sexta-feira, 27 de abril de 2018

O DIREITO, A AÇÃO E A EXTRAPOLAÇÃO

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Confesso que havia lido a nota de Mônica Bergamo, abaixo exposta, mas a considerei mais do mesmo. Afinal, desde quando o procurador Carlos Fernando e seu parceiro Dallagnol (prováveis candidatos a cargos eletivos no pleito 2018, segundo consta) falam o que lhes dá na telha, sob o obsequioso silêncio de todos, inclusive dos guardiões da Constituição? Há que se registrar: é função do MP investigar, fiscalizar, tomar iniciativas, acordar, denunciar - porém respeitando as instituições e tendo presente que são simples propositores de ações, visto que a palavra final é sempre do Poder Judiciário, particularidade que os deveria tornar mais, digamos, humildes. Mas, e quando os doutos se arvoram de donos do poder? E quando isso vira rotina, quem é que, no alto, passa a viver permanentemente na berlinda, tendo sua imagem 'queimada' no dia a dia? 


Agora o "barbeta" já não para mais, doutores

Por Fernando Brito

É de dar risada na nota  da Folha, hoje, dizendo que o Supremo Tribunal Federal cogita em abrir uma ação contra o  procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, o guru “barbeta” da Lava Jato (a expressão é “roubada” da que Brizola usava sobre um cidadão de hábitos parecidos, o “Fonsequinha”).
Ministros da corte acreditam que ele passou dos limites com as reiteradas críticas que faz ao tribunal –elas se enquadrariam nos crimes de injúria e difamação, punidos com detenção e multa.
Os magistrados esperam que providências sejam tomadas pela própria PGR (Procuradoria-Geral da República) ou pelo CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público). Caso isso não ocorra, a corte abriria inquérito. Procurado, Santos Lima não se manifestou.
Não consigo deixar de lembrar de um professor dos tempos do Ginásio Luís de Camões, no Grajaú, nas aulas de quem grassava uma guerra de bolinhas de papel daquelas de José Serra nenhum botar defeito. Quando já considerávamos instalar ogivas nucleares no papel amassado, o cidadão virava-se de frente e dizia: “se pegar em mim ponho para fora de sala”. É óbvio que o coitado já tinha sido atingido por vários dos nossos projéteis juvenis.
Na sala de aula ou no Judiciário, isso não vai parar mais, porque o professor e o Supremo deixaram a coisa ir longe demais.
Carlos Fernando, Deltan Dallagnol, Sérgio Moro e outros vão seguir nesta trilha, porque sabem que se formou uma ensandecida base midiática para que procedam desta maneira, que acaba por enquadrar qualquer um que, discordando deles, limite-se a advertências suaves, quando muito.
Mas é de duvidar que nossos valentes juízes supremos consigam ir além dos arroubos de Gilmar Mendes e do gaguejar dos demais.  -  (Aqui).

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