Encurralado
Por Marden Machado
Steven Spielberg não poderia ter começado melhor sua carreira como cineasta. Cerca de dois anos depois de ter sido contratado pelo departamento de TV da Universal, ele realizou seu primeiro longa. Na verdade, um telefilme, Encurralado. A exibição na televisão americana fez tanto sucesso, que o estúdio decidiu converter o filme para película e lançá-lo nos cinemas do mundo todo. O roteiro, escrito por Richard Matheson, a partir de uma história original sua, é muito simples e direto. Certo dia, um homem, David (Dennis Weaver), sai de casa para uma viagem de trabalho. Na estrada, ele ultrapassa um caminhão e, para sua surpresa, passa a ser implacavelmente perseguido por ele. Jovem e cheio de ideias, Spielberg criou uma pérola do suspense, com pitadas de terror. A inspiração vem da clássica premissa da narrativa hitchcockiana: um comum em uma situação incomum. O diretor tira o máximo de proveito de uma história que, essencialmente, se limita a um caminhão correndo atrás de um carro em uma estrada deserta. Nas mãos de um cineasta qualquer, Encurralado correria o risco de cair na monotonia ou em lugares-comuns. Não é o que acontece aqui. Spielberg prova que, apesar da pouca experiência, fez por merecer a confiança que foi depositada nela pelo estúdio. A partir daí, as portas se abriram para o cineasta. E o resto, é história.
ENCURRALADO (Duel - EUA 1971). Direção: Steven Spielberg. Elenco: Dennis Weaver, Jacqueline Scott, Eddie Firestone, Charles Seel, Tim Herbert, Dick Whittington e Cary Loftin. Duração: 90 minutos. Distribuição: Universal. (Fonte: aqui).
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Encurralado é uma das demonstrações de como fazer um filme de baixo custo e elevada tensão. Spielberg começou sua caminhada com o pé direito.
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