sábado, 29 de novembro de 2014

BRASIL CONTINUA ATRAENTE PARA INVESTIDOR ESTRANGEIRO


Investidor estrangeiro não dá 'bola' para crise e segue apostando no Brasil

Por Mauro Santayana

Enquanto aqui dentro, refém da síndrome da "crise" e do "fim do Brasil", muita gente está com medo de fazer negócios ou adiando investimentos, os estrangeiros, menos afeitos à imprensa local e aos comentários nos portais da internet, continuam apostando firme na segunda economia das Américas e sétima maior do mundo.

A Comissão Econômica para a América Latina informa que, até setembro, o IED - Investimento Estrangeiro Direto, caiu em cerca de 28%, em média, no continente, com destaque negativo para o México (- 18%), tido como o "queridinho" dos mercados. Enquanto isso, ainda segundo a CEPAL, o Brasil foi o único país em que cresceu o Investimento Estrangeiro Direto - acima de 8% -, que deverá se manter em um patamar superior aos 60 bilhões de dólares até dezembro, sem queda expressiva com relação aos últimos anos.

Segundo informa o "Valor Econômico", as estatísticas do Banco Central mostram que os investidores nacionais e estrangeiros reagiram de forma bem distinta quanto a um segundo mandato para Dilma Rousseff.

Se o investidor local, no período eleitoral e pós eleitoral, tirou dinheiro do país, os estrangeiros - certamente motivados pelo fato de o Brasil ter voltado a ter superávit primário no mês passado, ainda ter reservas acima de 375 bilhões de dólares, com uma dívida líquida pública de apenas 33% do PIB, e por recomendações de compra de ações como as da Petrobras, feita pelo Deutsche Bank, há alguns dias - apresentaram forte aporte em IED e na compra de títulos públicos e ações, com ingresso conjunto, no país, de mais de 11 bilhões de dólares em outubro. (Fonte: aqui).

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Essa informação - elevação do IED no Brasil - é minimizada pela imprensa, que elegeu a 'crise' como tema central. Pior ainda do que isso é o silêncio absoluto da mídia quanto às reservas que o país formou ao longo dos últimos anos, o chamado Fundo Soberano, o qual gira em torno de 375 bilhões de dólares.

O Fundo Soberano foi criado em 2008, mediante a Lei nº 11.887, por iniciativa do governo Lula, e tem como uma de suas finalidades "fazer poupança pública", para utilização, p. ex., em eventuais situações de desequilíbrio nas contas externas. Isso evita que aconteça o que se via no passado, quando era comum a ida do Brasil ao FMI, de 'pires na mão', em busca de socorro financeiro, como se viu em 1999, no governo FHC (que, note-se, recorreu outras vezes à 'ajuda' do Fundo).

Muitos empresários e investidores brasileiros desconhecem a existência do Fundo Soberano, visto que suas 'fontes analítico-midiáticas' nada informam a respeito. O que, pelo que se observa, está longe de acontecer relativamente aos investidores estrangeiros.

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