segunda-feira, 30 de abril de 2018

LAVA JATO REPETIU CONTRATOS EM ACUSAÇÕES SEM PROVA CONTRA LULA

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Pensava alto o amigo Constitucionalista Incondicional da Silva:
"De repente, pensei com meus botões: Se contássemos com uma imprensa atuante, investigativa, meticulosa e isenta, certamente em cada oportunidade em que fossem apresentadas acusações 'vagas' ou detalhadas contra alguém, emanadas de quem de direito, seria oferecida ao acusado a oportunidade de manifestar-se detalhadamente acerca das acusações que lhe foram imputadas. Considerando que tal realidade inexiste ('Pô, aí já seria querer demais!', diria o outro), limitei-me a indagar aos meus botões: Qual seria o cenário se o porta-voz de algum órgão de imprensa levasse ao público ao menos uma síntese da matéria abaixo?
('Pô, aí continuaria a ser querer demais!'). Sim, mas...".
Ao que o escriba respondeu: "Contenha-se. Ingenuidade também é crime!"

Ilustração: Google.

Lava Jato repetiu os mesmos contratos da Petrobrás em três acusações sem prova contra Lula

Do Lula.com.br

O juiz Sérgio Moro não encontrou nenhum ato de Lula em relação a esses contratos, nem permitiu que recursos desses contratos fossem rastreados para verificar se foram pagas com eles vantagens ao presidente
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Para Lula ser julgado pelo juiz de primeira instância Sérgio Moro, a Lava Jato listou, sem qualquer prova ou conexão com o ex-presidente, contratos que a OAS e a Odebrecht tinham com a Petrobrás. Fez isso de forma tão artificial que repetiu os mesmos contratos da OAS e da Odebrecht em mais de uma acusação contra Lula. A Lava Jato não investigou desvios na Petrobrás e chegou em recursos para Lula. Isso jamais foi identificado.

Você já deve ter ouvido no Jornal Nacional que Lula foi condenado por "receber vantagens em troca de contratos com a Petrobrás", mas isso não é verdade nem está na sentença do caso do tríplex. O juiz Sérgio Moro não encontrou nenhum ato de Lula em relação a esses contratos, nem permitiu que recursos desses contratos fossem rastreados para verificar se foram pagas com eles vantagens ao presidente. E no fim do seu julgamento Moro disse jamais ter afirmado que qualquer recurso do tríplex tenha tido origem na Petrobrás.

Ainda assim, para não perder a competência sobre o caso do tríplex, listou um contrato da OAS na Refinaria Abreu e Lima na sentença contra o ex-presidente, dispensando outros dois contratos  da Refinaria Getúlio Vargas, no Paraná, citados pelo MPF na denúncia. Esses 3 contratos são listados em TODAS as denúncias contra Lula. Sem nenhuma evidência de relação de Lula com eles, estão lá apenas para permitir que Moro tenha "em suas mãos" como diz a imprensa, casos contra o ex-presidente. Os mesmos contratos, cada um com um valor repetido de "ressarcimento" em cada denúncia, são usados em diferentes acusações, não só contra Lula, mas também contra outras pessoas. (...). Os contratos estão sendo usados para acusar diferentes pessoas que a Lava Jato quer condenar. Estão investigando pessoas, não fatos, o que reforça (a tese da) a perseguição judicial contra o ex-presidente.

Não existe, em nenhum processo contra Lula, nenhum indício de envolvimento do ex-presidente em desvios na Petrobrás. Muito menos nos contratos listados pelo Ministério Público da Lava Jato contra Lula. Ao contrário. Nas denúncias o MP cita que Paulo Roberto da Costa, Renato Duque e Pedro Barusco teriam participado em desvios nesses contratos para beneficiar Lula, junto com o ex-presidente. Mas os 3 em depoimentos como testemunha já negaram saber de qualquer vantagem indevida destinada ao ex-presidente ou terem discutido qualquer irregularidade na Petrobrás com ele. Marcelo Odebrecht, réu na ação do terreno, também disse não ter, nem ele nem Lula, discutido ou tido qualquer relação com os contratos entre a Odebrecht e a Petrobrás.
Uma coisa importante em investigações de corrupção e lavagem de dinheiro é o "follow the money" (siga o dinheiro), de que a Lava Jato em geral se orgulha de fazer. Estranhamente nas acusações contra Lula o juiz Sérgio Moro negou diversas vezes os pedidos da DEFESA para que tal exame de contas seja feito nas denúncias contra Lula, para checar se existe alguma relação entre as acusações e os contratos da Petrobrás colocados pelo Ministério Público na denúncia.

