quinta-feira, 22 de setembro de 2016

UM ATO QUE COMPROMETE A LAVA JATO


"Que a Lava Jato é fundamentalmente injusta sabemos.

Que ela é um arma da plutocracia para destruir o PT e Lula sabemos.

Que ela faz uma parceria indecente com a mídia, sobretudo a Globo, sabemos.

Que ela ajuda o Brasil a ser uma República das Bananas, sabemos.

Mas que ela é canalha, miseravelmente canalha, desumanamente canalha tivemos a prova nesta manhã de quinta no curso da Operação Arquivo X.

O nome, aliás, não poderia ser mais apropriado. Depois do power point que parecia feito por alienígenas sob o comando de Dallagnol, tinha mesmo que vir a Operação Arquivo X.

Prender Mantega no hospital, quando ele velava a mulher submetida a uma cirurgia, ultrapassa todos os limites da decência.

É coisa que a gente não consegue imaginar nem em ação policial nazista. Ou, para ficarmos no tema presente, nem nos tribunais alienígenas.

Descemos novos degraus no índice da civilização. Pense como a opinião pública britânica reagiria se tamanha brutalidade ocorresse lá. Todo o comando policial ligado a ela seria expelido devido à pressão da sociedade. Orwell cunhou a expressão “decência básica” para evitar tais monstruosidade.

Nem na Revolução dos Animais Orwell concebeu uma baixeza de tal magnitude.

Mantega é um homem lhano, acusado de coisas que só no Planeta Lava Jato são cabíveis. Um dia, espero que não tão longe, saberemos quantas mentiras estavam e estão associadas às acusações da Lava Jato.

Tão repulsiva quanto a ação em si para prendê-lo foi ver a reação de débeis mentais manipulados pela mídia plutocrata.

Aplausos dementes, palmas ensandecidas: nem um miserável sinal de humanidade.

Eis no que a plutocracia nos transformou: num país selvagem, desprezível, oprimido por um grupo de poderosos que trata os brasileiros como gado."





(De Paulo Nogueira, titular do blog 'Diário do Centro do Mundo', post intitulado "Depois de buscar Mantega no hospital, o que falta a Lava Jato fazer no rol das monstruosidades", publicado no citado blog - AQUI.

Há pouco, o juiz Moro revogou a prisão do ex-ministro. Um dia, quem sabe, saber-se-á de onde pode ter saído eventual alerta ao magistrado - que pode não ter agido por 'bondade' ao revogar a medida -, a exemplo do que até hoje se especula acerca do que verdadeiramente pode ter acontecido para impedir a transferência do ex-presidente Lula para Curitiba, quando de sua condução coercitiva. 

Que a Lava Jato é meritória é fato, os excessos e desvios - como delações a fórceps, prisões preventivas perpétuas e obsessão relativamente a um determinado partido político, por exemplo - estão, porém, a comprometê-la).

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