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As Agências de Rating não confiam na política econômica
"Vejam só, o Brasil INDICA uma política econômica ultraneoliberal tipo VAMOS PRIVATIZAR TUDO, cortar as migalhas para a 'pobrada', ELIMINAR TARIFAS DE IMPORTAÇÃO, algo que os EUA nunca fizeram e jamais farão, muito menos União Europeia, China, Japão, Índia, Rússia e nenhum País com política econômica racional abre a importação sem contrapartidas, e com tudo isso as agências não se comovem. O que está acontecendo?"
.Certamente, o que está acontecendo é que as agências de risco continuam sem palavras diante do vexame do neoliberalismo chileno, tão incensado por elas ao longo dos anos a despeito do massacre infligido ao povo em todos os fronts, realidade a que o mundo finalmente teve acesso.
Por André Araújo
Fazendo tudo certinho pela cartilha velha da Universidade de Chicago não foi suficiente para as agências de rating Moody´s, Standard & Poor´s e Fitch melhorarem as perspectivas para o Brasil. Que maldade! Como assim, fazemos a famosa “lição de casa” da Miriam Leitão e elas não reconhecem?
Não, não reconhecem. ELAS QUEREM CRESCIMENTO para dar alguma esperança de melhorar a nota do Brasil, hoje TRÊS GRAUS abaixo do grau de investimento, enquanto que o México, segundo maior país da América Latina, está TRÊS GRAUS ACIMA do rating de investimento, agora ameaçado de perecer um grau, mas mesmo assim seriam CINCO GRAUS acima do Brasil. O México tem há décadas uma gestão econômica de melhor qualidade que a do Brasil, não só de operação técnica, é de liderança, estatura e presença internacional, a ponto de um ex-Ministro da Fazenda ser hoje o diretor-geral da OCDE.
É realmente um espanto. Vejam só, o Brasil INDICA uma política econômica ultraneoliberal tipo VAMOS PRIVATIZAR TUDO, cortar as migalhas para a pobrada, ELIMINAR TARIFAS DE IMPORTAÇÃO, algo que os EUA nunca fizeram e jamais farão, muito menos União Europeia, China, Japão, Índia, Rússia e nenhum País com política econômica racional abre a importação sem contrapartidas, e com tudo isso as agências não se comovem. O que está acontecendo?
AS AGÊNCIAS (E OS INVESTIDORES) QUEREM CRESCIMENTO
E crescimento não virá com essa política de AJUSTES e REFORMAS, é preciso muito mais trabalho, cérebro e audácia da equipe econômica.
É preciso jogar DINHEIRO DE HELICÓPTERO, na feliz expressão do papa do monetarismo Milton Friedman, se referindo a CERTOS CONTEXTOS DE PARALISIA ONDE É PRECISO IRRIGAR A ECONOMIA. O problema é que o entendimento dessa situação e solução exige a inteligência de um Delfim Neto, não é suficiente a cartilha da Universidade de Chicago, onde Friedman era o papa. Equipe econômica de mantras e bordões não gera uma grande economia.
A Moody´s em 1º de outubro divulgou release com seu ceticismo com o Brasil, a Standad and Poor´s e a Fitch geralmente seguem na mesma linha com variação de detalhes, e não adianta tentar desqualificar as agências, elas são um fator da realidade do mercado financeiro. É fato que muitos fundos e bancos não seguem religiosamente as agências, mas elas influenciam a cultura do mercado global, refletem uma “média” de percepções sobre os países, mesmo que hoje muitos fundos, como a CPP, o fundo de pensão dos funcionários públicos do Canadá, grande investidor no Brasil, façam sua própria análise por seu grande departamento de pesquisa; conheço porque já trabalhei para eles MAS mesmo assim as agências ainda têm peso.
PARA CRESCER NÃO É PRECISO ESTABILIDADE, É O CONTRÁRIO
Estabilidade per si não é um valor econômico; do que adianta estabilidade na miséria, como Portugal de Salazar teve por 40 anos? O crescimento é um valor maior porque tende (não necessariamente) a beneficiar maior número de pessoas. Uma estabilidade congelada, como o Brasil tem com essa política de “metas de inflação”, não trouxe prosperidade e muito menos paz social para a grande maioria da população brasileira, cada vez mais pobre.
As agências de rating avaliam essa realidade quando têm visão pessimista com o Brasil porque NÃO HÁ CRESCIMENTO e tampouco se vê qualquer projeto político em favor do crescimento. Acreditar que com reformas virão investidores que farão o País crescer é uma fantasia idiota. Os investidores SÓ VIRÃO COM O PAÍS CRESCENDO, eles são a resultante e não a razão do crescimento, ninguém vai investir em um mercado onde as pessoas estão cada vez mais pobres e com menos renda. É essa a perspectiva que as agências percebem, do alto de seus mais de um século de experiência.
A TRANSIÇÃO ARGENTINA, CIVILIZADA E ORGANIZADA
O Presidente cessante Mauricio Macri convidou o Presidente eleito Alberto Fernández para um café da manhã nesta terça-feira, para dar início à transição para a posse do novo Presidente em 10 de dezembro. Sinal de país civilizado, de gente educada, de uma boa cultura política. Dentro dos piores contextos, de crises, conflitos e guerras é preciso manter a civilização de pé e funcionando para que dos escombros se encontre a semente da sobrevivência.
Parabéns a Mauricio Macri e Alberto Fernández, são cavalheiros da política verdadeira onde é possível sentar-se à mesa depois das batalhas.
Quanto à política econômica de Alberto Fernández vejo dois ativos: a longa experiência, Fernández foi importante assessor de Carlos Menem e Domingo Cavallo e é um POLÍTICO DAS CIRCUNSTÂNCIAS, opera dentro da realidade e não por ideologia, essa é a característica dos grandes políticos. - (Fonte: Aqui).
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