A filha de Ryan
Por Marden Machado, no Cinemarden
O cineasta inglês David Lean vinha de três premiados grandes sucessos de público e crítica: A Ponte do Rio Kwai, Lawrence da Arábia e Doutor Jivago. Esta harmonia foi quebrada em 1970, quando foi lançado A Filha de Ryan. O público adorou e lotou os cinemas onde o filme foi exibido. Os críticos não tiveram a mesma simpatia e definiram a obra como pequena, em comparação com as anteriores. O tempo se encarregou de provar que o povo estava certo. A partir de um roteiro original escrito por Robert Bolt, acompanhamos a história de Rosy Ryan (Sarah Miles). Ela se casa com Charles Shaughnessy (Robert Mitchum), um viúvo que havia sido seu professor. As coisas não se revelam tão boas assim no casamento. Por conta disso, Rosy termina se envolvendo com o major Randolph Doryan (Christopher Jones) e é acusada de um crime. A ação se passa em 1916, época da Primeira Grande Guerra. O romance proibido provoca fortes reações na população. O estilo Lean de bem contar histórias épicas continua intacto. Tudo funciona à perfeição neste seu penúltimo filme. Depois de A Filha de Ryan, ele só votaria a dirigir 14 anos depois, quando realizou sua derradeira obra: Passagem Para a Índia.
A FILHA DE RYAN (Ryan's Daughter - Inglaterra 1970). Direção: David Lean. Elenco: Robert Mitchum, Sarah Miles, Trevor Howard, Christopher Jones, John Mills, Leo McKern e Barry Foster. Duração: 194 minutos. Distribuição: Continental.
................
O filme tem um interessante ingrediente adicional: os militares britânicos, comandados pelo major Doryan, estão na cidadezinha irlandesa para monitorar a relação do Exército Republicano Irlandês (IRA, inimigo dos ingleses e, claro, visto com simpatia pelos irlandeses) com os alemães. Quando o líder do IRA aparece na região, o pai de Rosy o denuncia aos militares, mas os habitantes da cidade acreditam que Rosy é a traidora, em função de seu relacionamento com o major. É, de fato, uma trama bem urdida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário