domingo, 25 de fevereiro de 2018

LOUVEMOS O RETORNO (TRIUNFAL) DO JORNAL DO BRASIL

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Quando vem à baila o velho Jornal do Brasil, recordo, de cara, as figuras de Carlos Castello Branco, o arguto analista político, futucando, habilidosamente, bastidores da política 'chumbada' de então, do cartunista Ziraldo Alves Pinto e do poeta e cronista Carlos Drummond de Andrade. Este escriba ia às bancas para, entre outros, refestelar-se com o notável JB. Eis que ele está de volta. Bem vindo de volta, parceiro!
Nota: E, em nome de todos e todas que lá estão/estarão: Salve guerreira Hildegard Angel!


O Samba da Volta do JB - O Jornal do Brasil voltou, e o de amanhã já vai pras bancas

Por Hildegard Angel

Três dias depois de sua morte, Jesus Cristo, cumprindo a promessa, voltou. Após ressuscitar, subiu aos céus, anunciando que retornaria. E nós, com fé, aguardamos. Os Tribalistas voltaram no ano passado, 15 anos depois do primeiro e único álbum de Arnaldo Antunes, Marisa Monte e Carlinhos Brown. A banda Led Zeppelin também ressurgiu das cinzas, após seu fim em 1980, e mais de 20 milhões de pessoas se inscreveram para concorrer aos ingressos de seu último show em 2007. O gato cantor Felipe Dylon voltou! Desde o hit A Musa do Verão, de 2007, à nova Vai Ver o Sol Nascer, com que pretende voltar a bombar na meca musical. Silvio Caldas, o cantor famoso das serenatas, que JK adorava escutar, anunciou várias vezes o fim da carreira, e não conseguia parar. O mesmo acontecia com a cantora Elizeth Cardoso, a divina. Anunciava o último show e, em seguida, vinha o show do próximo anúncio. Para alegria dos fãs, estavam permanentemente de volta.
Agora, o exemplo mais expressivo de volta bem-sucedida foi o de Frank Sinatra. Depois de fase péssima, com baixas vendas de discos e plateias pela metade, anunciou a aposentadoria aos 56 de idade, com um show em Los Angeles. Mas só conseguiu segurar o gogó por dois anos, voltando glorioso com um dos maiores sucessos de sua carreira, New York/New York, quando então The Voice, como era chamado, viveu fase extraordinária.
Pois é, meus amores, este é o plano: o Jornal do Brasil voltar como Sinatra, ao som da melódica cidade do Rio de Janeiro/Rio de Janeiro, soltando a voz por ela e para ela, a favor dela, e não contra ela, sendo noticioso, e não tendencioso, com um jornalismo independente, empenhado em que o Estado do Rio de Janeiro retome seu natural posto de tambor de ressonância do país, de lançador de tendências, irradiador de alegria, modismos, estilos, sua vocação desde sempre, pelo próprio temperamento contagiante, irreverente e descontraído de seus cidadãos.
Uma volta carinhosamente acolhida pelos leitores saudosos, que, precedendo nossa chegada, se manifestaram pelas redes sociais com entusiasmo, o que só nos estimulou e confirmou que estamos no caminho certo.
Na contramão de tudo e de todos. No momento em que a mídia impressa fecha as portas e para as máquinas em todo o mundo, o Jornal do Brasil ousadamente retorna ao jornalismo diário em tinta e papel, aquele que a gente toca, sente, apalpa, amassa, recorta e, se quiser, guarda. As notícias com afetividade. Reportagens como memória nossa. O jornal que é matéria, parte da vida da gente. Não se dissolve no ar após a leitura. Fica perto, pra ser compartilhado, mostrado. Volta agora como um velho amor, saudosamente lembrado, ardorosamente esperado.
A partir deste 25 de fevereiro de 2018, quando o assinante do novo Jornal do Brasil encontrar seu velho e bom amigo no capacho da porta vai lembrar dessa minha paródia da canção emblemática de Toquinho e Vinicius, o Samba da Volta (do JB)“Você voltou, meu amor / alegria que me deu / quando a porta abriu / você me olhou, você me viu / ah, você se derreteu / e me folheou, me leu, me investigou / conferiu o que era todo seu / É verdade, eu reconheço, fui eu que quis/ mas agora tanto faz / O perdão pediu seu preço / meu leitor / Eu te amo / e Deus é mais”.
Bênção Toquinho, bênção Vinicius, bênção àqueles que compartilham da silenciosa frustração e da ardorosa ansiedade por um veículo em que possam, sinceramente, confiar. Um órgão da imprensa que lhes permita a sensação de transparência, de sinceridade na apuração e na transmissão das notícias, de responsabilidade e comprometimento com os básicos princípios constitucionais e democráticos, a soberania nacional e o povo brasileiro. Um jornal que não coloque outros interesses corporativos acima do nobre objetivo de informar seu leitor de maneira correta, ética e sem manipulação. Como nos bons tempos.
É este Jornal do Brasil – o novo Jornal do Brasil – que inspirou, também a mim, a voltar.
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Omar Catito Peres, o empresário responsável pelo ato de atrevimento, fazendo o Jornal do Brasil voltar a ser impresso em papel nas oficinas, o mensageiro desse grande sonho de todos nós, jornalistas e leitores, virou esta madrugada bem desperto e foi buscar o primeiro exemplar do seu Jornal do  Brasil diretamente saindo da esteira, para ter o prazer de manuseá-lo antes de todo mundo. Tem todo o direito. Na capa do  Caderno B, quem vemos? Ziraldo, o grande mestre ilustrador do Brasil, nome consagrado, que supervisiona a produção de Arte do JB, “o mineiro do traço e do humor”, conforme reza o título. Ao mestre o que é do mestre.
Como é de hábito, o Jornal do Brasil de Domingo já se encontra nas bancas no sábado. E eu estou lá, na Página 3 do Caderno B, fazendo a retrospectiva e revelando bastidores de minha vida profissional. Pauleira!  -  (Fonte: Blog Hildegard Angel - AQUI).

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