A listagem de contratos da Petrobrás foi fundamental para Moro tirar da Justiça de São Paulo as acusações contra Lula e Marisa Letícia sobre o tríplex. Na justiça paulista todos os réus foram inocentados.

A questão é importante porque a Constituição garante que alguém tem que ser julgado onde aconteceram os fatos relatados e por um juiz escolhido por sorteio ou que já investigue um caso conexo. Um juiz não pode escolher quem julga. Mas a força-tarefa da Lava Jato listou artificialmente contratos da Petrobrás nos casos contra Lula para que Moro pudesse julgá-lo. E nem com seu exército de delatores que fecharam acordos com a Operação conseguiram qualquer prova de envolvimento do ex-presidente com desvios na Petrobrás, muito menos qualquer relação do presidente com os contratos listados. Nem com todo o apoio da mídia Moro conseguiu provas que permitissem apontar atos ilegais de Lula, condenando-o por "atos indeterminados".  -  (Aqui).

DIA DO TRABALHO


Ronaldo.

10º SALÃO MEDPLAN DE HUMOR DO PIAUÍ, EDIÇÃO 2018


Estão abertas as inscrições para o 10º Salão Medplan de Humor: http://www.medplan.com.br/salao-de-humor.

Este ano estamos completando 10 anos. Dentre as novidades está a criação do  1º Salãozinho Medplan de Humor e a presença do cartunista Dálcio Machado e do iraniano Massoud Shojai, (diretor do site www.irancartoon.com) como jurados.

 REGULAMENTO SALÃO MEDPLAN 2018
1- INSCRIÇÕES: 02 de abril a 18 de junho 2018.

O salão é aberto a todos os artistas gráficos, que podem inscrever trabalhos de sua própria autoria (sujeitando-se os casos de não observância dessa condição ao cancelamento da inscrição ou cassação de prêmios recebidos) que não tenham sido premiados até a data de encerramento das inscrições, 18 de junho, nas modalidades charge e/ou cartum, caricatura e história em quadrinhos/tirinhas. A história em quadrinhos deverá ter apenas uma página. Se optar pela tirinha o artista poderá colocar até 5 tirinhas na página. A abertura do salão será dia 29 de julho, com a divulgação dos vencedores. Cada artista poderá se inscrever com o máximo de 5 (cinco) trabalhos no formato 30X40 cm  e utilizando qualquer técnica nas três categorias: cartum/charge, caricatura e história em quadrinhos/tirinhas. No verso de cada desenho, ou no e-mail, deverá constar o nome completo do autor, endereço, e-mail, telefone, número de identidade, CPF e de conta bancária. O artista poderá participar enviando seus trabalhos através do site www.medplan.com.br (com tamanho máximo de 3 megabytes) ou mandando os originais para:

10º Salão Medplan de Humor 
Rua Coelho Rodrigues, 1921 – Centro
CEP: 64000-080
Teresina – PI

CARTOON.COM


Oguz Gurel. (Turquia).

PALOCCI: DELAÇÃO, RECUSA E ACEITAÇÃO

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Tempo de corrida contra o tempo: Enquanto se aguardam notícias sobre o ex-diretor Renato Duque, eis as observações do jornalista e analista Jânio de Freitas em torno da delação (curiosamente) oferecida à PF por Antônio Palocci e ainda carente de manifestação da PGR e de homologação judicial:


Acordo e desacordo, suspeitos os dois

Por Jânio de Freitas

Tanto a PF como a Lava Jato, que recusou o acordo com Palocci, põem-se sob indagações e suspeitas por suas atitudes ante Palocci e entre si. Essa história, em que também o Supremo toma parte —o que já insinua complicação—, não tem chance de escapar a mais um entrevero degradante.
Como preliminar, o Supremo parou a meio caminho e deixou em suspenso seu iniciado reconhecimento a direito da PF de negociar acordos de delação, rompendo a exclusividade que os procuradores exercem e exigem.
Assim como há anos se vê nas delações à Lava Jato, o vende-e-compra de acordo policial precisa passar pela concordância ou recusa do Supremo. A indefinição das condições em que a PF fará acordos e premiações, porém, deixa o seu entendimento com Palocci pendurado em futuro impreciso.
O motivo de serem as "revelações" de Palocci rejeitadas pela Lava Jato e validadas pela PF é obscuro. A defesa e mais de um procurador repetiram, várias vezes, que Palocci não disse o que os procuradores dele exigiam.
Neste caso, ou eram exigências que a PF considerou descabidas, ou tinham cabimento e a PF, por motivos descabidos, curvou-se à concessão de dispensá-las. Inúmeros precedentes autorizam suspeitas sobre um lado e sobre o outro. Situações assim tiram a legitimidade do inquérito e do processo. A da delação, tratando-se de Palocci, nem se cogite.
Por bastante tempo, insisti em referências à casa alugada pela turma de Palocci em Brasília, durante sua permanência como ministro da Fazenda. Tanto quanto a dinheirama por ele acumulada em pouco tempo, ou a função dessa casa é contada pelo delator, ou já a priori sua delação de nada vale.
A casa não foi alugada só para receber moças bem remuneradas. Foi, como uma fortaleza de bicheiros, lugar em que se arquitetaram negócios sigilosos. Inclusive com a presença de figurões do empresariado.
Ao assumir o ministério, Palocci fez se mudarem para Brasília, mas não para integrar o governo, ao menos cinco da sua turma quando prefeito de Ribeirão Preto.
Na Justiça de São Paulo, o acusado ex-prefeito conseguiu contornar os processos sobre suas atividades paulistas com a turma. O possível acordo premiado é a oportunidade de que não se passe o mesmo com as atividades originadas da ligação entre o Ministério da Fazenda e a casa dos encontros.
Da delação de Palocci pode-se esperar qualquer coisa. Mas se espera também, e mesmo antes, a explicação da Lava Jato e da PF sobre os motivos das respectivas aceitação e rejeição das mesmas e alegadas confissões.
Afinal, esse Antonio Palocci lembra uma expressão que não merecia o esquecimento: "Fulano não presta".  -  (Aqui).

CARTUM DO FERIADÃO


Lute.

CARTUM DA INTOLERÂNCIA

Latuff.
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Entreouvido enigmático:
"Claro, era preciso avisar ao País: Não venham para o 1º de Maio!"

OLHO NO VÍDEO


OLHO NO VÍDEO

TÃO SÉRIO QUE VIRA RIDÍCULO ................ Clique AQUI.

Bemvindo Sequeira, 70 anos, é ator, humorista, autor e diretor de teatro, cinema e televisão. No vídeo acima, desolado e indignado ante a escalada do fascismo no caótico cenário nacional, demonstra por que é acertada a sua opção pessoal de fazer sátira, sarcasmo e humor, em vez de 'jornalismo sério'.

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Enquanto isso, o Conversa Afiada, no post "Lavajatismo mata o Reitor pela segunda vez", reproduz matéria publicada na edição desta semana da revista Veja a propósito da divulgação do Relatório Final da investigação sobre os fatos que culminaram no suplício do Reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo, da Universidade Federal de Santa Catarina.  -  Clique AQUI.

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Veja mais:
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Este vergonhoso episódio foi objeto de diversos posts neste blog desde o suicídio do reitor, em outubro de 2017, a exemplo do que se vê AQUI.

Luiz Carlos Cancellier de Olivo, injustiçado, humilhado, espezinhado. Íntegro cidadão brasileiro. Como dissemos nos posts anteriores: A morte do Reitor da UFSC: esquecimento, não.

domingo, 29 de abril de 2018

EMPREGABILIDADE, DESAFIO BRASIL


Eneko. (Espanha).

A ESCALADA DO FASCISMO


Simanca.

