sexta-feira, 17 de agosto de 2018

TRUMP E A REAÇÃO DA IMPRENSA

Joep Bertrams. (Holanda).

A mídia nacional exulta em face da reação da imprensa americana contra o presidente Trump e seus insultos (imprensa inimiga do povo, obcecada por fake news). Trezentos jornais dos Estados Unidos teriam publicado editoriais manifestando repulsa à postura presidencial. Reação justa.

Teria sido interessante se os repórteres brasileiros, em suas abordagens, tivessem oferecido detalhes sobre a estrutura midiática vigente nos EUA. Uma empresa pode ser dona, ao mesmo tempo, de quantos órgãos de imprensa (rádios, jornais, tevês etc.)? E em vários estados, pode? E no âmbito nacional?, etc., etc. 

Além disso, como a mídia da Metrópole trata a informação? Existe "seleção de assunto", com a indicação de temas tabus, que em nenhuma hipótese podem ser abordados? Há 'seleção' de veículo (e de amplitude de público), que é quando um assunto pode ser tratado num jornal do grupo, mas não na TV, por exemplo? E se um jornal concorrente publicar entrevista bombástica em que autoridade pública confesse haver, em conjunto com outras autoridades, praticado atos questionáveis, graves, em prejuízo de terceiro interessado, os desdobramentos dessa confissão merecerão destaque por parte de um outro grupo midiático, considerando a importância jornalística do assunto e o fato de que os cidadãos têm o direito constitucional de serem informados?

Um antigo líder norte-americano vivia a louvar fortemente o papel desempenhado pela imprensa, mas algo nos está a dizer que a imprensa a que ele se referia em muito se diferenciava dos sistemas midiáticos vigentes nos dias atuais em certos países do mundo.

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