domingo, 3 de junho de 2018

BREVÍSSIMA ABORDAGEM SOBRE UMA BREVE HISTÓRIA DO TEMPO

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Fascinante é o tempo. Neste blog, temos a série "Tempo tempo", com cartuns sobre o dito cujo. Mas, há as reflexões de pensadores diversos mundo afora. Shakespeare: "Contra a foice do tempo é vão o combate". Elsa Triolet: "A única função do tempo é consumir-se: ele arde sem deixar cinzas". Millôr: "Quem mata o tempo não é assassino, é suicida". John Archibald Wheeler: "Tempo é o que impede tudo de acontecer de uma vez". Etc., etc. Mas o poeta e cronista Mário Quintana foi certamente quem mais se aproximou de Stephen Hawking e seus inspiradores: "O TEMPO É A INSÔNIA DA ETERNIDADE".


Poeira cósmica: evocação de Stephen Hawking

Por Jean Pierre Chauvin

Após algumas tentativas, finalmente comecei a ler Brief History of Time ontem. Arrisquei-me a fazê-lo em Inglês, como forma de ampliar meu parco vocabulário e me embrenhar um pouco melhor na mecânica dessa língua. Dois fatos de interesse: a primeira edição remonta a trinta anos (1988); a linguagem empregada pelo físico direciona-se ao grande público. É um ótimo exemplo do que se convencionou chamar obra de divulgação científica.

Aristóteles, Ptolomeu, Galileu, Copérnico, Kepler, Newton, Einstein, Hubble e Popper (mas também, Santo Agostinho, Immanuel Kant e Charles Darwin) são alguns dentre os nomes evocados pelo autor. Da nossa perspectiva, isso permite posicioná-lo como um herdeiro do que outros supuseram, ao longo dos milênios. Da perspectiva de Hawking, a companhia dessas mentes privilegiadas implica discutir questões como o início arbitrário ou modelar do universo, supondo-se – como dissera Agostinho – que o tempo, como se conhecia no século V, também fosse criação de Deus (ou, pelo menos, que a cronologia humana tivesse nascido com a onipotência divina).

A concepção aristotélica de que os corpos celestiais fossem fixos no espaço, dispostos esfericamente a intervalos regulares, tendo a Terra como ponto central; a hipótese kepleriana de que os astros se moveriam de forma elíptica; a teoria, proposta por Edwin Hubble, de que o universo continuava a se expandir – ao menos, até 1929 (1. sim, data em que se deu o crack na bolsa de NY, como aprendemos nas melhores escolas desta Neocolônia; 2. ano em que um grupo de jovens historiadores se agrupou em torno da Revue des Annales e ajudou a reformular a concepção de passado e, portanto, à sua maneira, interferiu na reescrita do tempo).

Situado entre a Teoria da Relatividade e a Mecânica Quântica, Stephen Hawking propunha-se a sintetizar ambas as teorias (necessariamente parciais), em busca e um terceiro modo de conceber o universo (ou multiversos). Um dos saldos da leitura está em testemunhar a humildade e o bom humor do cientista, ao discorrer sobre o que poucos entendem.
Sob essa perspectiva, talvez fosse leitura recomendável a todos os alunos e pesquisadores que costumam ter desmedido orgulho de suas teses, títulos e certificados e nem sempre reconhecem o papel de seus mestres, dentro e fora da sala de aula.  -  (Aqui).
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(Clique aqui para inteirar-se sobre Jean Pierre Chauvin.

.Reflexões sobre o Tempo recolhidas de "Frases Geniais", de Paulo Buchsbaum, no qual, entre muitos outros, consta este aperitivo final:
"Ultimamente, passaram-se muitos anos" - Otto Lara Resende).

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