DEFINIÇÕES CONJUNTURAIS




Hipocrisia judiciosa  =  dá-se quando, por exemplo, um juiz de base, determinado a afrontar uma ordem superior, classifica como "respeitável" tanto a decisão como cada um dos superiores que a proferiram.



Escárnio circunspecto  =  ocorre, por exemplo, quando uma autoridade fala fora dos autos, mas  cuidando de preservar postura condizente com a liturgia do cargo.



Sobressalto permanente  =  situação vivenciada por certos mitos, afligidos pelo temor constante de perder os encômios e incensos ofertados por lideranças midiáticas, políticas e empresariais.



Dissimulação persecutória  =  prática adotada por autoridades convictas da culpabilidade de alguém, mas que não encontram amparo nas normas. Requer, quase sempre, robustos circunlóquios.



Estilo rocambolesco  =  modo característico com que operadores diversos se expressam - e, frise-se, até mesmo  mortais comuns, como o autor dessas definições (nesta oportunidade).

INGENUOUS CARTOON


Oguz Gurel.

DOMINGO É DIA DE ANÉSIA


Will Leite.

sábado, 28 de abril de 2018

CERTOS DIZERES

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A EXCEÇÃO FAZ A REGRA.


Oguz Gurel. (Turquia).

A CONTEMPORANEIDADE DE PERDIDOS NO ESPAÇO

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Enquanto tentamos esquecer por instantes o que vem ocorrendo relativamente à séria Perdidos no Presente Brasil...


A família do século XXI em cacos na série Netflix "Perdidos no Espaço"

Por Wilson Ferreira

Toda refilmagem revela o espírito de época quando comparada com o original. É também o caso da série Netflix "Perdidos no Espaço" (Lost In Space, 2018), nova versão da série clássica de TV dos anos 1960 – que já contava com um longa-metragem em 1998. Agora os Robinsons não são mais a família nuclear perfeita do sonho americano, mas uma família à beira da separação que tenta reunir os cacos enquanto enfrenta os perigos de um planeta desconhecido. O novo “Perdidos no Espaço” revela o espírito de época do século XXI: o militarismo e a amoralidade do vilão. Além da relação histérica com o objeto do desejo, traço psíquico da cultura contemporânea: só voltamos a desejar aquilo que amamos na iminência da sua perda com a morte ou a destruição.

Refilmagens de filmes ou séries são sempre interessantes. Principalmente porque possibilitam um comparativo do “espírito de época”: a maneira como cada produto audiovisual representa o imaginário ou a sensibilidade de cada momento, da sociedade ou do período histórico.

Como o historiador francês Marc Ferro escreveu no livro clássico “Cinema e História”: “o imaginário é tanto história quanto História, mas o cinema, especialmente o cinema de ficção, abre um excelente caminho em direção aos campos da história psicossocial nunca atingidos pela análise dos documentos" (FERRO, Marc, Cinema e História, São Paulo: Paz e Terra, 1992, p.12).

A nova versão da série clássica de TV Perdidos no Espaço (1965-68), a produção Netflix Lost in Space (2018), é mais uma refilmagem. Até então, contávamos com o longa-metragem Lost in Space (1998) com William Hurt e Gary Oldman, como o vilão Dr. Smith e dirigido por Stephen Hopkins.

Nas três versões a estrutura do argumento continua a mesma: uma catástrofe natural ameaça a humanidade (respectivamente, superpopulação, poluição e um cometa), obrigando-a a buscar um novo planeta para colonizá-lo. Uma família é enviada (ou várias, como na série Netflix), um robô com mal funcionamento atrapalha tudo, sempre tendo por trás um vilão, o famigerado Dr. Smith que planeja sabotar a missão – na série atual, substituído por uma mulher vigarista e golpista.

Mas as semelhanças param aí. O plot narrativo central sempre foi a Família Robson, uma típica família nuclear – os pais (John e Maureen) e seus três filhos (Penny, Judy e Will). Mas o que é marcante nessas três versões é como a família vai aos poucos se desfazendo. Nos anos 1960 tínhamos uma família coesa e unida: os pais se amavam e os irmãos eram solidários. No filme de 1998 encontramos problemas de autoridade e confiança que estremecem a ordem familiar.

