quinta-feira, 15 de novembro de 2018

ESQUEMA WHATSAPP: PERGUNTAS QUE NÃO QUEREM CALAR


."O jornal Folha de São Paulo ousou publicar, em 18 de outubro, reportagem de autoria da jornalista Patrícia Campos Mello denunciando que 'Empresários bancam campanha contra o PT pelo WhatsApp' - aqui -, e desde então o mundo virou de ponta cabeça. (...)." ... (AQUI).

."... Não sabemos se em face das eleições parlamentares em curso nos EUA há participação de empresas mobilizadas no sentido de disseminar fake news (agora junk news) nas redes em prol de democratas ou republicanos. O que sabemos é que as empresas norte-americanas podem fazer doações eleitorais 'sem intermediações ou limites', ou seja, podem doar o quanto entenderem a quem bem quiserem, e isso desde 2011, por decisão da Suprema Corte, conforme se vê AQUIOcorre que, no Brasil, desde setembro de 2015 o financiamento eleitoral por empresas é considerado inconstitucional (AQUI). É em função disso que o TSE está a analisar denúncias formuladas por partidos políticos contra a chapa vencedora da eleição presidencial 2018, visto que, se restarem confirmadas as informações contidas em matéria da Folha de S Paulo, edição de 18.10.18 (aqui), poder-se-á estar às voltas com crime eleitoral de abuso de poder econômico, com as consequências daí decorrentes. Como e quando o TSE se manifestará a respeito?". ... (AQUI).

."Todos viram que o WhatsApp não perdeu tempo: tão logo divulgada, pela Folha, a denúncia sobre a maior fraude eleitoral da história, tratou de romper contratos com empresas especializadas em disparar fake news e de desabilitar contas preparadas para a recepção/disseminação das mensagens ofensivas. Ou seja, na Califórnia, costa oeste dos EUA, a direção do WhatsApp entendeu que as informações oferecidas pela jornalista Patrícia Campos Mello 'batiam' com registros que a empresa já vinha analisando. Mas essas ocorrências não compeliram o TSE a adotar medidas de urgência...". ... (AQUI).
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O que se vê acima são trechos de três dos diversos posts aqui publicados sobre o Esquema WhatsApp, um fato gravíssimo que pode deixar configurado o CRIME ELEITORAL de ABUSO DE PODER ECONÔMICO. A matéria estava como que em 'hibernação', caindo no esquecimento, até mesmo em função de pedido formulado à Justiça pela Equipe Bolsonaro, consistente em que as denúncias sobre o Esquema fossem arquivadas, ou seja, descartadas. Pode ser  que tal desfecho venha a acontecer, mas o certo é que fatos novos estão vindo a público, conforme se vê a seguir. O que se espera é que a verdade e o Direito prevaleçam.  -  ... (AQUI).
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ADENDO DESTA DATA, 15 DE NOVEMBRO:

Em post de ontem, 14, a propósito de texto divulgado no site GGN, intitulado "Gigantes da Internet não fornecem dados sobre caixa 2 de Bolsonaro" - AQUI -, dissemos:

"Gigantes da Internet não fornecem dados sobre caixa 2 de Bolsonaro... a despeito do expresso pedido do TSE e do contido em reportagem de autoria da jornalista Patrícia Campos Mello, publicada em 18 de outubro na Folha de S Paulo, intitulada 'Empresários bancam campanha contra o PT pelo WhatsApp' - AQUI -, logo considerada 'fakenews' pela chapa vencedora do pleito eleitoral (o que expôs, claro, a jornalista e o jornal). ...".

Eis que agora surge a informação de que a omissão das gigantes da Internet teria decorrido basicamente de falha do TSE na formulação das perguntas a elas dirigidas. Vamos aos pormenores:


Brigadas bolsonaristas atacam repórter da Folha nas redes

Do Brasil 247:


A jornalista da Folha de S. Paulo, Patrícia Campos Mello, responsável por uma das mais respeitadas e corajosas matérias jornalísticas no ano de 2018, continua sendo ameaçada e pressionada por brigadas bolsonaristas nas redes sociais. A repórter fez, em seu Twitter, as perguntas que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não fez às gigantes da comunicação Facebook e WhatsApp. Ela pergunta: "Quantas contas ligadas às agências foram banidas? Quantas mensagens foram enviadas dos números ligados às agências?


A jornalista continua: "quais os números detectados pelo envio anormal de mensagens? Qual aumento de mensagens nos últimos 12 ms e queda nos últimos 30 dias?"


Patrícia Campo Mello tuitou várias vezes nas últimas horas questionando - de maneira indireta e elegante - a inanição do TSE com relação às denúncias de caixa dois eleitoral na campanha de Jair Bolsonaro (PSL). 


Ela vai ao âmago da questão: "quantas visualizações, cliques, curtidas e comentários foram recebidas por meio de impulsionamento pago no Facebook e Instagram relacionado a Jair Bolsonaro e Fernando Haddad?"

