. Então perguntamos ao diretor cultural da Hebraica qual era a situação. E ele:
- Ah, não, botei esse nome aí porque não sabia nada de vocês.
- Oba - falou Menescal. - Agora já temos nome!
Na conversa com Boldrin, Menescal revelou que a turma dele, no Rio, queria fazer um tipo de música livre do tom pesado do samba-canção, aquelas músicas com letras sobre amores impossíveis, dor de cotovelo, paixões desesperadas.
“A gente tinha 18 anos, queríamos viver a vida numa boa”, explicou o autor do Barquinho e de outras 500 canções.
O pessoal da bossa nova queria cantar a alegria de viver que ressurgia em 1956, início da era JK.
A bossa nova foi construída em apartamentos do Rio de Janeiro, que logo deixaria de ser capital federal embora os cariocas continuassem achando que nunca a Cidade Maravilhosa deixaria de ser o centro do Brasil…
Num desses apartamentos cariocas morava a família da capixaba Nara Leão, que se tornou a vozinha característica da bossa nova, até que foram chegando ao palco outras vozes: Bethania, Gal etc.
Ouvindo depoimentos como esse de Roberto Menescal, que carrega em si o despojamento característico dos capixabas, a gente percebe que o pequeno-grande Espírito Santo também faz parte da colcha de retalhos que constitui a maior riqueza brasileira – a MPB. - (Aqui).
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Para conferir o Sr. Brasil acima referido, clique AQUI.
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