"Perdidos no Espaço" nos anos 1960, 1990 e 2010

Uma família em cacos


E na série atual, encontramos os Robinsons em cacos: os pais a ponto da separação e os filhos ressentidos pelo iminente divórcio. Os filhos ensimesmados e distantes uns com os outros, a mãe, uma brilhante cientista, tenta sem sucesso manter o astral da família. E o pai, um militar, prefere ficar no front de combate do que viver a rotina familiar.

Por isso, parece até que os inúmeros perigos que os Robinson enfrentam (geleiras que desabam, animais selvagens, tempestades imprevisíveis ou enguias que consomem o combustível da Júpiter 2) na série atual são meros pretextos para criar situações que permitam a família voltar a se unir e juntar os cacos.

Há em Lost In Space um pressuposto paradoxal e pós-moderno para o gênero ficção científica atual: a ausência de futuro ou da perspectiva de conhecer novos mundos – “indo onde nenhum homem jamais esteve”, como se dizia na célebre abertura de outra série clássica, Jornada nas Estrelas.

Famílias inteiras são levadas para colonizar um planeta em Alpha Centauri. Mas os novos mundos, galáxias e seres na imensidão do universo não são capazes de tocar ou transformar o espírito humano: são apenas novos cenários para as velhas picuinhas e dramas humanos – egoísmo, indiferença, traição etc. Todos parecem fugir de algo que aparentemente deixaram na Terra, mas sem sucesso. O mal acompanha a humanidade, mesmo nos mundos distantes.

Como é dito em uma marcante linha de diálogo do quarto episódio, que parece sintetizar o espírito de época de Lost In Space: “O problema com a sua colônia são as pessoas. Viajam milhões de quilômetros no espaço e acham que serão diferentes. Não importa do que fogem da Terra... elas estão trazendo junto”.


A Série


Lost in Space da Netflix tem a marca do militarizado século XXI, da política externa dos EUA do combate ao terrorismo: a família Robinson foi marcada pela ausência do pai, o militar John Robinson (Toby Stephens), casado com a engenheira aeroespacial Maureen Robinson (Molly Parker) [e pai das] filhas Judy (Taylor Russel), Penny (Mina Sundwall) e filho mais jovem Will (Maxwell Jenkins).

Estamos 30 anos no futuro, um salto que não requer tanto esforço da imaginação dos roteiristas. Afinal, se na época da série original Neil Armstrong ainda daria o pequeno passo na Lua, agora o empresário Elon Musk fala em colônias marcianas até 2040. (Nota deste blog: É fato que, para os adeptos da teoria da conspiração, Armstrong, segundo consta, teria dado o pequeno passo na Lua).

E a série ainda conta com um grande orçamento, o que se reflete na tela:  tudo, dos figurinos ao design das naves e muitos efeitos em CGI, demonstra que o projeto foi meticulosamente elaborado e com muito dinheiro disponível.

Nesse futuro próximo, a Terra está em crise com várias guerras, conflitos e, para completar, a “estrela do Natal” (um cometa) colide com o planeta criando uma espécie de noite eterna e obrigando os humanos a andar com máscaras de gás nas ruas.


Em crise conjugal e à beira da separação, Maureen decide partir com os filhos para uma missão de busca de um novo lar em Alpha Centauri, que traga esperança de sobrevivência à humanidade. John Robinson decide, então, seguir com a família para tentar reconquistá-la em um outro mundo. Mas a missão dá errado e a nave Júpiter 2, assim como outras Jupiters que compunham a missão, caem em um planeta desconhecido.

Um planeta marcado por violentos contrastes de biomas: um inóspito deserto seco e quente pode aparecer repentinamente por trás de imensas geleiras, podendo terminar numa floresta úmida.  Tudo sob ameaças de tempestades inesperadas e exóticos e selvagens animais.

Ao contrário de Perdidos no Espaço 1.0, o robô é de origem alienígena e cultivará uma relação de amizade e fidelidade com Will Robinson – repetindo sempre o bordão do velho robô do passado: “Perigo, Will Robinson!”.

