terça-feira, 25 de novembro de 2014

SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS


Os alarmistas estão recebendo o mesmo remédio amargo dos céticos

Por Rdmaestri

Quando há vinte anos se noticiava uma variação extrema positiva de temperatura, rapidamente “Aquecimentistas do Clima” iam para os jornais e noticiavam: “Olhem aí, mais uma evidência do Aquecimento Global Antropogênico”. Junto com a declaração num site pró AGA era trazida uma explicação de um cientista qualquer sobre a danosa influência do CO2 no clima da Terra.

Quando ocorria isto, os Céticos da influência do CO2, que na época eram poucos e desacreditados por argumentos ad hominem como “paus mandados da indústria do petróleo”, refutavam com um argumento científico que tanto os “Alarmistas científicos” como seus congêneres “Céticos” aceitam: TEMPO NÃO É CLIMA, e estes picos de alta temperatura poderiam representar variações naturais que podem ocorrer tanto em períodos quentes como frios.

Este argumento de que tempo não é clima é um verdadeiro consenso entre qualquer climatologista ou meteorologista, ou seja, que para se configurar uma “Variação climática” é necessária uma deriva no valor médio de uma série de dados por um período de várias décadas. A Organização Meteorológica Mundial (World Meteorological Organization - WMO) de forma mais ou menos arbitrária estabelece um período de 30 anos para se configurar uma mudança de padrão de clima. O que quer dizer isto? Que, para dizer que o Clima está mudando, precisamos comparar os dados médios de qualquer variável hidrológica (temperatura, chuva e outras) com outras médias de grande duração.

Agora o que está acontecendo nos Estados Unidos que surpreende muitos. Os Alarmistas estão em declínio na opinião pública norte-americana e os Céticos em alta. Os últimos invernos pesados norte-americanos e um novo inverno atual com quedas de neve precoces e recordes estão trazendo para o povo norte-americano uma nova leitura sobre o clima; esta nova leitura, baseada também na estabilidade da temperatura daquele país em quase um século e, no mundo de 18 anos (o conhecido hiato), distorce mais uma vez a leitura correta da realidade do Clima.

A nova leitura do clima tem-se revelado na perda de votos notáveis de candidatos democratas que junto a Al Gore se aliaram ao discurso “Alarmista” nos últimos 15 anos. Al Gore foi um dos responsáveis pela confusão entre CLIMA e TEMPO, aproveitava qualquer valor extremo para “sabiamente” vaticinar, “mais um exemplo do AGA”. Como os republicanos - que no fim do século XX e no início do século XXI tinham realmente apoio de determinadas indústrias, na época contra os efeitos políticos e econômicos da adoção de medidas contra o AGA - foram os primeiros a contrariar esta teoria, com a situação atual colhem frutos de sua “fé” precoce.

Agora quando começa um inverno frio com quedas de neve acima de 100cm em determinados locais, é a vez dos “céticos” não cientistas aplicar o mesmo remédio amargo que tiveram que tomar há 15 anos.

O atual “hiato” na contínua subida das temperaturas da Terra que culminou no grande El Niño dos anos de 1997-1998 alavancaram a temperatura do globo terrestre ao seu máximo desde o início de medidas sistemática de temperatura lá pelo meio do século XIX.

              Temperatura média da Terra segundo o Centre for Climate Prediction and
                 Research e a University of East Anglia's Climatic Research Unit (CRU), UK.

A bela série de aumento da temperatura da Terra detectada por diversos pesquisadores entre o início da era industrial (?) estipulado por estes como por volta de 1900, mostra claramente que após um súbito aumento entre 1905 até 1945 há uma queda persistente e um hiato demorado entre 1945 e 1980, ou seja, 35 anos de clima estável.

Por outro lado, os “alarmistas” jogavam todas as suas fichas no aumento do CO2 na atmosfera, estabelecendo uma relação direta entre o aumento de CO2 e o aumento da temperatura da Terra. Como a medida do CO2 e outros gases de efeito estufa começou a ser feita sistematicamente a partir de 1958 (Observatório de Mauna Loa no Havaí), constatava-se que no período mais recente havia uma correlação forte entre CO2 e temperatura. Entretanto o aumento deste gás efeito estufa era linear, enquanto a variação da temperatura global tinha altos e baixos.

              Variação da concentração de CO2, em partes por milhão, medidos 
                 no Observatório de Mauna Loa no Havaí.

A linearidade entre os gases de efeito estufa e a temperatura da Terra, não é facilmente demonstrada pela leitura desses dois gráficos sobrepostos, apresentando altos e baixos na variação da temperatura.

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