quinta-feira, 23 de agosto de 2018

AS ELEIÇÕES 2018 E O DÓLAR

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O texto abaixo é de quando o dólar ainda não havia alcançado os R$ 4, mas o fascínio do dinheiro e a volúpia do poder se mantêm inalterados (por falta de espaço) mesmo agora, quando a moeda da Metrópole ultrapassa a marca citada. Alguns atribuem o estado de coisas à guerra híbrida em curso contra o Brasil, declarada por Wall Street, associada aos resultados apresentados pelas pesquisas eleitorais, com o virtual descarte do candidato preferido pelo Livre Mercado. De certo, mesmo, só a perspectiva de que a especulação siga a cada dia mais intensa tanto na esfera política quanto no âmbito financeiro - e com o Sobrenatural de Almeida, personagem imortal de Nelson Rodrigues, podendo surgir aqui e ali para fazer das suas.


Dólar a R$ 4. O 'efeito Lula' sem Lula?

Por Fernando Brito

Quando jovem, dei aulas de matemática num curso supletivo na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Os alunos eram, na grande maioria, idosos, e vários diziam “não ter cabeça para números”. 
Para vencer o bloqueio, a maioria das operações que eu usava nas aulas era com algo que retirava deles a timidez bloqueante: as contas eram com dinheiro, onde não erravam nunca ou quase nunca.
O dinheiro é um estímulo que, quase sempre, também, revela os pensamentos que permanecem escondidos quando se argumenta.
O mercado financeiro, no momento em que escrevo, “brinca” com a cotação de 4 reais por dólar. R$ 3,994-R$ 3,995, aqueles valores de décimo de centavo que nos acostumamos a ver, sem nenhuma serventia, nas bombas de gasolina, para que você não pense que o preço é aquilo que é.
É o medo das pesquisas, o “efeito Lula 2018”.
Mas como, se todos juram que Lula não será candidato, não poderá falar, não poderá sequer tirar uma foto apontando o dedo para seu candidato?
Pois não é isso o que garantem e juram os “sabidos” da imprensa.
turma da bufunfa, mais esperta que eles, corre a especular.
Nenhum dos sites dos grandes jornais abre manchete para a marca simbólica da desvalorização da moeda, o que nos governos petistas seria noticiado como a última estação antes do fim do mundo.
E, no que dão, dizem, claro, que “a culpa é do Lula” pelo crime de, enjaulado e amordaçado, teimar em subir nas pesquisas.
Não seria o caso de dizer que a culpa é do Alckmin e de toda a direita, que só conseguiu produzir algo como Jair Bolsonaro, o candidato fadado a ser repelido num segundo turno, até pelo Zé das Couves?
Como eles fazem contas com dinheiro, as cotações acabam sendo mais reveladoras que os editoriais e colunas de jornal.
PS. Acabei de escrever o post e, afinal, O Globo deu manchete: Dólar cai no exterior, mas sobe a R$ 3,99 no Brasil com incerteza após pesquisa eleitoral . Esse Lula, hein, que medo mete nestes caras...  -  (Fonte: Tijolaço - Aqui).

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