E dessa vez, o Dr. Smith será uma mulher (Parkey Poser). Mas com as mesmas maquinações, traições e a covardia do velho Dr. Smith.

O vilão Amoral


É com a Dra. Smith que começamos a perceber o espírito da época atual refletido na série: enquanto no passado o Dr. Smith era o vilão clássico, um sabotador e espião típico da Guerra Fria que pretendia destruir um projeto científico do mundo livre, aqui em 2018 a Dra. Smith é apenas uma sobrevivente: ela trai, põe em risco a vida dos outros, mente e eventualmente até mata. Mas por mera sobrevivência – uma pequena escroque que viveu uma carreira de pequenos crimes e que fugiu da Terra se infiltrando na missão espacial.


Típica visão do Mal no século XXI, presente em zumbis, monstros e aliens: não matam por “maldade” (dentro da antiga polaridade certo/errado, moral/imoral) mas pela sobrevivência física – são máquinas amorais de matar. Na personagem Dra. Smith vemos, claro, apenas uma pequena fração do mal amoral desse século. Mas será o suficiente para provocar estragos ao longo da primeira temporada.

 Porém, o marcante em Lost In Space é como a família Robinson não é mais a perfeita família nuclear do sonho americano dos anos 1960. Entre uma tempestade assustadora, uma geleira que ameaça esmagar a Júpiter 2 e o ataque de animais selvagens, a família tenta juntar os cacos do que foi um dia uma vida conjugal.

Uma relação histérica com o desejo


Mais uma faceta do espírito de época desse século: a relação histérica com o objeto do desejo. Como uma espécie de deliberada recusa à satisfação. O outrora objeto do desejo só pode voltar a ser desejado na iminência da sua perda. Nove em cada dez filmes, não importa o gênero, refletem essa relação psíquica regressiva com o objeto amado: casais que vão descobrir que se amam à beira da morte ou destruição; uma família separada que se reconcilia durante uma catástrofe geológica como no filme 2012; a perda da própria vida é a condição para o protagonista valorizar os momentos felizes de uma família desfeita como em Beleza Americana etc.


Nos anos 1960-70 a família nuclear perfeita estava presente tanto na pré-história (Os Flintstones, 1960-66), na Roma Antiga (Os Mussarelas, 1972) ou no futuro como Os Jetsons (1962-87) e Perdidos no Espaço (1965-68).

Hoje esse ideal perdido permanece assombrando as famílias modernas. Como um ideal inatingível e apenas valorizado no limite da morte, catástrofe ou da ameaça do próprio fim da espécie humana.

Por isso, Lost In Space é mais uma Hipo-utopia dentro do gênero sci-fi: fala mais do presente do que sobre mundos distantes “onde o homem jamais esteve”.  -  (Fonte: Cinegnose - AQUI).

NA TELA DO WHATSAPP

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Considerando que até o momento o post abaixo suscitou uma única manifestação nas fontes abaixo indicadas, resolvemos priorizá-la: Leitor Paulo Dantas: "Eu uso (o WhatsApp) até por pressão do trabalho, família, amigos etc. Mas vamos lá: não tem publicidade, não tem conta, quem paga a janta!?
As operadoras de celular perderam ligações mas parecem de boa. A criptografia do WP parece não ter sido quebrada, os caras não têm de abrir suas mensagens nem sob ordem judicial. Parece ser só um fenômeno aqui em Pindorama. Telegram (uma das alternativas ao WhatsApp - aqui) faz o mesmo, mas o bar fica vazio. Acho que é tudo um plano para fortalecer a família brasileira, todas hoje têm um Grupo."  ....  ["E quanto a você?" /  "Não sei. Não utilizo nenhum aplicativo!" (risos)]. Mas, fofocas e gracejos à parte, o WhatsApp parece útil, e chegou lá.

O poder do WhatsApp

Por Edson Pistori

Atualmente, o Whatsapp é o aplicativo dominante na comunicação instantânea. Ele é uma das principais ferramentas de interação entre pessoas e de distribuição de conteúdos de todos os tipos.

O app foi desenvolvido por uma empresa estadunidense que leva o mesmo nome do produto que criou, fundada em 2009 pelos veteranos do Yahoo, Brian Acton e Jan Koun.

