sexta-feira, 14 de novembro de 2014

O QUE PODERÁ VIR DA REUNIÃO DO G20


O G20 poderá ser a saída para a infraestrutura brasileira

Por Luis Nassif

A reunião do G20, que acontece na Austrália, poderá ser um trunfo fantástico para os projetos brasileiros de infraestrutura. Se houver competência diplomática, negocial e de planejamento do governo Dilma Rousseff, poderá ser o ponto central de dinamização da economia com base em investimento.

Há consenso no G20 de que a economia mundial não se recuperará sem um conjunto planejado de investimentos.

No próximo domingo será lançado o “Plano de Ação de Brisbane”, com meta de 2% de crescimento adicional no PIB mundial. E os projetos preferenciais são os de infraestrutura em países emergentes.

Desde o começo do ano está sendo discutida uma “Iniciativa Global sobre Infraestrutura”. Será criado um “hub” na Austrália para mediar as negociações entre investidores e governos nacionais em projetos considerados de alta prioridade.

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Esse cenário é favorecido pelos juros irrisórios oferecidos pelos títulos públicos dos países centrais.

O Brasil está levando uma carteira de US$ 49 bilhões em projetos. Por falta de organização, deixou de incluir uma segunda lista com US$ 50 bilhões. Mas apresentará o modelo de debênture incentivada para infraestrutura, um instrumento de captação bem visto pelos investidores internacionais.

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Essa disponibilidade global de recursos bate com a estratégia montada por Bernardo Figueiredo na EPL (Empresa de Planejamento e Logística) antes de se demitir por incompatibilidade de gênio com Dilma.

O plano de ação – em andamento – é dividido em etapas.

A primeira consistia em resolver os pepinos estruturais que emperram as obras.

Um deles, a definição de uma metodologia consistente para o projeto básico – que serve de base para as licitações. Depois de terminada a licitação, o vencedor apresenta o projeto executivo – mais completo e, em geral, com custo mais elevado. E acaba esbarrando nos limites de aditivos fixados pelo Tribunal de Contas. Outro, a questão da racionalização do licenciamento ambiental.

A segunda etapa será a carteira de projetos atraentes. Para compensar o passivo de infraestrutura, os investimentos anuais teriam que saltar de R$ 15 bi para R$ 100 bilhões ano.

A terceira etapa consistirá em atrair empreiteiras e engenheiros europeus. A crise europeia criou uma enorme disponibilidade de recursos humanos e de equipamentos. Paralelamente, poderá ser desenvolvido um plano de capitalização de médias empreiteiras nacionais, para conferir-lhe dimensão à altura dos desafios da infraestrutura.

A quarta etapa será a da amarração das obras com a indústria de máquinas e equipamentos. Havendo previsibilidade nas obras e garantia na demanda, não haverá dificuldade em se montar um planejamento com a indústria de máquinas e equipamentos.

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Juntar todas essas pontas não é tarefa trivial. Trata-se de um programa grandioso, que exigirá visão sistêmica, coordenação das diversas etapas, cronograma realista e capacidade operacional para colocar o comboio no front.

Demanda uma competência gerencial que Dilma não demonstrou dispor no primeiro governo. Provavelmente será o grande teste nesse início de segundo governo. (Fonte: aqui).

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