sábado, 16 de junho de 2018

O ARTIFÍCIO DO COMBATE ÀS FAKENEWS

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O 'estrago' produzido pelas redes sociais, ou melhor, pela internet sobre o sistema midiático desestruturou o status quo secularmente vigente. Até então, o acesso à informação dependia da vontade dos donos da imprensa/poder. Nos chamados anos de chumbo, quando a imprensa (notadamente a imprensa alternativa) passou a 'incomodar' o poder, sobreveio a censura prévia. Com a 'abertura', as coisas voltaram à normalidade: cada patrão dirigia o(s) seu(us) veículo(s), e a vidinha seguiu seu curso. Até que, com a Internet, tudo mudou. Redes sociais e blogosfera deixaram os até então poderosos a ver navios. Diante de uma realidade como a ora observada no Brasil, o patronato e seus parceiros consideraram imperiosa a adoção de medidas de 'contenção', que, dependendo de sua vontade, poderiam culminar até mesmo no banimento de seus 'desafetos' de canais como facebook. É em tal contexto que se insere, em grande parte, o artifício do combate às fake news...


Agências de checagem: os censores da ditadura agora são pós-modernos

Por Mauro Lopes (Do Brasil 247)

Vamos ser claros: as tais "agências de checagem", com poder de polícia que lhes foi concedido pelo Facebook (e que poderá se ampliado para outras redes sociais e áreas da comunicação) são os censores do tempo da ditadura pós-modernizados.

O Estado autoritário não precisa mais se preocupar com censura. O Ministério da Justiça não precisa reativar a carreira de censor (sim, ela existiu); as redações dos jornais (eles estão deixando de existir), dos portais, dos canais não precisam separar mesas para que aos censores sejam submetidos os textos antes da publicação. Nem o jornalista que agora trabalha em casa precisa de um banquinho para o censor ao seu lado.
Nada disso é preciso na censura pós-moderna.
O grande capital banca a formação dessas agências, seus cães de guarda, e elas começam a latir para o Facebook e outros, usando os mecanismos da eletrônica para passar sua caneta sobre o que é proibido (as "pilot" do tempo da ditadura).
Escrevi uma reportagem ontem sobre o verdadeiro submundo dessas agências ("O submundo das 'agências de checagem': dinheiro dos bancos e conflito de interesses" - aqui). É tenebroso. Nela como que uma dessas agências é patrocinado pelo 9º maior bilionário do país, banqueiro e minerador, com fortuna na cada dos R$ 13 bilhões que, no entanto, é apresentado candidamente no site da empresa de censura como "documentarista". 
Essa história de "fake news" é a mesma conversa mole da "corrupção" no golpe. O objetivo é derrotar e calar a esquerda, nada mais nada menos.
Não é à toa que no primeiro episódio deste novo esquema "agências de checagem" (de censura) + Facebook os alvos foram o 247, a Forum e o DCM.
Notícia falsa é o que a mídia conservadora planta cotidianamente na cara do país. Notícia falsa é a matéria prima do Jornal Nacional, da Folha, do UOL, do Estadão, do Globo....
É igual à corrupção. Ela sempre foi, e continua sendo, matéria prima do PSDB, do MDB, do DEM, dos bancos, das grandes empresas.
Mas no tempo da "pós-verdade", das "fake news", da "ética", tudo foi empacotado e reconfigurado para cassar a Dilma, prender o Lula e calar a mídia independente.
Tem gente até na esquerda que acredita nessa conversa mole. Eles confiam que somos trouxas.
Criar um conselho de comunicação público, com representantes dos veículos, dos trabalhadores e da sociedade para exercer o controle social sobre a indústria da informação eles não querem, aí é "censura" -ah, tá.  -  (Aqui).

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