Em 2014, o Facebook adquiriu a empresa por $ 16 bilhões de dólares e incorporou os fundadores do Whatsapp ao Conselho de Administração da gigante das redes sociais.

Segundo dados de maio de 2017, o aplicativo de mensagens instantâneas chegou a marca de 120 milhões de usuários mensalmente ativos no Brasil e mais de 1,2 bilhões em todo planeta.

As funcionalidades de mensagens escritas, envio de áudios, vídeos, imagens e documentos, além das ligações também por áudio e vídeo via internet alteraram o uso da telefonia móvel. E, praticamente, eliminaram as mensagens de SMS (Short Message Service), assim como reduziram as ligações telefônicas convencionais.

Apenas no tocante a ligações de vídeo, o whatsapp registrou uma média de 55 milhões de chamadas por dia. São números impressionantes.

Essa abrangência de número de usuários deu uma enorme relevância ao WhatsApp, pois ele tem sido um recurso importante para dinamizar as relações de convivência, criando novas formas de interação, organização e produção social, especialmente devido as funcionalidades de criação de grupos e de listas de transmissão (envio massivo de mensagens individuais).

Há quem diga que a praticidade introduzida pelo WhatsApp pode vir a levar ao desuso do e-mail como instrumento de troca de mensagens institucionais ou laborais.

No Brasil, já há casos de tribunais que fazem comunicações oficiais por meio do aplicativo. Há jurisprudências que consideram a troca de mensagens no WhatsApp como provas jurídicas válidas em processos civis e criminais.

Vários analistas têm apontando que o WhatsApp será uma ferramenta crucial na ação política nos próximos anos.

Seus diversos usos podem potencializar a difusão de discursos e narrativas, a organização de ativistas e de bases eleitorais e a interação direta entre eleitores e candidatos.

Por isso, entender a dinâmica de funcionamento do WhatsApp será fundamental para quem deseja influenciar os processos políticos contemporâneos.  


A Teoria da Fofoca e os grupos de WhatsApp

No livro Sapiens, o israelense Yuval Harari defendeu a ideia de que a fofoca ajudou os nossos ancestrais arcaicos a formarem bandos maiores e mais estáveis. Por meio dela (a fofoca), construíam-se amizades e hierarquias que viabilizaram a caça, a proteção e a luta pela vida em grupos.

Harari também apontou os limites da fofoca para a sociabilidade. Segundo ele, pequisas demonstram que o tamanho natural de um grupo unido por fofoca é em torno de 150 indivíduos.

Esse número mágico, ainda hoje, vale para as dimensões das organizações humanas funcionais tais como: comunidades, negócios, unidades militares e de aprendizado.

WhatsApp adotou essa premissa. No início, o app possibilitava apenas 99 membros num grupo. Depois esse numero aumentou para 149. Em nova atualização foi para 199 e agora fixou o limite é de 249.

O que se percebe na prática é que num grupo de WhatsApp numeroso há uma quantidade de indivíduos que nunca conseguem participar ativamente das conversas. No dia a dia, as discussões giram em torno de 30 a 40 pessoas que interagem com mais frequência.

Não há estatísticas confiáveis divulgadas, mas se estima que adultos com um circulo social de raio médio tem cerca de 10 grupos temáticos no seu smartphone: família, igreja, trabalho, amigos e outros interesses diversos.

O WhatsApp amplificou nossa capacidade de fofocar

As dinâmicas de interação em cada um são distintas, mas elas mais ou menos definem certos perfis de usuários:


O postador frenético (spanner) que dispara conteúdo sem parar. Ele acha que o app é uma metralhadora de informação.

O comentarista que está sempre a postos para dar um feedback aos posts dos outros.

O provocador de polêmica (troll) que em todo assunto encontra um jeito de inflamar uma discussão, muitas vezes pelo prazer de “causar”.

O distraído que não presta atenção nas postagens e está sempre replicando o conteúdo já postado. Esse também vive barriquelando as discussões, ou seja dando opiniões quando o assunto já saiu de pauta.

O sem noção que posta conteúdo nada a haver com o tema ou perfil do grupo.

