terça-feira, 1 de setembro de 2015

DA SÉRIE DIÁLOGOS TRANSCENDENTAIS


- E sobre o deficit de trinta bi no orçamento 2016?

- É por aí. Sem a CPMF, foi inevitável.

- Mas é algo inédito!

- O governo considera que os ajustes necessários - corte orçamentário, novos impostos etc - devem ser estabelecidos em conjunto.

- Mas isso já poderia ter sido feito por ele mesmo.

- Em princípio. Você notou que Legislativo, Judiciário e MP estão imunes a quaisquer cortes? É verdade: o governo federal só pode mexer no próprio Executivo.

- Por que não mexeu?

- A reforma administrativa prevista para breve não permite estimar valores. Mas o Estado, que antes foi sucateado, não pode voltar àquela situação. De outra parte, os programas sociais são considerados prioritários. Dessa forma, o Congresso Nacional precisa oferecer sua contribuição...

- Ora, bolas! Por que o próprio governo não estabeleceu a taxa de sacrifício, e dane-se?!

- Não é assim tão elementar...

- Por que ele próprio não cortou na carne?

- Já tá cortando. Basta comparar. Os salários, por exemplo. A propósito, se os demais poderes topassem, uma boa alternativa seria cortar os inúmeros penduricalhos que permitem a servidores privilegiados receberem ao fim do mês muito além do teto remuneratório estabelecido no artigo 37 da Constituição Federal.

- Aí você já está passando dos limites, meu caro!

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