O sumiço dos relatórios mineiros
No debate da TV Bandeirantes, anteontem, Dilma Rousseff afirmou que o governo mineiro, por não ter cumprido o mínimo estabelecido pela Constituição Federal (12% da receita estadual), foi compelido a firmar, junto ao Tribunal de Contas do Estado, um Termo de Ajustamento de Gestão, disciplinando a aplicação dos cerca de R$ 7,6 bilhões faltantes.
A presidente então sugeriu que os telespectadores conferissem a informação no site oficial do TCE-MG. A página, porém, saiu do ar algum tempo após a sugestão da presidente.
Ontem pela manhã, quando o site voltou, os pareceres técnicos citados por Dilma, que correspondem ao período que vai de 2006 a 2012, não estavam mais disponíveis.
Em nota, o tribunal afirmou que o site saíra do ar em razão da quantidade de acessos na noite de terça, mas não explicou o motivo de os pareceres terem sumido. Procurado pela imprensa, o órgão não confirmou a exclusão dos documentos citados - e publicou no site um comunicado informando que todas as contas do governo Aécio Neves (2003-2010) haviam sido aprovadas. Logo em seguida, o fato foi divulgado pela assessoria de campanha do tucano.
Desde o início de seu governo em Minas, Aécio sempre contou com apoio político dos conselheiros do TCE, que são indicados pelo Executivo e pelo Legislativo, onde o ex-governador assegurou o apoio de pelo menos 60 dos 77 deputados. A atual presidente do Tribunal de Contas, Adriene Andrade, foi indicada conselheira por Aécio Neves. Ela é mulher do ex-senador Clésio Andrade (PMDB), que foi vice-governador no primeiro mandato de Aécio em Minas. Clésio é réu no mensalão tucano e renunciou recentemente ao mandato de senador, alegando problemas de saúde. O seu processo, que tramitava no STF (Supremo Tribunal Federal), será agora julgado pela Justiça de Minas. A ação ainda está em fase preliminar. (O texto completo está aqui).
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É isso.
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