O carente que reclama de ninguém prestar atenção no que ele posta.

O voyeur que lê tudo, mas raramente expõe sua opinião.

O magoado que por uma mera desavença se retira do grupo. Uma atitude muitas as vezes infantil, pois o autoexilado espera ser convidado a voltar.

É claro, que esses perfis são apenas ilustrativos, pois o universo de psiquês humanas é ilimitado, contudo os padrões de comunicação vão se aproximando de determinados tipos, especialmente nas redes sociais.

O tipo de interação dos grupos também varia com o propósito do usuário.

Há quem sinta apenas vontade de postar conteúdo próprio ou alheio, sem se preocupar com o feedback dos que lêem. Usa o grupo como terapia para a ansiedade.

Há aqueles que usam a ferramenta para a promoção pessoal com diversos objetivos. Para esses, em geral, o estímulo é o exibicionismo ou narcisismo. Muito comum em políticos que ocupam posições de destaque, que postam apenas conteúdos sobre si.

Há outros que usam o espaço como ambiente de convivência, desenvolvendo identidades e afetos em meio a troca de informações.

Independentemente do tema ou vínculo que gerou o grupo, basicamente os bandos de humanos organizados no WhatsApp giram a sua comunicação em torno de fofocas, sejam elas sobre notícias do mundo político, situações do cotidiano da família, relacionamento entre colegas de trabalho, participantes de uma festa ou admiradores de uma tipo de arte, dentre outros.

Os grupos de whatsapp tem tido uma grande audiência e passaram a ser uma referência de informação diária aos seus usuários, mesmo para aquelas notícias mais relevanates.

Há estudos recentes que apontam os grupos de famílias no whatsapp como sendo os maiores propagadores de fake news, memes de humor sarcástico e imagens de degradação humana.




A Interação política via whatsapp

A virtualidade é uma realidade em expansão. As mídias sociais serão cada vez mais influentes na socialização das pessoas e comunidades.

A profusão de informações atingiu níveis de alcance e velocidade nunca antes imaginados pela humanidade.

O futuro dessas interações comunicativas são especulados de diferentes formas, mas a relação humano-máquina se aperfeiçoa a passos largos.

No campo da disputa do poder, a internet traz o paradoxo da liberdade para a difusão de ideias a um custo reduzidíssimo e, por outro lado, é o mecanismo de localização e controle de indivíduos mais sofisticado já existente.

Para uso em campo aberto, ou seja, para fins públicos e democráticos, a internet tem servido de ambiente de competição das narrativas em que vencem os grupos que mais difundem e engajam usuários nas suas teses discursivas e nas representação de signos imagéticos.

Ao tempo que em se crítica o Facebook pelo algorítimo que induz acesso ao conteúdo por afinidade, formando “as bolhas”, também intensificam os questionamentos sobre o uso de micro dados de perfil para influenciar a comunicação por técnicas psicológicas e psicométricas de criação de nano targets (alvos minúsculos), o que não ocorre com o WhatsApp.

Nessa seara vale ressaltar que um dos efeitos da virtualidade é a profusão de informações e a consequente dispersão.

A sensação que se tem é de estar a deriva numa maré de notícias. Por isso, os grupos de Whatsapp formados entres pessoas com afinidades equivalentes servem de mecanismo de produção de confiança nas informações que circulam na rede mundial.

Neste sentido, o recurso de “moderação das interações” tem crescido como ferramenta que ameniza essa tendência a dispersão e torna mais efetivos os grupos de Whatsapp que se formam dirigidos a ação política.

Sem dúvida, o ativista político dessa quadra do século XXI terá que assimilar no seu rol de habilidades algumas técnicas de curadoria de grupos virtuais e desenvoltura em se comunicar nesse ambiente.

Manejar bem o WhatsApp é um ativo político. Se no início do século 20, o panfleto e o rádio foram os grandes meios de convocação e informação, no século 21, o post de WhatsApp é que tem o poder de influenciar e organizar as massas.    

[Edson Pistori é advogado]. (Fontes: AQUIAqui).

PALHAÇADA ORIENTAL


Sinovaldo.

CARTUM (NÃO) CARICATO


Simanca.