sexta-feira, 20 de setembro de 2019

EUA VÃO AO ATAQUE CONTRA SNOWDEN

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"Jornalismo é pulicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade." A frase é de George Orwell, e se nos afigura precisa. Imaginemos o que ele diria sobre o jornalismo investigativo (e ações que revelem algo do tipo, como fizeram Snowden e Glenn Greenwald)! No caso dos EUA X Snowden/WikiLeaks, aliás, o governo só não 'agiu pelas próprias mãos' para 'sustar a sangria' porque existe uma certa emenda à Constituição Americana intitulada Primeira Emenda, que, entre outros direitos, assegura o à liberdade de expressão. No Reino Unido, o Guardian cumpriu sua parte. No Brasil, está-se a ver um, digamos, mal estar monumental de poderosos (aí sim, poderosos) ante a insistência do The Intercept em divulgar 'mensagens inconvenientes', e o nervosismo aumenta ainda mais quando Greenwald vem a público para dar conta de que o que está por vir é ainda mais tenebroso do que o que foi dado a ver até o momento. Isso, meus caros, graças à Constituição da República, que assegura o direito à liberdade de imprensa, tanto, para aqueles que fazem publicidade - vide Orwell -, como, felizmente, para quem insiste em fazer Jornalismo com 'J'. 
(Mas, é preciso dizer: nossa Constituição, infelizmente, passou por certos dissabores, que implicaram a sua fragilização, até mesmo no que tange a cláusulas pétreas, a exemplo da prevista no inciso LVII de seu artigo 5º -presunção de inocência-, particularidade que está na origem da dura realidade hoje observada em nosso País. 
Não obstante, tudo bem: nada que o ministro Luís Roberto Barroso não possa resolver tecnicamente, não é mesmo?).


EUA vão ao ataque contra Snowden
O Governo dos Estados Unidos moveu uma ação judicial contra Edward Snowden pela publicação de sua autobiografia, lançada globalmente nesta terça-feira 17.
Em 2013, Snowden foi o responsável por um dos maiores vazamentos de segredos de Estado da história norte-americana.
A CIA declarou, em nota oficial, que Snowden, ex-analista da Agência de Segurança Nacional (CIA) e ex-funcionário da própria CIA, violou "as obrigações expressas" de confidencialidade ao publicar o livro Permanent Record ("Eterna Vigilância", na versão brasileira), "sem ter avisado sobre isso às duas agências para que fizessem uma revisão prévia".
O Governo quer "ressarcir-se com todos os lucros obtidos".
Ou seja, quer garantir que Snowden "não receba benefícios monetários por violar a confiança depositada nele".
Pelo Twitter, Snowden respondeu a essa ofensiva do governo Trump:
“É difícil pensar em um maior selo de autenticidade que o fato de o Governo dos EUA apresentar uma demanda afirmando que seu livro é tão veraz que escrevê-lo era literalmente contrário à lei”.
Há seis anos, Snowden revelou os escandalosos detalhes do programa de vigilância do governo dos Estados Unidos em nível mundial.
Glenn Greenwald, fundador do Intercept, foi responsável por divulgar as denúncias de Snowden à época, pelo jornal britânico The Guardian.
Em abril de 2014, a propósito, o Guardian conquistou o prêmio Pulitzer, maior honraria no meio jornalístico, graças ao trabalho de Greenwald e Laura Poitras, pela publicação dos documentos vazados por Snowden.
Esse é considerado um dos maiores feitos jornalísticos das últimas décadas.  -  (Aqui).

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