"Está na hora de dar um intervalo no golpismo, um arrefecimento nessa disputa ideológica anacrônica e se começar a pensar seriamente no próximo tempo do jogo.
A insistência no impeachment, por parte de Gilmar Mendes e de setores do PSDB já ultrapassou os limites de qualquer razoabilidade. A intervenção do STF (Supremo Tribunal Federal) e as manifestações gerais de condenação ao impeachment, o racha no PMDB, o desmonte da imagem de Michel Temer, comprovam que o impeachment é o caminho mais traumático para o país.
A insistência na tese parte de um tipo específico de pessoa: 1) a que vai obter ganhos pessoais e políticos com o grupo que ascender e que 2) faz parte do país improdutivo, não afetado por crises econômicas.
Integra esse grupo de privilegiados-a-salvo-de-crises inclusive o presidente da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) Paulo Skaf, cuja fonte de receita são aluguéis e a pilotagem da FIESP. Verdadeiros industriais, como os representados pela ABIMAQ (Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos) e IEDI (Instituto de Estudos de Desenvolvimento da Indústria), defendem a estabilização rápida do jogo político para permitir à economia respirar.
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A disputa para enquadrar o novo Ministro da Fazenda Nelson Barbosa na esquerda ou na nova matriz econômica (como se os erros do período Guido Mantega fossem fruto de qualquer matriz) é ridícula.
Com Joaquim Levy ou Nelson Barbosa, o trabalho é o mesmo, de reduzir na medida do possível os gastos de custeio, aprovar a CPMF e dar sequência às propostas de reforma fiscal. Não é 0,2 ponto percentual a mais ou a menos no superávit primário que define a ideologia de um ou outro.
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Nesses momentos de mudanças, o mercado age sempre com comportamento de manada. Não significa que a sabedoria esteja com a tendência majoritária. Pelo contrário, os verdadeiros campeões são os que sabem jogar no contra fluxo.
Quem sabe das coisas conhece o pensamento de Nelson Barbosa. Sabe que ele foi o principal comandante das medidas anticíclicas de 2008 – que impediram que o país afundasse com a crise global – e não teve participação nos desastres dos dois últimos anos do governo Dilma. Sabe que tem um pensamento articulado e pouco propenso a aventuras.
Nos primeiros momentos, no entanto, a visão dominante era a de um aloprado fiscal no comando da Fazenda. A Bolsa cai, o dólar sobe e os profissionais realizam lucro.
Depois, haverá um momento de calmaria com o dólar refluindo.
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As análises iniciais do mercado e de jornalistas financeiros sobre os desafios de Nelson Barbosa são típicas de quem não consegue ir além dos limites da planilha. São críticas sem nenhum realismo.
Uma estratégia bem-sucedida precisa ser consistente do ponto de vista macroeconômico, e factível, do ponto de vista político e social.
Por exemplo:
1. Se o maior fator de desequilíbrio é a queda de receitas, que ameaça inviabilizar União e estados, é evidente que estancá-la é prioridade número 1.
2. É evidente que não há o menor espaço para aventuras fiscais e nem a menor possibilidade de sair do embrulho fiscal sem uma CPMF.
3. Propostas de fim das transferências constitucionais são inviáveis politicamente, selvagens e política e juridicamente inviáveis, no atual estágio de desenvolvimento nacional. A não ser que as Forças Armadas concordem em voltar ao poder."
(De Luis Nassif, no Jornal GGN, post intitulado "O impeachment é aposta do Brasil improdutivo" - aqui.
O fato é que os principais interessados no impeachment - os improdutivos - foram muito bem sucedidos ao longo do ano em seu propósito de fazer o País regredir. A propósito, destacamos um trecho da análise "2015: O ano em que a oposição governou o Brasil" - AQUI -:
"... Longe de fazer oposição a um governo democratica e legitimamente eleito e reeleito, a oposição atua contra o Brasil, festejando com ares de corvo, daqueles bem agourentos, cada notícia dando conta de que o desemprego aumentou, o PIB diminuiu, a inflação subiu, ou que o Brasil foi rebaixado por agências de risco como Standard & Poor's, Moody's ou Fitchs...").
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