Mello segue "ensinando" ao TSE como fazer os questionamentos corretos para as instâncias envolvidas no crime eleitoral (e utiliza caixa-alta): "PERGUNTAS PARA O FACEBOOK: Por que a empresa não informou ao TSE o impulsionamento de conteúdo pro-Bolsonaro feito por Luciano Hang, que já foi multado por isso? Quanto foi gasto em impulsionamento no Facebook que levava o usuário a conteúdos referentes a Bolsonaro?"

Incansável, a jornalista prossegue em sua aula de arguição: "DEZ PERGUNTAS SEM RESPOSTA Para o WhatsApp: Quantas contas ligadas às agências foram banidas? Quantas msgs foram enviadas dos números ligados às agências? Quais os números detectados pelo envio anormal de msgs? Qual aumento de msgs nos últimos 12 ms e queda nos últimos 30 dias?"
E conclui: "qual o valor gasto em impulsionamento no Twitter de conteúdos referentes a Jair Bolsonaro (não pagos pelo partido ou candidato)? Qtas contas fake foram banidas? Dessas, qtas tinham ativ. política, favorecendo quais candidatos? Qtos tuítes ou retuítes foram gerados de cada uma?"
Ela ainda acrescenta, sem esquecer de mencionar o pressuposto básico para um questionamento judicial minimamente vinculado à realidade dos fatos: "o WhatsApp e o Twitter não são pagos para impulsionar conteúdo, não é assim que funciona. são os empresários e as campanhas que contratam agencias para impulsionar tuites, com bots e sockpuppets, ou para fazer envios em massa".
Ataques de bolsonaristas
Após a série de tuítes que fizeram estremecer a cena da denúncia - uma vez que é a repórter que descobriu o esquema fraudulento de disparos ilegais por WhatsApp -, a jornalista Patrícia Campos Mello voltou a ser ameaçada por brigadas bolsonaristas. 
Ela já havia sido ameaçada no instante mesmo da publicação de sua matéria ser publicada no jornal Folha de S. Paulo, obrigando o jornal a pedir proteção da Polícia Federal e fazer uma denúncia no Ministério Público. 
Os ataques partiram de simpatizantes de Bolsonaro e se alastraram nas redes - Twitter, Facebook, Youtube e WhatsApp - no período imediatamente posterior à publicação de sua matéria no jornal da Barão de Limeira. O deputado eleito Alexandre Frota chegou a gravar um vídeo acusando a jornalista de "sem vergonha". 
Os ataques desta vez vieram do blog "O Reacionário", que desqualifica o trabalho da jornalista a chamando de "petista" (sic) e elencando perguntas supostamente técnicas a respeito de seus pressupostos. O blog também faz uso do gaslighting, tradicional ferramenta misogina da extrema-direita para desqualificar mulheres, taxando-as de "loucas" e "histéricas".
O Blog diz: "quem aqui se lembra de Patrícia Campos Mello, a petista responsável pela matéria que acusava um grupo de empresários (incluindo Luciano Hang) de terem patrocinado conteúdo de campanha de Jair Bolsonaro no Whatsapp? Desmentida pelo Facebook, Twitter e Whatsapp, a jornalista reagiu com raiva declarando que o principal não foi respondido".
O blog elenca, de maneira pueril, as supostas faltas técnicas da repórter: 
"1) A jornalista não conseguiu estabelecer uma relação causal ou factual em suas acusações
2) A jornalista não apresentou prova alguma do que foi dito
3) A jornalista apelou para o argumento de "que se está na Folha é verdade"
4) Após ter provocado grandes crispações com seu factoide, a jornalista toma carona na decisão da justiça em investigar suas afirmações como prova de que há procedência
5) A justiça convoca as empresas citadas a se explicarem
6) As empresas negam
7) A jornalista que um dia antes havia celebrado o andamento do caso ataca as companhias por não entregarem o que ela quer"
E fecha o ataque, politizando o trabalho jornalístico: "até então a tal Patrícia Campos Mello era só mais uma militante de redação, mas depois de hoje ela se mostra ainda mais abjeta. O que a jornalista petista queria era um julgamento de exceção, onde o acusado não tem direito ao contraditório e as testemunhas são coagidas a apresentarem as provas que a acusação quer."
O blog vai além: "Patrícia se mostra um monstro moral que pretende submeter seu adversário político a um julgamento bolivariano. Para os que duvidavam não resta mais dúvida alguma de que Patrícia e seu jornal sujo pretendiam manipular o debate público e interferir nas eleições com o embuste publicado contra Jair Bolsonaro".
O blog bolsonarista conclui teatralizando um argumento caro ao segmento progressista e defende, com cifras de cinismo, a liberdade de imprensa - o exato contrário do que preconiza seus inspiradores políticos: "isso não é exercício da liberdade de imprensa, mas sim associação criminosa com propósitos antidemocráticos. Independente de quais forem as eventuais punições a conspirata tramada nos porões da Folha de SP, o fato é que o vexame protagonizado pela jornalista em seu rompante histérico já servirão para liquidar o resto de reputação da qual o jornal ainda desfrutava".  -  (Aqui).

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