domingo, 30 de novembro de 2014

VEJA: BOIMATE BRASIL


Mais um boimate da Veja

Por Miguel do Rosário

Já virou lenda a inacreditável barriga da Veja quando reproduziu uma matéria, publicada na imprensa londrina (no dia da mentira), de que cientistas alemães haviam conseguido criar um híbrido entre o boi e o tomate.

O boimate tornou-se símbolo da decadência do jornalismo brasileiro, em especial da facção reacionária representada magnificamente pela revista Veja.

Desde então, a Veja produz boimates em série.

Hoje fiquei sabendo de mais um.

Há (duas) semanas, Rodrigo Constantino, colunista da Veja, publicou um iracundo post repercutindo uma denúncia, feita por um procurador de Goiás, de que crianças brasileiras estariam sendo levadas para a Venezuela, para serem doutrinadas na ideologia bolivariana.

O procurador e o colunista basearam-se numa notícia, catada no site do governo venezuelano, que algumas crianças de uma comunidade do Brasil receberiam aulas de jornalismo comunitário.

Era boimate puro na veia.

A comunidade chamada Brasil fica no estado de Sucre, Venezuela.

Não tem qualquer relação com o Brasil. Não há sequer comunidade brasileira na cidade. (Fonte: aqui; mais comentários, aqui).

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A comunidade de Brasil é um bairro popular situado na cidade de Cumaná, no Estado de Sucre, 400 km a oeste de Caracas.

De fato, a visão do colunista de Veja e do procurador foi embaçada pelo denuncismo exacerbado.
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Acima, ilustração da matéria 'Fruto da Carne', publicada por Veja em sua edição nº 764, em 1983.  

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